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    Aplicação do método clínico centrado na pessoa (MCCP) na abordagem de crise conversiva em adolescente residente em Sinop-MT: relato de caso / Application of the person-centered clinical method (PCCM) in the approach of a conversive crisis in an adolescent resident in Sinop-MT: a case report

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    INTRODUÇÃO: O transtorno conversivo é uma forma de somatização, que consiste na expressão de fenômenos mentais e sintomas físicos; nele, as crises configuram-se como uma perda parcial ou completa de funções. Assim, o indivíduo, inconscientemente, mimetiza um ataque epiléptico, sem os componentes neuroelétricos da epilepsia, correspondendo, no entanto, a um difícil diagnóstico diferencial. Por isso, muitos pacientes encontram dificuldade no diagnóstico e na abordagem terapêutica. Nesse contexto, o método clínico centrado na pessoa (MCCP) configura um aliado do manejo clínico por analisar não somente a doença, mas a experiência frente a ela, entendendo a pessoa como um todo, para elaborar o manejo conjunto dos problemas, associado ao vínculo médico-paciente. RELATO: S., 12 anos, masculino, chega à Unidade Básica de Saúde (UBS) de Sinop-MT acompanhado de sua mãe, que relata que o filho teve “duas crises convulsivas”, cursando com desmaio e perda de memória temporária. Nas crises, o paciente mantinha-se responsivo e com controle esfincteriano, se comunicando de forma desconexa; após a crise não reconhecia a mãe. Depois de cada episódio, S. foi levado à Unidade de Pronto Atendimento, na qual causas graves foram afastadas. Na alta, indicou-se acompanhamento em UBS. Nesse âmbito, buscou-se ouvir a opinião dos presentes, individualmente e em conjunto, acerca de cada evento e seus comportamentos frente a eles. Sozinho, S. mencionou não manter um bom relacionamento com o pai, que se mostrava ríspido com todos os familiares, fato que desencadeava intenso sofrimento psíquico desde o início da infância. Assim, a equipe da saúde da família e comunidade considerou que o problema poderia ter sua origem em uma estrutura familiar abalada pela figura paterna e, com a normalidade dos exames complementares, encaminhou S. à psicoterapia do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Com o seguimento, S. apresentou boa evolução, sem recorrência das crises conversivas ou outras manifestações clínicas relacionadas. CONCLUSÃO: O caso exposto ratifica a importância em ter o aparato institucional no apoio à prática do matriciamento, pois permite que o MCCP seja executado de forma adequada e efetiva, o que resulta em não só uma boa relação médico-paciente, mas também sua legitimidade ao respeitar a integralidade do indivíduo durante o seguimento. O caso em questão não se resume em centralizar a doença como determinante único do manejo, mas sim o próprio paciente e os fatores biopsicossocial de seu entorno, o que foi crucial em definir corretamente o diagnóstico de uma condição psicossomática que estava prejudicando o paciente

    Inserção do DIU pelo médico residente em Medicina de Família e Comunidade

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    O Dispositivo Intrauterino (DIU) é o contraceptivo reversível mais utilizado no mundo, porém não é tão popular no Brasil. Considerado um dos métodos mais eficazes e duradouros, com 99,3% de eficácia, deve ser ofertado como opção às usuárias da Atenção Primária. Objetivou-se descrever o processo de implantação e de trabalho da inserção do DIU realizado pelo médico residente em Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (MFC) da Secretaria Municipal de Saúde de Sinop-MT. Utilizou-se um relato de experiência para evidenciar a organização dos serviços de saúde, dos recursos disponíveis e das características da oferta do DIU e os passos realizados no processo de inserção deste em UBS pelo médico residente. Previamente, a inserção de DIU na assistência municipal ocorria na Atenção Secundária à Saúde, por médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, no Serviço de Atendimento Especializado, limitando o número de inserções/mês. Iniciamos o planejamento para que este fosse ofertado em ambiente e oportunidade adequados para tal prática na Unidade Básica de Saúde pelo residente de MFC em formação. Tendo em conta o Currículo Baseado em Competências para a MFC da Sociedade Brasileira de MFC, vislumbramos a possibilidade da oferta para implantação do DIU nas UBSs. As seguintes etapas foram realizadas: proposta e aceite pela coordenação local e regional, solicitação e aquisição do material para a inserção do DIU, organização da agenda dos residentes, exposição do processo de trabalho para equipe da UBS, capacitação dos médicos residentes para a prática de inserção e a informação da população sobre nova oferta. A capacitação dos médicos residentes e a procura da população pelo serviço foram exitosas. Conclui-se que é possível organizar novos processos de trabalho e ofertas de serviços para o benefício da população e ganho no aprendizado em serviço do médico residente

    Alterações dos aspectos da Atenção Primária durante o internato em UBS COVID

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    A pandemia do COVID-19, decretada como tal pela Organização Mundial da Saúde, em março de 2020, vem impactando de forma global as questões sanitárias e psicossociais da população. Assim, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria N°403, de 19 de março de 2020, estabeleceu um incentivo financeiro para a Atenção Primária à Saúde (APS), já que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) configuram o primeiro acesso dos cidadãos com o Sistema Único de Saúde (SUS). Como objetivo, buscou-se refletir sobre o impacto da pandemia COVID-19 na rotina do internato de medicina, em uma UBS de atendimento centralizado em Síndromes Gripais e casos suspeitos de COVID-19, em Sinop-MT. Quanto à metodologia, optou-se pela observação prática das intervenções na saúde pelo novo contexto de pandemia. A partir do relato de experiência, presenciou-se uma pandemia em um ambiente que conta com a preceptoria e a supervisão de médicos experientes mostra-se uma excelente oportunidade de aprendizado. A experiência no cuidado dos pacientes infectados pela COVID-19 torna-se um desafio, pois o tratamento desses pacientes traz preocupações acerca do cenário global e gera prejuízos à saúde mental dos profissionais, que abdicam da convivência com pessoas próximas e de demais atividades cotidianas, por se tornarem população de risco, devido à frequente exposição ao vírus. Ademais, a transformação das UBS em referência para pacientes suspeitos de COVID-19 retirou delas as características da APS, como a integralidade da atenção e a longitudinalidade do cuidado: a unidade funciona como um pronto atendimento, em que a atuação do médico se restringe ao binômio queixa-conduta. A população adscrita perde o segmento que realizava com a equipe e os profissionais perdem o contato com a rotina do serviço. Em conclusão, vivenciar o cuidado desses pacientes, enquanto acadêmico de medicina, sob a supervisão de médicos preceptores, que desempenham além de funções técnicas, funções docentes, éticas e morais, traz uma segurança contínua em relação à prática médica

    Manejo da dor osteoarticular com infiltração intra-articular na Atenção Primária

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    A dor crônica articular é queixa comum na Atenção Primária à Saúde (APS) e frequentemente está associada aos danos de origem mecânica, podendo acometer pacientes de todas as idades. Como opções de tratamento, encontram-se medidas farmacológicas e não farmacológicas, com eficácias distintas. Diante dos inúmeros efeitos colaterais de anti-inflamatórios e analgésicos sistêmicos, principalmente em idosos (população frequentemente acometida por dor crônica articular), objetiva-se, neste estudo, avaliar a competência do médico de família em manejar a infiltração intra-articular com corticoides e analgésicos no alívio da dor dos pacientes atendidos na APS. Para melhor compreensão do tema exposto, foi realizado um relato de experiência demonstrando o benefício do uso da infiltração intra-articular para controle da dor no âmbito do médico de família. Quanto ao caso, paciente L.M, masculino, 59 anos, com múltiplas comorbidades, polifarmácia, queixa-se de ombralgia à direita há 8 dias, apresentando dificuldade para realizar suas atividades diárias. Ao exame físico: dor à palpação de ombro direito e limitação a elevação; testes: Jobe, Neer e Gerber positivos. Foi prescrito anti-inflamatório e analgésico para uso domiciliar e solicitado exames de imagem. No retorno, apresenta raio-x de ombro sem alteração de estrutura óssea e ultrassonografia, evidenciando tendinopatia de porção longa do bíceps e de supraespinhal. Optou-se por infiltração intra-articular e, previamente ao procedimento, apresentava dor e limitação de movimento no ombro. Foi realizado procedimento com metilprednisolona, sem intercorrências. Após uma semana, apresenta ao exame físico, melhora da amplitude de movimento do braço direito, sem presença de equimose ou dor à palpação de ombro. Devido à alta prevalência de dor articular e o perfil de pacientes com idade avançada e/ou múltiplas comorbidades na APS, é de grande importância ao médico de família conhecer e aplicar diferentes medidas terapêuticas, levando-se em consideração as particularidades de cada indivíduo

    O manejo das manifestações cutâneas relacionadas à COVID-19 na Atenção Primária

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    A doença causada pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) trouxe significativos questionamentos quanto à presença de manifestações cutâneas. Sendo assim, foram levantadas, em todo mundo, potenciais manifestações dermatológicas da referida doença, embora com poucos dados suficientes para embasar as recomendações. Diante do quadro global de pandemia da COVID-19, é de fundamental importância o conhecimento e o reconhecimento das possíveis manifestações cutâneas da infecção pelo médico de família e comunidade, para melhor condução do caso na Atenção Primária à Saúde. Para melhor explanação do tema exposto, foi realizado um relato de experiência evidenciando, na prática do médico de família, a importância de reconhecer as manifestações dermatológicas da COVID-19. Quanto ao caso, paciente J.A.S, 52 anos, sem comorbidades prévias, apresentando diagnóstico de COVID-19, evolui no nono dia de doença com queixa de febre alta (39,3°C) e lesão pruriginosa, dolorosa em região infra-glútea direita. Ao exame dermatológico, foram observadas confluentes pústulas de base eritematosa, dolorosas em região infra-glútea à direita, com dor irradiada por todo dermátomo com características similares à varicela conforme casos já descritos. Foi prescrito aciclovir via oral e mupirocina tópica, com melhora significativa do quadro. Além do caso supracitado, o paciente V.S.C, 16 anos, sexo masculino, previamente hígido, em acompanhamento na unidade básica de saúde por apresentar sintomas gripais e sorologia reagente para COVID-19, retorna 27 dias após a primeira consulta com queixa de lesões exantematosas, com pápulas e vesículas, pruriginosas - semelhantes aos casos já relatados de exantema multiforme em casos da COVID-19 publicados previamente - em região de tronco, membros superiores e inferiores. Foi prescrito loratadina, prednisona e hidratação da pele, por 10 dias, com melhora significativa do quadro. Frente ao número crescente de casos leves da COVID-19 acompanhados na APS, é de grande relevância o reconhecimento das manifestações cutâneas da doença para melhor manejo desses casos
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