O repositório de pesquisas em educação matemática inclusiva: um olhar para estudos sobre surdez

O presente trabalho surgiu de inquietações das autoras sobre os estudos realizados por professores de matemática sobre educação matemática e surdez e compartilhados em diferentes eventos científicos. Nesse sentido, o artigo é um desdobramento de um projeto de Iniciação Tecnológica que criou o Repositório de Pesquisas em Educação Matemática Inclusiva (REPEMI). Objetivamos apresentar o processo de construção do repositório e um retrato das pesquisas mapeadas que compõem o acervo. Como percurso metodológico, foram mapeados os trabalhos de todas as edições de três importantes eventos, a saber: Encontro Nacional de Educação Matemática, Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática e Encontro Nacional de Educação Matemática Inclusiva. Posteriormente analisamos os textos que abordavam experiências com estudantes surdos e discutimos dois aspectos: o campo da matemática predominante e o nível de ensino. O levantamento de dados apresentou boas perspectivas da abrangência dos estudos sobre educação matemática e surdez, em especial no ensino fundamental. Entretanto, nossa investigação aponta a necessidade de maiores estudos no ensino médio, superior e Educação de jovens e adultos. Em relação ao campo da matemática predominante nos estudos, nota-se a concentração nos campos da geometria e números. Ademais, ressaltamos a importância, tanto para o campo educacional quanto para o campo da pesquisa, de conhecer estudos que são realizados por professores que ensinam matemática para estudantes surdos. Visto que esses trabalhos apresentam retratos das relações vivenciadas no chão da escola

O interesse de professores por um ensino de Matemática inclusivo: uma discussão a partir de um curso online

Para este artigo, consideramos as reflexões geradas com a implementação na educação básica brasileira da política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva de 2008 para propor o objetivo de discutir como o interesse por um ensino de matemática mais inclusivo se manifesta em professores dos anos iniciais do ensino fundamental brasileiro. Este artigo analisa dados que foram produzidos no momento da pré-inscrição e da finalização de um curso online oferecido no período de março a julho de 2021 para esses professores no contexto do Programa Formação da SBEM. Assumindo-se o interesse como um construto complexo que influencia no desenvolvimento profissional do professor, identifica-se a necessidade de mais estudos sobre o caminho que se monta entre um interesse situacional, caracterizado como efêmero e transitório, e um interesse individual, que por sua vez é mais contínuo e estável, a respeito da inclusão educacional, particularmente em relação aos estudantes apoiados pela educação especial

Discutindo práticas matemáticas inclusivas nos anos iniciais através de um curso online

O objetivo deste artigo é compartilhar a experiência de um curso online oferecido para professores dos anos iniciais do ensino fundamental, curso proposto e aprovado no Edital SBEM-DNE 01/2020, como parte do Programa FormAção. Assim, este artigo relata o desenvolvimento da ação formativa intitulada Práticas Matemáticas Inclusivas nos Anos Iniciais: reflexões geradas na Educação Especial, organizada por quatros grupos de pesquisa que desenvolvem estudos sobre o ensino de matemática com uma perspectiva inclusiva. Inicia-se apresentando o processo de desenho e implementação do curso, e segue-se descrevendo quais foram as principais reflexões promovidas. Finaliza-se apresentando a forma utilizada para identificar o impacto social provocado pela ação formativa, assim como as contribuições observadas para o cenário educacional brasileiro

Museu de ciências da vida da ufes: trajetória no âmbito da inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência: Museu de ciências da vida of ufes: trajectory in the area of inclusion and accessibility of persons with disabilities

O Museu de Ciências da Vida, primeiro museu de plastinação do Brasil, é um espa-ço de difusão e popularização científica de temas ligados ao corpo humano, origem e evolução do homem, e as ciências da vida. Desde sua idealização preza pela aces-sibilidade e inclusão de pessoas com deficiência ao acervo e ao espaço museal. Um grande passo a favor da inclusão foi o desenvolvimento da técnica de plastinação, que possibilita a transformação do acervo, de peças fixadas em formaldeído, para espécimes plastinados, manipuláveis e que não oferecem quaisquer riscos à saúde. Pretende-se aqui descrever a trajetória do museu no âmbito da inclusão e acessibili-dade de pessoas com deficiência. Para tanto, realizou-se levantamento de informa-ções de documentos do museu sobre o histórico de suas ações inclusivas, bem co-mo uma entrevista com o coordenador e curador do museu, dr. Athelson Stefanon Bittencourt, o qual relatou a iniciativa pessoal e da equipe em promover a acessibi-lidade e a transformação do acervo para atender as especificidades da deficiência, trazendo contribuições aos museus no âmbito da acessibilidade ao público. As mu-danças ocorridas no espaço museal, visando a acessibilidade em seu acervo e bus-cando a inclusão, foram iniciativas para atender os anseios da comunidade interna e externa à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A maior parte do conte-údo do Museu é passível de manipulação e estudo por pessoas com deficiência vi-sual, sendo a técnica de plastinação importante para que a instituição seja acessível.The Museu de Ciências da Vida, the first plastination museum in Brazil, is a space for the dissemination and scientific popularization of topics related to the human body, the origin and evolution of man, and the life sciences. Since its idealization, it values accessibility and inclusion of people with disabilities to the collection and museum space. A major step in favor of inclusion was the development of the plas-tination technique, which makes it possible to transform the collection from pieces fixed in formaldehyde to plastinated, manipulable specimens that do not pose any health risks. Here, we intended to describe the trajectory of the museum in the scope of inclusion and accessibility of people with disabilities. To this end, a sur-vey of information from museum documents about the history of its inclusive ac-tions was carried out, as well as an interview with the coordinator and curator of the museum, dr. Athelson Stefanon Bittencourt, who recounted the personal and team initiative to promote accessibility and the transformation of the collection to meet the specificities of disability, bringing contributions to museums in the scope of accessibility to the public. The changes that took place in the museum space, aiming at accessibility in its collection and seeking inclusion, were initiatives to meet the desires of the internal and external community of the Federal University of Espírito Santo (UFES). Most of the museum’s content can be handled and stud-ied by people with visual impairments, and the plastination technique is of para-mount importance for it to be accessible