Capacitação técnica e organizacional das famílias acampadas (sem terras) em Ilha Solteira SP

Abstract

Introdução: As famílias que estão lutando por terra passam vários anos acampadas em situação precária e, no máximo, são atendidas por políticas assistenciais. . Em 2004, havia em Ilha Solteira três acampamentos de trabalhadores sem-terra, mas após a desapropriação de uma das áreas, os grupos se aglutinaram e formaram o Assentamento “Estrela da Ilha”, em fase de implantação. Objetivos: iniciar um processo de (re)capacitação técnica e gerencial das famílias acampadas no município de Ilha Solteira (SP), por meio de ações adequadas à realidade vivenciada pelas famílias e com a participação destas no estabelecimento das ações prioritárias. Participam da equipe 08 alunos de graduação (07 do curso de Agronomia e 01 de Zootecnia) e dois professores da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Métodos: Inicialmente realizou-se um levantamento com o objetivo de conhecer o perfil do público, aplicando-se um questionário junto a 90 famílias (70% do total) dos três acampamentos então existentes. A partir da análise detalhada dos dados, a equipe definiu as prioridades de capacitação das famílias, a metodologia e as técnicas a serem empregadas. Resultados: A primeira atividade foi uma visita técnica à Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unesp, com a participação de 49 famílias que conheceram o trabalho de pesquisa realizado nesse local. As atividades de capacitação propriamente ditas tiveram uma parte comum a todos participantes, composta de oficinas de trabalho em grupo, e uma parte específica, composta de palestras proferidas pelos professores da Unesp de Ilha Solteira, de acordo com interesse de cada participante, manifestado em inscrição prévia. No total foram realizadas duas oficinas (planejamento das etapas que precedem um plantio e planejamento das benfeitorias do lote) e oito palestras, cujos temas foram: Pecuária de Leite, Fruticultura (Coco e Maracujá, Abacaxi e Banana), Cultivo diversificado de hortaliças, culturas da Mamona, Mandioca, Feijão, Milho, e um minicurso sobre Picles e Doces. As atividades ocorreram em dois sábados de maio de 2005, com a participação de 58 pessoas na primeira etapa e 50 na segunda (as pessoas puderam participar das duas etapas). As atividades desenvolvidas foram avaliadas de maneira positiva pelo público e como o grupo está dando continuidade ao trabalho, abre-se o caminho para uma colaboração permanente entre a Universidade e o assentamento que está se constituindo. Destaca-se que tanto na concepção, como nas ações do Projeto há uma forte integração entre ensino, pesquisa e extensão que pode ser observada pela participação ativa de um número significativo de alunos e pela publicação na íntegra de artigo relativo ao trabalho na II Jornada de Estudos em Assentamentos Rurais, realizado na Unicamp em junho de 2005

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