24 research outputs found
Aolá e Aolibá (Ezequiel 23): o que devemos fazer com este texto?
Esta é uma (re)leitura do capítulo Ezequiel 23, da Bíblia Hebraica, interpretando-o sob uma perspectiva feminista. É Deus quem fala por meio de um mortal, Ezequiel, e seu discurso apresenta duas mulheres irmãs e igualmente pecadoras, relacionando-as diretamente a duas cidades do Reino de Israel: Aolá é Samaria e Aolibá, Jerusalém. A metáfora sugere a transferência dos pecados das mulheres prostitutas – que serão, por isso, severamente castigadas – a toda a cidade, passando a uma concepção de mulheres em geral como potencialmente prostitutas e idólatras. A (re)interpretação de Ezequiel 23 aponta para a presença de uma certa concepção subjacente da natureza feminina como potencialmente negativa, enquanto a natureza masculina assume valor positivo, concluindo por mostrar, com base em Isaiah 66.10-14, a possibilidade de uma forma diferente de tratamento da mulher, mesmo dentro do texto bíblico. Oholah and Oholibah (Ezekiel 23): what should we do with this text? - Abstract: This is a (re)reading of chapter Ezekiel 23, of the Hebrew Bible, interpreting it in a feminist perspective. It is God who speaks through a mortal, Ezekiel, and her speech presents two sisters also sinful, linking them directly to two cities in the Kingdom of Israel: Oholah is Samaria and Oholibah is Jerusalem. The metaphor implies the transfer of sins of those women prostitutes – who because of that will be severely punished – to the entire city, passing a conception of women in general as potentially prostitutes and idolaters. The (re) interpretation of Ezekiel 23 points to the presence of a certain underlying conception of nature feminine as potentially negative, while the male takes positive value nature and concludes by showing, based on Isaiah 66.10-14, the possibility of a different way of treatment of women, even within the biblical tex
Jael: Somente assassina, ou também estupradora?
O presente artigo apresenta uma releitura da passagem bíblica na qual Jael, esposa de Heber, o cineu, assassina Sísara, o general cananita que, certa vez, ainda no tempo dos Juízes, ameaçava o povo de Israel (Juízes 4– 5). A questão proposta nessa releitura é: teria Jael se utilizado da sedução para fazer Sísara baixar guarda e, assim, poder matá-lo? Essa possibilidade e os indícios a seu favor são apresentados e discutidos à luz dos costumes da população israelita na época, dos princípios básicos do judaísmo e da análise textual e intertextual, considerando-se, nesse último aspecto, passagens bíblicas tais como as histórias das filhas de Lot (Gênesis 19), de Tamar, a nora de Judá (Genesis 38) e de Rute. Jael: murderer only, or also rapist? - Abstract: This article presents an interpretation of the biblical passage which tells the story of Jael, wife of Heber the Kenite, who murdered Sisera, the Canaanite general that once threatened the Israelites in the days of the Judges (Book of Judges 4 – 5). The question proposed in this interpretation is the following: did Jael employ the artifice of seduction to make Sisera go unarmed and, therefore, be able to kill him? This possibility and the evidence in its favor are presented and discussed in light of the customs of the Israeli population at the time, the basic principles of Judaism and textual and intertextual analysis, considering, in this last aspect, biblical passages such as the stories of Lot’s daughters (Genesis 19), Tamar daughter-in-law of Judah (Genesis 38) and Ruth
Aolá e Aolibá (Ezequiel 23): o que devemos fazer com este texto?
Esta é uma (re)leitura do capítulo Ezequiel 23, da Bíblia Hebraica, interpretando-o sob uma perspectiva feminista. É Deus quem fala por meio de um mortal, Ezequiel, e seu discurso apresenta duas mulheres irmãs e igualmente pecadoras, relacionando-as diretamente a duas cidades do Reino de Israel: Aolá é Samaria e Aolibá, Jerusalém. A metáfora sugere a transferência dos pecados das mulheres prostitutas – que serão, por isso, severamente castigadas – a toda a cidade, passando a uma concepção de mulheres em geral como potencialmente prostitutas e idólatras. A (re)interpretação de Ezequiel 23 aponta para a presença de uma certa concepção subjacente da natureza feminina como potencialmente negativa, enquanto a natureza masculina assume valor positivo, concluindo por mostrar, com base em Isaiah 66.10-14, a possibilidade de uma forma diferente de tratamento da mulher, mesmo dentro do texto bíblico. Oholah and Oholibah (Ezekiel 23): what should we do with this text? - Abstract: This is a (re)reading of chapter Ezekiel 23, of the Hebrew Bible, interpreting it in a feminist perspective. It is God who speaks through a mortal, Ezekiel, and her speech presents two sisters also sinful, linking them directly to two cities in the Kingdom of Israel: Oholah is Samaria and Oholibah is Jerusalem. The metaphor implies the transfer of sins of those women prostitutes – who because of that will be severely punished – to the entire city, passing a conception of women in general as potentially prostitutes and idolaters. The (re) interpretation of Ezekiel 23 points to the presence of a certain underlying conception of nature feminine as potentially negative, while the male takes positive value nature and concludes by showing, based on Isaiah 66.10-14, the possibility of a different way of treatment of women, even within the biblical tex
Rahab the Whore (Joshua 2 and 6)
What would biblical narratives look like if rewritten with modern and post-modern concerns in mind, in addition to those of the contemporary Bible and literature scholars, and their contents and theology are made relevant for today's readers in non-traditional way? Here is an example, a fictive autobiography, the revisited and revised story of Rahab the prostitute (Joshua 2 and 6), who helps Israelite spies escape from Jericho and go back to Joshua, thus facilitating the eventual conquest of her city and the land by the Israelites