9 research outputs found
Indicador nacional de alfabetismo funcional-2001: explorando as diferenças entre mulheres e homens
This work is part of a group of studies in the educational field that investigate the differences in the results obtained by men and women in educational researches. The National Index of Functional Literacy is composed from a test of 20 questions of varying difficulty that measure how people make use of reading and writing in their daily activities. It was developed by the Paulo Montenegro Institute (IBOPE) and Educative Action (Ação Educativa), and applied to a stratified sample of the Brazilian population comprised of 2000 people (from 15 to 64 years of age). The results indicate that women perform better in every question of the test. Making use of the concept of gender and moving away from the man-woman dichotomy, we have worked with three occupational groups: working men, working women, and housewives. The inferential analysis carried out indicates that the differences in the average rate of right answers between the three occupational groups are significant, after accounting for the five predictive variables (schooling, age, color, Criterion Brazil, and reading habit). This suggests that the differences encountered between the groups are not dependent on the predictive variables. In a question by question analysis, it was observed that in nine of the questions the average performance of working women was superior to both working men and housewives. More surprisingly, in three of the questions housewives achieved significantly better results than working men.Este trabalho se insere em um conjunto de estudos na ĂĄrea educacional que investigam as diferenças nos resultados que homens e mulheres apresentam em pesquisas educacionais. O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional Ă© composto por um teste com 20 questĂ”es de dificuldade variada, que mensura como as pessoas utilizam-se da escrita e da leitura em seus espaços cotidianos, tendo sido desenvolvido pelo Instituto Paulo Montenegro (IBOPE) e Ação Educativa e aplicado a uma amostra estratificada da população brasileira, composta de 2.000 pessoas (15 a 64 anos). Os resultados indicam que as mulheres apresentam um resultado melhor em todas as questĂ”es do teste na comparação com os homens. Utilizando o conceito de gĂȘnero e afastando-se da dicotomia homem-mulher, trabalhou-se com trĂȘs grupos ocupacionais: homens que trabalham; mulheres que trabalham fora e donas-de-casa. A anĂĄlise inferencial realizada indica que as diferenças entre as proporçÔes mĂ©dias de acertos nos trĂȘs grupos ocupacionais sĂŁo significativas, uma vez controladas as cinco variĂĄveis preditoras (escolaridade, idade, cor, CritĂ©rio Brasil e gosto por leitura). Isso sugere que as diferenças encontradas entre os grupos independem dessas variĂĄveis preditoras. Na anĂĄlise questĂŁo a questĂŁo, observa-se que, para nove destas, as mulheres que trabalham apresentam um desempenho mĂ©dio superior aos homens que trabalham ou donas-de-casa. O que mais surpreende Ă© que em trĂȘs questĂ”es as donas-de-casa apresentam um desempenho significativamente superior aos homens que trabalham
Indicador nacional de alfabetismo funcional-2001:: explorando as diferenças entre mulheres e homens
This work is part of a group of studies in the educational field that investigate the differences in the results obtained by men and women in educational researches. The National Index of Functional Literacy is composed from a test of 20 questions of varying difficulty that measure how people make use of reading and writing in their daily activities. It was developed by the Paulo Montenegro Institute (IBOPE) and Educative Action (Ação Educativa), and applied to a stratified sample of the Brazilian population comprised of 2000 people (from 15 to 64 years of age). The results indicate that women perform better in every question of the test. Making use of the concept of gender and moving away from the man-woman dichotomy, we have worked with three occupational groups: working men, working women, and housewives. The inferential analysis carried out indicates that the differences in the average rate of right answers between the three occupational groups are significant, after accounting for the five predictive variables (schooling, age, color, Criterion Brazil, and reading habit). This suggests that the differences encountered between the groups are not dependent on the predictive variables. In a question by question analysis, it was observed that in nine of the questions the average performance of working women was superior to both working men and housewives. More surprisingly, in three of the questions housewives achieved significantly better results than working men.Este trabalho se insere em um conjunto de estudos na ĂĄrea educacional que investigam as diferenças nos resultados que homens e mulheres apresentam em pesquisas educacionais. O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional Ă© composto por um teste com 20 questĂ”es de dificuldade variada, que mensura como as pessoas utilizam-se da escrita e da leitura em seus espaços cotidianos, tendo sido desenvolvido pelo Instituto Paulo Montenegro (IBOPE) e Ação Educativa e aplicado a uma amostra estratificada da população brasileira, composta de 2.000 pessoas (15 a 64 anos). Os resultados indicam que as mulheres apresentam um resultado melhor em todas as questĂ”es do teste na comparação com os homens. Utilizando o conceito de gĂȘnero e afastando-se da dicotomia homem-mulher, trabalhou-se com trĂȘs grupos ocupacionais: homens que trabalham; mulheres que trabalham fora e donas-de-casa. A anĂĄlise inferencial realizada indica que as diferenças entre as proporçÔes mĂ©dias de acertos nos trĂȘs grupos ocupacionais sĂŁo significativas, uma vez controladas as cinco variĂĄveis preditoras (escolaridade, idade, cor, CritĂ©rio Brasil e gosto por leitura). Isso sugere que as diferenças encontradas entre os grupos independem dessas variĂĄveis preditoras. Na anĂĄlise questĂŁo a questĂŁo, observa-se que, para nove destas, as mulheres que trabalham apresentam um desempenho mĂ©dio superior aos homens que trabalham ou donas-de-casa. O que mais surpreende Ă© que em trĂȘs questĂ”es as donas-de-casa apresentam um desempenho significativamente superior aos homens que trabalham
Expansão da temåtica relaçÔes raciais no banco de dados de teses e dissertaçÔes da Capes
Resumo Nas Ășltimas dĂ©cadas observa-se uma ampliação das taxas de acesso Ă pĂłs-graduação no Brasil. A caracterização do pĂșblico que frequenta e finaliza essa etapa de escolarização tem sido objeto de um conjunto variado de projetos de pesquisa e publicaçÔes. Os estudos sobre a temĂĄtica das relaçÔes raciais nesse universo podem ser analisados, dentre outras possibilidades, a partir da autoria de trabalhos por pĂłs-graduandos negros ou como temĂĄtica de estudo nas dissertaçÔes e teses produzidas. Neste trabalho, analisamos a evolução dos estudos sobre relaçÔes raciais considerando como fonte de dados os trabalhos de mestrado e doutorado defendidos nas instituiçÔes brasileiras e registradas no banco de teses e dissertaçÔes da Capes. Por meio da definição de 191 descritores, caracterizamos informaçÔes dos registros das teses e dissertaçÔes no perĂodo de 25 anos (1987-2011). Ao todo foram identificados 4.204 trabalhos sobre a temĂĄtica, defendidos em oitocentos programas de pĂłs-graduação de 161 universidades ou instituiçÔes de pesquisa. Existem evidĂȘncias claras de que o crescimento na quantidade de teses e dissertaçÔes sobre relaçÔes Ă© maior quando comparado Ă mĂ©dia de trabalhos defendidos no mesmo perĂodo, mostrando assim um crescente interesse sobre a temĂĄtica, que pode estar associado Ă ampliação do acesso de negros ao ensino superior e, de forma ainda mais restrita, aos programas de pĂłs-graduação. Outro aspecto importante explorado neste trabalho Ă© que as mulheres sĂŁo maioria nas produçÔes identificadas na temĂĄtica das relaçÔes raciais no Brasil
O trabalho como fator determinante da defasagem escolar dos meninos no Brasil: mito ou realidade? Labor as a determinant factor of school result discrepancy in Brazil: myth or reality?
Este artigo tem por objetivo avaliar a influĂȘncia do trabalho nas trajetĂłrias escolares a partir dos microdados da Pesquisa Nacional de Amostra por DomicĂlio - PNAD 2006. Desenvolve-se uma modelagem estatĂstica, visando explicar a defasagem entre idade e anos de estudo a partir da variĂĄvel sexo e considerando o fator trabalho como variĂĄvel de controle. Os resultados indicam que o trabalho prejudica o percurso escolar mais intensamente para os meninos e os afazeres domĂ©sticos de forma mais sutil para as meninas, com resultados piores para os negros de ambos os sexos, mas somente essa variĂĄvel nĂŁo explica a maior defasagem escolar do sexo masculino.<br>This article aims to evaluate the labor influence on school courses of boys and girls. Based on the micro data of PNAD 2006 (National Residence Sample Survey), a statistic model is developed to explain the discrepancy in age- years of study, taking into account the sex and considering labor as a control variable. The results indicate that working damages more intensively the boys' school process, and housework in a more subtle way influences the girls' school process. The worse results were observed for blacks of both sex
O sucesso escolar de meninas de camadas populares: qual o papel da socialização familiar?
Este artigo apresenta resultados de um estudo qualitativo que procurou conhecer os processos de socialização de gĂȘnero no interior de oito famĂlias de setores populares na cidade de SĂŁo Paulo. Aqui enfocamos alguns dos aspectos que nos pareceram relevantes na compreensĂŁo da trajetĂłria escolar melhor sucedida das meninas. Ao longo de 2011, foram feitas entrevistas semiestruradas com oito mĂŁes, dois pais e dez crianças, alĂ©m de conversas e observaçÔes nas escolas, envolvendo ao todo 26 crianças e jovens. Obtivemos indicaçÔes de que: a socialização de gĂȘnero no Ăąmbito das famĂlias de setores populares urbanos favorece nas meninas, e nĂŁo nos meninos, o desenvolvimento de comportamentos frequentemente desejados pelas escolas, tais como a disciplina, a organização e a obediĂȘncia (ou formas de desobediĂȘncia menos visĂveis); ao mesmo tempo, essa socialização faz com que a frequĂȘncia Ă escola tenha significados diferentes para garotas e garotos, uma vez que elas sĂŁo responsabilizadas pelo trabalho domĂ©stico e tĂȘm muito menos oportunidades de sociabilidade. Essas mesmas restriçÔes parecem fazĂȘ-las valorizar atividades extracurriculares com formatos prĂłximos ao escolar e desenvolver aspiraçÔes ligadas a uma escolarização prolongada e a profissĂ”es qualificadas. A existĂȘncia mesma desses planos ambiciosos, realistas ou nĂŁo, pode ser impulsionadora de maior empenho nos estudos, realimentando a roda do sucesso escolar das meninas, que parece surgir de dentro da prĂłpria subordinação de gĂȘnero