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A scholar for all seasons : homenagem a João de Almeida Flor
Este volume, da iniciativa do Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de
Lisboa e do Departamento de Estudos Anglísticos da Faculdade de Letras de Lisboa,
reúne um elevado número de contributos de colegas, familiares e amigos do Professor Doutor João de Almeida Flor, e pretende testemunhar, de uma forma simbólica,
o reconhecimento da sua exemplar dedicação enquanto docente, dirigente e investigador. A diversidade e a profundidade dos seus interesses académicos, patentes no
Curriculum Vitae incluído no volume, justificam o grande apreço e admiração que
sempre suscitou em quem pôde acompanhar a sua carreira. Com efeito, o elevado
nível intelectual do seu trabalho académico, quer na docência, quer na investigação,
marcado pelo rigor e excepcional eloquência que sempre caracterizaram o seu
magistério, deixam uma marca indelével em todos aqueles que tiveram o privilégio
de ser seus alunos, orientandos e/ou seus colegas.
Tendo dedicado boa parte da sua investigação e docência à literatura e à cultura
inglesas, com especial destaque para as obras de poetas românticos e de William
Shakespeare, a sua insaciável curiosidade intelectual encaminhou-o para muitas
outras áreas do saber, nomeadamente para as literaturas românicas e para os estudos
de tradução. De entre as publicações vindas a lume, para além de volumes, artigos
e ensaios que abrangem as mais diversas áreas e denotam profundo e continuado
labor reflexivo, sobressaem também as traduções, anotadas e prefaciadas, de textos
de grandes poetas de língua inglesa. A notável sensibilidade estética e poética de João de Almeida Flor, aliada ao rigor de expressão e ao dom de oratória, confluíram na
meritória tarefa de divulgação de textos de difícil acesso a um público mais alargado.
Os seus vastos conhecimentos científicos permitiram-lhe orientar inúmeras
dissertações de Mestrado e de Doutoramento, a que acresce a regular participação
em júris, não apenas na Universidade de Lisboa, mas também noutras universidades
do país, tendo também participado em colóquios e conferências nacionais e internacionais, com intervenções e comunicações que mereceram reconhecido destaque.
Ainda no âmbito da investigação científica, para além de pertencer a várias e
reputadas associações e instituições académicas, foi membro da Comissão Instaladora e Coordenador Científico do Centro de Estudos Anglísticos (CEAUL/
ULICES) desde 1986 até 2009. A ele se deve a dinamização e um zeloso acompanhamento das actividades deste Centro de Investigação que, ao longo dos anos, se foi
afirmando pela qualidade das suas publicações e iniciativas. Sob a sua coordenação,
o CEAUL/ULICES viria a atingir o grau de excelência reconhecido pela Comissão
de Avaliação Externa em 2008. Dando actualmente continuidade à sua actividade
como investigador neste Centro, João de Almeida Flor continua também a assumir
tarefas de coordenação editorial — uma outra área a que se foi dedicando ao longo
dos anos.
Embora não seja fácil resumir, em poucas palavras, a extensão e a diversidade
dos interesses, projectos e actividades constantes do seu Curriculum Vitae,impõe-se que apontemos ainda o elevado número de iniciativas no âmbito da extensão
científica e cultural, bem como o seu relevante contributo para as actividades de
administração escolar, não só enquanto dirigente do Departamento de Estudos
Anglísticos, mas também em instâncias mais alargadas, dentro da Faculdade de
Letras e da Universidade de Lisboa. Entre os múltiplos exemplos da sua participação
activa e determinante no que respeita ao Departamento de Estudos Anglísticos,
destaquemos a colaboração nas reformulações curriculares, assim como na elaboração dos Estatutos deste Departamento, a que mais recentemente se somou a
participação na Assembleia Estatutária da Faculdade de Letras de Lisboa.
Para concluir esta breve nota introdutória, coloquemos em palavras aquilo que
é, certamente, o pensar e o sentir de todos nós: que a presença e o labor intelectual
de João de Almeida Flor continuem a servir de exemplo e de motivação para o nosso
próprio trabalho. E lembremos, a propósito, uma frase de Percy Shelley: “There is
no real wealth but the labour of man”.Fundação para a Ciência e a Tecnologi