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EVOLUÇÃO DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DO ASSENTAMENTO ANHUMAS: LUTAS E PERCALÇOS
Este trabalho faz parte de um projeto mais amplo que visa estudar as experiências relativas à
produção e à comercialização relevantes para melhorar a renda e/ou a percepção de bem estar das
famílias dos assentamentos da região de Andradina. Neste caso está sendo estudado o
Assentamento Anhumas, no município de Castilho (SP). Foi elaborado um questionário, em duas
versões, uma para os produtores individuais e outra para os grupos, e aplicado no início de 2005
junto a 20 famílias (31,7% do total). Em seguida foram realizadas entrevistas, visando o resgate
do histórico de lutas e para compreender as estratégias dos produtores. Em janeiro de 2006 foi
realizada a atualização dos dados do questionário. A atividade principal do Assentamento
Anhumas é a pecuária de leite e, embora pouco tecnificada, apresentou aumento da produtividade
no decorrer do período de análise (um ano). As culturas anuais, quando semeadas visando a
comercialização, apresentaram problemas de rentabilidade. Os produtores que haviam feito
financiamento tiveram dificuldade de saldar as dívidas e na safra seguinte ocorreu uma
diminuição significativa da área cultivada de algodão e milho. Os produtores têm buscado
alternativas de produção/comercialização, como o plantio de olerícolas diversas, a comercialização direta ao varejo ou ao consumidor, visando aumentar e diversificar a renda do
lote. A produção para o autoconsumo é significativa e embora não gere renda monetária, é um
importante mecanismo de reprodução social. Um dos grupos (Associação) tem sido mais
dinâmico, tendo adquirido um tanque de expansão e tentado articular outras ações para melhorar
a produção dos assentados. De modo geral, ocorreu uma melhoria considerável da qualidade de
vida das famílias e a maioria tem conseguido evoluir em termos de produção e infra-estrutura do
lote, mas ainda basicamente utilizando recursos públicos recebidos via crédito
Capacitação técnica e organizacional das famílias acampadas (sem terras) em Ilha Solteira SP
Introdução: As famílias que estão lutando por terra passam vários anos acampadas em situação precária e, no máximo, são atendidas por políticas assistenciais. . Em 2004, havia em Ilha Solteira três acampamentos de trabalhadores sem-terra, mas após a desapropriação de uma das áreas, os grupos se aglutinaram e formaram o Assentamento “Estrela da Ilha”, em fase de implantação. Objetivos: iniciar um processo de (re)capacitação técnica e gerencial das famílias acampadas no município de Ilha Solteira (SP), por meio de ações adequadas à realidade vivenciada pelas famílias e com a participação destas no estabelecimento das ações prioritárias. Participam da equipe 08 alunos de graduação (07 do curso de Agronomia e 01 de Zootecnia) e dois professores da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Métodos: Inicialmente realizou-se um levantamento com o objetivo de conhecer o perfil do público, aplicando-se um questionário junto a 90 famílias (70% do total) dos três acampamentos então existentes. A partir da análise detalhada dos dados, a equipe definiu as prioridades de capacitação das famílias, a metodologia e as técnicas a serem empregadas. Resultados: A primeira atividade foi uma visita técnica à Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unesp, com a participação de 49 famílias que conheceram o trabalho de pesquisa realizado nesse local. As atividades de capacitação propriamente ditas tiveram uma parte comum a todos participantes, composta de oficinas de trabalho em grupo, e uma parte específica, composta de palestras proferidas pelos professores da Unesp de Ilha Solteira, de acordo com interesse de cada participante, manifestado em inscrição prévia. No total foram realizadas duas oficinas (planejamento das etapas que precedem um plantio e planejamento das benfeitorias do lote) e oito palestras, cujos temas foram: Pecuária de Leite, Fruticultura (Coco e Maracujá, Abacaxi e Banana), Cultivo diversificado de hortaliças, culturas da Mamona, Mandioca, Feijão, Milho, e um minicurso sobre Picles e Doces. As atividades ocorreram em dois sábados de maio de 2005, com a participação de 58 pessoas na primeira etapa e 50 na segunda (as pessoas puderam participar das duas etapas). As atividades desenvolvidas foram avaliadas de maneira positiva pelo público e como o grupo está dando continuidade ao trabalho, abre-se o caminho para uma colaboração permanente entre a Universidade e o assentamento que está se constituindo. Destaca-se que tanto na concepção, como nas ações do Projeto há uma forte integração entre ensino, pesquisa e extensão que pode ser observada pela participação ativa de um número significativo de alunos e pela publicação na íntegra de artigo relativo ao trabalho na II Jornada de Estudos em Assentamentos Rurais, realizado na Unicamp em junho de 2005