8 research outputs found

    Profile and migration of members of Residency Programs in Family Medicine

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    OBJETIVO Caracterizar o perfil sociodemográfico e analisar as características migratórias dos integrantes dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade em 2020 no Brasil. MÉTODOS O estudo segue um delineamento observacional transversal de natureza quantitativa a partir da perspectiva dos integrantes dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade. Foram desenvolvidos questionários adaptados para cada grupo participante, aplicados por meio de plataforma on-line. RESULTADOS A maioria dos participantes é do sexo feminino e de cor branca. A maioria dos supervisores e preceptores foi residente de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade, contudo, há alguns que não são especialistas na área. A maior parte dos participantes está vinculada às capitais ou regiões metropolitanas. Em relação à fixação, 41,1% dos supervisores e 73,1% dos preceptores estão vinculados a um programa no mesmo município onde foram residentes. Para a maioria dos médicos residentes, o local da residência coincide com o local de nascimento e/ou graduação (57,4%), sendo que 48,5% estão no mesmo local de graduação. CONCLUSÕES A pesquisa reforça a necessidade de políticas de promoção da migração de residentes para Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade fora das capitais e regiões metropolitanas, bem como estimula a fixação dos egressos formados fora dos grandes centros urbanos para que eles possam contribuir com a distribuição e com o provimento de médicos onde ainda é necessário.OBJECTIVE To describe the sociodemographic profile and analyze the migratory characteristics of the members of the Residency Programs in Family Medicine in 2020 in Brazil. METHODS The study follows a cross-sectional observational design of a quantitative nature from the perspective of the members of the Residency Programs in Family Medicine. Questionnaires adapted for each participating group were developed, applied through an online platform. RESULTS Most participants are female and white. Most supervisors and preceptors were residents of Residency Programs in Family Medicine, however, there are some who are not specialists in the field. Most participants are based in capitals or metropolitan regions. In relation to retention, 41.1% of supervisors and 73.1% of preceptors are affiliated to a program in the same municipality where they lived. For most resident physicians, the place of residence coincides with the place of birth and/or graduation (57.4%), and 48.5% are in the same place of graduation. CONCLUSIONS The research reinforces the need for policies to promote the migration of residents to Residency Programs in Family Medicine outside capital cities and metropolitan regions, as well as encouraging the retention of graduates trained outside large urban centers so that they can contribute to distribution and provision of doctors where they are still needed

    Fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis em uma comunidade universitária do Sul do Brasil (UFRGS)

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    As doenças crônicas de maior impacto mundial quanto a morbidade e mortalidade (doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas) têm em comum quatro fatores de risco que são o tabaco, a alimentação não saudável, a inatividade física e o consumo de álcool. Somando-se à hipertensão arterial (responsável por 13% do total de mortes), este pequeno conjunto de fatores risco é responsável por quase 50% da mortalidade global (tabagismo 9%, glicemia elevada 6%, inatividade física 6%, sobrepeso e obesidade 5%, álcool 4%). (WHO, 2002; 2003) Tais evidências mostram que a prevenção das doenças crônicas é possível e urgente. Com o conhecimento atual, ações de promoção de saúde podem empoderar indivíduos e comunidades sobre os benefícios de comportamentos saudáveis e a importância do estilo de vida na redução de risco das doenças crônicas. Embora pouco estudadas nesse sentido, as instituições universitárias são exemplos de comunidades diferenciadas passíveis de abordagens de comunicação integrada quanto à promoção de saúde. Devido a suas características essenciais, que incluem o aprimoramento e aplicação do conhecimento científico e a clara delimitação da sua população-alvo, as universidades parecem ser mais suscetíveis à criação e prática de políticas e programas voltados à prevenção e à promoção de saúde de seus indivíduos, sejam acadêmicos, técnicos ou docentes. Modelos bem sucedidos podem ser aplicados à comunidade externa. Para tanto, uma universidade promotora de saúde precisa incorporar ações de saúde aos seus objetivos, ressaltando sua importância e desenvolvendo parcerias afim de criar ambientes de trabalho, aprendizagem e vivências saudáveis, e propiciar uma melhor qualidade de vida àqueles que ali estudam e trabalham. Com essa missão, foi criado em 2002 um programa de qualidade de vida , o VIVA MAIS, pelo Departamento de Atenção à Saúde (DAS-PROGESP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Essencialmente, a partir da avaliação dos comportamentos de risco da comunidade universitária, o programa visa contribuir, através de uma persuasão positiva, para a conscientização e motivação pessoal a favor de hábitos de vida saudáveis. Com o intuito de identificar e orientar prioridades do programa, foi realizado um estudo transversal com acadêmicos, funcionários técnico-administrativos e docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no segundo semestre de 2010. Participaram da coleta de dados 400 indivíduos de cada categoria (n= 1200) que responderam a um questionário autopreenchível baseado em parte em um instrumento, o Behavioral Risk Factor Surveillance System Questionnaire do Centers for Disease Control and Prevention- CDC, E.U.A. Foram coletadas informações de características demográficas e socioeconômicas, nível de atividade física praticada, peso e altura autorreferidos, consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas, presença de hipertensão arterial sistêmica, diabetes, hipercolesterolemia e adesão a exames de rastreamento de câncer. Foi realizado rastreamento de transtornos mentais comuns e depressão, além de investigação de estresse no trabalho. Quantos aos resultados encontrados, tabagismo foi relatado por 10,9% (127) dos entrevistados e 29,7% (317) responderam que nos últimos 30 dias consumiram 5 ou mais drinques na mesma ocasião (beber pesado episódico). Excesso de peso foi identificado em 36,3% dos indivíduos, apenas 26,8% (321) são fisicamente ativos, 16,3% e 4,8% relataram hipertensão e diabetes, respectivamente. Foram investigados fatores associados à hipertensão em funcionários técnico-administrativos e docentes. Excesso de peso, teste CAGE positivo, hipercolesterolemia e idade entre 40 e 49 anos tiveram associação estatisticamente significativa com hipertensão, na análise multivariada. Referente à realização de exames para rastreamento de câncer, chama atenção que 43,5% dos indivíduos não realizaram nenhum exame para detecção de câncer de cólon e reto nos últimos 5 anos e 34,3% das acadêmicas nunca realizou rastreamento de câncer de colo de útero. Quanto à saúde mental, a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em nossa amostra foi de 8,7% e rastreamento de depressão positivo foi identificado em 20,4%. Em relação ao estresse no trabalho em funcionários técnicoadministrativos e docentes, 44,8% da nossa amostra foi categorizada no grupo "passivo" e 30,6% no grupo de "alta exigência". Referente ao apoio social, 52,4% foram classificados como tendo "baixo apoio social". Os fatores associados aos transtornos mentais comuns, na análise multivariada foram apoio social "baixo" (RP de 5,11; IC 95% 1,58-16,52; p=0,006) e rastreamento de depressão positivo (RP de 13,45; IC 95% 5,55-32,61; p=0,000). Especificamente quanto ao uso de álcool em acadêmicos, 56,3% responderam positivamente à questão de beber pesado episódico (binge) e destes, 50,5% relataram esta prática mais de 3 vezes nos últimos 30 dias. O teste CAGE foi positivo em 9,7% e 4,2% relatou já ter tido problemas relacionados ao álcool. No rastreamento de transtornos mentais comuns (TMC) e depressão, verificamos a prevalência de 15,5% e 35,7%, respectivamente. Na análise multivariada, verificamos associação entre beber pesado episódico (binge) e tabagismo (RP=1,56; IC 95% 1,33-1,83; p 0,000), teste CAGE positivo (RP=1,38; IC 95% 1,14-1,68; p 0,001) e sexo masculino (RP=1,27; IC 95% 1,05-1,53); p 0,010). Na medida que os fatores de risco encontrados são semelhantes aos da população em geral, as instituições universitárias são exemplos de comunidades diferenciadas passíveis de abordagens quanto a promoção de saúde. O conhecimento da prevalência e das principais variáveis associadas nos dão uma base para dimensionar o problema, planejar e implementar ações de promoção à saúde e prevenção de agravos. As universidades, como centros geradores de conhecimento e formação, desempenham papel fundamental na identificação e intervenção de agravos à saúde. Promoção de saúde e ações preventivas podem se disseminar e trazer benefícios para toda a sociedade, não apenas para a comunidade universitária.Chronic diseases of highest global impact, when considering morbidity and mortality (cardiovascular diseases, diabetes, cancer and chronic respiratory diseases) have four risk factors in common, which are tobacco, unhealthy diet, physical inactivity and alcohol consumption. Adding to the high blood pressure (responsible for 13% of total deaths), this small set of factors is responsible for nearly 50% of global mortality (9% smoking, high blood glucose 6%, 6 % physical inactivity, overweight and obesity 5% and alcohol consumption 4%). (WHO, 2002;2003) Such evidences show that prevention of chronic diseases is possible and urgent. With today’s knowledge, actions of health promotion can empower both the community and the individuals about the benefits of a healthy behavior and the importance of the kind of lifestyle in the reduction of the risk of chronic diseases. Though little studied in that aspect, universities are examples of communities that are subject to different approaches to integrated communication regarding health promotion. Due to its essential characteristics, which include the improvement and application of scientific knowledge and the clear delimitation of its target population, universities seem to be more prone to the creation and practice of policies and programs aimed at prevention and promotion of health of its individuals – whether they are academics, technicians or professors. Successful models can be implemented in the external community. Therefore, a university that promotes health needs to incorporate health actions to its goals, emphasizing its importance and developing partnerships in order to create work environments, learning and living healthy experiences with the purpose of bringing a better quality of life to those who study and work there. With this mission, it was created in 2002 a program of life quality, called VIVA MAIS, by the Departamento de Atenção à Saúde (DAS-PROGESP) of Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Basically, from the evaluations of the risk behaviors of the community within the university, the program aims to contribute, through positive persuasion to raise awareness and personal motivations in favor of healthier life habits. With the purpose of identifying and guiding the priorities of the program, it has been conducted a cross-sectional study with academics, technical-administrative staff as well as lecturers of Universidade Federal do Rio Grande do Sul, in the second semester of 2010. 400 individuals of each category (n=1200) have participated and filled a self-administered questionnaire based partly on an instrument, the Behavioral Risk Factor Surveillance System Questionnaire of Centers for Disease Control and Prevention – CDC, USA. It has been gathered information on demographic and socioeconomic characteristics, level of physical activity, self-reported height and weight, smoking and alcohol use, presence of hypertension, diabetes, hypercholesterolemia and adherence to cancer screening tests. It has been conducted the tracking of common mental disorders and depressions, alongside an investigation on work burnout. Univariate and bivariate analysis were used. As a measure of association, the prevalence ratios (PR) and their unadjusted and adjusted confidence intervals was estimated (CI) of 95% by Poisson regression with robust variance. For multivariate analysis, we selected the variables associated with both the exposure and the outcome that showed statistical significance (p <0.10) associations. Later, it was kept in the model variables that showed statistically significant association with the outcome (p<.05). Statistical analyzes were held using SPSS version 20. As to results encountered, smoking was reported by 10.9% (127) of the respondents and 29.7% (317) responded that in the last 30 days they consumed 5 or more drinks on the same occasion (heavy episodic drinking). Overweight has been identified in 36.3% of the subjects, only 26.8% (321) are physically active, 16.3% and 4.8% reported hypertension and diabetes, respectively. Factors relating hypertension and diabetes were related to administrative personnel and lecturers. Overweight, CAGE positive, hypercholesterolemia and age between 40 and 49 years were significantly associated with hypertension in the multivariate analysis. Regarding the examinations for cancer screening, calls attention that 43.5% of the subjects did not perform any examination for detection of colorectal cancer in the past 5 years and 34.3% of the academic female population never held cancer screening for cervical cancer. Regarding mental health, the prevalence of common mental disorders (CMD) in the sample was of 8,7%, and the positive tracking for depression was of 20,4%. As for the work burnout on administrative personnel and professors, 44.8% of the sample has been categorized in the group “passive” and 30.6% in the “high strain” group. Concerning the social support, 52.4% were classified as having “low social support”. The factors associated with common mental disorders, in the multivariate analysis were “low social support” (PR 5.11, 95% CI 1.58 to 16.52, p = 0.006) and depression screening positive (PR of 13.45 95% CI 5.55 to 32.61, p = 0.000). Specifically minding the use of alcohol amongst academics, 56.3% responded positively to heavy episodic drinking (binge drinking) and of which, 50.5% related this habit of over 3 times in the past 30 days. The CAGE test was positive in 9.7% and 4.2% have already reported having problems related to alcohol. In the screening for common mental disorders (CMD) and depression, it was verified the prevalence of 15.5% and 35.7%, respectively. On the multivariate analysis, it has been verified the association with heavy episodic drinking (binge drinking) and smoking (PR-1.56; CI 95% 1.33-1.83; p 0.000), positive CAGE test (PR=1.38; CI 95% 1.14-1.68; p 0.001) and male sex (PR= 1.27; CI 95% 1.05- 1.53; p 0.010). In so far as the risk factors are similar to those found in the general population, the universities are examples of suitable communities subject to different approaches of health promotion. Knowledge of the prevalence and the associated main variables give us a basis to measure the problem, to plan and implement actions to promote health and disease prevention. Universities as centers of knowledge and learning play a key role in the identification and intervention of health problems. Health promotion and preventive actions can be spread and bring benefits to the whole society, not only for the university community

    Avaliação dos fatores de risco de câncer de cavidade oral e laringe em quatro regiões brasileiras

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    Câncer de cabeça e pescoço é um importante problema de saúde pública. Em países em desenvolvimento representa a quinta causa mais freqüente de câncer em homens e a sétima mais freqüente em mulheres. O sul do Brasil, Argentina e Uruguai possuem a incidência mais alta de câncer de cabeça e pescoço da América Latina. O objetivo do estudo foi avaliar o papel dos fatores de risco de câncer de cavidade oral e laringe nas populações do estudo. Nosso estudo foi um caso-controle de base hospitalar e foi conduzido de 1998 a 2003 em Pelotas (142 casos e 243 controles), Porto Alegre (200 casos e 165 controles), São Paulo (514 casos e 483 controles), Rio de Janeiro (443 casos e 251 controles) e Goiania (398 casos e 267 controles). Foi cooredenado pela International Agency for Research on Cancer (IARC). Cada um dos centros participantes recrutou casos novos de câncer de cavidade oral e de laringe e um grupo de controles clínicos para comparação. Casos e controles foram entrevistados a respeito de sua história de exposição a fatores ambientais e de estilo de vida.Os dados foram analisados separadamente para cada centro, exceto Pelotas e Porto Alegre que foram analisados em conjunto. No presente trabalho, serão apresentados os dados da análise de todos os centros do Brasil conjuntamente. Câncer de cavidade oral e laringe foi fortemente associado com tabagismo em nossas análises. Identificou-se uma relação de dose-resposta entre o número de cigarros-ano e o risco de câncer. Um aumento significativo no risco de câncer de cavidade oral e de laringe relacionado ao consumo de álcool também foi identificado no Brasil e em todos os centros separadamente. Da mesma forma, a quantidade de álcool (drinques-ano) foi diretamente associada com um aumento significativo no risco de câncer, comparado com não bebedores, em todas as análises. Em relação aos indicadores de saúde oral, a higiene oral precária apareceu como um fator de risco significativo para câncer de cavidade oral e laringe em nossas análises. Já a freqüência na escovação dos dentes, o uso de prótese dentária e o sangramento gengival não foram associados com o risco de desenvolvimento destes tipos de câncer. O consumo de mate foi associado com risco de câncer de cavidade oral e de laringe apenas em Porto Alegre . O tempo de consumo e a temperatura do mate não foram significativos em nossas análises. Em nosso estudo, não foi encontrada associação entre a infecção pelo HPV e o risco destes tipos de câncer.Head and neck cancer constitute an important public health problem. In developing countries, they represent the fifth most frequent types of cancer in males and the seventh most frequent in females. The Southern of Brazil, Argentina and Uruguai report the highest incidence of head and neck cancer in Latin America. The objective of the study was to assess the role of risk factors for oral and laryngeal cancer in the study populations. The study had a hospital-based case-control design and was conducted from 1998 through 2003 in Pelotas (142 case patients and 243 control subjects), Porto Alegre (200 case patients and 165 control subjects), São Paulo (514 case patients and 483 control subjects), Rio de Janeiro (443 case patients and 251 control subjects) and Goiania (398 case patients and 267 control subjects). It was coordinated by the Units of Environmental Cancer Epidemiology and of Field and Intervention Studies of IARC (International Agency for Research on Cancer). Each centre recruited newly diagosed cases of oral and laryngeal cancer and a comparable group of controls.Cases and controls were interviewed with respect to their history of exposure to lifestyle and environmental factors. The data was analysed together and separately for each centre, except for Pelotas and Porto Alegre.Laryngeal and oral cancer were strongly associated to cigarette smoking in our analysis. A dose-response relationship between pack-years of cigarette smoked, was identified. A significant increase in risk of laryngeal and oral cancer related to alcohol drinking was observed in all centres and in Brazil. Similarly, lifetime exposure of alcohol drinking was directly associatedwith significant increase in risk of laryngeal and oral cancer, compared with non-drinkers, in all analysis. Poor oral hygiene was a significant risk factor for oral and laryngeal cancer in our analysis. Toothbrushing frequency, to wear denture and gum bleeding were not associated with laryngeal and oral cancer. Mate drinking was associated to laryngeal and oral cavity cancer risk only in Porto Alegre. No association was found between HPV infection and laryngeal and oral cancer in Brazil (data not shown)

    Fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis em uma comunidade universitária do Sul do Brasil (UFRGS)

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    As doenças crônicas de maior impacto mundial quanto a morbidade e mortalidade (doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas) têm em comum quatro fatores de risco que são o tabaco, a alimentação não saudável, a inatividade física e o consumo de álcool. Somando-se à hipertensão arterial (responsável por 13% do total de mortes), este pequeno conjunto de fatores risco é responsável por quase 50% da mortalidade global (tabagismo 9%, glicemia elevada 6%, inatividade física 6%, sobrepeso e obesidade 5%, álcool 4%). (WHO, 2002; 2003) Tais evidências mostram que a prevenção das doenças crônicas é possível e urgente. Com o conhecimento atual, ações de promoção de saúde podem empoderar indivíduos e comunidades sobre os benefícios de comportamentos saudáveis e a importância do estilo de vida na redução de risco das doenças crônicas. Embora pouco estudadas nesse sentido, as instituições universitárias são exemplos de comunidades diferenciadas passíveis de abordagens de comunicação integrada quanto à promoção de saúde. Devido a suas características essenciais, que incluem o aprimoramento e aplicação do conhecimento científico e a clara delimitação da sua população-alvo, as universidades parecem ser mais suscetíveis à criação e prática de políticas e programas voltados à prevenção e à promoção de saúde de seus indivíduos, sejam acadêmicos, técnicos ou docentes. Modelos bem sucedidos podem ser aplicados à comunidade externa. Para tanto, uma universidade promotora de saúde precisa incorporar ações de saúde aos seus objetivos, ressaltando sua importância e desenvolvendo parcerias afim de criar ambientes de trabalho, aprendizagem e vivências saudáveis, e propiciar uma melhor qualidade de vida àqueles que ali estudam e trabalham. Com essa missão, foi criado em 2002 um programa de qualidade de vida , o VIVA MAIS, pelo Departamento de Atenção à Saúde (DAS-PROGESP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Essencialmente, a partir da avaliação dos comportamentos de risco da comunidade universitária, o programa visa contribuir, através de uma persuasão positiva, para a conscientização e motivação pessoal a favor de hábitos de vida saudáveis. Com o intuito de identificar e orientar prioridades do programa, foi realizado um estudo transversal com acadêmicos, funcionários técnico-administrativos e docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no segundo semestre de 2010. Participaram da coleta de dados 400 indivíduos de cada categoria (n= 1200) que responderam a um questionário autopreenchível baseado em parte em um instrumento, o Behavioral Risk Factor Surveillance System Questionnaire do Centers for Disease Control and Prevention- CDC, E.U.A. Foram coletadas informações de características demográficas e socioeconômicas, nível de atividade física praticada, peso e altura autorreferidos, consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas, presença de hipertensão arterial sistêmica, diabetes, hipercolesterolemia e adesão a exames de rastreamento de câncer. Foi realizado rastreamento de transtornos mentais comuns e depressão, além de investigação de estresse no trabalho. Quantos aos resultados encontrados, tabagismo foi relatado por 10,9% (127) dos entrevistados e 29,7% (317) responderam que nos últimos 30 dias consumiram 5 ou mais drinques na mesma ocasião (beber pesado episódico). Excesso de peso foi identificado em 36,3% dos indivíduos, apenas 26,8% (321) são fisicamente ativos, 16,3% e 4,8% relataram hipertensão e diabetes, respectivamente. Foram investigados fatores associados à hipertensão em funcionários técnico-administrativos e docentes. Excesso de peso, teste CAGE positivo, hipercolesterolemia e idade entre 40 e 49 anos tiveram associação estatisticamente significativa com hipertensão, na análise multivariada. Referente à realização de exames para rastreamento de câncer, chama atenção que 43,5% dos indivíduos não realizaram nenhum exame para detecção de câncer de cólon e reto nos últimos 5 anos e 34,3% das acadêmicas nunca realizou rastreamento de câncer de colo de útero. Quanto à saúde mental, a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em nossa amostra foi de 8,7% e rastreamento de depressão positivo foi identificado em 20,4%. Em relação ao estresse no trabalho em funcionários técnicoadministrativos e docentes, 44,8% da nossa amostra foi categorizada no grupo "passivo" e 30,6% no grupo de "alta exigência". Referente ao apoio social, 52,4% foram classificados como tendo "baixo apoio social". Os fatores associados aos transtornos mentais comuns, na análise multivariada foram apoio social "baixo" (RP de 5,11; IC 95% 1,58-16,52; p=0,006) e rastreamento de depressão positivo (RP de 13,45; IC 95% 5,55-32,61; p=0,000). Especificamente quanto ao uso de álcool em acadêmicos, 56,3% responderam positivamente à questão de beber pesado episódico (binge) e destes, 50,5% relataram esta prática mais de 3 vezes nos últimos 30 dias. O teste CAGE foi positivo em 9,7% e 4,2% relatou já ter tido problemas relacionados ao álcool. No rastreamento de transtornos mentais comuns (TMC) e depressão, verificamos a prevalência de 15,5% e 35,7%, respectivamente. Na análise multivariada, verificamos associação entre beber pesado episódico (binge) e tabagismo (RP=1,56; IC 95% 1,33-1,83; p 0,000), teste CAGE positivo (RP=1,38; IC 95% 1,14-1,68; p 0,001) e sexo masculino (RP=1,27; IC 95% 1,05-1,53); p 0,010). Na medida que os fatores de risco encontrados são semelhantes aos da população em geral, as instituições universitárias são exemplos de comunidades diferenciadas passíveis de abordagens quanto a promoção de saúde. O conhecimento da prevalência e das principais variáveis associadas nos dão uma base para dimensionar o problema, planejar e implementar ações de promoção à saúde e prevenção de agravos. As universidades, como centros geradores de conhecimento e formação, desempenham papel fundamental na identificação e intervenção de agravos à saúde. Promoção de saúde e ações preventivas podem se disseminar e trazer benefícios para toda a sociedade, não apenas para a comunidade universitária.Chronic diseases of highest global impact, when considering morbidity and mortality (cardiovascular diseases, diabetes, cancer and chronic respiratory diseases) have four risk factors in common, which are tobacco, unhealthy diet, physical inactivity and alcohol consumption. Adding to the high blood pressure (responsible for 13% of total deaths), this small set of factors is responsible for nearly 50% of global mortality (9% smoking, high blood glucose 6%, 6 % physical inactivity, overweight and obesity 5% and alcohol consumption 4%). (WHO, 2002;2003) Such evidences show that prevention of chronic diseases is possible and urgent. With today’s knowledge, actions of health promotion can empower both the community and the individuals about the benefits of a healthy behavior and the importance of the kind of lifestyle in the reduction of the risk of chronic diseases. Though little studied in that aspect, universities are examples of communities that are subject to different approaches to integrated communication regarding health promotion. Due to its essential characteristics, which include the improvement and application of scientific knowledge and the clear delimitation of its target population, universities seem to be more prone to the creation and practice of policies and programs aimed at prevention and promotion of health of its individuals – whether they are academics, technicians or professors. Successful models can be implemented in the external community. Therefore, a university that promotes health needs to incorporate health actions to its goals, emphasizing its importance and developing partnerships in order to create work environments, learning and living healthy experiences with the purpose of bringing a better quality of life to those who study and work there. With this mission, it was created in 2002 a program of life quality, called VIVA MAIS, by the Departamento de Atenção à Saúde (DAS-PROGESP) of Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Basically, from the evaluations of the risk behaviors of the community within the university, the program aims to contribute, through positive persuasion to raise awareness and personal motivations in favor of healthier life habits. With the purpose of identifying and guiding the priorities of the program, it has been conducted a cross-sectional study with academics, technical-administrative staff as well as lecturers of Universidade Federal do Rio Grande do Sul, in the second semester of 2010. 400 individuals of each category (n=1200) have participated and filled a self-administered questionnaire based partly on an instrument, the Behavioral Risk Factor Surveillance System Questionnaire of Centers for Disease Control and Prevention – CDC, USA. It has been gathered information on demographic and socioeconomic characteristics, level of physical activity, self-reported height and weight, smoking and alcohol use, presence of hypertension, diabetes, hypercholesterolemia and adherence to cancer screening tests. It has been conducted the tracking of common mental disorders and depressions, alongside an investigation on work burnout. Univariate and bivariate analysis were used. As a measure of association, the prevalence ratios (PR) and their unadjusted and adjusted confidence intervals was estimated (CI) of 95% by Poisson regression with robust variance. For multivariate analysis, we selected the variables associated with both the exposure and the outcome that showed statistical significance (p <0.10) associations. Later, it was kept in the model variables that showed statistically significant association with the outcome (p<.05). Statistical analyzes were held using SPSS version 20. As to results encountered, smoking was reported by 10.9% (127) of the respondents and 29.7% (317) responded that in the last 30 days they consumed 5 or more drinks on the same occasion (heavy episodic drinking). Overweight has been identified in 36.3% of the subjects, only 26.8% (321) are physically active, 16.3% and 4.8% reported hypertension and diabetes, respectively. Factors relating hypertension and diabetes were related to administrative personnel and lecturers. Overweight, CAGE positive, hypercholesterolemia and age between 40 and 49 years were significantly associated with hypertension in the multivariate analysis. Regarding the examinations for cancer screening, calls attention that 43.5% of the subjects did not perform any examination for detection of colorectal cancer in the past 5 years and 34.3% of the academic female population never held cancer screening for cervical cancer. Regarding mental health, the prevalence of common mental disorders (CMD) in the sample was of 8,7%, and the positive tracking for depression was of 20,4%. As for the work burnout on administrative personnel and professors, 44.8% of the sample has been categorized in the group “passive” and 30.6% in the “high strain” group. Concerning the social support, 52.4% were classified as having “low social support”. The factors associated with common mental disorders, in the multivariate analysis were “low social support” (PR 5.11, 95% CI 1.58 to 16.52, p = 0.006) and depression screening positive (PR of 13.45 95% CI 5.55 to 32.61, p = 0.000). Specifically minding the use of alcohol amongst academics, 56.3% responded positively to heavy episodic drinking (binge drinking) and of which, 50.5% related this habit of over 3 times in the past 30 days. The CAGE test was positive in 9.7% and 4.2% have already reported having problems related to alcohol. In the screening for common mental disorders (CMD) and depression, it was verified the prevalence of 15.5% and 35.7%, respectively. On the multivariate analysis, it has been verified the association with heavy episodic drinking (binge drinking) and smoking (PR-1.56; CI 95% 1.33-1.83; p 0.000), positive CAGE test (PR=1.38; CI 95% 1.14-1.68; p 0.001) and male sex (PR= 1.27; CI 95% 1.05- 1.53; p 0.010). In so far as the risk factors are similar to those found in the general population, the universities are examples of suitable communities subject to different approaches of health promotion. Knowledge of the prevalence and the associated main variables give us a basis to measure the problem, to plan and implement actions to promote health and disease prevention. Universities as centers of knowledge and learning play a key role in the identification and intervention of health problems. Health promotion and preventive actions can be spread and bring benefits to the whole society, not only for the university community

    Avaliação dos fatores de risco de câncer de cavidade oral e laringe em quatro regiões brasileiras

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    Câncer de cabeça e pescoço é um importante problema de saúde pública. Em países em desenvolvimento representa a quinta causa mais freqüente de câncer em homens e a sétima mais freqüente em mulheres. O sul do Brasil, Argentina e Uruguai possuem a incidência mais alta de câncer de cabeça e pescoço da América Latina. O objetivo do estudo foi avaliar o papel dos fatores de risco de câncer de cavidade oral e laringe nas populações do estudo. Nosso estudo foi um caso-controle de base hospitalar e foi conduzido de 1998 a 2003 em Pelotas (142 casos e 243 controles), Porto Alegre (200 casos e 165 controles), São Paulo (514 casos e 483 controles), Rio de Janeiro (443 casos e 251 controles) e Goiania (398 casos e 267 controles). Foi cooredenado pela International Agency for Research on Cancer (IARC). Cada um dos centros participantes recrutou casos novos de câncer de cavidade oral e de laringe e um grupo de controles clínicos para comparação. Casos e controles foram entrevistados a respeito de sua história de exposição a fatores ambientais e de estilo de vida.Os dados foram analisados separadamente para cada centro, exceto Pelotas e Porto Alegre que foram analisados em conjunto. No presente trabalho, serão apresentados os dados da análise de todos os centros do Brasil conjuntamente. Câncer de cavidade oral e laringe foi fortemente associado com tabagismo em nossas análises. Identificou-se uma relação de dose-resposta entre o número de cigarros-ano e o risco de câncer. Um aumento significativo no risco de câncer de cavidade oral e de laringe relacionado ao consumo de álcool também foi identificado no Brasil e em todos os centros separadamente. Da mesma forma, a quantidade de álcool (drinques-ano) foi diretamente associada com um aumento significativo no risco de câncer, comparado com não bebedores, em todas as análises. Em relação aos indicadores de saúde oral, a higiene oral precária apareceu como um fator de risco significativo para câncer de cavidade oral e laringe em nossas análises. Já a freqüência na escovação dos dentes, o uso de prótese dentária e o sangramento gengival não foram associados com o risco de desenvolvimento destes tipos de câncer. O consumo de mate foi associado com risco de câncer de cavidade oral e de laringe apenas em Porto Alegre . O tempo de consumo e a temperatura do mate não foram significativos em nossas análises. Em nosso estudo, não foi encontrada associação entre a infecção pelo HPV e o risco destes tipos de câncer.Head and neck cancer constitute an important public health problem. In developing countries, they represent the fifth most frequent types of cancer in males and the seventh most frequent in females. The Southern of Brazil, Argentina and Uruguai report the highest incidence of head and neck cancer in Latin America. The objective of the study was to assess the role of risk factors for oral and laryngeal cancer in the study populations. The study had a hospital-based case-control design and was conducted from 1998 through 2003 in Pelotas (142 case patients and 243 control subjects), Porto Alegre (200 case patients and 165 control subjects), São Paulo (514 case patients and 483 control subjects), Rio de Janeiro (443 case patients and 251 control subjects) and Goiania (398 case patients and 267 control subjects). It was coordinated by the Units of Environmental Cancer Epidemiology and of Field and Intervention Studies of IARC (International Agency for Research on Cancer). Each centre recruited newly diagosed cases of oral and laryngeal cancer and a comparable group of controls.Cases and controls were interviewed with respect to their history of exposure to lifestyle and environmental factors. The data was analysed together and separately for each centre, except for Pelotas and Porto Alegre.Laryngeal and oral cancer were strongly associated to cigarette smoking in our analysis. A dose-response relationship between pack-years of cigarette smoked, was identified. A significant increase in risk of laryngeal and oral cancer related to alcohol drinking was observed in all centres and in Brazil. Similarly, lifetime exposure of alcohol drinking was directly associatedwith significant increase in risk of laryngeal and oral cancer, compared with non-drinkers, in all analysis. Poor oral hygiene was a significant risk factor for oral and laryngeal cancer in our analysis. Toothbrushing frequency, to wear denture and gum bleeding were not associated with laryngeal and oral cancer. Mate drinking was associated to laryngeal and oral cavity cancer risk only in Porto Alegre. No association was found between HPV infection and laryngeal and oral cancer in Brazil (data not shown)

    Tuberculose na Atenção Primária à Saúde: estudo de uma área de alta incidência sob o enfoque da vigilância epidemiológica

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    Resumo: a tuberculose continua sendo um problema de saúde pública no Brasil. A descentralização das ações de controle e o exercício da vigilância epidemiológica no âmbito da atenção primária à saúde têm importância destacada neste cenário. Porto Alegre é um município prioritário para o controle da tuberculose. Dentro dos municípios prioritários, existem áreas críticas ditas bolsões de tuberculose e dentro dos bairros existem também micro-áreas com densidade maior de casos. Objetivos: o objetivo geral deste estudo foi identificar os casos de tuberculose ocorridos em uma micro-área de pobreza considerada suspeita de ser um bolsão de tuberculose. Os objetivos específicos foram comparar dados obtidos por diferentes métodos de coleta, desenvolver uma investigação detalhada dos casos e seus contatos e verificar a existência de associações temporais e espaciais entre os casos. Materiais e Métodos: foi realizado um estudo de uma série de casos com base em um levantamento epidemiológico dos casos notificados ao SINAN entre 2000 e 2008 e feita uma comparação destas notificações com os casos identificados em um inquérito epidemiológico prévio. Para a busca de dados não disponíveis no banco do SINAN, foi realizada uma investigação epidemiológica de campo. Resultados: o coeficiente de incidência desta área restrita em 2005 foi 1550,39 ? 100.000 habitantes, 11 vezes maior do que na área total da gerência distrital e 14 vezes maior do que em toda a área da UBS. Escolaridade e renda dos participantes foram baixas, enquanto que a associação com alcoolismo e a situação de abandono do tratamento foram elevadas. A associação com HIV, diferentemente do que se observa no panorama geral da cidade, foi baixa. A investigação dos contatos ficou abaixo do preconizado. O índice da relação contatos/caso examinados foi registrado como zero em 12 das 21 notificações e em apenas 4 a meta mínima de examinar 4 contatos por caso foi atingida ou superada. Houve vários casos entre contatos domiciliares e também foram descritos contatos extra-domiciliares. Conclusões: estudos epidemiológicos diversos podem ter papéis complementares na execução das tarefas de vigilância. A implementação de ações para diminuir o impacto da tuberculose na saúde da população inclui diversos setores. A atenção primária à saúde ocupa um papel de destaque nesse cenário

    Towards competency-based education: building the Family Medicine clerkship blueprint

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    Objective: To elaborate a blueprint of the competencies to be developed during three months of Family Medicine Clerkship at the Federal University of Health Sciences of Porto Alegre (UFCSPA). Methods: A literature review was carried out on competency-based education, medical schools using this approach and national and international guidelines on medical education. Therefore, the applicability of the recommendations in the context of UFCSPA Clerkship was discussed. Results: Eighteen competencies were established and divided into four axes: General, Individual Approach, Family Approach, and Community Approach. Each competency was depicted in one or more components. For each component, we have identified the teaching and students’ assessment methods currently applied in Family Medicine Clerkship. Conclusions: Clerkship competencies, which were previously developed in an intuitive way, were organized in a blueprint that enables the review and adequacy of teaching methods and students’ assessment
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