Peirce e cibernética: retrodução, erro e autopoiesis no pensamento futuro

O objetivo deste artigo é associar a lógica de abdução de Peirce à cibernética de sistemas vivos. Sistemas vivos não podem ser entendidos através de uma epistemologia causalista, pois se comportam conforme os efeitos e não conforme as causas. A cibernética analisou o modo pelo qual máquinas não triviais (ou seja, máquinas capazes de se reproduzirem por auto-correção) se movem através de retroação, ou circuito de retorno: a cada etapa, o sistema (efetor) corrige a etapa anterior, dependendo de até onde a etapa anterior pode ir em relação a um possível equilíbrio. A dinâmica implica uma possível inibição da energia excessiva seguida de um possível aumento da energia insuficiente. Cada uma dessas condições é um erro que se corrige automaticamente, atingindo um estado temporário de homeostase. A auto-correção significa que é preciso adicionar à saída um impulso adicional "criativo" que seja singular e imprevisível (ou um novo algoritmo). A lógica que é capaz de fazer sentido dessa dinâmica é a abdução de Peirce, também chamada retrodução, onde o ato inferencial retroage sobre um fato incompreensível, um "erro" epistemológico, inventando sua causa. O pensar e a auto-poiesis de sistemas vivos percorrem o mesmo caminho, substituindo estratégias ocasionais por causas universais atemporais. A abdução é a evidência de que é possível atingir uma condição de "conhecimento" sem apelar para causalidade. A possibilidade que as "leis da natureza", (a própria ciência) possa seguir este caminho conclui o ensaio ao adicionar a noção do físico Lee Smolin do "princípio de precedência", conforme foi inspirado pela ideia de Peirce da evolução das leis da natureza e seu caráter temporal, ou seja, contingente

Hephaestus Reloaded

Hephaestus Reloaded / Efesto Reloaded, presented in a bilingual (English/Italian) publication, and whose five authors are from Greece, Italy, and the US, invokes as its first inspiration the myth of Hephaestus who embodied a twofold entity: both disabled and technically capacious. The myth of Hephaestus has been passed across the centuries as an ancient metaphor signifying the idea of becoming-world, in which any distinction between the natural and the artificial, or the organic and the technical, is blurred. Human beings, by virtue of their physical vulnerabilities and limits, have enhanced their technological powers to the point of transcending their own given nature. At present, a variety of critical discourses in disciplines such as philosophy, history, aesthetics, and cognitive sciences pay attention to our becoming-hybrid (organic and mechanical beings) – unleashing a space for research that probes the concept of transcendence. Each of the contributions in this book addresses – through its own peculiar perspective, method and experimental style – a new way to approach the role of transcendence in socio-cultural life.In the Occidental history of ideas, the notion of transcendence has received at least three canonical articulations that are challenged by this book: religious (Judeo-Christian traditions), philosophical (Platonic-intellectual universality of ideas), and scientific (the objective and technological turn of knowledge). Nonetheless, it is with the rise of cybernetics, with its digital and virtual modalities of systems, networks, and knowledge, that our human environment emerges as a source of knowledge in itself -- not simply as an object but rather as an immersive agency in which nature, knowledge, technique merge. The transcendence of the actual and the virtual into a “third” element is construed and analyzed in this book through conceptual schemes that rely on a post-binary or non-binary understanding of coincidences, triangulations, hybrids, or post-human combinatorics. What is ultimately explored is how transcendence is ejected from strictly theological, philosophical, or scientific groundings and emerges as a germinating point of becoming (something else)

Peirce e cibernética: retrodução, erro e autopoiesis no pensamento futuro

O objetivo deste artigo é associar a lógica de abdução de Peirce à cibernética de sistemas vivos. Sistemas vivos não podem ser entendidos através de uma epistemologia causalista, pois se comportam conforme os efeitos e não conforme as causas. A cibernética analisou o modo pelo qual máquinas não triviais (ou seja, máquinas capazes de se reproduzirem por auto-correção) se movem através de retroação, ou circuito de retorno: a cada etapa, o sistema (efetor) corrige a etapa anterior, dependendo de até onde a etapa anterior pode ir em relação a um possível equilíbrio. A dinâmica implica uma possível inibição da energia excessiva seguida de um possível aumento da energia insuficiente. Cada uma dessas condições é um erro que se corrige automaticamente, atingindo um estado temporário de homeostase. A auto-correção significa que é preciso adicionar à saída um impulso adicional "criativo" que seja singular e imprevisível (ou um novo algoritmo). A lógica que é capaz de fazer sentido dessa dinâmica é a abdução de Peirce, também chamada retrodução, onde o ato inferencial retroage sobre um fato incompreensível, um "erro" epistemológico, inventando sua causa. O pensar e a auto-poiesis de sistemas vivos percorrem o mesmo caminho, substituindo estratégias ocasionais por causas universais atemporais. A abdução é a evidência de que é possível atingir uma condição de "conhecimento" sem apelar para causalidade. A possibilidade que as "leis da natureza", (a própria ciência) possa seguir este caminho conclui o ensaio ao adicionar a noção do físico Lee Smolin do "princípio de precedência", conforme foi inspirado pela ideia de Peirce da evolução das leis da natureza e seu caráter temporal, ou seja, contingente

Sara Fortuna, Il giallo di Wittgenstein. Etica e linguaggio tra filosofia e detective story

Questo libro risulta da un’operazione filosofica molto originale: l’autrice si chiede per quali possibili motivi a Wittgenstein piacesse un giallo di Norbert Davis, Rendez-Vous with Fear, uscito negli Stati Uniti nel 1943 con il titolo The Mouse in the Mountain. Dalle lettere scambiate con l’amico Norman Malcolm sappiamo della sua passione per le hard boiled stories e per questo giallo in particolare. Con grande libertà teorica, che include introspezione e analisi epistemologica, antropologic..

Hephaestus Reloaded

Hephaestus Reloaded / Efesto Reloaded, presented in a bilingual (English/Italian) publication, and whose five authors are from Greece, Italy, and the US, invokes as its first inspiration the myth of Hephaestus who embodied a twofold entity: both disabled and technically capacious. The myth of Hephaestus has been passed across the centuries as an ancient metaphor signifying the idea of becoming-world, in which any distinction between the natural and the artificial, or the organic and the technical, is blurred. Human beings, by virtue of their physical vulnerabilities and limits, have enhanced their technological powers to the point of transcending their own given nature. At present, a variety of critical discourses in disciplines such as philosophy, history, aesthetics, and cognitive sciences pay attention to our becoming-hybrid (organic and mechanical beings) – unleashing a space for research that probes the concept of transcendence. Each of the contributions in this book addresses – through its own peculiar perspective, method and experimental style – a new way to approach the role of transcendence in socio-cultural life.In the Occidental history of ideas, the notion of transcendence has received at least three canonical articulations that are challenged by this book: religious (Judeo-Christian traditions), philosophical (Platonic-intellectual universality of ideas), and scientific (the objective and technological turn of knowledge). Nonetheless, it is with the rise of cybernetics, with its digital and virtual modalities of systems, networks, and knowledge, that our human environment emerges as a source of knowledge in itself -- not simply as an object but rather as an immersive agency in which nature, knowledge, technique merge. The transcendence of the actual and the virtual into a “third” element is construed and analyzed in this book through conceptual schemes that rely on a post-binary or non-binary understanding of coincidences, triangulations, hybrids, or post-human combinatorics. What is ultimately explored is how transcendence is ejected from strictly theological, philosophical, or scientific groundings and emerges as a germinating point of becoming (something else)

arte, psicologia e realismo. Saggi in onore di Lucia Pizzo Russo

Le ricerche che Lucia Pizzo Russo ha svolto durante tutta la sua carriera hanno esplicitato con passione e rigore un’intuizione: se vogliamo davvero capire l’essere umano, è necessario considerarlo come unità psicofisica, trattando la complessità della mente senza pregiudizi disciplinari. Comprendere la mente umana significa rendere giustizia alla percezione, alla sua intelligenza, non confondere razionalità e logica, rintracciare il nesso con i fenomeni, riabilitare l’oggettività delle emozioni e dei valori, riscoprire che le vie dell’invenzione, non arbitraria, di forme rappresentative, simboliche e culturali, riconduce in primo luogo all’intelligenza della percezione. Questa raccolta di saggi oltre a essere un omaggio a Lucia Pizzo Russo è un percorso attraverso autori e temi che accomunano psicologia e filosofia nel lavoro di comprensione dell’essere umano

Per un'estetica dell'errore: la Glitch Art

In linea generale, parlare di “errore” in ambito artistico è già di per sé un problema teorico di grande finezza: rispetto all’orizzonte epistemologico o gnoseologico, la categoria dell’errore è ben più problematica in estetica; difatti un qualsiasi errore di ordine tecnico (il rapporto tra le proporzioni dei volumi che compongono un corpo rappresentato ad esempio), stilistico o contenutistico (delle inesattezze di ordine storiografico o delle incongruenze in uno sviluppo narrativo), nella resa finale dell’opera si rende completamente autonomo dalle intenzioni dell’autore, e trasfigurato nell’espressione artistica quell’errore viene riscattato assumendo comunque un significato, magari allegorico o simbolico