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Genetic and Environmental Contributions to Indiscriminate Social Behavior in Institutionalized Children: insights from Williams Syndrome
Dissertação de Mestrado apresentada
no ISPA – Instituto Universitário para obtenção de grau de Mestre na
especialidade de Neurociências Cognitivas e Comportamentais.O comportamento social indiscriminado (ISB) é uma das manifestações
comportamentais mais pervasivas que emergem na literatura sobre
institucionalização. Existem, porém, diferenças individuais quanto à manifestação
do comportamento social nas crianças institucionalizadas, o que aponta para
uma possÃvel interação gene x ambiente (GXE). Investigação prévia contribuiu
com a identificação de um conjunto de genes comumente associados Ã
psicopatologia e comportamento social nos estudos GXE. Neste estudo,
propomos a análise de um gene candidato (GTF2I), localizado no cromossoma
7, que se apresenta deletado na sÃndrome de Williams (SW). A SW é uma
perturbação neurogenética associada a um perfil socio-cognitivo único,
nomeadamente um fenótipo de hiper-sociabilidade que se assemelha ao ISB
observado em crianças institucionalizadas. Neste estudo participaram 126
crianças institucionalizadas em idade pré-escolar (M=4.10 anos, DP=.95),
juntamente com o seu cuidador institucional. O ISB foi avaliado através da
Disturbances of Attachment Interview e foram recolhidas amostras de saliva das
crianças para genotipagem. Os nÃveis de cooperação e de responsividade sensÃvel
do cuidador estavam negativamente associados ao ISB. Verificou-se um efeito
GXE, consistente com o modelo de duplo-risco: os genótipos TG e GG emergiram
como alelos de risco para o desenvolvimento de ISB, sendo que crianças
portadoras destes alelos eram as que apresentavam maiores nÃveis de ISB
quando expostas aos menores nÃveis de responsividade sensÃvel do seu cuidador.
Esta investigação é pioneira na análise dos polimorfismos do gene GTF2I no
estudo do ISB em crianças institucionalizadas, permitindo uma melhor
compreensão sobre os mecanismos pelos quais algumas crianças
institucionalizadas, mas não outras, desenvolvem ISB.Indiscriminate social behavior (ISB) is the most common of social
disturbed behaviors that emerge in institutionalization literature. Nevertheless,
individual differences in social outcome in institutionalized children exist, which
points to a possible gene x environment interaction (GXE) that may foster the
heterogeneity seen in these children. Previous research has contributed with a
set of genes commonly associated with psychopathology and social behavior in
GXE studies. Here, we extend this research by proposing a new candidate gene
(GTF2I), which microdeletion on chromosome 7 is responsible for Williams
Syndrome (WS), a neurogenetic condition which main phenotype (hipersociability)
resembles the ISB seen in institutionalized children. One hundred and
twenty-six institutionalized preschoolers (M=4.10 years, SD=.95) participated
along with their institutional caregiver. Child ISB was assessed with the
Disturbances of Attachment Interview and saliva samples were provided for
genotyping. Caregiver’s level of cooperation and sensitive responsiveness were
negatively associated with ISB. A significant GXE effect emerged consistent with
the diathesis stress hypothesis: carriers of TG and GG genotype emerged as risk
alleles to ISB in these children, with its carriers having the most ISB when exposed
to low levels of sensitive responsiveness from their caregivers. These results are
the first to include GTF2I gene in the study of ISB in institutionalization and shed
new lights into why some institutionalized children, but not others, develop ISB
Emotional face processing in institutionalized children : addressing the role of epigenetic mechanisms and quality of relational context
Facial emotional expressions can be considered one of the most important stimuli in
order to correctly process and interpret social interactions. The development of this capacity is
highly sensitive to early socioemotional experiences and quality of care received.
Institutionalization has been consistently associated with negative developmental consequences,
namely in socioemotional outcomes and capacity to correctly differentiate and recognize facial
emotional expressions. Even though the mechanisms mediating these effects are still unknown,
animal research has recently pointed out epigenetic changes as a plausible involved factor in this
mediation. The current study examined the effects of institutionalization on brain-based markers
of face processing in 69 institutionalized Portuguese children (Mage= 56.58 months, SD = 10.96).
We looked for associations between the methylation profile variations of the NR3C1 gene in
institutionalized children and their exposure to pre-institutionalization adverse experiences and
current institutional quality of care. Furthermore, we explore whether exposure to such adverse
experiences and differences in the quality of care received in the institution modulated the child’s
neural response (measured through Event Related Potentials, ERPs) to caregiver’s happy and
angry faces. Our results show that children who experienced neglect and lack of habitational
conditions previously to institutionalization have an hypomethylation of the NR3C1 gene. Results
show that neglected children and children who experienced lack of habitational conditions before
institution have an hypomethylation of the NR3C1 gene, and that quality of care received at the
institutions does not influence NR3C1 gene methylation profile. Regarding the neuronal
processing of emotional faces, neglected children showed differences for the N170 component,
whereas children exposed to lack of habitational conditions showed differences for the P400
component. Children who received better quality of care in the institution revealed significant
differences for the P100, N170, P400 and P250 componentsFaces com valência emocional podem ser consideradas como um dos estÃmulos mais
importantes para corretamente processar e interpretar interações sociais. O normal
desenvolvimento desta capacidade é sensÃvel à s experiências precoces socioemocionais e Ã
qualidade dos cuidados recebidos. A Institucionalização tem sido consistentemente associada a
consequências desenvolvimentais negativas, nomeadamente nas capacidades socioemocionais e
na capacidade de reconhecer e corretamente diferenciar expressões faciais emocionais. Apesar dos
mecanismos que medeiam estas consequências serem ainda desconhecidos, a investigação animal
tem analisado mudanças epigenéticas como um fator plausÃvel envolvido nesta mediação. Este
estudo examina os efeitos da Institucionalização em marcadores cerebrais associados ao
processamento de faces em 69 crianças portuguesas institucionalizadas (Midade= 56.58 meses, DP
= 10.96) e quais os possÃveis mecanismos epigenéticos por detrás de tais marcadores. Procuramos
compreender a associação entre o perfil de metilação do gene NR3C1 em crianças
institucionalizadas com a sua exposição a experiências adversas pré-institucionalização e com a
qualidade de cuidado recebido na instituição. Além disso, exploramos se a exposição a tais
experiências adversas e diferenças na qualidade de cuidado recebidos modula a resposta neural da
criança (medida através de Eventos de Potenciais Evocados - ERP) a face feliz e zangada da sua
cuidadora. Os resultados mostram que as crianças que sofreram negligência e falta de condições
habitacionais antes da institucionalização apresentam uma hipometilação do gene NR3C1 e que a
qualidade de cuidado recebido na instituição não influencia o perfil de metilação do gene NR3C1.
Quanto ao processamento neural da valência emocional das faces, as crianças que experienciaram
negligência antes da instituição apresentaram diferenças na componente N170; as crianças
expostas a falta de condições habitacionais apresentaram diferenças na componente P400 e as
crianças com melhor qualidade de cuidados recebidos na instituição apresentaram diferenças nas
componentes P100, N170, P400 e P250