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    Teachers returning to work after sick leave for mental disorders

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    Este estudo analisa os sentidos de retorno ao trabalho atribuídos por professores servidores públicos após afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. Tratou-se de pesquisa qualitativa com 20 professores, ativos e em readaptação funcional, do ensino fundamental. A coleta de dados ocorreu entre 2011 e 2012, por meio de entrevistas individuais, grupos focais e questionário socioeconômico e de condições de trabalho. A análise de dados foi realizada por codificação temática para o estabelecimento de uma estrutura de ideias. A maioria dos participantes era de mulheres. A média de idade era 44 anos e de jornada de trabalho de 43,2 horas/semana. Os sentidos de retorno ao trabalho para os professores ativos estavam ancorados nas ideias relacionadas aos motivos do afastamento, à capacidade para o trabalho e à valorização do trabalho. Para os professores readaptados, os sentidos atribuídos refletiram conflitos entre retornar à sala de aula ou manter-se readaptado. Discutir e compreender a identidade profissional foram primordiais no entendimento do processo de retorno dos professores readaptados. Dois temas associados ao retorno foram transversais a ambos os conjuntos de professores: o papel da equipe gestora neste processo e os preconceitos no ambiente de trabalho. Não foi possível abordar o retorno ao trabalho sem considerar o afastamento. A análise sobre os sentidos de retorno ao trabalho, na perspectiva dos próprios professores, disponibilizou uma série de elementos para a compreensão do processo de afastamento e retorno e das condições de vida e trabalho nesta categoria profissional. Observa-se a premência em favorecer ações de retorno ao trabalho no ambiente escolar como determinante da saúde dos professores.The present study evaluates the significance of the process of public school teachers returning to work following sick leave for mental and behavioral disorders. It is a qualitative study conducted with 20 elementary school teachers currently active or undergoing retraining. Data was obtained thru individual interviews, focus groups and a questionnaire, which included socioeconomic data and work conditions, during 2011 and 2012. Data was analyzed by means of thematic categorization. Most participants were women, average age of 44 years old, and working 43.2 hours per week. Among those who were active teachers, returning to work was associated with the reasons that led to the sick leave, their ability to accomplish actual work and the possibility of being valued at work. Regarding teachers undergoing retraining, the impacts of returning to work included the conflict of returning to the classroom or being away from it. It was paramount to discuss their professional identity in order to understand the process of returning to work for the teachers undergoing retraining. Two themes were common to both groups of teachers: the role of the school managerial team during the process of returning to work and the prejudice they faced in the work environment. It was not possible to approach returning to work without discussing the sick leave process. The performed analyses, by the point of view of the participants, revealed a number of topics to understand the process of sick leave and returning to work, as well as the living and working conditions of the teachers

    Health-related quality of life and working conditions among nursing providers

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    OBJETIVO: Avaliar condições de trabalho associadas à qualidade de vida relacionada à saúde entre profissionais de enfermagem. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em um hospital universitário de São Paulo, SP, em 2004-2005. A população estudada foi de 696 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, predominantemente feminina (87,8 por cento) e que trabalhava em turnos diurnos e/ou noturnos. Os dados sociodemográficos, de condições de trabalho e de vida, hábitos de vida e sintomas de saúde auto-referidos foram obtidos por meio de questionários auto-aplicados: Resultados de Estudos de Saúde - versão reduzida, Escala de Estresse no Trabalho e Desequilíbrio Esforço-Recompensa. Valores do coeficiente 1,01 significam mais esforços do que recompensas no trabalho. Modelos de regressão logística ordinal de chances proporcionais foram ajustados para cada dimensão do SF-36. RESULTADOS: Aproximadamente 22 por cento da população foi classificada como trabalhando em condições de alto desgaste e 8 por cento com mais esforços do que recompensas no trabalho. As dimensões com piores escores médios no SF-36 foram vitalidade, dor e saúde mental. Alto desgaste no trabalho, ter mais esforços que recompensas e ser enfermeira associaram-se de maneira independente aos baixos escores da dimensão de aspectos emocionais. As dimensões relacionadas à saúde mental foram as que mais sofreram influência dos fatores psicossociais do trabalho. CONCLUSÕES: Apresentar mais esforços do que recompensas no trabalho foi mais significativo para a qualidade de vida associada à saúde do que o alto desgaste no trabalho (altas demandas e baixo controle). Os resultados indicam que a análise conjunta dos fatores psicossociais de desequilíbrio esforço-recompensa e demanda-controle contribuiu para a discussão sobre os papéis profissionais, condições de trabalho e qualidade de vida relacionada à saúde de profissionais de enfermagemOBJECTIVE: To evaluate working conditions associated with health-related quality of life (HRQL) among nursing providers. METHODS: Cross-sectional study conducted in a university hospital in the city of São Paulo, Southeastern Brazil, during 2004-2005. The study sample comprised 696 registered nurses, nurse technicians and nurse assistants, predominantly females (87.8%), who worked day and/or night shifts. Data on sociodemographic information, working and living conditions, lifestyles, and health symptoms were collected using self-administered questionnaires. The following questionnaires were also used: Job Stress Scale, Effort-Reward Imbalance (ERI) and Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36). Ordinal logistic regression analysis using proportional odds model was performed to evaluate each dimension of the SF-36. RESULTS: Around 22% of the sample was found to be have high strain and 8% showed an effort-reward imbalance at work. The dimensions with the lowest mean scores in the SF-36 were vitality, bodily pain and mental health. High-strain job, effort-reward imbalance (ERI>1.01), and being a registered nurse were independently associated with low scores on the role emotional dimension. Those dimensions associated to mental health were the ones most affected by psychosocial factors at work. CONCLUSIONS: Effort-reward imbalance was more associated with health than high-strain (high demand and low control). The study results suggest that the joint analysis of psychosocial factors at work such as effort-reward imbalance and demand-control can provide more insight to the discussion of professional roles, working conditions and HRQL of nursing provider

    Laboratório de mudança: método para compreensão da crise entre universidade pública e sociedade

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    The purpose of this article is to analyze if a method of developmental intervention helps the professionals of the activities in interinstitutional crises to form a historical understanding of the problems faced and to create solutions for them. We present a method called Change Laboratory (CL), inspired by the Theory of Historical-Cultural Activity (THCA). It is illustrated with an empirical case of intervention where the historical genesis and the contradictions that led to the crisis in the collaborative relationship between a public university and an educational health center were identified, between 2013 and 2015. Data obtained from records made during the intervention as well as interviews and comments from the participants were used for the study. As a result, the participants analyzed their activities historically and designed the future collaboration activity aimed at a solution to the crisis, within the scope of possible academicpedagogical relations linked to the Brazilian National Health System (SUS). The analysis suggests contradictions in the objects of health care and education activities that may be at the heart of the problematic relationship among institutions that need to develop activities collaboratively. The CL as a methodology of developmental intervention integrates diagnosis, learning, the participants’ protagonism and the creation of solutions as part of the same process.O objetivo deste artigo é analisar se um método de intervenção formativa contribui para que os profissionais de atividades colaborativas formem uma compreensão histórica dos problemas enfrentados em crises interinstitucionais e criem soluções para essas situações. Apresentamos o método Laboratório de Mudança (LM), inspirado na Teoria da Atividade Histórico-Cultural (TAHC). Ele é ilustrado com um caso empírico de intervenção na qual foi identificada a gênese histórica e as contradições que levaram à crise entre uma universidade pública e um centro de saúde escola. Para o estudo foram utilizados dados obtidos a partir de registros efetuados ao longo da intervenção, entre 2013 e 2015, assim como entrevistas e comentários dos participantes. Como resultado, eles analisaram historicamente suas atividades e desenharam novos cenários de colaboração futura, visando uma solução para a crise, no âmbito de possíveis relações acadêmico-pedagógicas vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A análise sugere a existência de contradições nos objetos das atividades de assistência à saúde e educação que podem estar no cerne da relação problemática entre outras instituições semelhantes que precisam desenvolver atividades colaborativamente. O LM, enquanto metodologia de intervenção formativa, integra diagnóstico, aprendizagem, protagonismo dos participantes e criação de soluções como parte de um mesmo processo

    Excluded at work? Analysis on the process of sick leave due mental and behavioral disorders and return to work of teachers of the São Paulo municipal public system

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    Introdução - Os trabalhadores no Brasil geralmente retornam ao trabalho nas mesmas condições que geraram seus afastamentos. No ano de 2012 os professores foram o terceiro grupo profissional que mais se afastou e retornou ao trabalho (RT) em readaptação funcional, entre os servidores públicos da rede municipal de São Paulo. Transtornos mentais e comportamentais (TMC) foram um dos diagnósticos mais frequentes. Objetivos - Conhecer e analisar os processos de afastamentos por TMC e RT entre os professores da rede pública municipal de SP. Métodos - Estudo qualitativo, de caráter exploratório, realizado por meio de entrevistas individuais centradas no problema, em linha de narrativa oral e grupos focais. Participaram 20 professores ativos e readaptados, com histórico de licenças médicas por TMC e RT. A análise dos dados envolveu transcrição, codificação aberta, axial e seletiva. Resultados - As categorias temáticas discutidas foram: a) afastamentos do trabalho por TMC; b) RT; c) estratégias para o cuidado da saúde e permanência no trabalho; d) período de afastamento até o retorno ao trabalho; e) preconceitos no trabalho; f) perícia médica; g) autonomia dos professores em modificações das condições e organização do trabalho. Os participantes foram na maioria mulheres, principais responsáveis pela renda familiar e com longa jornada de trabalho. Foram relatadas situações caracterizadas pela falta de autonomia. As negociações no âmbito do RT ocorreram preferencialmente com os professores readaptados, de maneira dependente da equipe gestora da escola e sem direcionamento às modificações dos fatores que colaboraram com os afastamentos. Professores ativos e readaptados significaram de modo distinto afastamento e RT. O contexto de trabalho na educação foi causa referida para o adoecimento. Aspectos de gestão do trabalho na escola foram associados tanto ao afastamento quanto ao RT, que ocorreram na sua maioria, em condições desfavoráveis ao trabalho e à saúde. Conclusões - São complexas as relações entre os aspectos envolvidos nos processos de afastamento por TMC e RT entre os professores participantes. Discutir retorno ao trabalho exige abordar os motivos dos afastamentos. Tanto politicas públicas e macroestruturas, quanto as micropolíticas foram determinantes do adoecimento, afastamento e processo de RT entre os participantes. Ações de prevenção do adoecimento mental e dos afastamentos e promoção da saúde devem integrar um projeto multi-institucional que garanta vigilância em saúde do trabalhador, capacitações voltadas ao processo de afastamento e RT e participação dos professoresIntroduction - Workers in Brazil usually return to work under the same conditions that led to their sick leave. In 2012 teachers were the third professional group with more sick leave and return to work (RT) in functional readaptation, among public servants of the city of São Paulo. One of the most frequent diagnoses was mental and behavioral disorders (MBD). Objectives - To investigate and analyze the processes of sick leave by MBD and RT among teachers from São Paulo public municipal system. Methods - Qualitative study, of exploratory approach, conducted through individual interviews focused on the issue in oral narrative line and focus groups. Twenty active and readaptation functional teachers participated, with a history of sick leave due MBD and RT. The data analysis involved transcription, encoding open, axial and selective. Results - The themes discussed were: a) sick leave due MBD; b) RT c) strategies for health care and remain in work; d) period off work on sick leave; e) prejudices at work; f) medical expertise; g) autonomy of teachers in changing the conditions and organization at work. Participants were mostly women, sole breadwinner and long working hours. Situations characterized by lack of autonomy were reported. Negotiations within the RT preferentially occurred with readaptation functional teachers, in dependant way of the management team of the school and without targeting alteration of the factors that collaborated with the sick leave. Active and readaptation functional teachers meant sick leave and RT differently. The work context in education was concerned referred to the illness. Work management aspects at school were both associated with the sick leave on the RT, which occurred mostly in unfavorable working and health conditions. Conclusions - Relationships among aspects are complex when involved in the process of sick leave due TMC and RT among participants. Discussing return to work requires addressing the reasons for the sick leave. Both public policy and macro structures as the micro were determinants of illness, sick leave and RT process 8 among participants. Actions to prevent MBD and sick leave, and health promotion should integrate a multi-institutional project to ensure worker health surveillance, qualification aimed at the sick leave and RT process and participation of teacher

    Laboratório de mudança: método para compreensão da crise entre universidade pública e sociedade

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    Resumo O objetivo deste artigo é analisar se um método de intervenção formativa contribui para que os profissionais de atividades colaborativas formem uma compreensão histórica dos problemas enfrentados em crises interinstitucionais e criem soluções para essas situações. Apresentamos o método Laboratório de Mudança (LM), inspirado na Teoria da Atividade Histórico-Cultural (TAHC). Ele é ilustrado com um caso empírico de intervenção na qual foi identificada a gênese histórica e as contradições que levaram à crise entre uma universidade pública e um centro de saúde escola. Para o estudo foram utilizados dados obtidos a partir de registros efetuados ao longo da intervenção, entre 2013 e 2015, assim como entrevistas e comentários dos participantes. Como resultado, eles analisaram historicamente suas atividades e desenharam novos cenários de colaboração futura, visando uma solução para a crise, no âmbito de possíveis relações acadêmico-pedagógicas vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A análise sugere a existência de contradições nos objetos das atividades de assistência à saúde e educação que podem estar no cerne da relação problemática entre outras instituições semelhantes que precisam desenvolver atividades colaborativamente. O LM, enquanto metodologia de intervenção formativa, integra diagnóstico, aprendizagem, protagonismo dos participantes e criação de soluções como parte de um mesmo processo
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