4 research outputs found

    A leitura girardiana do endemoninhado geraseno

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    O fator violência é uma obscura constante antropológica. Ele se manifesta sob diversas tipologias, com múltiplos matizes e valendo-se de diversos mecanismos. René Girard constatou tal universalidade e intuiu uma presença ritualística naquilo que denomina o mecanismo do bode expiatório. A revelação judaico-cristã apresenta os efeitos nocivos desse círculo vicioso, que exige sempre um novo sacrifício para restabelecer o equilíbrio de uma coletividade, e o Novo Testamento propõe a superação desse mecanismo perverso, por meio da oferta que Jesus faz de si. As vítimas tornam-se proclamadores da boa nova sobre a violência superada. Nesse sentido, esta pesquisa apresentará a hermenêutica aplicada por Girard à perícope neotestamentária, comumente intitulada “O endemoninhado geraseno”, presente na tríplice tradição sinótica (Mc 5,1-20; Mt 8, 28-9,1a; Lc 8,26-39). O contraponto estabelecido, com o auxílio de alguns comentários exegéticos, tem por escopo trazer à luz as importantes contribuições desse estudioso, que se aventurou pela seara bíblica e favoreceu, com sua teoria, o diálogo e o mútuo enriquecimento entre exegese e antropologia

    O Espírito Santo e o diálogo inter-religioso: apontamentos da tradição e do magistério eclesiástico

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    O Espírito Santo é livre, age em tudo, tudo permeia e dinamiza. O Concílio Vaticano II (1962-1965), de índole essencialmente pneumatológica, marcou uma nova percepção da atuação salvífica do Paráclito para além das fronteiras do cristianismo. Ao ouvir o apelo para o diálogo com o mundo também através da teologia das religiões, o Concílio Vaticano II sinalizou para a pneumatologia como elemento facilitador do contato e do reconhecimento da ação da graça salvífica nas religiões não cristãs. O objetivo do presente artigo é delinear alguns elementos que permitam perceber a ação do Espírito Santo nas religiões não cristãs e a premente relação de diálogo da Igreja para com as mesmas. Utilizaremos neste artigo o método descritivo, procurando apresentar as principais expressões referentes ao Espírito Santo oriundas dos principais documentos do magistério da Igreja. De maneira breve, serão citados algumas considerações críticas do teólogo Jacques Dupuis no tocante a avanços e retrocessos nas formulações destacadas

    O ESPÍRITO SANTO E A VIVÊNCIA DA SINODALIDADE EM ATOS DOS APÓSTOLOS

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    O presente artigo versa sobre a relação fundamental existente entre pneumatologia e sinodalidade conforme a teologia dos Atos dos Apóstolos. A análise se propõe demonstrar que para o autor dos Atos a Igreja é “sínodo”, desencadeado e conservado pela ação direta do Espírito. Assim sendo, em primeiro lugar apresenta-se, em linhas gerais, o lugar da pneumatologia no referido livro. Passa-se, depois, à sumarização dos derramamentos do Espírito no decorrer da narrativa na qualidade de ação promotora da comunhão, ambiente vital da sinodalidade. Na terceira parte a abordagem concentra-se sobre o caráter sinodal da assembleia de Jerusalém, narrada em At 15. Ponto de inflexão no panorama geral da obra, a assembleia de Jerusalém, de certo modo, define os destinos da evangelização que haveria de plasmar a identidade do cristianismo mediterrâneo. Portanto, alinhavando a análise, a quarta seção discorre acerca do lugar dado ao Espírito na condução da missão. É, com efeito, a missão o objetivo coeso procurado pelo alcance sinodal da eclesiologia lucana naturalmente coextensiva à pneumatologia

    “O EVANGELHO DE PAULO”: EM QUE CONSISTE? ANÁLISE A PARTIR DO PENSAMENTO DE JAMES D.G. DUNN

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    O presente artigo tem por objetivo analisar o teologúmeno concentrado na expressão “Evangelho de Paulo” e suas notas características dentro da Teologia Paulina. James D.G. Dunn, famoso exegeta escocês, traz o tema para o centro do debate e o coloca como a dimensão capital da vocação e missão do apóstolo Paulo. Neste ensaio procuraremos, ao modo de uma montagem de painéis, explicitar alguns dos principais aspectos da mensagem paulina sintetizadas na palavra “Evangelho de Paulo” e suas expressões correlatas. Para tal finalidade, utilizaremos o método expositivo-descritivo, apresentando: 1) Origem e significado do termo εὐαγγέλιον no Primeiro e Segundo Testamentos; 2) Análise temática do termo εὐαγγέλιον no Corpus Paulinum sob a ótica de James Dunn; 3) Relação do εὐαγγέλιον  paulino com os Sinóticos a partir das contribuições do exegeta Johan Konings. “THE GOSPEL OF PAULO”: ANALYSIS FROM THE THOUGHT OF JAMES D.G. DUNNAbstractThe article aims to explain some aspects of the "Gospel of Paul" axiom as presented in the works of James Dunn. His research highlights aspects of Paul’s Gospel inherited from Scripture and the Gospel of Christ. The break with Judaism occurs with the resurrection of Christ. In fact, the death and resurrection of Christ inaugurates a new covenant, new life, spiritual life. The study shows James Dunn's contribution in highlighting the tension between new and old, between the historical-salvific and apocalyptic perspective in Pauline theology. Contributions are not opposed. The apocalyptic genre is common in the Jewish and Christian tradition. Thus in Paul's new perspective, the opposition between Judaism and Christianity, faith and works is not accentuated. The Gospel of Paul is good news that eliminates antagonisms and includes differences.Keywords: Perspective. Paul. Gospel. Jesus. Judaism
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