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Função muscular e qualidade de vida na doença de Crohn
Introduction: Crohn's disease (CD) is an inflammatory bowel disease, marked by exacerbations and remissions periods. Peripheral manifestations in CD may be present with the syndrome of skeletal muscle dysfunction (SMD), which is characterized by loss of muscle strength, fatigue complain, limited exercise capacity and impaired quality of life of these patients. Objective: Evaluate muscle strength, physical capacity and
quality of life of patients with CD and compare them with healthy controls. Methods: 18 patients CD and 12 healthy controls matched for age and sex were involved. Peripheral muscle strength evaluated by handgrip strength of the dominant hand and respiratory muscle strength by measures of respiratory muscle strength (maximal inspiratory/expiratory pressure – MIP and MEP). Exercise capacity evaluated by Shuttle test (ST) and the quality of life by the Short-form 36 (SF-36) and by the Inflammatory Bowel Disease Questionnaire (IBDQ). Results: Patients with CD presented a lower respiratory muscle strength (MIP = -68.93 ± 26.61 vs 29.63 ± -100 cmH2O, p = 0.0013 and MEP = 81.07 ± 30.26 vs 108 ± 25.30 cmH2O, p = 0.032) and a tendency
the lower peripheral muscle strength (31.72 ± 8.55 vs 39.00 ± 13.37 kgf, p = 0.09). In addition, CD patients presented worse physical capacity on the ST compared to the control group (513.7 ± 237m vs 983.0 ± 263m, p < 0.05) and worse quality of life in 7 of 8 domains of the SF-36 and in all dimensions of the IBDQ. Conclusion: Patients with CD showed muscle functional impairment and poorer quality of life compared to healthy control group. These findings suggest that the assessment and maybe interventions in the muscle function must be used in clinical practice.Introdução: A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal marcada por agudizações e remissões. Manifestações sistêmicas na DC podem estar associadas à síndrome da disfunção muscular esquelética (SDM), a qual é caracterizada por perda de força, queixa de fadiga, limitação ao exercício e prejuízo na qualidade de vida.
Objetivo: Avaliar a força muscular, a capacidade de exercício e a qualidade de vida de pacientes com DC e compará- los com controles saudáveis. Métodos: Foram envolvidos 18 pacientes com DC e 12 controles saudáveis pareados por idade e sexo. A força muscular periférica foi avaliada pela força de preensão palmar da mão dominante; e a força muscular respiratória pelas medidas de pressões respiratórias máximas (pressão inspiratória/expiratória máxima – PIM e PEM). A capacidade ao exercício foi avaliada por meio do teste de Shuttle (TS) e a qualidade de vida pelo relacionada à saúde pelo Short Form-36 e pelo The Inflammatory Bowel Disease Questionnaire (IBDQ). Resultados: A força muscular respiratória mostrou-se reduzida nos pacientes com DC comparado ao grupo controle (PIM = -68,93 ± 26,61 vs -100 ± 29,63 cmH2O, p = 0,0013 e PEM = 81,07 ± 30,26 vs 108 ± 25,30 cmH2O,
p = 0,032) e, com tendência a menor força muscular periférica no grupo de pacientes (31,72 ± 8,55 vs 39,00 ± 13,37 kgf, p = 0,09). Pacientes com DC apresentaram ainda pior capacidade de exercício no TS (513,7 ± 237m vs 983,0 ± 263m, p < 0,05) e pior qualidade de vida comparados aos controles. Conclusão: Pacientes com DC mostraram prejuízo funcional muscular e pior qualidade de vida. Estes achados sugerem que a avaliação e possível intervenção da função muscular deve ser adotada na prática clínica
Resistência insulínica em portadores de hepatite crônica C não diabéticos: qual o significado?
OBJETIVOS: Em portadores de hepatite crônica C não diabéticos, verificar a prevalência de resistência insulínica (RI) e analisar a associação desta com os parâmetros laboratoriais e histológicos. SUJEITOS E MÉTODOS: Foram incluídos no estudo 82 pacientes, e amostras de sangue foram coletadas para determinação de glicose, perfil lipídico, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), ferritina, HOMA-IR, carga viral e genótipo do VHC. HOMA-IR superior a 2,5 foi considerado resistência insulínica. RESULTADOS: RI foi observada em 27% dos pacientes e foi associada a idade, circunferência abdominal e índice de massa corpórea. Quando comparado a pacientes sem RI, aqueles com HOMA-IR superior a 2,5 apresentaram graus mais acentuados de fibrose hepática e atividade necroinflamatória, maiores níveis de aminotransferases e esteatose hepática mais frequente. CONCLUSÕES: É comum a presença de RI em portadores de hepatite crônica C e esta se associa com graus mais avançados de fibrose hepática induzida pelo vírus da hepatite C.OBJETIVOS: Em portadores de hepatite crônica C não diabéticos, verificar a prevalência de resistência insulínica (RI) e analisar a associação desta com os parâmetros laboratoriais e histológicos. SUJEITOS E MÉTODOS: Foram incluídos no estudo 82 pacientes, e amostras de sangue foram coletadas para determinação de glicose, perfil lipídico, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), ferritina, HOMA-IR, carga viral e genótipo do VHC. HOMA-IR superior a 2,5 foi considerado resistência insulínica. RESULTADOS: RI foi observada em 27% dos pacientes e foi associada a idade, circunferência abdominal e índice de massa corpórea. Quando comparado a pacientes sem RI, aqueles com HOMA-IR superior a 2,5 apresentaram graus mais acentuados de fibrose hepática e atividade necroinflamatória, maiores níveis de aminotransferases e esteatose hepática mais frequente. CONCLUSÕES: É comum a presença de RI em portadores de hepatite crônica C e esta se associa com graus mais avançados de fibrose hepática induzida pelo vírus da hepatite C
Fatal evolution of systemic Lupus erythematosus associated with Crohn's disease
The authors describe the case of a young Brazilian woman who was treated of ileocolonic Crohn's disease sparing rectum, as confirmed by colonoscopy and histopathological examination. After a 4-year course of sulfasalazine treatment, she presented with skin facial lesions in vespertilio, fever, arthralgias and high titers of anti-ANA and LE cells. A sulfasalazine-induced lupus syndrome was diagnosed, because after sulfasalazine withdrawal and a short course of prednisone, the clinical symptoms disappeared and the laboratory tests returned to normal. Mesalazine 3 g/day was started and the patient remained well for the next 3 years, when she was again admitted with fever, weakness, arthralgias, diplopy, strabismus and hypoaesthesia in both hands and feet, microhematuria, haematic casts, hypocomplementemia and high titers of autoimmune antibodies. A diagnosis of associated systemic lupus erythematosus was made. Although a pulsotherapy with methylprednisolone was started, no improvement was noticed. A cyclophosphamide trial was tried and again no positive results occurred. The patient evolved to severe clinical manifestations of general vasculitis affecting the central and peripheral nervous system and lungs, having a fatal evolution after 2 weeks. Although uncommon, the association of both disease may occur, and the authors call attention to this possibility, making a brief review of literature.
Segurança e riscos do tratamento da doença inflamatória intestinal durante gravidez e aleitamento
Em função dos avanços na Medicina nas últimas décadas cada vez mais mulheres portadoras de doença inflamatória intestinal desejam engravidar. Um dos principais dilemas para estas pacientes consiste no uso de medicações que são potencialmente teratogênicas para o feto, levando muitas vezes a suspensão inapropriada de drogas necessárias para manutenção de remissão da enfermidade. Entretanto, o principal fator determinante de complicações durante a gravidez é a própria atividade inflamatória da doença neste período. Dentre as drogas mais utilizadas por estas gestantes apenas o metotrexate é formalmente contra-indicado na gravidez e é considerado como categoria X pelo FDA. Excluindo a ciclosporina, o metotrexate e o metronidazol, o aleitamento é recomendado dentre as usuárias das demais medicações, respeitando algumas vezes, o intervalo entre a sua administração e o ato de amamentar
ACESSO E REGIONALIZAÇÃO EM SAÚDE: ANÁLISE DE UM SERVIÇO AMBULATORIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE
Este artigo compõe o subprojeto - estudo epidemiológico, que retrata o Serviço de Doenças Intestinais Inflamatórias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. É parte do projeto Estudo da Regionalização e Organização da Assistência de Média e Alta Complexidade na Macrorregião Sudeste de Minas Gerais. Neste texto avalia-se esse Serviço em relação às normas que determinam a regionalização da assistência à saúde para identificar os limites e possibilidades do acesso e a caracterização dos usuários que, em face às peculiaridades da doença, são orientados para o atendimento fora dos padrões regulamentados no Plano Diretor de Regionalização do Estado de Minas Gerais. A situação diferenciada é o foco deste estudo considerando-se o processo de contratualização entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Universitário
Azathioprine toxicity in Crohn's disease: incidence, approach and course
OBJECTIVE: Azathioprine (AZA) is frequently used in Crohn's disease (CD) therapy. This paper aimed to evaluate the frequency, evolution and management of AZA side effects in CD patients. METHODS: One hundred and six CD patients under AZA therapy were evaluated prospectively from January 2002 to December 2006. Clinical and demographic data were recorded, together with a monthly laboratory control of hematological or other adverse reactions by means of clinical evaluation. Comparison was carried out between groups with and without side effects. RESULTS: At least one adverse reaction was found in 56 (52.7%) of the patients studied and required a transient drug reduction; 18 (17%) had to definitely stop use of AZA, often because of hypersensitivity reactions. Nausea, vomit, although slight, occurred in 29 (27.4%). The black race and those with co-morbidities had more gastric intolerance than Caucasians and those without other associated disease (p=0.04). Leucopoenia was the more frequent side effect observed, occurring in 36 (34%). The period of AZA use was longer for patients with leucopoenia than for those without (p=0.001), while the mean dose of AZA was lower for those with leucopoenia when compared to non-leucopoenics (p=0.005). No serious infections, malignancy or death was noticed as a consequence of AZA use. CONCLUSION: In this study use of AZA in therapy for Crohn's disease disclosed that the drug is satisfactorily safe as long as periodical clinical and laboratory supervision is carried out during treatment.OBJETIVO: A azatioprina (AZA) tem sido usada freqüentemente no tratamento da doença de Crohn (DC). O objetivo do presente estudo foi avaliar a freqüência, evolução e abordagem dos efeitos adversos da AZA no tratamento de pacientes com DC. MÉTODOS: Foram incluídos prospectivamente 106 pacientes portadores de DC em uso de AZA, de janeiro de 2002 a dezembro de 2006. Registraram-se dados clínicos e demográficos, com controle laboratorial mensal dos efeitos hematológicos e supervisão de reações adversas por meio de avaliação clínica. Realizou-se comparação entre os grupos com e sem efeitos adversos. RESULTADOS: Cinqüenta e seis (52,7%) dos pacientes estudados apresentaram pelo menos um efeito adverso, requerendo redução transitória da dose da droga; 18 (17%) necessitaram suspender definitivamente o uso de AZA, geralmente devido a reações de hipersensibilidade. Náuseas e vômitos, freqüentemente leves, ocorreram em 29 (27,4%); a raça negra e aqueles com comorbidades apresentaram mais intolerância gástrica do que os brancos e aqueles sem outras doenças associadas (p=0,04). Leucopenia foi o efeito adverso mais freqüente, ocorrendo em 36 (34%). O tempo de uso de AZA foi maior em pacientes com leucopenia do que nos não leucopênicos (p=0,001), enquanto a dose média de AZA foi menor naqueles com leucopenia comparados aos não leucopênicos (p=0,005). Não houve infecções graves, neoplasias ou óbitos durante o tratamento com AZA. CONCLUSÃO: A AZA mostrou ser uma droga relativamente segura no tratamento da DC, desde que seja mantida supervisão clínica e laboratorial periódica durante todo o tratamento
Muscle function and quality of life in the Crohn’s disease
Abstract Introduction: Crohn’s disease (CD) is an inflammatory bowel disease, marked by exacerbations and remissions periods. Peripheral manifestations in CD may be present with the syndrome of skeletal muscle dysfunction (SMD), which is characterized by loss of muscle strength, fatigue complain, limited exercise capacity and impaired quality of life of these patients. Objective: Evaluate muscle strength, physical capacity and quality of life of patients with CD and compare them with healthy controls. Methods: 18 patients CD and 12 healthy controls matched for age and sex were involved. Peripheral muscle strength evaluated by handgrip strength of the dominant hand and respiratory muscle strength by measures of respiratory muscle strength (maximal inspiratory/expiratory pressure - MIP and MEP). Exercise capacity evaluated by Shuttle test (ST) and the quality of life by the Short-form 36 (SF-36) and by the Inflammatory Bowel Disease Questionnaire (IBDQ). Results: Patients with CD presented a lower respiratory muscle strength (MIP = -68.93 ± 26.61 vs 29.63 ± -100 cmH2O, p = 0.0013 and MEP = 81.07 ± 30.26 vs 108 ± 25.30 cmH2O, p = 0.032) and a tendency the lower peripheral muscle strength (31.72 ± 8.55 vs 39.00 ± 13.37 kgf, p = 0.09). In addition, CD patients presented worse physical capacity on the ST compared to the control group (513.7 ± 237m vs 983.0 ± 263m, p < 0.05) and worse quality of life in 7 of 8 domains of the SF-36 and in all dimensions of the IBDQ. Conclusion: Patients with CD showed muscle functional impairment and poorer quality of life compared to healthy control group. These findings suggest that the assessment and maybe interventions in the muscle function must be used in clinical practice
Microcristais biliares na pancreatite aguda idiopática: indício para etiologia biliar oculta subjacente
As principais causas de inflamação pancreática no mundo são a litíase biliar e o alcoolismo crônico. Admite-se que 10 a 30% das pancreatites agudas sejam idiopáticas. Sugere-se que parte destas são causadas por microlitíase ou barro biliar, identificados pela presença de microcristais no sedimento biliar. Neste estudo, realizou-se análise microscópica da bile obtida por colangiopancreatografia endoscópica, em pacientes com pancreatite aguda idiopática, pancreatite aguda biliar e pancreatite crônica alcoólica - 20 em cada grupo. Pacientes com pancreatite aguda idiopática e microcristais na bile foram submetidos a colecistectomia. Naqueles inaptos à cirurgia efetuou-se esfincterotomia endoscópica ou tratamento com ácido ursodesoxicólico. Pacientes com pancreatite aguda idiopática sem cristais não receberam tratamento específico. A prevalência de microcristais biliares em pacientes com pancreatite aguda idiopática (75%) e pancreatite aguda biliar (90%) foi significativamente maior que naqueles com pancreatite crônica alcoólica (15%). A detecção de microcristais apresentou sensibilidade de 90%, especificidade de 85%, valor preditivo positivo de 85,7%, valor preditivo negativo de 89,4% e acurácia de 87,5% em identificar pancreatite de origem biliar. Nos pacientes com pancreatite aguda idiopática recurrente, cursando com microcristais, houve redução significante dos episódios de pancreatite após tratamento específico. No seguimento deste grupo durante 23,3 meses, recidiva ocorreu apenas naqueles que apresentavam "fator biliar persistente" (coledocolitíase ou microcristais). Todos os pacientes com pancreatite aguda idiopática submetidos a colecistectomia apresentavam colecistite crônica, e microlitíase foi observada em um paciente. No seguimento ultra-sonográfico, colelitíase foi detectada em um dos casos. No subgrupo de cinco pacientes com pancreatite aguda idiopática sem microcristais houve uma recidiva. Estudo ultra-sonográfico durante o seguimento não revelou cálculo biliar em nenhum destes. Concluiu-se que a detecção de microcristais biliares na pancreatite aguda idiopática sugeriu etiologia biliar oculta subjacente. Adicionalmente, intervenção terapêutica específica nos pacientes com pancreatite aguda idiopática recurrente e microcristais reduziu as recidivas durante o seguimento. Finalmente, pancreatite aguda (particularmente, recurrente) não deveria ser rotulada como idiopática antes da análise microscópica da bile visando a detecção ou exclusão da presença de microcristais