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    Variabilidade espacial de associações de poliquetas ao longo de um gradiente de contaminação por esgotos no Canal da Cotinga, Baía de Paranaguá

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    Resumo: A identificação e a descrição precisa das múltiplas escalas em que os processos ecológicos ocorrem são um pré-requisito para a compreensão da variabilidade de fatores bióticos e abióticos em estuários, caracterizados por um alto grau de variabilidade espacial e temporal. O presente trabalho avaliou a importância de diferentes escalas espaciais na composição e abundância das associações de poliquetas ao longo de um gradiente estuarino de contaminação por esgotos domésticos, expresso por indicadores químicos, orgânicos e microbiológicos, no inverno de 2008 e verão de 2009. A amostragem considerou quatro escalas de variação, desde a ordem de quilômetros (três setores distribuídos ao longo do gradiente), centenas de metros (três locais em cada setor), dezenas de metros (três pontos por local) e centímetros (cinco réplicas por ponto). Em cada local foram determinados os teores de carbono orgânico total, nitrogênio e fósforo total, clorofila-a, feofitina, densidades de coliformes totais e Escherichia coli e concentrações de esteróis. Em cada ponto foram determinadas as características do sedimento (phi médio, percentagem de silte e argila, MO e CaCO3). Variações nas densidades médias, densidade das espécies mais freqüentes, riqueza e diversidade das associações de poliquetas foram analisadas através de uma ANOVA hierárquica, para determinação das escalas espaciais com variabilidade significativa e os componentes de variância associados a cada uma delas. Foram também aplicados métodos multivariados (PCA, PERMANOVA, Bio-Env, nMDS), para análise das tendências e significância de variação dos dados biológicos e físico-químicos. A abordagem hierárquica evidenciou uma elevada variabilidade na distribuição das associações de poliquetas, dos parâmetros físico-químicos e dos indicadores de contaminação em diferentes escalas espaciais ao largo do Canal da Cotinga, com marcadas diferenças nos períodos de inverno e verão. O gradiente de contaminação ambiental não se mostrou contínuo ou linear, havendo evidências de uma marcada compressão no setor 1, provavelmente por causa da dinâmica local, que promove rápida dispersão e diluição dos contaminantes provenientes do Rio Itiberê. 107 espécies de poliquetas foram registradas, com a dominância numérica de Magelona papillicornis e Aricidea taylori. A composição específica das associações de poliquetas foi similar ao longo do canal, mas significativamente afetada pelo gradiente de contaminação no setor mais interno no verão, quando houve uma marcada redução na densidade e na riqueza de espécies. O estudo mostrou que a diversidade de espécies e a densidade de poliquetas variaram em todas as escalas espaciais investigadas, de centímetros a quilômetros. A variabilidade espacial foi maior na escala de centímetros durante o inverno, mas as escalas de locais e setores (centenas de metros a quilômetros) assumiram maior importância no verão, quando o gradiente de contaminação se expressou com maior intensidade. Variações introduzidas pelo gradiente de variabilidade natural foram menos significativas para explicar a variabilidade da fauna, na medida em que as características texturais dos fundos locais e os teores de matéria orgânica se mostraram similares ao longo do canal. Há evidências de que as espécies Magelona papillicornis e Aricidea taylori são indicadoras de condições moderadas de contaminação, podendo ser usadas para o monitoramento ambiental de perturbações antrópicas, como a poluição orgânica por esgotos

    Efeitos do derrame experimental de óleo bunker sobre o macrobentos de uma planície entremarés não vegetada da Baía de Paranaguá (Paraná)

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    Orientador: Paulo da Cunha LanaMonografia (graduação) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Centro de Estudos do Mar, Curso de Graduação em Oceanografia com Habilitação em Pesquisa OceanográficaResumo: Animais bênticos têm sido utilizados em programas de monitoramento de ecossistemas aquáticos como importantes indicadores da qualidade da água e dos níveis de perturbação ambiental. As regiões estuarinas são particularmente vulneráveis a impactos causados por derrames acidentais de petróleo, por freqüentemente abrigarem instalações portuárias e por suas características de confinamento. Este trabalho teve por objetivo desenvolver uma análise experimental dos efeitos de óleo combustível Bunker sobre a macrofauna bêntica de uma planície entremarés não-vegetada no Rio Maciel (Baía de Paranaguá). O experimento foi do tipo agudo, controlado e em pequena escala espacial, com a simulação de um impacto único (100 ml de óleo / 0,027 m2), seguido pelo acompanhamento das respostas biológicas do macrobentos na área impactada e em uma área controle adjacente. A estratégia amostral utilizada foi do tipo BACI (Before and After/ Control and Impact) e teve a duração de 99 dias, com 6 coletas anteriores ao impacto e 7 posteriores. Foram acompanhados os processos de mortalidade e recolonização e reconhecidas as espécies tolerantes ou sensíveis ao impacto. Foram identificados e quantificados 8.825 indivíduos pertencentes a 64 táxons. As espécies ou grupos numericamente dominantes em ambos os tratamentos foram os poliquetas Laeonereis acuta (3598 inds), Capitella sp (351 inds), Sigambra grubei (323 inds) e oligoquetas não identificados (2467 inds). Não foram observadas diferenças significativas na riqueza, abundância e diversidade específica entre tratamentos. No entanto, foram registradas variações significativas nas respostas da fauna entre os distintos dias de amostragem. Os biondicadores mais tolerantes à presença de óleo no sedimento foram Laeonereis acuta, Glycinde multidens, Sigambra grubei, Tagelus divisus e oligoquetas que apresentaram poucas variações populacionais após o experimento. Por outro lado, o bivalve Lucina pectinata e o poliqueta Neanthes succinea mostraram-se sensíveis ao impacto, com quedas populacionais significativas associadas ao derrame e ausência de recuperação até 62 dias após o impacto. De uma maneira geral, a abordagem experimental adotada mostrou que os impactos do óleo bunker sobre variáveis descritoras da associação local foram pouco relevantes na escala espacial adotada. Palavras - chave: derrame; recolonização; óleo bunker; desenho amostral tipo BACI; macrobentos; Rio Macie

    Efeitos do derrame experimental de óleo bunker sobre o macrobentos de uma planície entremarés não vegetada da Baía de Paranaguá (Paraná)

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    Orientador: Paulo da Cunha LanaMonografia (graduação) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Centro de Estudos do Mar, Curso de Graduação em Oceanografia com Habilitação em Pesquisa OceanográficaResumo: Animais bênticos têm sido utilizados em programas de monitoramento de ecossistemas aquáticos como importantes indicadores da qualidade da água e dos níveis de perturbação ambiental. As regiões estuarinas são particularmente vulneráveis a impactos causados por derrames acidentais de petróleo, por freqüentemente abrigarem instalações portuárias e por suas características de confinamento. Este trabalho teve por objetivo desenvolver uma análise experimental dos efeitos de óleo combustível Bunker sobre a macrofauna bêntica de uma planície entremarés não-vegetada no Rio Maciel (Baía de Paranaguá). O experimento foi do tipo agudo, controlado e em pequena escala espacial, com a simulação de um impacto único (100 ml de óleo / 0,027 m2), seguido pelo acompanhamento das respostas biológicas do macrobentos na área impactada e em uma área controle adjacente. A estratégia amostral utilizada foi do tipo BACI (Before and After/ Control and Impact) e teve a duração de 99 dias, com 6 coletas anteriores ao impacto e 7 posteriores. Foram acompanhados os processos de mortalidade e recolonização e reconhecidas as espécies tolerantes ou sensíveis ao impacto. Foram identificados e quantificados 8.825 indivíduos pertencentes a 64 táxons. As espécies ou grupos numericamente dominantes em ambos os tratamentos foram os poliquetas Laeonereis acuta (3598 inds), Capitella sp (351 inds), Sigambra grubei (323 inds) e oligoquetas não identificados (2467 inds). Não foram observadas diferenças significativas na riqueza, abundância e diversidade específica entre tratamentos. No entanto, foram registradas variações significativas nas respostas da fauna entre os distintos dias de amostragem. Os biondicadores mais tolerantes à presença de óleo no sedimento foram Laeonereis acuta, Glycinde multidens, Sigambra grubei, Tagelus divisus e oligoquetas que apresentaram poucas variações populacionais após o experimento. Por outro lado, o bivalve Lucina pectinata e o poliqueta Neanthes succinea mostraram-se sensíveis ao impacto, com quedas populacionais significativas associadas ao derrame e ausência de recuperação até 62 dias após o impacto. De uma maneira geral, a abordagem experimental adotada mostrou que os impactos do óleo bunker sobre variáveis descritoras da associação local foram pouco relevantes na escala espacial adotada. Palavras - chave: derrame; recolonização; óleo bunker; desenho amostral tipo BACI; macrobentos; Rio Macie
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