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    O mito da descolonização liberal na Inglaterra pré-vitoriana (1808-1848)

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    O objetivo deste artigo é chamar atenção para a estreita vinculaçãoentre a questão social suscitada pela Revolução industrial e a expansãodo novo Império Britânico na primeira metade do século passadoe examinar a luz desta vinculação certas afinidades básicas compartilhadaspor conservadores e radicais utilitaristas nos seus programasde reforma

    Mulheres sem História

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    (primeiro parágrafo do artigo)A urbanização incipiente da cidade de São Paulo, a partir do último quartel do século XVIII até as vésperas da Abolição, envolvia uma po-pulação majoritariamente feminina e, no entanto, poucas mulheres aparecem nas histórias da cidade. Face à consolidação da economia de exportação, a urbanização era processo secundário e marginal, sintoma de pobreza e de inchação, mais do que de crescimento ou prosperidade econômica. Não admira muito o preconceituoso das fontes relativas ao espaço urbano, onde proliferava a pobreza é certa autonomia dos desqualificados sociais bastante incômoda para as autoridades. Era justamente este o espaço social das mulheres pobres, livres, forras e escravas e o palco de improvisação de sua sobrevivência precária. Circulavam pelas fontes públicas, tanques, lavadouros, pontes, ruas e praças da cidade, onde era jogado o lixo das casas e o mato crescia a ponto de ocultar escravos fugidos: o seu espaço social era justamente o ponto de interseção onde se alternavam e se sobrepunham a área de convívio das vizinhanças e dos forasteiros; a do fisco municipal e do pequeno comércio clandestino; as fímbrias da escravidão e do trabalho livre, o espaço do trabalho doméstico e de sua extensão ou comercialização pelas ruas... Sob o pano de fundo destas formas sociais transitórias é que se articulam papéis femininos propriamente históricos, de improvisação, mudança e vir a ser, dificilmente adaptáveis aos padrões hegemônicos de comportamento das mulheres das classes dominantes, e que pouco têm a ver com a identidade abstrata do conceito de "condição feminina", como se pudesse existir, universal e fixa... Estudar papéis sociais femininos dentro de uma conjuntura sócio-econômica bem definida é um primeiro passo no sentido de devolver historicidade a valores culturais eivados de conotações ideológicas, que se têm por imutáveis e fixos

    O mito da descolonização liberal na Inglaterra pré-vitoriana (1808-1848)

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    O objetivo deste artigo é chamar atenção para a estreita vinculação entre a questão social suscitada pela Revolução industrial e a expansão do novo Império Britânico na primeira metade do século passado e examinar a luz desta vinculação certas afinidades básicas compartilhadas por conservadores e radicais utilitaristas nos seus programas de reforma

    O registro dos limites da cidade: imagens da várzea do Carmo no século XIX

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    Este trabalho debruça-se sobre a iconografia paulistana do século XIX, em suas pinturas, aquarelas e litografias. Partindo da constatação da existência de um privilegiamento das áreas dos arredores do centro nas representações da cidade, especificamente uma região, a várzea do Carmo, e dessa permanência ainda na virada do século, quando a cidade sofre um processo de urbanização e crescimento grande, e a fotografia já está registrando as áreas centrais, quisemos investigar os sentidos dessas representações, tanto a presença desse espaço - a várzea do Carmo - no imaginário da época (cronistas, legisladores, memorialistas), quanto as imagens da cidade que estão sendo produzidas a partir desse ângulo de registro. Escolhemos analisar algumas imagens dessa região, concentrando-nos no final do século, contrapondo com outros discursos produzidos sobre a área por cronistas, jornalistas e memorialistas, na tentativa de entender um pouco mais a sociedade que as produziu

    COMPLEXIDADE RACIAL: mitos e realidades em duas freguesias de Salvador em 1775

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    A partir da análise minuciosa dos dados do Censo de 1775 sobre duas freguesias de Salvador (São Pedro e Penha), são colocados em questão cinco mitos dominantes sobre a escravidão no imaginário nacional: (1) o domínio total do trabalho escravo na sociedade; (2) uma sociedade formada apenas por senhores e escravos; (3) uma sociedade constituída, por um lado, por um segmento de dominantes e exploradores e, por outro, por dominados e explorados; (4) uma sociedade urbana segregada; (5) uma sociedade patriarcal, em que as mulheres eram submissas e economicamente subordinadas. Os resultados do censo, portanto, levantam novas questões para o entendimento da complexidade do nosso passado, o que ajuda a entender a manutenção das extremas desigualdades atuais, além de evidenciar a existência de diferenciações espaciais na cidade. PALAVRAS-CHAVE: escravos, libertos, agregados, freguesias, Salvador.RACIAL COMPLEXITY: myth and reality in two Salvador freguesias in 1775 Pedro de Almeida Vasconcelos The meticulous analysis of data from the Census of 1775 on two freguesias of Salvador (São Pedro and Penha), bring doubt to five dominant myths on slavery in the national imaginary: (1) the exclusivity of slave work in the society; (2) a society just formed by slave owners and slaves; (3) a society where, on one side, live a segment of dominant exploiters and, on the other, dominated explored people; (4) a segregated urban society; (5) a patriarchal society, in which women were submissive and economically subordinates. The results of the census, therefore, bring new subjects to understanding the complexity of our past, what helps to understand the maintenance of the extreme current inequalities, besides showing the existence of space differentiations in the city. KEYWORDS: slaves, freed men, agregados, freguesias, Salvador.COMPLEXITÉ RACIALE: mythes et réalités dans deux paroisses de Salvador en 1775 Pedro de Almeida Vasconcelos A partir de l’analyse minutieuse des données du recensement de 1775 concernant deux paroisses de Salvador (São Pedro et Penha) sont remis en question cinq mythes dominants à propos de l’esclavage dans l’imaginaire national: (1) l’exclusivité du travail esclave dans la société; (2) une société formée uniquement de seigneurs et d’esclaves; (3) une société constituée d’une part par un segment de dominants et d’exploiteurs et d’autre part de dominés et d’exploités; (4) une société urbaine ségréguée; (5) une société patriarcale où les femmes étaient soumises et subordonnées économiquement. Les résultats de ce recensement soulèvent donc de nouvelles questions pour la compréhension de la complexité de notre passé, ceci permet de comprendre le maintien d’extrêmes inégalités actuelles et de mettre aussi en évidence l’existence de différenciations spatiales dans la ville. MOTS-CLÉS: esclaves, personnes libres, domestiques, paroisses, Salvador. Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.b

    Uma capitania dos novos tempos: economia, sociedade e política na São Paulo restaurada (1765-1822)

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    O artigo reflete sobre a trajetória da Capitania de São Paulo, a partir de 1750, apontando sua transformação, de fronteira e "boca do sertão", para território estratégico da conquista e defesa das partes meridionais e área economicamente integrada aos circuitos mercantis atlânticos.In this article, we reflect upon the history of the Captaincy of São Paulo as from 1750, drawing attention to its transformation from frontier land and "door to the backcountry" into a territory of strategic value for the purposes of conquest and defense of the southern regions, and economically integrated into the Atlantic trade routes
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