7 research outputs found

    Morfologia do crânio de golfinhos (CETARTIODACTYLA: DELPINIDAE) : uma abordagem funcional

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    Neste estudo testamos a variação morfológica do crânio de espécies de golfinhos a fim de avaliar se a variação na forma é menor em espécies congêneres quando comparada a espécies de diferentes gêneros. Para isso, quantificamos a variação da forma de 254 indivíduos osteologicamente maduros de Delphinus delphis, Lagenodelphis hosei, Stenella coeruleoalba, S. frontalis, Sotalia guianensis, S. fluviatilis, Steno bredanensis, Tursiops truncatus e T. gephyreus foram analisados através da morfometria geométrica. A variação de forma interespecífica do crânio foi analisada em três vistas anatômicas: dorsal, ventral e lateral. A variação foi interpretada à luz da morfologia funcional, uma vez que as diferentes espécies de golfinhos estão adapatadas a diferentes habitats. As espécies não apresentaram dimorfismo sexual e a alometria testada indicou uma baixa porcentagem da forma é predita pelo tamanho. As espécies de Sotalia estiveram separadas dos outros táxons, em todas as vistas. Tursiops truncatus e Stenella frontalis apresentaram semelhanças na forma do crânio. As duas espécies de Stenella não formaram um grupo coeso; e, inclusive, S. coeruleoalba apresentou um padrão de forma mais semelhante à Lagenodelphis hosei, do que a S. frontalis. A variação da forma na região ocipital do crânio na vista dorsal e ventral; diferenças na forma do processo pós-orbital e lacrimal; e variação na fossa temporal foram importantes direcionadores para distinguir os grupos no espaço de forma por meio da análise de covariância. Os padrões de forma observados podem ser relacionados à adaptações para ecolocalizar e consumir diferentes recursos alimentares sendo resultado de pressões evolutivas semelhantes, inerentes ao habitat e hábitos alimentares, conferindo uma convergência no padrão de forma.In this study, a landmark-based geometric morphometric analysis was carried out on the neurocranium of 254 specimens of Delphinus delphis, Lagenodelphis hosei, Stenella coeruleoalba, S. frontalis, Sotalia guianensis, S. fluviatilis, Steno bredanensis, Tursiops truncatus and T. gephyreus in order to (1) quantified the interspecific variation of the neurocranium’s shape and (2) analyze that variation in light of the functional morphology, since the different species of dolphins are adapted to different habitats. The specimens did not show sexual dimorphism and the allometry tested indicated that the low percentage of the shape is predicted by size. The species of Sotalia were separated from the other taxa in all views. Tursiops truncatus and Stenella frontalis presented similarities on neurocranium´s shape. The two species of Stenella did not form a cohesive group; and even S. coeruleoalba presented a pattern more similar to Lagenodelphis hosei than S. frontalis. The variation of the shape in the ocipital region of the neurocranium in the dorsal and ventral view; differences in the shape of the post-orbital and lacrimal process; and variation in the temporal fossa were important drivers to distinguish the groups in the form space through the analysis of covariance. The observed pattern patterns may be related to adaptations to echolocate and consume different dietary resources resulting from similar evolutionary pressures, inherent to habitat and eating habits, conferring a convergence on the pattern of shape

    Morfologia do aparato alimentar e sazonalidade de encalhes do gênero Tursiops (Cetartiodactyla: Odontoceti: Delphinidae) no litoral norte e médio leste do Rio Grande do Sul, Brasil

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    O gênero Tursiops Gervais, 1855, que no decorrer do século XX teve mais de vinte espécies sinonimizadas a T. truncatus (Montagu, 1821), de ocorrência cosmopolita, hoje possui duas espécies válidas, T. truncatus e T. aduncus (Ehrenberg, 1833). Para o Atlântico Sul Ocidental já foi observada a existência de duas formas, uma norte, coespecífica com T. truncatus, de menor tamanho e habitando preferencialmente águas ao norte do estado do Rio Grande do Sul; e uma forma sul, coespecífica com T. gephyreus Lahille, 1908, de maior tamanho com ocorrência entre o Estado de Santa Catarina e a Argentina. Para esse estudo será adotada a nomenclatura utilizada por Barreto (2004) e Wickert (2010), T. truncatus, para os espécimes classificados como forma norte, e T. gephyreus, para os classificados como forma sul. Na área de estudo, litoral norte e médio-leste do Rio Grande do Sul, ambas as espécies vivem em simpatria. Através da morfologia do aparato alimentar foi possível diferenciar as espécies ocorrentes no litoral norte e médio do Rio Grande do Sul. Nos espécimes adultos 28 caracteres contínuos foram analisados, sendo 20 estatisticamente diferentes (p<0,05) entre as espécies. Caracteres discretos foram analisados em adultos e subadultos, e quatro foram considerados diagnósticos, a forma da extremidade anterior da fossa mandibular esquerda, a forma do côndilo mandibular esquerdo, a forma do processo nasal da pré-maxila direita e o bordo do maxilar. A análise preliminar da sazonalidade dos eventos de encalhes foi realizada relacionando as áreas, meses e estações do ano com os registros de encalhe de cada espécie. Os meses de temperaturas mais quentes apresentaram maior número de registro de encalhes para as duas espécies, sendo a Primavera a estação mais significativa. Na mesma estação foi observado o encalhe das duas espécies em uma mesma data e local. A ocorrência simpátrica das duas espécies e maior número de eventos de encalhes na Primavera pode estar associada a um aumento na produção primária na região, uma vez que a estação foi a que apresentou a menor média de quilômetro rodado. T. gephyreus apresentou registros de encalhes mais distribuídos ao longo da costa, podendo ser associada à Corrente das Malvinas. Ao passo que T. truncatus parece estar mais associada à Corrente do Brasil, que se desloca para o sul nos meses de temperaturas mais quentes. As variações nos caracteres analisados, principalmente nos caracteres discretos que foram considerados diagnósticos, estão relacionadas a duas funções principais: ecolocalização e predação. Sendo assim as diferenças no aparato alimentar observadas no presente trabalho podem ser adaptações das diferentes espécies às características oceanográficas e biológicas do ambiente a que cada uma está associada. A associação das espécies às correntes oceânicas deve ser analisada com mais cautela, uma vez que os encalhes não representam a real distribuição das espécies. Deste modo, baseado nas análises feitas no presente estudo e na literatura apresentada, apesar de Tursiops gephyreus não ser considerada uma espécie válida, consideramos apropriada a classificação dos espécimes pertencentes à forma sul como sendo Tursiops gephyreus

    Morfologia do crânio de golfinhos (CETARTIODACTYLA: DELPINIDAE) : uma abordagem funcional

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    Neste estudo testamos a variação morfológica do crânio de espécies de golfinhos a fim de avaliar se a variação na forma é menor em espécies congêneres quando comparada a espécies de diferentes gêneros. Para isso, quantificamos a variação da forma de 254 indivíduos osteologicamente maduros de Delphinus delphis, Lagenodelphis hosei, Stenella coeruleoalba, S. frontalis, Sotalia guianensis, S. fluviatilis, Steno bredanensis, Tursiops truncatus e T. gephyreus foram analisados através da morfometria geométrica. A variação de forma interespecífica do crânio foi analisada em três vistas anatômicas: dorsal, ventral e lateral. A variação foi interpretada à luz da morfologia funcional, uma vez que as diferentes espécies de golfinhos estão adapatadas a diferentes habitats. As espécies não apresentaram dimorfismo sexual e a alometria testada indicou uma baixa porcentagem da forma é predita pelo tamanho. As espécies de Sotalia estiveram separadas dos outros táxons, em todas as vistas. Tursiops truncatus e Stenella frontalis apresentaram semelhanças na forma do crânio. As duas espécies de Stenella não formaram um grupo coeso; e, inclusive, S. coeruleoalba apresentou um padrão de forma mais semelhante à Lagenodelphis hosei, do que a S. frontalis. A variação da forma na região ocipital do crânio na vista dorsal e ventral; diferenças na forma do processo pós-orbital e lacrimal; e variação na fossa temporal foram importantes direcionadores para distinguir os grupos no espaço de forma por meio da análise de covariância. Os padrões de forma observados podem ser relacionados à adaptações para ecolocalizar e consumir diferentes recursos alimentares sendo resultado de pressões evolutivas semelhantes, inerentes ao habitat e hábitos alimentares, conferindo uma convergência no padrão de forma.In this study, a landmark-based geometric morphometric analysis was carried out on the neurocranium of 254 specimens of Delphinus delphis, Lagenodelphis hosei, Stenella coeruleoalba, S. frontalis, Sotalia guianensis, S. fluviatilis, Steno bredanensis, Tursiops truncatus and T. gephyreus in order to (1) quantified the interspecific variation of the neurocranium’s shape and (2) analyze that variation in light of the functional morphology, since the different species of dolphins are adapted to different habitats. The specimens did not show sexual dimorphism and the allometry tested indicated that the low percentage of the shape is predicted by size. The species of Sotalia were separated from the other taxa in all views. Tursiops truncatus and Stenella frontalis presented similarities on neurocranium´s shape. The two species of Stenella did not form a cohesive group; and even S. coeruleoalba presented a pattern more similar to Lagenodelphis hosei than S. frontalis. The variation of the shape in the ocipital region of the neurocranium in the dorsal and ventral view; differences in the shape of the post-orbital and lacrimal process; and variation in the temporal fossa were important drivers to distinguish the groups in the form space through the analysis of covariance. The observed pattern patterns may be related to adaptations to echolocate and consume different dietary resources resulting from similar evolutionary pressures, inherent to habitat and eating habits, conferring a convergence on the pattern of shape

    Morfologia do aparato alimentar e sazonalidade de encalhes do gênero Tursiops (Cetartiodactyla: Odontoceti: Delphinidae) no litoral norte e médio leste do Rio Grande do Sul, Brasil

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    O gênero Tursiops Gervais, 1855, que no decorrer do século XX teve mais de vinte espécies sinonimizadas a T. truncatus (Montagu, 1821), de ocorrência cosmopolita, hoje possui duas espécies válidas, T. truncatus e T. aduncus (Ehrenberg, 1833). Para o Atlântico Sul Ocidental já foi observada a existência de duas formas, uma norte, coespecífica com T. truncatus, de menor tamanho e habitando preferencialmente águas ao norte do estado do Rio Grande do Sul; e uma forma sul, coespecífica com T. gephyreus Lahille, 1908, de maior tamanho com ocorrência entre o Estado de Santa Catarina e a Argentina. Para esse estudo será adotada a nomenclatura utilizada por Barreto (2004) e Wickert (2010), T. truncatus, para os espécimes classificados como forma norte, e T. gephyreus, para os classificados como forma sul. Na área de estudo, litoral norte e médio-leste do Rio Grande do Sul, ambas as espécies vivem em simpatria. Através da morfologia do aparato alimentar foi possível diferenciar as espécies ocorrentes no litoral norte e médio do Rio Grande do Sul. Nos espécimes adultos 28 caracteres contínuos foram analisados, sendo 20 estatisticamente diferentes (p<0,05) entre as espécies. Caracteres discretos foram analisados em adultos e subadultos, e quatro foram considerados diagnósticos, a forma da extremidade anterior da fossa mandibular esquerda, a forma do côndilo mandibular esquerdo, a forma do processo nasal da pré-maxila direita e o bordo do maxilar. A análise preliminar da sazonalidade dos eventos de encalhes foi realizada relacionando as áreas, meses e estações do ano com os registros de encalhe de cada espécie. Os meses de temperaturas mais quentes apresentaram maior número de registro de encalhes para as duas espécies, sendo a Primavera a estação mais significativa. Na mesma estação foi observado o encalhe das duas espécies em uma mesma data e local. A ocorrência simpátrica das duas espécies e maior número de eventos de encalhes na Primavera pode estar associada a um aumento na produção primária na região, uma vez que a estação foi a que apresentou a menor média de quilômetro rodado. T. gephyreus apresentou registros de encalhes mais distribuídos ao longo da costa, podendo ser associada à Corrente das Malvinas. Ao passo que T. truncatus parece estar mais associada à Corrente do Brasil, que se desloca para o sul nos meses de temperaturas mais quentes. As variações nos caracteres analisados, principalmente nos caracteres discretos que foram considerados diagnósticos, estão relacionadas a duas funções principais: ecolocalização e predação. Sendo assim as diferenças no aparato alimentar observadas no presente trabalho podem ser adaptações das diferentes espécies às características oceanográficas e biológicas do ambiente a que cada uma está associada. A associação das espécies às correntes oceânicas deve ser analisada com mais cautela, uma vez que os encalhes não representam a real distribuição das espécies. Deste modo, baseado nas análises feitas no presente estudo e na literatura apresentada, apesar de Tursiops gephyreus não ser considerada uma espécie válida, consideramos apropriada a classificação dos espécimes pertencentes à forma sul como sendo Tursiops gephyreus
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