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Epidemiologia da solicitação de exame complementar em consultas médicas
OBJECTIVE: To identify type of service, frequency, and individual patient determinants associated with diagnostic test ordering in medical appointments. METHODS: A population-based study included 3,100 adults aged 20 years or older, living in the city of Pelotas, Southern Brazil. Sampling was carried out in multiple stages. Information were collected by means of a questionnaire, administered between October and December 2003. Multivariate analyses were carried out using Poisson Regression, based on a conceptual model. A sub-study was also conducted based on the test requests received during one workday in all laboratories in the city processing requests from both the public and private sectors. RESULTS: Fifty-five percent of subjects reported having had medical appointments during the three-month period investigated. Of these, 60% reported more than one appointment, generating a total 4,167 appointments, most of which were paid for by health plans (38%). Diagnostic test were requested in 55% of appointments. Women and diabetic patients were more likely to have tests ordered. The greater the age (pOBJETIVO: Identificar os tipos de serviços de saúde utilizados, a freqüência e os determinantes individuais do paciente associados à solicitação de exames complementares em consultas médicas. MÉTODOS: Estudo de base populacional com 3.100 adultos com idade igual ou maior a 20 anos, moradores de Pelotas, RS. A amostragem foi feita em múltiplos estágios. As informações foram coletadas por meio de questionário, de outubro a dezembro de 2003. Análises multivariadas foram realizadas pela regressão de Poisson, baseadas em modelo conceitual. Foi realizado um subestudo, com as requisições de exames de um dia de trabalho, nos laboratórios da cidade que atendessem o setor privado e público. RESULTADOS: Em três meses, 55% dos indivíduos tiveram consulta médica. Destes, 60% tiveram mais que uma consulta, num total de 4.167, sendo a maior proporção realizada por meio de convênios ou planos de saúde (38%). A solicitação de algum exame ocorreu em 55% das consultas. Mulheres e diabéticos apresentaram maiores probabilidades de terem um exame solicitado. Quanto maior a idade (
Controle glicêmico em pacientes diabéticos atendidos em centros de atenção primária à saúde
OBJECTIVE: To identify factors associated to poor glycemic control among diabetic patients seen at primary health care centers. METHODS: A cross-sectional study was carried out in a sample of 372 diabetic patients attending 32 primary health care centers in southern Brazil. Data on three hierarchical levels of health unit infrastructure, medical care and patient characteristics were collected. RESULTS: The frequency of poor glycemic control was 50.5%. Multivariate analysis (multilevel method) showed that patients with body mass indexes below 27 kg/m², patients on oral hypoglycemic agents or insulin, and patients diagnosed as diabetic over five years prior to the interview were more likely to present poor glycemic control when compared to their counterparts. CONCLUSIONS: Given the hierarchical data structuring, all associations found suggest that factors associated to hyperglycemia are related to patient-level characteristics.OBJETIVO: Identificar fatores associados à falta de controle glicêmico em pacientes diabéticos atendidos em centros de atenção primária à saúde. MÉTODOS: Estudo transversal em amostra de 372 pacientes diabéticos atendidos nos 32 centros de atenção primária de uma cidade do sul do Brasil. Foram coletados dados ordenados em três níveis hierárquicos: estrutura das unidades de saúde, características do processo do cuidado médico e pacientes diabéticos. RESULTADOS: A freqüência de falta de controle glicêmico foi de 50,5%. A análise multivariada (método multinível) mostrou que pacientes com Índice de Massa Corporal abaixo de 27 kg/m², em tratamento medicamentoso e com mais de cinco anos de diagnóstico de diabetes, tiveram maior probabilidade de apresentar hiperglicemia quando comparados a seus pares. CONCLUSÕES: Considerando a estrutura hierárquica dos dados, todas as associações encontradas sugerem que os fatores associados à hiperglicemia são relacionados a características dos pacientes
Epidemiology of smoking in the rural area of a medium-sized city in Southern Brazil
OBJETIVO: Estimar a prevalência de tabagismo e fatores associados entre moradores de zona rural. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional realizado com 1.519 indivíduos, em 2016. Foram aleatoriamente selecionados 24 dos 50 setores censitários que compõem os oito distritos rurais do município de Pelotas, RS. Indivíduos ≥ 18 anos residentes nos domicílios aleatoriamente selecionados eram elegíveis. Foram considerados tabagistas aqueles que fumavam ≥ 1 cigarro/dia há pelo menos um mês ou que declararam haver parado de fumar há menos de um mês. As variáveis independentes incluíram características socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde. Foram investigados: idade de início, duração da adição, número de cigarros fumados/dia, carga tabágica e tipos de cigarros consumidos. Foi realizada regressão de Poisson para cálculo das razões de prevalências (RP) ajustadas e intervalos de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: A prevalência de tabagismo foi 16,6% (IC95% 13,6–20,0), sendo duas vezes maior nos homens do que nas mulheres (RP = 1,99; IC95% 1,44–2,74), na classe econômica D ou E do que na A ou B (RP = 2,23; IC95% 1,37–3,62) e naqueles que consideraram sua saúde ruim ou muito ruim, comparados àqueles que a consideraram muito boa ou boa (RP = 2,02; IC95% 1,33–3,08). Também foi superior em pessoas com 30–59 anos (comparadas àquelas com < 30 anos), com 5–8 anos de escolaridade (comparados às pessoas com ≥ 9 anos), e com rastreio positivo para transtorno relacionado ao consumo de álcool. A prevalência foi menor entre indivíduos com sobrepeso ou obesidade, em comparação aos eutróficos. O tabagismo iniciou em média aos 16,9 anos, com consumo médio de cerca de 14 cigarros/dia e carga tabágica média de 22 maços/ano. O cigarro de papel enrolado à mão foi o mais consumido (57,6%). CONCLUSÕES: Aproximadamente um em cada seis adultos da zona rural de Pelotas é fumante atual. Os achados evidenciam a existência de desigualdades sociais relacionadas à adição tabágica. Ações de prevenção e controle do tabagismo devem continuar sendo estimuladas, sobretudo nos subgrupos mais vulneráveis.OBJECTIVE: To estimate the prevalence of smoking and associated factors among rural residents. METHODS: This is a population-based, cross-sectional study of 1,519 individuals carried out in 2016. We randomly selected 24 of the 50 census tracts that make up the eight rural districts of the city of Pelotas, State of Rio Grande do Sul, Brazil. All individuals aged 18 years or more living in the randomly selected households were eligible. Smokers were all those who smoked ≥ 1 cigarette/day for at least one month or declared that they had stopped smoking for less than one month. The independent variables included socioeconomic, demographic, behavioral, and health characteristics. We investigated age of onset, duration of addiction, number of cigarettes smoked/day, pack-years, and types of cigarettes consumed. Poisson regression was performed to calculate the adjusted prevalence ratios (PR) and 95% confidence intervals (95%CI). RESULTS: The prevalence of smoking was 16.6% (95%CI 13.6–20.0), and it was twice as high in men in relation to women (PR = 1.99, 95%CI 1.44–2.74), in socioeconomic class D or E in relation to class A or B (PR = 2.23, 95%CI 1.37–3.62), and in those who considered their health poor or very poor in relation those with good or very good health (PR = 2.02, 95%CI 1.33–3.08). It was also higher in persons aged 30–59 years (compared to those aged < 30 years), with 5–8 years of education level (compared to those with ≥ 9 years), and with positive screening for alcohol-related disorder. Prevalence was lower among individuals who were overweight or obese than in those with normal weight. Smoking began on average at 16.9 years, with an average consumption of approximately 14 cigarettes/day and mean pack-years of 22 packs/year. The paper hand-rolled cigarette was the most consumed (57.6%). CONCLUSIONS: Approximately one in six adults in rural Pelotas is a current smoker. The findings show the existence of social inequalities related to smoking addiction. Actions to prevent and control smoking should continue to be stimulated, especially in the most vulnerable subgroups
Mortalidade neonatal: descrição e efeito do hospital de nascimento após ajuste de risco
OBJETIVO: Avaliar o efeito de hospital de nascimento na ocorrência de mortalidade neonatal. MÉTODOS: Uma coorte de nascimentos foi iniciada em Pelotas, em 2004. Todos os nascimentos hospitalares foram estudados em visitas diárias às maternidades da cidade, incluindo-se 4.558 recém-nascidos. As mães foram entrevistadas sobre fatores de risco em potencial e as mortes, monitoradas com visitas regulares aos hospitais, cemitérios e cartórios. Dois pediatras classificaram a causa básica da morte, de forma independente, a partir de informações obtidas no prontuário hospitalar e em entrevista com a família. Usou-se regressão logística para estimar o efeito do hospital de nascimento, controlando para variáveis de confusão relacionadas a características maternas e do recém-nascido. RESULTADOS: A taxa de mortalidade neonatal foi de 12,7. O risco esteve fortemente influenciado pelo peso ao nascer, idade gestacional e variáveis socioeconômicas. Imaturidade foi responsável por 65% das mortes neonatais, seguida por anomalias congênitas, infecções e asfixia intraparto. Ajustando para características maternas, foi observado um risco relativo igual a três para hospitais de mesmo nível de complexidade. O risco relativo diminuiu, mas persistiu, após controle para características do recém-nascido. CONCLUSÕES: A mortalidade neonatal variou entre hospitais e foi alta, principalmente relacionada à imaturidade. Para entender a fonte de variação da mortalidade neonatal e reduzir sua ocorrência é necessária uma avaliação aprofundada e comparativas com as práticas de cuidado entre hospitais.OBJECTIVE: To assess the effect of hospital of birth on neonatal mortality. METHODS: A birth cohort study was carried out in Pelotas, Southern Brazil, in 2004. All hospital births were assessed by daily visits to all maternity hospitals and 4558 deliveries were included in the study. Mothers were interviewed regarding potential risk factors. Deaths were monitored through regular visits to hospitals, cemeteries and register offices. Two independent pediatricians established the underlying cause of death based on information obtained from medical records and home visits to parents. Logistic regression was used to estimate the effect of hospital of birth, controlling for confounders related to maternal and newborn characteristics, according to a conceptual model. RESULTS: Neonatal mortality rate was 12.7 and it was highly influenced by birthweight, gestational age, and socioeconomic variables. Immaturity was responsible for 65% of neonatal deaths, followed by congenital anomalies, infections and intrapartum asphyxia. Adjusting for maternal characteristics, a three-fold increase in neonatal mortality was seen between similar complexity hospitals. The effect of hospital remained, though lower, after controlling for newborn characteristics. CONCLUSIONS: Neonatal mortality was high, mainly related to immaturity, and varied significantly across maternity hospitals. Further investigations comparing delivery care practices across hospitals are needed to better understand NMR variation and to develop strategies for neonatal mortality reduction
Fatores associados ao uso de medicamentos na coorte de nascimentos de Pelotas 2004
OBJETIVO: Identificar factores asociados al uso de medicamentos en los niños de la cohorte de nacimientos de 2004 de Pelotas, Sur de Brasil. MÉTODOS: Estudio de delineamiento prospectivo, utilizando como resultado final el uso de medicamentos por los niños a los tres, 12 y 24 meses (independientemente del motivo, indicación o grupo terapéutico). El estudio incluye 3.985 niños en el seguimiento a los tres meses, 3.907 en el de 12 meses y 3.868 en el último seguimiento a los 24 meses. Se realizó entrevista con las madres, con relación al uso de medicamento durante el período recordatorio de 15 días anteriores. El desenlace fue analizado de acuerdo con variables sociodemográficas, perinatales, de la percepción materna de salud del niño y de amamantamiento. Se realizaron análisis bruto y ajustado utilizando regresión de Poisson y siguiendo un modelo jerarquizado del análisis. RESULTADOS: La prevalencia del uso de medicamentos varió entre 55% y 65% en los tres seguimientos. Posterior al análisis ajustado algunas variables permanecieron asociadas al uso de medicamentos sólo en el acompañamiento de los tres meses, con mayor utilización entre los niños con madres más jóvenes, cuando hubo algún problema de salud en el momento del parto, bajo peso al nacer, en los niños que nunca mamaron y cuando hubo internación hospitalaria del niño. También se asoció al mayor uso de medicamentos: a los tres y 12 meses el hecho de ser primogénito, a los 12 y 24 meses la percepción de salud del niño por la madre como regular o mala y el hecho de la madre poseer seguro de salud; y en los tres acompañamientos, la mayor escolaridad de las madres. CONCLUSIONES: Variables diferentes influencian la utilización de medicamentos en los dos primeros años de vida en función del avance de la edad del niño, en particular factores asociados a la madre del niño y a problemas de salud del niño.OBJETIVO: Identificar fatores associados ao uso de medicamentos nas crianças da coorte de nascimentos de 2004 de Pelotas, RS. MÉTODOS: Estudo de delineamento prospectivo, utilizando como desfecho o uso de medicamentos pelas crianças aos três, 12 e 24 meses (independentemente do motivo, indicação ou grupo terapêutico). O estudo inclui 3.985 crianças no seguimento aos três meses, 3.907 no de 12 meses e 3.868 no último seguimento aos 24 meses. Foi realizada entrevista com as mães, referente ao uso de medicamento durante período recordatório de 15 dias anteriores. O desfecho foi analisado de acordo com variáveis sociodemográficas, perinatais, da percepção materna de saúde da criança e de amamentação. Foram realizadas análises bruta e ajustada utilizando regressão de Poisson e seguindo um modelo hierarquizado de análise. RESULTADOS: A prevalência do uso de medicamentos variou entre 55% e 65% nos três seguimentos. Após análise ajustada, algumas variáveis permaneceram associadas ao uso de medicamentos apenas no acompanhamento dos três meses, com maior utilização entre as crianças com mães mais jovens, quando houve algum problema de saúde no momento do parto, baixo peso ao nascer, nas crianças que nunca mamaram e quando houve internação hospitalar da criança. Também se associou ao maior uso de medicamentos: aos três e 12 meses o fato de ser primogênito; aos 12 e 24 meses a percepção de saúde da criança pela mãe como regular ou ruim e o fato de a mãe possuir plano de saúde; e nos três acompanhamentos, a maior escolaridade das mães. CONCLUSÕES: Variáveis diferentes influenciam a utilização de medicamentos nos primeiros dois anos de vida em função do avanço da idade da criança, sobretudo fatores associados à mãe da criança e a problemas de saúde da criança.OBJECTIVE: To identify factors associated to medicine use among children from the 2004 Pelotas Birth Cohort, Brazil. METHODS: Prospective study to evaluate medicine use in children aged 3, 12 and 24 months regardless of the reasons, therapeutic indication or class. The study included 3,985 children followed up at three months of age, 3,907 at 12 months, and 3,868 at the last follow-up time of 24 months. Mothers were interviewed to collect information on medicine use during the recall period of 15 days prior to the interview. The outcome was studied according to sociodemographic and perinatal variables, mother's perception of child's health and breastfeeding status. Crude and adjusted analyses were performed by Poisson regression following a hierarchical model. RESULTS: The prevalence of medicine use ranged from 55% to 65% in the three follow-ups. After controlling for confounders, some variables remained associated to medicine use only at the three-month follow-up with greatest use among children of younger mothers, those children who had intrapartum complications, low birthweight, were never breastfed and were admitted to a hospital. Greatest medicine use was also associated with being a firstborn child at 3 and 12 months; mother's perception of their child health as fair or poor and children whose mothers have private health insurance at 12 and 24 months; highest maternal education level at all follow-up times. CONCLUSIONS: Different variables influence medicine use among children during the first two years of life and they change as the child ages especially maternal factors and those associated to the child's health problems
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