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Felicidade no trabalho e interação familiar: projeto de investigação com enfermeiros de um Agrupamento de Centros de Saúde
info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Interacção familiar e felicidade no trabalho: estudo comparativo com enfermeiros em pandemia COVID-19
Objetivo: comparar os níveis de felicidade e interação familiar em enfermeiros portugueses que exercem em contexto hospitalar e de cuidados de saúde primários, em plena vivencia de pandemia por COVID-19.
Metodologia: estudo descritivo, correlacional e transversal, realizado com uma amostra de conveniência de 468 enfermeiros portugueses, a exercer funções em contexto hospitalar e de cuidados de saúde primários. Entre março e abril de 2021, em contexto de pandemia COVID-19, aplicou-se um questionário sociodemográfico e profissional e a versão portuguesa da Survey Work-Home Interaction e da Shorted Happiness at Work Scale. Os dados foram colhidos por via digital e tratados com recurso ao programa IBM-SPSS® versão 26.0.
Foi obtida aprovação da Comissão de Ética para a saúde e a autorização das unidades de saúde envolvidas.
Resultados: identificaram-se scores médios tendencialmente mais elevados de interação familiar positiva, na relação família-trabalho, nos enfermeiros que exercem no hospital e, de felicidade no trabalho, nos enfermeiros dos cuidados de saúde primários, ainda que sem relevância estatística entre os dois grupos de participantes. Em ambas as amostras, as dimensões engagement e compromisso organizacional afetivo evidenciaram médias superiores à da satisfação com o trabalho.
Conclusão: o impacto que a pandemia por COVID-19 exerceu em enfermeiros, fez-se manifestar tendencialmente no seu equilíbrio de interação trabalho-família. Os valores superiores de engagement e compromisso organizacional afetivo, comparativamente à da satisfação com o trabalho, obtidos nesta amostra de enfermeiros, poderá ter estado associado à dedicação, atividade e energia destes profissionais, quer pela ligação com a sua profissão, quer pelo compromisso para fazer face aos desafios da pandemia.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Happiness at work and family interaction: A study with nurses from a grouping of health centers
A promoção de ambientes de trabalho positivos e a Interação familiar em Enfermeiros, têm
implicação na Felicidade no trabalho, representando um verdadeiro desafio para o
Enfermeiro Gestor.
Inserido no projeto Internacional de Saúde Ocupacional (INT-SO): dos contextos de trabalho
à saúde ocupacional dos profissionais de Enfermagem, um estudo comparativo entre
Portugal, Brasil e Espanha, este estudo, visa identificar: os níveis de Felicidade no trabalho e
de Interação familiar, a sua relação em função de variáveis sociodemográficas e profissionais
e, analisar a variação entre Felicidade no trabalho e a Interação familiar. Para a sua
concretização desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo, correlacional e transversal
com 105 Enfermeiros de um Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) da região norte de
Portugal, selecionados através de uma amostra de conveniência. O instrumento de colheita
de dados contemplou um questionário sociodemográfico e profissional, a Shorted Happiness
at Work Scale (SHAW) (Salas-Vallina & Alegre, 2018a; Queirós et al., 2020), e a Survey WorkHome Interaction Nijmegen (SWING, Geurts et al., 2005; Pereira et al., 2014), tendo a análise
de dados sido efetuada através de estatística descritiva e inferencial.
Os Enfermeiros apresentaram níveis moderados de Felicidade no trabalho, sendo estes mais
elevados na dimensão do engagement e, níveis moderados a baixos de Interação familiar,
com o score médio mais elevado na Interação positiva família-trabalho. Os Enfermeiros mais
jovens e os que exerciam funções no Centro de Saúde 2 evidenciaram níveis superiores de
engagement, os Enfermeiros Especialistas apresentaram níveis mais elevados de
compromisso organizacional afetivo e, os que percecionam o trabalho stressante, níveis mais
baixos de Felicidade no trabalho na escala total e em todas as suas dimensões.
Os Enfermeiros do sexo feminino evidenciaram um nível mais elevado de Interação familiar
e de influência negativa família-trabalho. Os participantes com filhos obtiveram níveis mais
elevados de Interação negativa trabalho-família, os que percecionam trabalho stressante
demonstraram níveis mais elevados de Interação familiar e de Interação negativa trabalhofamília e Interação positiva família-trabalho e, os que praticam atividades de lazer revelaram
níveis médios mais baixos de Interação familiar (total e subescalas). Verificou-se, ainda, uma
correlação negativa entre a Interação negativa trabalho-família e a escala total da Felicidade
no trabalho, assim como na dimensão de engagement.
Em suma, avaliar o modo como os Enfermeiros percecionam a sua Felicidade no trabalho e
os níveis de Interação familiar, torna-se essencial para que os Enfermeiros gestores possam
definir estratégias que potenciem ambientes de trabalho saudáveis.The promotion of positive work environments and family interactions in nurses has
implications on work happiness, presenting as a challenge to the Nurse Manager.
This work, incorporated in International Occupational Health Project (INT-SO): link between
work environments and occupational health in nursing, a comparative study between
Portugal, Brazil and Spain, aims to identify the levels of work happiness and family
interactions, and their connection in relation to sociodemographic and professional
variables. For this, a quantitative, descriptive, comparative and transverse study was
developed, analysing a sample of 105 nurses, gathered through convenience sampling, from
an Agrupamento de Centros de Saúde – Grouping of Health Centers (ACeS) of the North
region of Portugal. The methods used for data collection were based on sociodemographic
and professional surveys, such as a Shorted Happiness at Work Scale (SHAW) (Salas-Vallina
& Alegre, 2018a; Queirós et al., 2020) and a Survey Work-Home Interaction Nijmegen
(SWING, Geurts et al., 2005; Pereira et al., 2014). The data collected was then processed
through descriptive and inferential statistical analysis.
Overall, the nurses presented moderate levels of Work happiness, being higher in the
engagement component; moderate to low levels of Family interaction, having obtained the
highest average score on positive interaction family-work. Younger nurses and those working
on Health Center 2 presented higher levels of engagement, Specialist Nurses presented
higher levels of emotional organizational compromise and the lowest levels of work
happiness on all its components.
Female Nurses had generally higher levels of Family Interaction and of negative influence
family-work. Participants with children had the highest levels of negative influence workfamily; those who view work as stressful had higher levels of family interaction, negative
influence work-family and of positive influence family-work; those who enrol on hobbies or
other free-time activities presented medium to low levels of Family Interaction (total and
components). It was also verified a negative correlation between Negative interaction workfamily and overall work happiness as with the engagement component.
Therefore, evaluating how nurses view their work happiness and family interactions becomes
essential to Nurse Managers for the creation and planning of strategies that boost healthy
work environment