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Moses: Bridging the Fields of Culture, Judaism and Psychoanalysis
O artigo discute o papel de Moisés no Judaísmo à luz da reconstrução histórica de Freud (1939/2004) e de suas análises da força e permanência desta cultura e de sua tradição. Com esse personagem articulador, Freud elabora sua teoria da tradição e da transmissão, afirmando e forjando seu edifício conceitual, sobre os fenômenos sociais, em analogia com suas observações das psicanálises (individuais) que conduziu. Cotejando a versão freudiana, a versão exegética (Sellin, 1922, citado em Freud, 1939/2004), e a versão da Torá desse legislador, e tomando contradições e inconsistências pululantes na jornada do grande profeta, o artigo procura mostrar como desse personagem e de seu acontecer-histórico (die Geschichte) se derivam importantes consequências para a história primordial (die Urgeschichte) da cultura, dos monoteísmos e da própria clínica da subjetividade.The author discusses Moses’ role in Judaism in the light of Freud’s historical reconstruction (1939/2004) and his analysis with respect to the power and resilience of this culture and tradition. Based on the mythical role of this central character, Freud’s theory on tradition and transmission extends its array of interest to include the social and the clinical psychoanalytic phenomena. In a strict dialog between the Freudian, the exegetic (Sellin, 1922, cited in Freud, 1939/2004) and the overt Torah (Pentateuc) versions of Moses’ narrative, while confronting its contradictions and other many inconsistencies, the author demonstrate the path from Moses and his historical-enactment (die Geschichte) to the relevant consequences to the primordial history (die Urgeschichte) of the culture, the monotheisms and the clinic of the subjectivity
Responsabilidade e imputabilidade: Diálogos entre a Psicanálise e o Direito
The article aims to discuss the importance of the current debates about responsibility and imputability based in a dialogue between Psychoanalysis and Law. Revisiting the etymology of freudian therms and Lacan’s enlightments, authors oppose them to the applicability of those categories in the legal field. According Psychoanalysis, responsible subjects are entangled and commanded by drive’s (Trieb) adhesiveness (Haftbarkeit), and this original condition precedes their duty to respondere (Verantwortung). Summoned from analytical work, subjects must take responsibility for their immoral and unconscious thoughts arising from their dreams and their awake conduct. These are the same subjects, supressed by Law’s operations, which are much more interested in the subjects’ capacity or incapacity of understanding, controlling their actions and taking responsibility for it.O objetivo do artigo é tomar a atualidade dos debates sobre responsabilidade e imputabilidade para discuti-la em um diálogo entre a Psicanálise e o Direito. Revisita-se a etimologia dos vocábulos freudianos e as elucidações de Lacan, recuperando a definição de responsabilidade em Psicanálise e contrapondo-a à aplicabilidade das categorias jurídicas.Sugere-se que o sujeito responsável é constituído e comandado pela adesividade (Haftbarkeit) pulsional que antecede o dever de respondere (Verantwortung).Convocado pelo trabalho da análise, pela fala, a assumir a responsabilidade por seus pensamentos imorais subjacentes aos sonhos e à vida de vigília, esse sujeito determinado pelas pulsões não é escutado pelas operações do Direito, voltadas para indicar com exatidão o imputável e o incapaz de entendimento e autodeterminação
Myth and truth in freud: how to build a clinic
Our proposal begins trying to circumscribe the definition of myth to Freud, showing their fruitful theorizing about the structure of the sagas for analytic praxis. The light, above all, Moses and Monotheism and Totem and Taboo followed our goal of showing that the myth occupies a prominent place in the psychoanalytic field, and the ways of Freud's work led us to the conclusion that the founder of psychoanalysis ends by recognizing the pattern of mythical stories - reworked by psychoanalysis - an intersection with its own conception of historical truth.Nuestrapropuesta comienza tratando de circunscribir la definición de mito a Freud, mostrando sufructífera teorización acerca de la estructura de las sagas en la praxis analítica. Especialmente a la luz de Moisésy la religión monoteístay Tótemy Tabu, seguimos nuestro objetivo de mostrar que el mito ocupa un lugar destacado en el campo psicoanalítico, y las formas de la obra de Freud nos han llevado a la conclusión de que el fundador del psicoanálisis termina por reconocer el patrón de historias míticas - reelaborado por el psicoanálisis - en una intersección con su propia concepción de la verdad histórica.Nossa proposta tem início na tentativa de circunscrever a definição do mito para Freud, mostrando suas frutíferas teorizações sobre a estrutura das sagas para apráxis analítica. A luz, sobretudo, de Moisés e o Monoteísmo e de Totem e Tabu, seguimos nosso objetivo de mostrar que o mito ocupa um lugar de destaque no campo psicanalítico, e que as vias da obra de Freud nos levaram à conclusão de que o fundador da psicanálise termina por valorizar o modelo das histórias míticas - retrabalhadaspela psicanálise - numa interseção com a sua própria concepção de verdade histórica
Responsabilidade e Imputabilidade: Diálogos entre a Psicanálise e o Direito
RESUMO O objetivo do artigo é tomar a atualidade dos debates sobre responsabilidade e imputabilidade para discuti-la em um diálogo entre a Psicanálise e o Direito. Revisita-se a etimologia dos vocábulos freudianos e as elucidações de Lacan, recuperando a definição de responsabilidade em Psicanálise e contrapondo-a à aplicabilidade das categorias jurídicas.Sugere-se que o sujeito responsável é constituído e comandado pela adesividade (Haftbarkeit) pulsional que antecede o dever de respondere (Verantwortung).Convocado pelo trabalho da análise, pela fala, a assumir a responsabilidade por seus pensamentos imorais subjacentes aos sonhos e à vida de vigília, esse sujeito determinado pelas pulsões não é escutado pelas operações do Direito, voltadas para indicar com exatidão o imputável e o incapaz de entendimento e autodeterminação