12 research outputs found

    Violência de gênero, desigualdade social e sexualidade: as experiências de mulheres jovens em Belo Horizonte = Gender violence, social inequalities and sexuality: the experiences of young women in Belo Horizonte

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    O artigo analisa como as desigualdades de classe e a violência de gênero se interseccionam nas experiências de mulheres jovens de diferentes classes sociais com a sexualidade. A partir de análise de dados quantitativos e qualitativos coletados entre jovens moradoras em bairros e aglomerados da região centro-sul de Belo Horizonte, objetivou-se investigar o impacto da violência de gênero na sexualidade dessas jovens. Nossos resultados mostraram como a presença de um comportamento violento e/ou controlador por parte de um parceiro reduz a autonomia da jovem nessa área, afetando sua capacidade de negociar o uso do preservativo, expondo-a a gravidezes não planejadas e ISTs, ainda que a magnitude do fenômeno seja diferenciada por classe social. Observou-se também a forte presença dos estereótipos de gênero que marcam o discurso das jovens de ambas as classes sociais contribuindo para naturalizar a violência de gênero, principalmente entre as jovens de classe social mais baix

    Interactions, spaces and places used by "entendidas" belorizontinas: a obfuscated path

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    Este artigo aborda a invisibilidade da homossexualidade feminina a partir da análise da experiência de uma “Confraria” de Lésbicas mineiras nascidas na década de 1950. O objetivo é refletir sobre os usos que faziam dos espaços e sobre as interações possíveis à época. Se é a partir dos processos de interação social que o sentido e o significado nas relações emergem, a forma pela qual a cidade acolhe ou ignora e invisibiliza determinados sujeitos impacta suas vidas. O modo pelo qual elas se apropriaram dos espaços disponíveis na cidade de Belo Horizonte e a criação de outros espaços mais reservados foram fundamentais para a criação de longevos vínculos de amizade e convivência. Tais vínculos parecem ter colaborado para uma rede de apoio mais estruturada na velhice formada por  relações de afeto, amizade e solidariedade.This article discusses the invisibility of female homosexuality based on the experience of a “sisterhood” of lesbians from Minas Gerais born in the 1950s. The objective is to reflect on the uses they made of spaces and the possible interactions at the time. If it is from the processes of social interaction that sense and meaning in relationships emerge, the way in which the city welcomes or ignores and makes certain subjects invisible impacts their lives. The ways in which they appropriated the spaces available in the city of Belo Horizonte and the creation of other more reserved spaces were fundamental for the creation of long-lasting bonds of friendship and coexistence. Such bonds seem to have contributed to a more structured support network in old age, forged in relationships of affection, friendship and solidarity

    Autonomia, gênero e gravidez na adolescência: uma análise comparativa da experiência de adolescentes e mulheres jovens provenientes de camadas médias e populares em Belo Horizonte Autonomía, género y embarazo en la adolescencia: un análisis comparativo de la experiencia de adolescentes y mujeres jóvenes provenientes de capas medias y populares en Belo Horizonte Self-sufficiency, gender and pregnancy during adolescence: a comparative analysis of the experience of adolescents and young women from middle class and popular strata of the city of Belo Horizonte

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    Neste trabalho, investiga-se como desigualdades de classe e de gênero atuam no sentido de reduzir o grau de autonomia de adolescentes (15 a 19 anos) e mulheres jovens (20 a 24 anos), influenciando seu comportamento sexual e reprodutivo, especificamente na experiência da gravidez na adolescência. Na análise foram utilizados dados provenientes de dois inquéritos, cuja amostra total foi de 648 jovens do sexo feminino entre 15 e 24 anos de idade, 292 residentes em bairros de classe média e 356 em favelas situados na região centro-sul da cidade de Belo Horizonte, Brasil. Nos resultados, encontrou-se uma prevalência bruta de 27,3% de gravidez até os 19 anos entre as jovens residentes em favelas e de 1,7% entre as moradoras em bairros da região centro-sul de Belo Horizonte. Os dados apontam para uma relação direta entre a gravidez na adolescência com o controle e a violência por parte do parceiro. Entre aquelas residentes em favelas, 48% das que declararam ter sofrido violência física por parte de um parceiro e 58% das que declararam ter sofrido violência sexual haviam engravidado ao menos uma vez antes dos 19 anos. A associação da violência de gênero com a gravidez na adolescência se manteve presente mesmo quando controlada por classe social, ainda que seu peso fosse muito mais pronunciado entre as jovens de baixa renda. Esses resultados reforçam a importância de se aprofundar a compreensão acerca do impacto das desigualdades de classe e gênero no comportamento sexual e reprodutivo de adolescentes e mulheres jovens.En este trabajo se investiga cómo desigualdades de clase y género actúan en el sentido de reducir el grado de autonomía de adolescentes (15 a 19 años) y mujeres jóvenes (20 a 24 años), influyendo sobre su comportamiento sexual y reproductivo, específicamente en la experiencia del embarazo en la adolescencia. En el análisis se utilizaron datos provenientes de dos investigaciones, con una muestra total de 648 jóvenes del sexo femenino entre los 15 y los 24 años de edad, 292 de ellas residentes en barrios de clase media y 356 en favelas situados en la región centro-sur de la ciudad de Belo Horizonte, Brasil. En los resultados se encontró una prevalencia bruta de 27,3% de embarazo hasta los 19 años entre las jóvenes residentes en favelas y de 1,7% entre las que residían en barrios de la región centro-sur de Belo Horizonte. Los datos señalan una relación directa entre el embarazo en la adolescencia y el control y la violencia de parte del compañero. Entre las jóvenes residentes en favelas, un 48% de las que declararon haber sufrido violencia física de parte de un compañero y un 58% de las que declararon haber sufrido violencia sexual habían quedado embarazadas por lo menos una vez antes de los 19 años. La asociación de la violencia de género con el embarazo en la adolescencia se mantuvo presente incluso cuando controlada por clase social, aunque su peso sea mucho más pronunciado entre las jóvenes de las clases más desposeídas. Estos resultados refuerzan la importancia de profundizar la comprensión acerca del impacto de las desigualdades de clase y género en el comportamiento sexual y reproductivo de adolescentes y mujeres jóvenes.The present study investigates how class and gender inequalities work toward reducing the level of self-sufficiency of adolescents (15 to 19 years) and young women (20 to 24 years), influencing their sexual and reproductive behavior, specifically with the experience of a teenage pregnancy. In the analysis, the authors used data from two surveys, with a total sample of 648 young females between 15 and 24 years of age: 292 residents in middle class neighborhoods, and 356 from favelas (slums) in the center-south region of the city of Belo Horizonte, Brazil. Results showed an overall prevalence of 27.3% of pregnancy up to 19 years among teenagers living in favelas, and of 1.7% among dwellers of the center-south region neighborhoods of Belo Horizonte. Data point toward a direct relationship between teenage pregnancy and control and violence by partners. Among favela dwellers, 48% of those who declared having been physically abused by their partner, and 58% of those who declared having been sexually abused had been pregnant at least once before the age of 19. The association between gender violence and pregnancy during adolescence remained, even if controlled for social class, although its weight was more pronounced among low income youth. These results strengthen the importance of in-depth understanding of the impact of class and gender inequalities in sexual and reproductive behavior of adolescents and young women

    Autonomia, gênero e gravidez na adolescência: uma análise comparativa da experiência de adolescentes e mulheres jovens provenientes de camadas médias e populares em Belo Horizonte

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    Neste trabalho, investiga-se como desigualdades de classe e de gênero atuam no sentido de reduzir o grau de autonomia de adolescentes (15 a 19 anos) e mulheres jovens (20 a 24 anos), influenciando seu comportamento sexual e reprodutivo, especificamente na experiência da gravidez na adolescência. Na análise foram utilizados dados provenientes de dois inquéritos, cuja amostra total foi de 648 jovens do sexo feminino entre 15 e 24 anos de idade, 292 residentes em bairros de classe média e 356 em favelas situados na região centro-sul da cidade de Belo Horizonte, Brasil. Nos resultados, encontrou-se uma prevalência bruta de 27,3% de gravidez até os 19 anos entre as jovens residentes em favelas e de 1,7% entre as moradoras em bairros da região centro-sul de Belo Horizonte. Os dados apontam para uma relação direta entre a gravidez na adolescência com o controle e a violência por parte do parceiro. Entre aquelas residentes em favelas, 48% das que declararam ter sofrido violência física por parte de um parceiro e 58% das que declararam ter sofrido violência sexual haviam engravidado ao menos uma vez antes dos 19 anos. A associação da violência de gênero com a gravidez na adolescência se manteve presente mesmo quando controlada por classe social, ainda que seu peso fosse muito mais pronunciado entre as jovens de baixa renda. Esses resultados reforçam a importância de se aprofundar a compreensão acerca do impacto das desigualdades de classe e gênero no comportamento sexual e reprodutivo de adolescentes e mulheres jovens

    Representações sociais dos juízes da infância e juventude na aplicação da privação de liberdade a adolescentes autores de ato infracional

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    Este artigo refere-se a pesquisa realizada em 2010 em municípios de Minas Gerais e cuja proposta era analisar se e em que medida as práticas jurí­dicas no campo do direito infantojuvenil ainda se respaldam nas concepções tutelares-repressivas da doutrina da “situação irregular”, que deveria ter sido suplantada após a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Foi realizada análise de sentenças judiciais, sendo possível verificar que a argumentação dos juízes é permeada por repre­sentações sociais tradicionais e estereotipadas em relação ao adolescente, à família, aos papéis de gê­nero e à privação de liberdade. The article Social Representations of the Juvenile Court Judges in the imposition of Freedom Restric­tion on Teenage Offenders refers to a research con­ducted in 2010 in some towns of Minas Gerais state with the aim of analyzing whether and to what extent practices in the field of infant-juvenile law are still based on repressive-guardianship notions from the doctrine of “irregular status”, which should have been supplanted upon the publication of the Child and Teenager Act (ECA). Court decisions were reviewed and it was found that the judges’ argumentation was pervaded by traditional and stereotypical representations in relation to the youth, the family, gender roles and the restriction of freedom. Keywords: irregular status, full-time protection, juvenile offender, restriction of freedom, social representations</strong

    Mulheres da "Zona Grande": negociando identidade, trabalho e território

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    Em Belo Horizonte, desde o começo do século XX, um quadrilátero localizado no centro da cidade, entre a estação de trem e a rodoviária, tem abrigado uma zona de baixo meretrício, a chamada zona grande. Atualmente, funcionam na região em torno de vinte hotéis, onde cerca de 2 mil mulheres atendem a seus clientes. Este artigo discute a relação entre identidade, trabalho sexual e território entre as mulheres dessa zona grande. Busca-se refletir também em que medida a construção de uma identidade profissional, de trabalhadoras do sexo, poderia contribuir para o empoderamento dessas mulheres, favorecendo uma organização que as habilite a reivindicar, entre outras questões, a sua permanência nesse local. Essa é uma região visada por políticas de intervenção urbana que buscam "higienizar" a área, retirando dali os hotéis e as pensões onde trabalham essas mulheres. A ideia, então, é incorporar à discussão de identidade a relação com o território
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