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A diferença cultural na escola : uma cartografia de processos de subjetivação de adolescentes e professores/as
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2013.Esta dissertação visa investigar como adolescentes e professores/as constituem a si
mesmos em relação num contexto marcado pela diferença cultural. A pós-modernidade é
cenário onde se localiza a investigação e se caracteriza pelas mudanças constantes e
rápidas no cenário social. Assim, a centralidade do debate sobre as atuais transformações
na educação, como as políticas de inclusão, as ações afirmativas ou a própria discussão
sobre o direito à educação envolve uma reflexão sobre o sentido dessas mudanças.
Compreende-se, dessa forma, que a educação é um dos campos mais importantes de debate
em torno da temática da igualdade e da diferença, visto que a educação escolar é uma
dimensão fundamental da cidadania e o direito à educação escolar é um desses espaços que não perderam e nem perderão a sua atualidade. O interesse, portanto, foi o de contextualizar os processos histórico-culturais envolvidos na institucionalização da escola para depois situar os desafios e as tendências atuais postas à educação brasileira, no que diz respeito, principalmente, às políticas de gestão da diferença cultural. Nesse sentido, o
presente trabalho teve como objetivos: investigar como os/as professores/as e estudantes vivenciam e lidam com a diferença cultural na escola; interpretar narrativas de
professores/as e de adolescentes de uma escola, com foco em relatos acerca de si, do
mundo e de suas ações; cartografar as dinâmicas culturais e subjetivas envolvidas ou permeadas no contexto de uma escola. A cartografia como método qualitativo de pesquisa escolhido possibilitou traçar um percurso para a construção da proposta que se pretendeu investigar. A construção das informações contou com três meses de observação com registro de diário de campo, análise de documentos, análise das oficinas e das entrevistas realizadas com sujeitos. A partir das oficinas interdisciplinares produzidas pelas professoras, que tinham como temática “O respeito às diferenças”, foi possível realizar intervenções junto aos/às estudantes e professores/as. Assim, foi criado um espaço de reflexão com seis estudantes e um professor em que foram discutidos livremente assuntos bastante variados para chegarmos a pontos chave de discussão acerca da diferença cultural.
A partir dos resultados obtidos, pode-se perceber, pelos relatos dos/as adolescentes e
professor, uma abertura maior em tematizar as experiências das diferenças de gênero,
raciais e de orientação sexual. Isso porque, como foi notado, a escola apresenta como
princípios norteadores o respeito à diversidade e visa desenvolver atividades voltadas para a sua discussão. A partir da pesquisa realizada, fica evidente a importância de se trabalhar de forma reflexiva com os/as estudantes acerca das diferenças presentes em todas as esferas da sociedade e que devem ser acolhidas e incluídas também nas instituições
escolares. Mais do que saber lidar didaticamente com as diferenças ou as singularidades presentes em sala de aula, os/as professores/as, assim como toda a comunidade escolar, devem estar aptos também para criar e manter espaços verdadeiramente inclusivos nas escolas. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThis work aims to investigate how adolescents and teachers constitute themselves in relation in a context of cultural difference. The post-modernity is the landscape where this research is located and is characterized by constant changes in the social scene. Thus, the centrality of the debate on the current transformations in education, as inclusion policies, affirmative actions or the actual discussion on the right to education involves a reflection on the meaning of these changes. It is understandable, therefore, that education is one of the most important fields of debate around the theme of equality and difference, given that education is a fundamental dimension of citizenship and the right to school education is one of those spaces that have not lost and will not lose its relevance. The aim, therefore, was to contextualize the historical and cultural processes involved in the institutionalization of school and situate the current trends and challenges in Brazilian education, with regard mainly to the management policies of cultural difference. Accordingly, this study aimed to: investigate how teachers and students experience and deal with cultural difference in school; to interpret narratives of teachers and adolescents of a school, focusing on stories about themselves, the world and their actions; mapping the cultural and subjective dynamics involved or permeated in the context of a school. The cartography, chosen as a qualitative research method, made possible to trace a route for the construction of the proposal that was intended to investigate. The construction of the information was constituted by three months of observation, with record in field diary, document analysis, analysis of workshops and interviews with subjects. From interdisciplinary workshops produced by the teachers, which had as theme "Respecting Differences", it was possible to perform interventions with students and teachers. Thus, it was created a space for reflection with six students and a teacher where varied matters were freely discussed, in order to get the key points of discussion about the cultural difference. From the results obtained, it can be perceived by the reports of the adolescents and the teacher, a greater openness in foregrounding the experiences of gender difference, racial and sexual orientation. This is because, as noted, the school presents guiding principles as respect for diversity and aims to develop activities for their discussion. From the survey, it is evident the importance of working reflectively with the students about the diversity present in all spheres of society and that they should be welcomed and included also in schools. More than didactically learning about how to deal with differences and singularities present in the classroom, educators, as well as the entire school community, should also be able to create and maintain truly inclusive spaces in schools
Cartografia das práticas de subjetivação em experiências trans
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2017.Essa tese analisa como as pessoas trans dão sentido a sua experiência de subjetivação, ou seja, como constroem explicações acerca de si, do outro e do mundo, levando-se em consideração as dimensões envolvidas no seu desenvolvimento psicológico. Assim, a pesquisa foi realizada a partir das narrativas e das argumentações de pessoas que vivenciam a experiência da transgeneridade e da transexualidade, com foco em processos de autorreflexividade e de autorregulação psíquica diante da experiência. A perspectiva pós-estruturalista de M. Foucault, G. Deleuze e J. Butler fornecem instrumentos conceituais para pensar como as subjetividades têm sido produzidas no espaço-tempo contemporâneo. Pode-se dizer que a construção do saber acerca das experiências trans está imersa numa série de aparatos técnico-discursivos que visam ditar uma verdade sobre quem é e como deveria viver. Nesse sentido, o objetivo é tecer um diagnóstico contemporâneo dos regimes de verdade existentes no dispositivo da transexualidade que, inclusive, está presente nas práticas e nos discursos psicológicos, e historicamente tem incitado e formado determinadas práticas de produção de sujeitos. A constituição das subjetividades está relacionada ao modo como o dispositivo da transexualidade, como um regime discursivo de poder-saber, também se reproduz nas práticas de subjetivação de sujeitos trans. Por outro lado, na contemporaneidade, há a emergência de sujeitos políticos que se articulam coletivamente e propõem novas possibilidades de reconhecimento social e de cidadania. Todo o percurso teórico e metodológico baseou-se cartografia, com o desenvolvimento da política da escrita enquanto poiesis para acompanhar os campos de força e a processualidade da investigação. Além disso, a análise de dispositivos e de seus desdobramentos, em analisadores, revelou-se essencial, como, por exemplo, as políticas da amizade observadas durante a prática de pesquisa com as/os participantes. A investigação empírica foi realizada em encontros coletivos e individuais e subdividiu-se em três momentos principais. No primeiro momento, foi acompanhada uma prática profissional em psicologia; no segundo, foram feitas observações do movimento social de homens trans e LGBT; no terceiro, envolveu a participação voluntária de seis transexuais (trans binários e não-binários) em encontros de entrevistas nas modalidades narrativas e episódicas. A análise do dispositivo da transexualidade tem evidenciado como as práticas de si podem se desenvolver em técnicas de autoprodução a partir de resistências às hegemonias cisheteronormativas e ao binarismo de gênero, que são modos de governamentalidade. Com este estudo, foi possível propor uma nova compreensão sobre a relação constituinte entre gênero e processos de subjetivação, situado no âmbito das experiências trans, e, assim, permitiu a tessitura de um saber psicológico na perspectiva da despatologização.This thesis analyzes how trans individuals give meaning to their experience of subjectivation – how they construct explanations about themselves, others and the world – taking into consideration the dimensions involved in their psychological development. The research is based on the narratives of people who experience transgender and transsexuality, focusing on the processes of self-reflexivity and psychic self-regulation arising out of experience. The poststructuralist perspectives of M. Foucault, G. Deleuze and J. Butler provide conceptual tools for thinking about how these subjectivities are produced. Using these tools, this thesis argues that the construction of knowledge about trans experiences occurs in a series of technical-discursive assemblages that aim to dictate a truth about who someone is and how they should live. In this sense, the objective of the thesis is to provide a contemporary diagnosis of the regimes of truth that exist in the transsexual assemblage, which is present in psychological practices and discourses, and historically has incited and shaped certain practices of subject production. The constitution of subjectivities is related to the way the assemblage of transsexuality, as a discursive regime of power-knowledge, also reproduces itself in the practices of subjectivation of trans subjects. On the other hand, in this context, the emergence of political subjects that are collectively articulated and propose new possibilities for social recognition and citizenship. The entire theoretical and methodological framework is based on cartography, with the development of a politics of writing as poiesis to accompany the fields of force and procedures of the investigation. Further, the analysis of assemblages and their unfolding proved to be essential, as, for example, the politics of friendship was observed during the research practice with the subjects. The empirical investigation was carried out in collective and individual meetings and subdivided into three main moments. First, it was accompanied by a professional and research practice in psychology; second, observations were made of the trans and LGBT social movements; third, narrative and episodic interviews were conducted involving the voluntary participation of six transsexuals (trans binaries and non-binaries). The analysis of the assemblage of transsexuality has shown how the practices of the self can develop in techniques of self-production out of resistances to cisheteronormative hegemonies and gender binarism as modes of governmentality. With this study, it was possible to propose a new understanding of the mutually constituting relationship between gender and processes of subjectivation, situated within the scope of trans experiences, and, thus created psychological knowledge from the perspective of depathologization
About identity and difference in the context of indigenous education
Neste texto se analisa a educação escolar indígena, mediante as concepções de identidade e de diferença, para traçar uma compreensão sobre como as políticas multiculturais de educação vêm sendo concebidas e praticadas historicamente no Brasil. Trata-se de uma pesquisa realizada segundo a metodologia qualitativa, sendo utilizados como procedimentos a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada. A análise discursivo-interpretativa do documento Plano Nacional de Educação (2000, 2010) e da entrevista semiestruturada feita com a vice-coordenadora de educação indígena da SECADI evidenciou que, historicamente, a escola afirmou a exclusão social dos povos indígenas e, hoje, visa prepará-los para relações de negociação cultural, de constituição de novas posições identitárias e de valorização de sua diferença. A investigação efetuada contribuiu com o estudo das políticas multiculturais de educação brasileiras visando ao desenvolvimento da Psicologia Social, numa perspectiva crítica.In this paper we analyze the indigenous education through the concepts of identity and difference, to outline an understanding of how multicultural policies of education has been conceived and practiced historically in Brazil. This is according to a survey conducted by a qualitative methodology being used a document research and semi-structured interview. The discursive interpretative analysis of the document National Education Plan (2000, 2010) and the semi-structured interview with the vice-coordinator of SECADI showed that, historically, the school said the social exclusion of indigenous peoples, and today aims to prepare them for cultural negotiation relationships, formation of new identity positions and valuing their differences. The research contributed to the study of Brazilian multicultural policies for Social Psychology development.Este texto analiza la educación escolar indígena, por medio de las concepciones de identidad y diferencia, para trazar una comprensión sobre como las políticas multiculturales de educación han sido concebidas y practicadas históricamente en Brasil hasta los días actuales. Se trata de una investigación realizada según la metodología cualitativa, en la cual son utilizadas la investigación estructural y la entrevista semi-estructurada. La análisis discursivo-interpretativa del Plan Nacional de Educación (2000, 2010) y de la entrevista semi-estructurada hecha con la vicecoordinadora de educación indígena de la SECADI ha evidenciado que, históricamente, la escuela afirmó la exclusión social de los pueblos indígenas y, hoy, tiene por objetivo prepararlos a las relaciones de negociación cultural, de constitución de nuevas posiciones identitárias y de valoración de su diferencia. La investigación efectuada a contribuido con el estudio de las políticas multiculturales de educación brasileñas, visando el desarrollo de la Psicología Social, en una perspectiva crítica
Polyphony in the production of gender binarism in early childhood play
Estudos sobre desenvolvimento de identificação de gênero têm indicado a presença de estereotipias na escolha de cores, brinquedos e objetos nos primeiros três anos de vida, suscitando discussões sobre método. O objetivo deste artigo é analisar o uso de objetos e sua relação com dinâmicas polifônicas na produção de significados de gênero em brincadeiras. Foram utilizados multimétodos qualitativos com foco em interações diádicas (criança-objeto) e triádicas (adulto-criança-objeto) com quatro meninas de 30 a 36 meses. Uma etapa de entrevista com as cuidadoras também foi incluída. Os dados foram submetidos à análise dialógica temática e relacionados às expectativas de gênero convencionais. Os resultados indicam como os processos de convencionalização ocorrem nas interações orientados para a manutenção do binarismo como dinâmica dominante na produção de subjetividades, em brincadeiras que envolvem: ações de cuidar de si e do outro; regulação de significados e usos de objetos pelas cuidadoras orientadas para o convencional; e ambivalências entre enunciados de gênero.Studies on development of gender identification indicate the presence of stereotypes in the choice of colors, toys and objects in three year-olds, provoking discussions about method. This article aims to analyze the use of objects and their relation to polyphonic dynamics in the production of meanings of gender in play. Four girls aged 30 to 36 months took part in qualitative multimethod sessions with a focus on dyadic (child-object) and triadic (adult-child-object) interactions. Caregivers took part in an individual semi-structured interview. Data were submitted to a thematic dialogic analysis and related to conventional gender expectations. Results indicated that conventionalization processes occur in interactions oriented to the maintenance of binarism as a dominant dynamics in the production of subjectivities in early childhood in Brazil, in play that involves: actions of caring for oneself and the other; caregivers' regulation of meanings and objects towards a permanence of gender stereotypes; and ambivalences that may indicate change in course.Los estudios sobre desarrollo de identificación de género han indicado la presencia de estereotipias en la elección de colores, juguetes y objetos en los primeros tres años de vida, suscitando discusiones sobre método. El objetivo de este artículo es analizar el uso de objetos y su relación con dinámicas polifónicas en la producción de significados de género en juegos. Cuatro niñas de 30 a 36 meses participaron de un estudio con uso de multimétodos cualitativos con foco en interacciones diádicas (niño-objeto) y triádicas (adulto-niño-objeto). Una etapa de entrevista con las cuidadoras también fue incluida. Los datos fueron sometidos al análisis dialógico temático y relacionados a las expectativas de género convencionales. Los resultados indican que los procesos de convencionalización ocurren en las interacciones orientadas hacia la permanencia del binarismo como dinámica dominante en la producción de subjetividades, en juegos en la primera infancia en Brasil que implican: acciones de cuidar de sí y del otro; la regulación de significados y de objetos por las cuidadoras orientadas a la permanencia de los estereotipos; y ambivalencias entre enunciados de género que pueden indicar cambios.Polifonía en la producción del binarismo de género en juegos en la primera infanci
Contribuições do pensamento decolonial à psicologia política
Studies on subjectivity and identity in the Western world began at the same time as the birth of the Human Sciences, and thus of Psychology. Traditionally, such studies are seen to resultfrom a historical unfolding in Europe, where the development of human thought and thegrowing emphasis on reason bring humanity under the spotlight of science. However, dissident voices are emerging, questioning the Eurocentrism of this view of the world, historyand human beings, a Eurocentrism which hides political-economic interests. A counterhegemonic perspective is being developed by the current of critical thinking named decolonial studies. We present here the ideas of authors such as Bhabha, Spivak, Mignolo and Dussel,who advocate a different view of modern and contemporary subjectivity and identity. Our aimis to present the contribution of these arguments to Political Psychology, in order to combat a view of the subject, which, by intending to be neutral, is in fact in support of hegemoniccolonial discourse.L'émergence des études sur la subjectivité et l'identité dans le monde occidental se produit en même temps que le début des sciences humaines et, en conséquence, de la psychologie. Traditionnellement, ils proviennent d'un cours d'histoire basé en Europe, où le développementde la pensée et l'importance croissante accordée à la raison amennent l'être humain au centrede l'attention de la science. Cependant, les voix dissidentes ont émergé en questionnant l'eurocentrisme de cette vision du monde, l'histoire et l'être humain, qui cache les déterminations politiques et économiques. Une perspective de contre-hégémonique a été développée par une pensée critique appelée décoloniale. Voici les idées a été développée comme Spivak, Bhabha, Dussel et Mignolo, qui détiennent une autre vue de l'identité et de la subjectivité modernes et contemporaines. Nous nous intéressons, enfin, à penser lacontribution de ces arguments à la psychologie politique, dans la lutte contre une vision dusujet qui, prétendant être neutre, est positionné principalement à côté du discours colonialhégémonique.O início dos estudos sobre subjetividade e identidade no mundo ocidental é concomitante ao início das Ciências Humanas e, como consequência, da Psicologia. Tradicionalmente, originaram-se a partir de um desenrolar histórico com sede na Europa, em que o desenvolvimento do pensamento e a crescente ênfase na razão trazem o ser humano para o centro das atenções das ciências. Entretanto, vozes dissonantes têm surgido, problematizando o eurocentrismo dessa visão de mundo, de história e de ser humano, que esconde determinações político-econômicas. Uma perspectiva contra-hegemônica tem sido desenvolvida por um pensamento crítico denominado decolonial. Apresentamos as ideias de autores como Spivak, Bhabha, Dussel e Mignolo, que defendem uma outra visão de identidade e subjetividade modernas e contemporâneas. Interessa-nos, por fim, pensar a contribuição desses argumentos à Psicologia Política, no combate a uma visão de sujeito que, ao pretender-se neutra, posiciona-se majoritariamente ao lado do discurso colonial hegemônico.El surgimiento de los estudios acerca de la subjetividad y de la identidad en el mundooccidental es concomitante al surgimiento de las denominadas Ciencias Humanas y, consecuentemente, también del inicio de la Psicología. Tradicionalmente, ellas son vistas como subordinadas a un despliegue histórico con domicilio en Europa, donde el desarrollo del pensamiento humano y el creciente énfasis en la razón llevan el hombre al centro de las atenciones de las ciencias. Sin embargo, voces disonantes han surgido, problematizando eleurocentrismo de esa visión de mundo, de la historia y del ser humano, que escondedeterminaciones político-económicas. Una perspectiva contra-hegemónica ha sido externada por un grupo de opinión crítica apodada de estudios decoloniales. Presentamos el pensamiento de autores como Bhabha, Spivak, Dussel y Mignolo, que defienden otra visión de subjetividad y de identidad moderna y contemporánea. Nos interesa, por tanto, pensar lacontribución de eses argumentos a la Psicología, en el combate a la visión del sujeto que, al pretenderse neutra, se posiciona políticamente al lado del discurso colonial hegemónico
Sobre identidade e diferença no contexto da educação escolar indígena
Nesta pesquisa procura-se analisar a educação escolar indígena a partir de um compromisso teórico problematizador das concepções de identidade e diferença. A pesquisa foi realizada a partir da epistemologia qualitativa. A interpretação do documento Plano Nacional de Educação (2000/2010) e da entrevista semi-estruturada realizada com a vice-coordenadora da Coordenação de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão - SECADI visa compreender como são consideradas as concepções de identidade e diferença nesses dois contextos. A análise das informações empíricas evidenciou que tanto o Programa como a vice-coordenadora explicitam um compromisso ético-político, ao valorizarem a identidade e diversidade cultural dos povos indígenas. Assim, as ações do Programa comprometem-se com a produção e oferta de uma educação intercultural e específica às particularidades de cada comunidade indígena
Sobre identidade e diferença no contexto da educação escolar indígena
Neste texto se analisa a educação escolar indígena, mediante as concepções de identidade e de diferença, para traçar uma compreensão sobre como as políticas multiculturais de educação vêm sendo concebidas e praticadas historicamente no Brasil. Trata-se de uma pesquisa realizada segundo a metodologia qualitativa, sendo utilizados como procedimentos a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada. A análise discursivo-interpretativa do documento Plano Nacional de Educação (2000, 2010) e da entrevista semiestruturada feita com a vice-coordenadora de educação indígena da SECADI evidenciou que, historicamente, a escola afirmou a exclusão social dos povos indígenas e, hoje, visa prepará-los para relações de negociação cultural, de constituição de novas posições identitárias e de valorização de sua diferença. A investigação efetuada contribuiu com o estudo das políticas multiculturais de educação brasileiras visando ao desenvolvimento da Psicologia Social, numa perspectiva crítica
Polifonia na Produção do Binarismo de Gênero em Brincadeiras na Primeira Infância
Resumo: Estudos sobre desenvolvimento de identificação de gênero têm indicado a presença de estereotipias na escolha de cores, brinquedos e objetos nos primeiros três anos de vida, suscitando discussões sobre método. O objetivo deste artigo é analisar o uso de objetos e sua relação com dinâmicas polifônicas na produção de significados de gênero em brincadeiras. Foram utilizados multimétodos qualitativos com foco em interações diádicas (criança-objeto) e triádicas (adulto-criança-objeto) com quatro meninas de 30 a 36 meses. Uma etapa de entrevista com as cuidadoras também foi incluída. Os dados foram submetidos à análise dialógica temática e relacionados às expectativas de gênero convencionais. Os resultados indicam como os processos de convencionalização ocorrem nas interações orientados para a manutenção do binarismo como dinâmica dominante na produção de subjetividades, em brincadeiras que envolvem: ações de cuidar de si e do outro; regulação de significados e usos de objetos pelas cuidadoras orientadas para o convencional; e ambivalências entre enunciados de gênero