23 research outputs found

    Colonialismo, capitalismo e segmentaridade:: nacionalismo e internacionalismo na teoria e política anticolonial e pós-colonial

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    O objetivo deste texto é apresentar algumas reflexões teóricas e epistemológicas sobre o colonialismo, a colonialidade e a teoria da revolução. Para isso, dialogaremos criticamente com algumas teses dos estudos descoloniais/pós-coloniais. Entendemos que é necessário não somente aprofundar a crítica epistemológica, mas desenvolver instrumentos para análise sociológica do colonialismo e da situação pós-colonial. O texto mostra ainda como o internacionalismo, a teoria do imperialismo e da segmentaridade podem ajudar nessas tarefas

    Etnopolítica e Estado

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    O objetivo deste trabalho é, a partir da apresentação de algumas reflexões sobre o movimento indígena no Brasil, especialmente de uma de suas principais organizações, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), desenvolver elementos para uma teoria do que podemos chamar de etnopolítica. Propomos que, no processo histórico de formação do movimento indígena, existe uma luta entre duas tendências contraditórias (uma dialética que rege a etnopolítica), que se manifesta na experiência das organizações indígenas: a de centralização organizacional com centralização do poder e a de centralização organizacional com descentralização de poder. No caso concreto, iremos estudar como a tentativa de estruturação da Apib no Mato Grosso do Sul se desdobrou num conflito que deu origem a duas organizações, o Conselho do Povo Terena (organização informal) e a Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal (Arpipan), organização formal que deveria ser a seção regional da Apib. Essas duas organizações expressam, justamente, essa luta entre formas de centralização e descentralização do poder, bem como as ambiguidades do processo de organização indígena. Esse conflito, interno ao movimento indígena, é na realidade a expressão do conflito entre o que podemos chamar de sistema político centralizador hierárquico estatal (ou estrutura) e um sistema político descentralizador insurgente igualitário (ou antiestrutura)

    Conquista colonial, resistência indígena e formação do Estado-Nacional: os índios Guaicuru e Guana no Mato Grosso dos séculos XVIII-XIX

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    Este artigo analisa a história da conquista colonial do estado do Mato Grosso no século XIX e sua contrapartida, a resistência indígena, a partir dos relatos de militares e administradores que atuaram na região do Rio Paraguai e Pantanal. O caso dos índios Guaicuru e Guana é estratégico para esse gênero de problemática teórica, já que os dois grupos indígenas tiveram um importante papel na consolidação da conquista colonial portuguesa e, ao mesmo tempo, criaram diversos obstáculos à sua expansão e estabilização. O artigo apresenta uma reflexão histórica e teórica sobre a relação entre dominação e resistência política.This article analyzes the history of colonial conquest of Mato Grosso state in the XIXth century and its counterparty, the indigenous resistance. It starts with written by militaries and administrators who acted in the Paraguay River area and Swampland (reports that were published in scientific magazines of the XIXth century). The case of the Guaicurus and Guanas is strategic for that theoretical concern, since these two groups had an important role in the consolidation of the Portuguese colonial conquest. At the same time, they created several obstacles to its expansion and stabilization. The article presents a historical and theoretical reflection about the relationship between domination and political resistance

    Socialismo, Conservadorismo e Cooperativismo na “revolução pacífica”: algumas teses críticas acerca da “economia solidária”

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    No presente artigo analisaremos as ideias políticas que sustentam o cooperativismo em geral e a chamada “economia solidária”, com o objetivo de problematizá-lo enquanto projeto político e movimento social. Remontando a genealogia das ideias que sustentam as políticas da economia solidária, mostrando como o fato de seus teóricos inventarem uma descendência do cooperativismo expressa num tipo de projeto político paternalista e conservador que evidenciam Robert Owen e os “socialistas utópicos” como fundadores desse projeto e movimento político. A análise proposta está baseada em textos teóricos e políticos sobre cooperativismo (tanto dos ideólogos da economia solidária quanto dos pensadores socialistas que refletiram sobre esta questão desde o século XIX). Nossa hipótese é que o cooperativismo no Brasil está associado a projetos políticos de base paternalista e tutelada pelo Estado, ou plenamente integrados ou condicionados pela economia de mercado. Entendemos que o cooperativismo de base sindical-popular deve recuperar o caráter pedagógico defendido pelos teóricos socialistas analisados, com vistas a uma formação política que aposte na necessidade de vinculação a movimentos sociais e sindicais

    Colonialismo, capitalismo e segmentaridade: nacionalismo e internacionalismo na teoria e política anticolonial e pós-colonial

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    O objetivo deste texto é apresentar algumas reflexões teóricas e epistemológicas sobre o colonialismo, a colonialidade e a teoria da revolução. Para isso, dialogaremos criticamente com algumas teses dos estudos descoloniais/pós-coloniais. Entendemos que é necessário não somente aprofundar a crítica epistemológica, mas desenvolver instrumentos para análise sociológica do colonialismo e da situação pós-colonial. O texto mostra ainda como o internacionalismo, a teoria do imperialismo e da segmentaridade podem ajudar nessas tarefas

    Etnopolítica e Estado

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    O objetivo deste trabalho é, a partir da apresentação de algumas reflexões sobre o movimento indígena no Brasil, especialmente de uma de suas principais organizações, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), desenvolver elementos para uma teoria do que podemos chamar de etnopolítica. Propomos que, no processo histórico de formação do movimento indígena, existe uma luta entre duas tendências contraditórias (uma dialética que rege a etnopolítica), que se manifesta na experiência das organizações indígenas: a de centralização organizacional com centralização do poder e a de centralização organizacional com descentralização de poder. No caso concreto, iremos estudar como a tentativa de estruturação da Apib no Mato Grosso do Sul se desdobrou num conflito que deu origem a duas organizações, o Conselho do Povo Terena (organização informal) e a Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal (Arpipan), organização formal que deveria ser a seção regional da Apib. Essas duas organizações expressam, justamente, essa luta entre formas de centralização e descentralização do poder, bem como as ambiguidades do processo de organização indígena. Esse conflito, interno ao movimento indígena, é na realidade a expressão do conflito entre o que podemos chamar de sistema político centralizador hierárquico estatal (ou estrutura) e um sistema político descentralizador insurgente igualitário (ou antiestrutura)

    Desenvolvimentismo, etnicidade e questão agrária

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    O objetivo deste artigo é fazer uma análise da relação entre processos de desenvolvimento, etnicidade e questão agrária, focalizando especialmente contradições que envolvem as formas de gestão das terras indígenas dentro da estrutura fundiária. O século XIX legou a ideia de que as contradições raciais e étnicas eram um entrave à formação do Brasil como nação, marcando diferentes debates acerca da modernização capitalista. Essa concepção produziu um determinado lugar para as sociedades indígenas e sua relação com o território, no qual a etnicidade era pensada como obstáculo ao processo. Mas o próprio processo histórico de desenvolvimento/modernização no século XX e as lutas sociais modificaram esse quadro, de maneira que as terras indígenas tornaram-se um componente da própria estrutura do Estado. De maneira geral, as terras indígenas passaram a ocupar um lugar central no ordenamento territorial e agrário, o que por sua vez não se deu sem lutas entre diferentes projetos políticos. Pretendemos analisar como a reativação de categorias discursivas e políticas desenvolvimentistas no início do século XXI explicita as contradições entre diferentes projetos políticos para o mundo rural, que por sua vez se expressam numa disputa pela redefinição dos instrumentos de gestão territorial e do espaço agrário.

    Borders, history and identities: symbolic struggle in indigenous land demarcation processes

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    The present article analyzes the issue of the border based upon a study of the experiences of the Terena indigenous people in Mato Grosso do Sul. This people lives in villages situated in an international border region. I present a number of theoretical reflections on symbolic conflicts, the border development process and its effects on indigenous societies. The article contains two analytic movements: 1. an analysis of the symbolic conflict permeating the legal processes, linked to the territorial conflicts between the Terena and rural producers, showing how the idea of the border is activated in the construction of political mechanisms for excluding and (de)legitimizing ethnic groups; 2. an analysis of the State’s border policies, territorial dynamics and its confrontation with indigenous symbolic policies in different local situations along the border, which also form part of the symbolic struggle for recognition of the legitimacy of indigenous identities and territories

    Desenvolvimentismo, etnicidade e questão agrária

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    O objetivo deste artigo é fazer uma análise da relação entre processos de desenvolvimento, etnicidade e questão agrária, focalizando especialmente contradições que envolvem as formas de gestão das terras indígenas dentro da estrutura fundiária. O século XIX legou a ideia de que as contradições raciais e étnicas eram um entrave à formação do Brasil como nação, marcando diferentes debates acerca da modernização capitalista. Essa concepção produziu um determinado lugar para as sociedades indígenas e sua relação com o território, no qual a etnicidade era pensada como obstáculo ao processo. Mas o próprio processo histórico de desenvolvimento/modernização no século XX e as lutas sociais modificaram esse quadro, de maneira que as terras indígenas tornaram-se um componente da própria estrutura do Estado. De maneira geral, as terras indígenas passaram a ocupar um lugar central no ordenamento territorial e agrário, o que por sua vez não se deu sem lutas entre diferentes projetos políticos. Pretendemos analisar como a reativação de categorias discursivas e políticas desenvolvimentistas no início do século XXI explicita as contradições entre diferentes projetos políticos para o mundo rural, que por sua vez se expressam numa disputa pela redefinição dos instrumentos de gestão territorial e do espaço agrário.
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