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Oralitura: literatura e cultura africanas em aula de língua portuguesa.
Em muitas culturas, as narrativas orais são passadas de geração em geração como
uma forma de manutenção e registro da História, além de preservarem a cultura do
povo, constituindo-se em um elemento essencial da tradição oral. Essa tradição é uma
característica muito presente em grande parte das culturas africanas, embora, hoje,
também exista a forte presença da literatura escrita. Ressalte-se que essa tradição
oral não é exclusivamente africana, já que no Brasil, por exemplo, também existe o
contar e ouvir estórias como costume. É possível perceber que tanto os países do continente africano, quanto o Brasil sofrem com essa generalização cultural. Nesse sentido, conscientes da necessidade de conhecer a diversidade cultural, além de nossas fronteiras, sinalizada nos PCN (2006) e na Lei 10.639/03, identifica-se nos estudos interculturais um caminho para se fazer cumprir a prescrição da Lei. Nessa perspectiva, o objetivo central desta pesquisa é instigar um diálogo intercultural, em
aulas de Língua Portuguesa, com o propósito de promover discussões sobre a cultura
afro-brasileira, instigando as relações interculturais. A partir de contos brasileiros,
angolanos e moçambicanos de tradição oral, comparou-se as realidades em questão,
levando-se em conta o fato de que tais contos apresentam aspectos culturais do
espaço e tempo no qual são produzidos. Metodologicamente, esta é uma esquisatação de cunho descritivo e interpretativo (MOREIRA; CALEFFE, 2008). Para tanto, esta pesquisa baseou-se nas reflexões de Leite (2012), Freitas (2010), no que concerne à oralização das literaturas africanas; Jolles (1976), quanto às narrativas curtas; Compagnon (2010), no que diz respeito à literatura; Bauman (2012) e Hall (2006), sobre as noções de culturas e Jullien (2009) no que se refere à noção de
interculturalidade, dentre outros estudiosos que trazem reflexões que sustentam a
nossa investigação. Finalmente, vê-se a pesquisa em questão como um processo que
pode dar auxilio ao aluno na sua reafirmação cultural, conduzindo-o a perceber a
necessidade de aceitar as diferenças culturais do outro, respeitando-o e entendendo
que não há superioridades culturais.In many cultures, oral narratives are passed through the generation as a form of
maintaining and registering History, and preserving the culture of people, constituted as
an essential element of the oral tradition. This tradition is a present characteristic in most African cultures, besides the very strong presence of written literature. It should
be highlighted that this oral tradition is not exclusively African, since in Brazil, for
example, there is the story-telling and hearing as a praxis. It’s possible to perceive that
both African countries, and Brazil suffer from this cultural generalization. In this sense,
aware of the necessity to know cultural diversity, beyond our frontiers, signed in the
PCN (2006) and in the 10,639 / 03 Law, it is identified in the intercultural studies a way
to apply the prescription of the law. In this perspective, the central objective of this research is to instigate an intercultural dialogue in Portuguese classes, aiming to promote discussions about African-Brazilian culture, encouraging intercultural relations.
From Brazilian, Angolans and Mozambicans oral tales, these realities were compared,
relying on the fact that such stories have cultural aspects of space and time in which
they are produced. Methodologically, this is a descriptive and interpretative action
research (MOREIRA; CALEFFE, 2008). Therefore, this research was based on the
reflections from Leite (2012), Freitas (2010), regarding the oralization of African
literatures; Jolles (1976), for the short narratives; Compagnon (2010) with regard to
literature; Bauman (2012) and Hall (2006) on the notions of cultures and Jullien (2009)
with regard to the notion of interculturalism, among other scholars who bring reflections
that support our research. Finally, the present research is contemplated as a process
that can provide assistance to students in their cultural reaffirmation, leading them to
realize the needing to accept the cultural differences of each other, respecting them
and understanding that there is no cultural superiorities
Oralitura em aula de língua portuguesa como espaço para diálogos interculturais
This paper is an attempt to discuss “oraliture” as an effective way to instigate intercultural dialogues between Brazil and Mozambique. Such considerations are linked to the reinvention of orality as an element traditionally intrinsic to the African cultures. Our reflections were prompted from the reading of oral tradition tales, originating in the two countries above, involving high school students in a public school, as the elementary procedure for compliance with Law 10,639 / 2003, which calls for the teaching of African and Afro-Brazilian culture in basic education. The tales “Porque o negro é preto” and “As mãos dos pretos” deal with the same issue: racism. Although it seems to be na old discussion, this issue still provokes controversial positions, as noted in our class of second year of high school. Our considerations are anchored in Leite (2012), Freitas, (2010), Nunes (2009), Abdallah-Preitceille (2002), Munanga (2005), among others that support our study. This action research is of qualitative and quantitative nature, for it seeks to identify factors that determine behaviors, most likely underlying the lives of students as an important part of today\u27s society. The results show that in this public school the Federal Law is not met, reflecting that there is still a need to discuss the African literature or culture, not basic education.Se intenta, en este artículo, discutir sobre la "oralitura" como camino eficaz para instigar diálogos interculturales entre Brasil y Mozambique. Estas ponderaciones están vinculadas a la reinvención de la oralidad como elemento tradicionalmente intrínseco a las culturas africanas. Nuestras reflexiones fueron incitadas a partir de la lectura de cuentos de tradición oral, originarios de los dos países citados, entre estudiante de la Enseñanza Media de una escuela pública, como procedimiento elemental para atender a la Ley 10.639 / 2003 que preconiza la enseñanza de la cultura africana y afro- En la enseñanza básica. Los cuentos "Porque el negro es negro" y "Las manos de los negros" abordan la misma cuestión: el racismo. Aunque parezca ser una discusión antigua, esta temática todavía provoca controversiales posicionamientos, como observamos en nuestra clase de segundo año de la Enseñanza Media. En el caso de que se produzca un cambio en la calidad de los alimentos, se debe tener en cuenta que, Esta investigación-acción es de cuño cual-cuantitativo, pues busca identificar factores que determinan comportamientos, muy probablemente, subyacentes a la vida de los estudiantes, como una parte importante de la sociedad actual. Los resultados muestran que en esa escuela pública, la Ley Federal no se cumple, reflejando que todavía hay la carencia de discutir la literatura / cultura africana no enseñanza básica.Intenta-se, neste artigo, discutir a respeito da “oralitura” enquanto caminho eficaz para instigar diá- logos interculturais entre Brasil e Moçambique. Tais ponderações estão ligadas à reinvenção da oralidade enquanto elemento tradicionalmente intrínseco às culturas africanas. Nossas reflexões foram incitadas a partir da leitura de contos de tradição oral, originários dos dois países supracitados, entre estudante do Ensino Médio de uma escola pública, como procedimento elementar para atender à Lei 10.639/2003 que preconiza o ensino da cultura africana e afro-brasileira no ensino básico. Os contos “Porque o negro é preto” e “As mãos dos pretos” abordam a mesma questão: o racismo. Embora pareça ser uma discussão antiga, essa temática ainda provoca controversos posicionamentos, conforme observamos em nossa turma de segundo ano do Ensino Médio. As nossas considerações são ancoradas em Leite (2012), Freitas, (2010), Nunes (2009), Abdalah-Preitceille (2002), Munanga (2005), dentre outros que embasam este estudo. Esta pesquisa-ação é de cunho quali-quantitativo, pois busca identificar fatores que determinam comportamentos, muito provavelmente, subjacentes à vida dos estudantes, enquanto parcela importante da sociedade atual. Os resultados mostram que nessa escola pública, a Lei Federal não é cumprida, refletindo que ainda há a carência de se discutir a literatura/cultura africana não ensino básico
Literaturas africanas de expressão portuguesa e a oralidade
Cada literatura nacional africana tem suas características peculiares, o que as faz desenvolver-se de acordo com formas estéticas e linguísticas da região na qual ela é construída. Ressalte-se que as diferenças entre as literaturas africanas resultam não só das diferenças étnicas existentes entre as nações desse continente, mas sobretudo, devido às diferenças linguístico-culturais (LEITE, 2012). Essas diferenças são percebidas nos textos literários, uma vez que o autor desses textos traz a sua identidade cultural para sua obra. Isso nos faz lembrar das literaturas africanas de língua portuguesa, já que, conforme Leite (2012, p.34), essas literaturas “encontraram maneiras próprias de dialogar com as “tradições”, intertextualizando-as, obtusamente, no corpo linguístico”. Diante disso, temos como objetivo, no presente trabalho, fazermos algumas considerações sobre as literaturas africanas de língua portuguesa, tendo como foco principal as literaturas angolana e moçambicana. Para tanto, basear-nos-emos em Leite (2012), Ferreira (1977), dentre outros. Finalmente, é importante ressaltar, em primeira mão, que as literaturas africanas de língua portuguesa tornaram-se, além de tudo, um espaço propício para as populações africanas contestarem contra o colonialismo europeu
Didatizando o gênero relato de experiência no Ensino Fundamental: reflexão sobre reescrita textual
A regência de ensino é uma etapa na formação do professor, que busca aliar a teoria à prática do ensino. Tal prática, conforme Zabala (1998), apud Pimenta (2004), obedece a diversos determinantes, visto haver sua justificativa nos parâmetros institucionais, bem como nas tradições metodológicas, nas possibilidades reais dos professores e nas tradições existentes. Pensando nessas orientações, lembramos que os Parâmetros Curriculares Nacionais também esclarecem que o ensino deve ser orientado por uma sequência didática que, para Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) é “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”. Assim, neste trabalho, objetivamos analisar nossa experiência com a didatização do gênero relato de experiência no ensino fundamental, vivenciada na disciplina Prática de Ensino da Língua Portuguesa I do curso de Letras da Universidade Federal de Campina Grande-PB. Além disso, faremos uma reflexão sobre as atividades vivenciadas pelos alunos do 8º ano de Escola Pública do Ensino Fundamental, como a produção do gênero relato de experiência, após uma entrevista realizada com a ex-coordenadora da saúde do idoso de Campina Grande-PB a qual possibilitou aos discentes o conhecimento da realidade dos idosos de nossa cidade que sofrem violência física e simbólica. Metodologicamente, basear-nos-emos nas noções de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), sobre sequência didática; de Marcuschi (2008), sobre gênero textual; de Antunes (2005), sobre o conceito da escrita, dentre outros. Veremos, então, o quão importante é a elaboração de uma situação didática de produção textual para instigar os alunos a serem sujeitos escritores