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    Mães: sujeitos privilegiados para a prevenção do abuso sexual incestuoso

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    TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Curso de Serviço SocialEste estudo tem por objeto a passividade materna diante do abuso sexual incestuoso. Objetivou-se propor estratégias eficazes de prevenção à violência sexual intrafamiliar, tendo como referência o progenitor não-abusivo, ou seja, a mãe, assim como fornecer subsídios para a intervenção de Assistentes Sociais e para a formulação de políticas sociais voltadas à garantia de direitos de crianças e adolescentes. A História de Vida foi o método de investigação privilegiado e a entrevista gravada e transcrita foi empregada como instrumento de coleta de dados. Foi realizado um levantamento bibliográfico para conhecimento do estado da arte do assunto estudado. As entrevistas gravadas resgataram a história de vida de mães de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual intrafamiliar, tendo-se como hipótese a possibilidade destas mães terem sido abusadas em sua infância e/ou juventude e não terem sido protegidas por um adulto. Esta é uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, cujo universo é composto por seis mães, e sua amostra é formada por três mães não-protetoras. Os resultados auferidos evidenciaram que: as mães não-protet p ras têm história de abuso sexual na infância e/ou adolescência: dão grande importância ao modelo de família tradicional evitando romper os laços familiares são membros de famílias em que valores e princípios religiosos são freqüentemente apontados e defendidos; acreditam que a conduta exemplar dos companheiros em relação às suas filhas é revelador de afeto; não dão crédito aos relatos de abuso sexual sofridos pela filha, tendo silenciado sobre a história de violação por longo tempo. As mães não são conhecedoras da lógica, das estratégias e do perfil de um abusador sexual intrafamiliar. Infere-se que a compreensão do fenômeno "passividade materna.' é fundamental para o estabelecimento de alternativas de prevenção e tratamento do abuso sexual intrafamiliar, levando-se em conta os direitos da criança e do(a) adolescente. É possível assim subsidiar a elaboração e implementação de políticas e programas sociais voltados à garantia de direitos, bem como a ação dos(as) Assistentes Sociais que intervêm junto ao abuso sexual intrafamilia

    Diagnóstico inconclusivo para o abuso sexual: os pontos cegos para a comprovação de violência sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Economico. Prograrma de Pós-Graduação em Serviço SocialO objeto de pesquisa circunscreve-se ao âmbito do atendimento prestado pela equipe técnica nos casos de abuso sexual no município de Florianópolis/SC. O objetivo foi investigar os "pontos cegos" que afetaram a referida equipe no processo de diagnóstico de vitimização sexual. Esta pesquisa foi exploratória, de natureza qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados a análise documental e a entrevista aberta. Inicialmente, realizamos um levantamento bibliográfico para o conhecimento do "estado da arte" do tema. Em seguida, procedemos à primeira etapa da coleta de dados, cujo instrumento de análise consistiu nos prontuários de atendimentos da Equipe de Diagnóstico do Programa Sentinela de Florianópolis. Como primeiro critério de seleção do universo a ser pesquisado, elecamos: situações de abuso sexual perpetradas por pais biológicos ou padrastos contra crianças e/ou adolescentes do sexo feminino, com atendimento realizado pela Equipe de Diagnóstico nos anos de 2004 a 2006, totalizando um universo de 32 (trinta e duas) situações. Após, prosseguimos a segunda etapa da pesquisa, que contemplou a seleção de uma amostra intencional composta de 05 (cinco) situações com parecer inconclusivo para o diagnóstico do abuso, marcadas pelos pontos-cegos que "saltaram aos olhos" na análise dos prontuários. Com a delimitação da amostra, realizamos entrevistas com as Assistentes Sociais e Psicólogas responsáveis pelos casos selecionados. Ainda, entrevistamos duas Assistentes Sociais e uma Psicóloga com larga experiência na área, para discorrer mais amplamente sobre a temática em estudo. Para a análise das informações coletadas, utilizamos a concepção de "Ecologia do Desenvolvimento Humano" (BRONFENBRENNER, 1996), com ênfase para as estruturas do Desenvolvimento Humano (microssistema, mesossistema, exossitema e macrossistema). No microssistema, sobressaíram-se como principais pontos-cegos para o diagnóstico do abuso: a tenra idade da vítima; as deficiências mentais da vítima; a ausência de vestígios de lesão no exame de corpo de delito; os múltiplos abusos sexuais perpetrados pelo pai ou padrasto; a passividade ou conivência materna ante aos abusos. No exossistema, destacaram-se: as deficiências de infra-estrutura para o diagnóstico, sobretudo relativas aos recursos humanos; a fragilidade dos procedimentos metodológicos para a confirmação do abuso, com ênfase para o registro. Evidenciou-se como entrave central ao diagnóstico do abuso a realização da primeira abordagem para averiguação das denúncias de violência por parte dos Conselheiros Tutelares do município, pois, em geral, estes não dispõem de especialização na área. Quanto à rede de atendimento, os principais óbices ao diagnóstico foram: a morosidade para disponibilizar os documentos necessários para confirmar o abuso; o impacto negativo decorrente da interferência de técnicos da rede nas intervenções da Equipe de Diagnóstico do Programa Sentinela. No macrossistema, sobressaiu como ponto-cego para o diagnóstico do abuso as alterações político-institucionais, repercutindo na descontinuidade das ações. Concluímos que o desvendamento dos "pontos cegos" para o diagnóstico da vitimização sexual pode ensejar intervenções que diminuam a revitimização e a reiteração de denúncias, além de preservar direitos de crianças e adolescentes

    Sangue Negro e a Poesia de Combate de Noémia de Sousa

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    A resenha em comento debruçou-se sobre a obra “Sangue Negro”, constituída de 46 poemas de autoria da escritora moçambicana Noémia de Sousa. Tencionando abarcar a profundidade da referida obra literária, recorremos a categorias teóricas próprias dos estudos de gênero e do feminismo negr

    Impacto de um protocolo de desmame de ventilação mecânica na taxa de falha de extubação em pacientes de difícil desmame Impact of a mechanical ventilation weaning protocol on the extubation failure rate in difficult-to-wean patients

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    OBJETIVO: Determinar se a acurácia preditiva do julgamento clínico isolado pode ser melhorada com o uso suplementar de um protocolo de desmame objetivo como ferramenta de suporte para a tomada de decisão. MÉTODOS: Estudo prospectivo multicêntrico de coorte realizado em três UTIs clínicas/cirúrgicas. Foram incluídos no estudo todos os pacientes de difícil desmame (falha no primeiro teste de ventilação espontânea [TVE]), sob ventilação mecânica (VM) por mais de 48 h, admitidos em uma das UTIs entre janeiro de 2002 e dezembro de 2005. Os pacientes do grupo protocolo (GP) foram extubados após teste de tubo T de acordo com um protocolo de desmame e comparados com o grupo de pacientes extubados sem o uso do protocolo (GNP). O desfecho primário foi a taxa de reintubação em até 48 h após a extubação. RESULTADOS: Foram incluídos 731 pacientes - 533 (72,9%) no GP e 198 (27,1%) no GNP. A taxa global de reintubação foi de 17,9%. As taxas de sucesso da extubação no GP e no GNP foram 86,7% e 69,6%, respectivamente (p < 0,001). Não houve diferenças significativas entre os grupos quanto a idade, gênero, escore de gravidade e tempo de VM antes da inclusão. Entretanto, DPOC foi mais frequente no GNP que no GP (44,4% vs. 17,6%; p < 0,001), ao passo que pacientes sépticos e em pós-operatório foram mais comuns no GP (23,8% vs. 11,6% e 42,4% vs. 26,4%, respectivamente; p < 0,001 para ambos). O tempo de VM após a falha no primeiro TVE foi maior no GP que no GNP (9 ± 5 dias vs. 7 ± 2 dias; p < 0,001). CONCLUSÕES: Nesta amostra de pacientes de difícil desmame, o uso de um protocolo de desmame melhorou o processo decisório, reduzindo a possibilidade de falha na extubação.<br>OBJECTIVE: To determine whether the predictive accuracy of clinical judgment alone can be improved by supplementing it with an objective weaning protocol as a decision support tool. METHODS: This was a multicenter prospective cohort study carried out at three medical/surgical ICUs. The study involved all consecutive difficult-to-wean ICU patients (failure in the first spontaneous breathing trial [SBT]), on mechanical ventilation (MV) for more than 48 h, admitted between January of 2002 and December of 2005. The patients in the protocol group (PG) were extubated after a T-piece weaning trial and were compared with patients who were otherwise extubated (non-protocol group, NPG). The primary outcome measure was reintubation within 48 h after extubation. RESULTS: We included 731 patients-533 (72.9%) and 198 (27.1%) in the PG and NPG, respectively. The overall reintubation rate was 17.9%. The extubation success rates in the PG and NPG were 86.7% and 69.6%, respectively (p < 0.001). There were no significant differences between the groups in terms of age, gender, severity score, or pre-inclusion time on MV. However, COPD was more common in the NPG than in the PG (44.4% vs. 17.6%; p < 0.001), whereas sepsis and being a post-operative patient were more common in the PG (23.8% vs. 11.6% and 42.4% vs. 26.4%, respectively; p < 0.001 for both). The time on MV after the failure in the first SBT was higher in the PG than in the NPG (9 ± 5 days vs. 7 ± 2 days; p < 0.001). CONCLUSIONS: In this sample of difficult-to-wean patients, the use of a weaning protocol improved the decision-making process, decreasing the possibility of extubation failure
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