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    O valor social das crianças : um estudo sobre as definições de trabalho infantil entre crianças de baixa renda de Campinas

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    Estudos recentes de órgãos nacionais e internacionais referentes ao trabalho infanto-juvenil revelam uma significativa redução do trabalho de crianças e adolescentes no Brasil na faixa etária de 5 a 17 anos de idade. Estes dados oferecem algumas pistas sobre o importante processo de des-legitimação do trabalho infanto-juvenil ocorrido no Brasil nas últimas décadas, evidenciando a existência de uma luta simbólica pela imposição da ilegitimidade do trabalho infantil ao conjunto da sociedade brasileira. Este trabalho tem por objetivo analisar as relações que famílias de baixa renda estabelecem com o trabalho dos adolescentes, indagando-os sobre a maneira como conceituam o trabalho e o não trabalho em suas práticas cotidianas. Nesta análise foi considerada a dificuldade que órgãos nacionais e internacionais e a própria sociedade possuem em definir as fronteiras entre o que é considerado trabalho infanto-juvenil e o que é considerado prática sociocultural aceitável. A pesquisa foi desenvolvida por meio de entrevistas e observações junto a um grupo de adolescentes e suas famílias moradoras de alguns bairros localizados no distrito de Barão Geraldo. Pode-se observar que está muito presente nas falas dos adolescentes entrevistados a idéia de trabalho como ajuda familiar. Do ponto de vista desses adolescentes, ajudar em casa é uma maneira de contribuir para o bem estar de todo o grup

    A construção social dos significados de "público" e sua influência na educação

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    Os significados de "público" e suas compreensões por parte de quem trabalha na escola pública refletem diretamente na qualidade da educação e na construção de uma escola democrática. Esta afirmação é que me move a escrever este memorial de formação. Mas por onde começar? Ah, sim! A minha trajetória na educação...Formada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da UNICAMP entre os anos de 2003 e 2006 e trabalhando há nove anos na educação pública, deparei-me em diversos momentos nas várias escolas por onde passei com situações e comentários vindos dos diversos indivíduos que constituem a escola (pais, alunos, professores e funcionários) que me incomodavam e ainda me trazem certo desconforto, tais como: "escola pública é para pobre"; "não precisa dar muito a eles (alunos de escola pública) porque não terão condições de ir mais longe que isso"; "por que a gente tem que repor os pontos facultativos se ninguém da prefeitura o faz?"; "funcionário público não trabalha, só enrola"; "o que é público não funciona mesmo"; "pra quê fazer mais se posso fazer menos? Já estou estável"; entre outros tantos comentários. Afinal, o que esses comentários significam? O que é "público" e o que percorre o imaginário social sobre o assunto? Que denominações são essas que caracterizam o "público" e que permeiam a sociedade? O que isso significa no cotidiano da escola? E, principalmente, o que isso reflete/ interfere na qualidade da educação pública e na construção de uma escola verdadeiramente democrática? Estas são algumas das questões que me guiarão neste memoria

    Stories of families, stories of work : socialization and intergenerational transmission

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    Orientador: Ana Maria Fonseca de AlmeidaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de EducaçãoResumo: O que os jovens julgam como bom trabalho ou mau trabalho, trabalho desejável ou trabalho indesejável? Como constroem esses julgamentos? Esta pesquisa documentou as percepções de um grupo de jovens oriundos de grupos populares e estudou o processo de socialização a que estavam submetidos para tentar responder a essas perguntas. Para tanto, foram realizadas duas rodadas de entrevistas com nove jovens e seus pais quando esses tinham idade entre doze e quatorze anos. Os resultados mostram que os julgamentos são construídos em relação com a história da família, especialmente com a história de trabalho dos adultos mais próximos, e com as percepções dominantes no círculo de amizades formado principalmente no próprio bairro onde moram. A pesquisa mostrou também que essas percepções estão fortemente relacionadas com os investimentos realizados na escola e com a decisão de adiantar ou atrasar a entrada no mercado de trabalhoAbstract: What do young judge good or bad, desirable or undesirable jobs? How do the build their judgment concept? In order to answer these questions, this research documented the perceptions of a group of teenagers originated from low social classes and studied the socialization process which they were submitted. Two rounds of interviews were done with young and their parents when the teenagers were twelve and fourteen. The results shows that the judgments of the young are build based on family history, especially on labor history of closest adults, and on dominant perceptions inside the friendship circle formed by other teenagers in their neighborhood. This research shows also that these perceptions are closely related with school investments and with decision of postpone or advance the entry in the job markedMestradoEducação, Conhecimento, Linguagem e ArteMestre em Educaçã

    Permanências e mutações na definição intergeracional do trabalho infantil Continuities and mutations in the intergenerational definition of child labor

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    O artigo discute a percepção de famílias dos grupos populares sobre o significado do trabalho infantil, apontando o enquadramento moral, cercado de ambiguidades, das decisões tomadas pela geração mais velha de adiar a entrada dos filhos em ocupações remuneradas. Embora suas decisões possam ser explicadas, pelo menos em parte, pela profundidade das transformações nas mentalidades que acompanharam a gênese da percepção da criança como um ser humano em formação e fundamentaram a transformação do trabalho infantil em prática ilegal e socialmente ilegítima, nosso estudo, não obstante, ajuda a mostrar que as ambiguidades percebidas podem ser explicadas pela história social das gerações em foco, que é, em grande parte, a história das transformações por que passou o Brasil nas últimas décadas, tanto no que diz respeito à sua estrutura produtiva, quanto à sua organização legal e espacial.<br>This paper discusses how low-income families perceive the meaning of child labor. It points out the ambiguous moral vision that supports the decision made by the older generation to postpone the entrance of their children in the labor market. Such decisions can be explained, at least partly, by the deep transformations in mentalities that have followed the genesis of the perception of children as "human beings in formation" and founded the transformation of child labor into an illegal and socially illegitimate practice. Nevertheless, our study shows that the ambiguities noted may also be explained by the social history of the generations focused, which is, mainly, the history of the transformations that have taken place, these last decades, in the productive structures and in the legal and spatial organization of Brazil
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