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    (Re)Pensar a Sociologia dos Conflitos: a Disputa Paradigmática entre a Paz Negativa e/ou a Paz Positiva

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    É inegável que vivemos, hoje, num mundo inseguro e com um futuro incerto. Não obstante a especificidade das relações conflituais da sociedade actual, os conflitos são omnipresentes na vida social e podem assumir diversas formas. Com este trabalho pretende-se contribuir para uma abordagem diacrónica das teorias dos conflitos, sendo privilegiada a perspectiva sociológica. Assume-se como objectivo alcançar um maior entendimento sobre a teoria dos conflitos e correspondente capacidade de análise da sociedade actual face à proliferação de novas formas de conflitos. Num primeiro momento, defende-se o interesse da teorização sociológica sobre o conflito, subsistindo um dilema teórico no que respeita ao consenso e ao conflito social. Seguidamente, evidenciam-se os avanços alcançados nas áreas dos estudos da guerra, do conflito e da paz, cujos resultados alcançados têm possibilitado a condução de políticas públicas de promoção da paz. A tendência para a desactualização de grande parte dos modelos teóricos face à especificidade da “nova ordem” mundial, parece apontar para a necessidade de se reforçar a teorização com vista a uma maior compreensão da sociedade de hoj

    A problemática do desenvolvimento e crescimento económico: revisitar conceitos, teorias e modelos

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    O conceito de desenvolvimento tem sido um dos mais importantes das nossas sociedades contemporâneas e um dos mais controversos nas ciências sociais, ao verificarem-se demasiadas interpretações da noção de desenvolvimento que contribuem para uma certa confusão e/ou indefinição conceptual, em parte, associada à evolução política e socioeconómica dos países e às vivências dos indivíduos. É, por estes motivos, entre outros, como os problemas com que a Europa e o resto do mundo enfrentam, em pleno século XXI, que as reflexões e os diálogos perduram no interesse científico. Nestes últimos 70 anos, e em particular nos últimos 40 anos, o desenvolvimento conheceu várias conceções, tornando-se mais complexo na sua conceção e aplicação, mas também assistimos a um esforço dos teóricos em romper com a forte associação entre desenvolvimento e crescimento económico. Paralelamente, assistiu-se ao despontar de novas conceções teóricas e experiências no terreno que refletem o caráter multidimensional deste fenómeno. Neste artigo, pretendemos delimitar os principais traços evolutivos do conceito e das práticas de desenvolvimento através da apresentação e reflexão das principais teorias e modelos do pensamento económico nos últimos anos, como também apresentar os fatores que provocaram o aparecimento de novas concetualizações teóricas e práticas de desenvolvimento, os princípios orientadores das novas abordagens alternativas de desenvolvimento e o quadro concetual e metodológico do novo paradigma de desenvolvimento endógen

    O papel de sociólogos em projetos de intervenção social: a experiência de docentes e investigadores da Universidade de Évora ao longo de vinte anos

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    O objetivo do trabalho que se apresenta consiste em divulgar conhecimentos, experiências e reflexões que os autores sedimentaram ao longo da sua participação em projetos, financiados pela União Europeia e por Programas nacionais. Também se visa colocar em debate várias considerações sobre a adequação da formação de base dos diplomados em Sociologia, sobre lacunas na sua formação em hard skills, e sobre a importância de se cultivar alguma(s) das soft skills exigidas aos futuros profissionais para o desempenho de funções em projetos de intervenção socia

    “A Visão da Cidade – percepções e formas de relacionamento com a Escola Prática de Artilharia”

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    Antes de passar ao desenvolvimento da temática que me foi sugerida no âmbito deste Ciclo de Conferências alusivo aos “150 anos da Escola Prática de Artilharia”, quero agradecer o honroso convite que me foi dirigido pelo Sr. Coronel H. Pereira dos Santos – Comandante da Escola Prática de Artilharia – para participar nesta iniciativa, particularmente importante para esta Escola na sua já longa existência assim como para toda a comunidade local. É com um enorme regozijo que apresento o meu contributo para a compreensão das percepções e formas de relacionamento da população de Vendas Novas com a Escola Prática de Artilharia. Trata-se de uma temática que corresponde a um dos domínios da minha investigação na área da sociologia , pelo que foi com manifesto prazer que aceitei participação neste Ciclo de Conferências, pelo desafio que esta pressuponha na reflexão actualizada da “Visão da Cidade” de Vendas Novas sobre a Escola Prática de Artilharia (EPA). Com a presente incursão sobre o percurso cruzado da EPA e da sua envolvente territorial, pretendo contribuir para um conhecimento mais detalhado sobre as relações civil-militares, o caso particular da Escola Prática de Artilharia e o meio envolvente. Especificamente, os objectivos que orientam esta apresentação são: i) Analisar diacronicamente as interacções que se estabeleceram entre civis e militares, desde a criação da EPA; ii) Apresentar o contributo desta unidade militar como agente dinamizador do contexto socioeconómico e cultural onde se insere. A convergência entre a unidade militar em estudo e a comunidade onde se encontra inserida é pois evidente e esta tem sido fortalecida ao longo destes 150 anos de coexistência, ou seja desde a instalação da Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas que as relações civil-militares se têm pautado por um profícuo relacionamento e mútua dependência, como passarei a desenvolver

    Capital Intelectual e Desenvolvimento Regional: O Caso da Agricultura no Alentejo.

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    Tendo-se constituído desde os primórdios da Humanidade uma actividade imprescindível para a sobrevivência da Humanidade, a agricultura, muito influenciada por (dependente de) condições exógenas, tem vindo a deparar-se desde há dois séculos com desafios decorrentes das mudanças, tecnológicas, económicas, sociais e mais actualmente também ambientais. Estas mudanças requerem de agricultores e mão-de-obra assalariada conhecimentos / competências / qualificações que lhes possibilitem responder às exigências com que se defrontam, e com as que se terão de defrontar nos tempos que se seguem. O sistema educativo tem vindo a preparar recursos humanos, reforçando o capital intelectual, mediante a oferta de cursos de nível superior e cursos de formação profissional, que são complementados com as iniciativas, geralmente de curta duração, promovidas por associações profissionais e outras entidades. Estas constatações suscitam aos autores o interesse pelo que se passa no Alentejo no que se refere à problemática do capital intelectual no âmbito da agricultura, e ao seu contributo para o desenvolvimento regional. O objectivo da comunicação a apresentar consiste assim em mostrar como tem evoluído o capital intelectual na agricultura desta região, e qual a importância dessa evolução para o desenvolvimento regional, e como se poderá ainda repercutir tendo em atenção nichos / actividades emergentes, sendo essa exposição complementada com as respostas que têm sido dadas pelo ensino profissional e ensino superior, quer ainda em vectores fundamentais como a investigação, transferência de conhecimentos e inovação. Para dar resposta aos objectivos traçados, os autores realizaram uma pesquisa bibliográfica em textos impressos e disponíveis na internet que recaiu sobre: i) os conceitos fundamentais, ii) a evolução da agricultura no Alentejo. Os resultados mais relevantes decorrentes dessa pesquisa revelam um aumento (muito significativo) do número dos agricultores com ensino superior entre 1989 e 2013, o que foi acompanhado da alteração das unidades classificadas na atividade agrícola. Como conclusões verifica-se que tem havido um significativo aumento do capital intelectual na agricultura do Alentejo, o que tem contribuído para a importância em termos absolutos e relativos do sector no contexto nacional, situação para a qual têm contribuído as quatro instituições do Ensino Superior e pelas Escolas Profissionais localizadas na região. Como estudos adicionais recomenda-se o aprofundamento das interrogações sobre a agricultura e os desafios que se lhe poderão provavelmente deparar (em função das alterações climáticas e da globalização), bem como sobre o perfil do agricultor do futuro e da mão-de-obra agrícola

    O Terceiro setor no contexto da pandemia COVID-19: impactos e estratégias de superação e de reinvenção

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    A pandemia pelo SARS-Cov-2, pelo modo abrupto como surgiu e se propagou a partir de finais de 2019, potenciou desde logo uma expressiva produção científica e técnica perante a necessidade de se conhecer e travar o vírus, mas também de se minimizar os seus impactos diretos e indiretos nos cidadãos e nas organizações. Foram já divulgadas várias publicações acerca dos efeitos da COVID-19 desde o 1º confinamento decorrido entre março e abril de 2020, sobre as Organizações Terceiro Setor em Portugal onde sobressaem, pela sua expressão numérica, as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). O objetivo deste trabalho consiste em delimitar quais foram as consequências originadas pela COVID-19 nas organizações do Terceiro Setor, e quais as estratégias que adotaram para fazer face a este contexto desafiante. Para se alcançar o objetivo estabelecido foi efetuada uma pesquisa secundária (Desk Research), procedimento através do qual se procura e reúne informações de documentos já existentes para obter conhecimento sobre o tema em análise. Os resultados a alcançar estruturam-se em: i) levantamento dos impactos da COVID-19 nas organizações do Terceiro Setor (com destaque para as IPSS) e que respostas foram implementadas por essas organizações, e ii) identificação de aprendizagens obtidas e perspetivas futuras. A mais-valia do trabalho consiste em apresentar os resultados de uma revisão bibliográfica que possibilitou a sistematização da realidade vivida pelas organizações em estudo, as quais desempenham um relevante papel na vida da sociedade, e apresentação do modo como preparam as suas atividades com vista à recuperação e à melhoria da qualidade dos serviços que presta

    Mobilidade e diferenciação dos espaços de lazer e de turismo: Perceções dos visitantes e dos residentes de um destino turístico do interior

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    Perante a intensificação da mobilidade nas sociedades contemporâneas e os novos comportamentos e hábitos de consumo, os territórios rurais de baixa densidade emergem como destinos turísticos alternativos e de diferenciação para o desenvolvimento de atividades turísticas e de lazer. A partir de dados recolhidos com questionários e focus group, este artigo pretende evidenciar formas de mobilidade voluntária em que se envolvem os consumidores urbanos, na busca de experiências turísticas, como o crescente interesse pelos destinos do interior – as Aldeias Históricas de Portugal –, e ilustrar as perceções dos residentes sobre as alterações na vida das comunidades. Os resultados obtidos revelam que o destino é espaço de refúgio para curtos períodos de lazer e turismo em contacto com os recursos históricos – arquitetónicos e culturais – por parte dos visitantes. As perceções dos impactes destas novas incursões divergem em cada aldeia segundo o tipo de interação entre visitantes e residentes.In view of the intensification of mobility in contemporary societies and the new uses and consumption habits, low-density rural territories are emerging as alternative tourist destinations and differentiation for the development of tourist and leisure activities. From data collected with questionnaires and focus group, this article aims to highlight the current forms of voluntary mobility involving urban consumers in the search tourist experiences, such as the growing interest in destinations in the inland – the Historical Villages of Portugal – and identify the residents' perception of the impact of tourism on communities. The results obtained reveal that the destination is a space of refuge for short periods of leisure and tourism in contact with historical and cultural resources by the visitors. The perceptions of the tourism impacts are different in each village according to the interaction between visitors and residents

    Os territórios da cultura na região euroace: desafios e futuros

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    Resumo O território ibérico que forma o triângulo constituído pela Região Centro, Alentejo e Extremadura, apresenta-se como uma euroregião com toda a tipificação de uma região do interior: baixa densidade populacional e níveis de envelhecimento bastante significativos. Este território apresenta-se, no entanto, com indicadores que revelam uma situação de bem-estar relativo, quanto a equipamentos culturais, boa taxa de escolarização e ligações viárias entre as várias sub-regiões fronteiriças, responsáveis por acessos relativamente rápidos entre elas. Embora se reconheça a existência de formas diferentes de organização territorial entre os dois países, a forma de povoamento é muito semelhante, que se repercutem nos acessos aos equipamentos e às iniciativas culturais desenvolvidas. Por outro lado, as diversas modalidades de expressar a cultura traduzem-se nas três regiões através de centenas de estruturas culturais que movimentam milhares de pessoas, formando um potencial endógeno da euroregião que em muitos dos casos se encontra subaproveitado e desconhecido. A atividade cultural tem vindo a alterar-se significativamente ao longo das últimas décadas. As regiões portuguesas do Centro e Alentejo e a região autónoma espanhola da Extremadura apresentam-se, no ponto vista cultural, com índices de participação extremamente elevados no que concerne ao número de associações culturais e de coletividades de cultura e recreio, responsáveis, na esmagadora maioria dos casos, pela vida cultural das (e nas) localidades onde se inserem, contribuindo não só pela ocupação dos tempos livres e de lazer dos seus habitantes, como pela formação artística de milhares de pessoas que nelas desenvolvem atividades artísticas, que vão da música instrumental e vocal, às atividades teatrais, etc. Abstract The Iberian territory that forms the triangle of Central Region, Alentejo and Extremadura, presents itself as a Euroregion with any characterization of a region of the interior: low population levels and aging quite significant. This territory presents itself, however, with indicators showing a situation of relative wellbeing, as cultural facilities, enrollment and good road connections between the various sub-regions bordering responsible for relatively fast access between them. While recognizing the existence of different forms of territorial organization between the two countries, the form of settlement is very similar, which are reflected in access equipment and cultural initiatives developed. Moreover, the various forms of expressing culture are reflected in the three regions through hundreds of cultural structures that move thousands of people, forming a potential endogenous Euroregion which in many cases is unknown and underused. Cultural activity has changed significantly over the past decades. The Portuguese regions of Alentejo and Centro and autonomous Spanish region of Extremadura present themselves in cultural viewpoint, with extremely high rates of participation in relation to the number of cultural associations and collectives of culture and recreation, accountable, in the overwhelming majority of cases, the cultural life of (and in) localities where they operate, contributing not only for leisure time and leisure of its inhabitants, as the artistic training of thousands of people in them develop artistic activities, ranging from instrumental music and vocal, theatrical activities, etc.

    Espaços e práticas culturais nos territórios transfronteiriços: que respostas e que futuros?

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    As regiões portuguesas do Centro e Alentejo e a região autónoma espanhola da Extremadura apresentam-se, no ponto vista cultural, com índices de participação extremamente elevados no que concerne ao número de associações culturais e de coletividades de cultura e recreio, responsáveis, na esmagadora maioria dos casos, pela vida cultural das (e nas) localidades onde se inserem, contribuindo não só pela ocupação dos tempos livres e de lazer dos seus habitantes, como pela formação artística de milhares de pessoas que nelas desenvolvem atividades artísticas, que vão da música instrumental e vocal, às atividades teatrais, etc. Abstract:The Portuguese regions of Alentejo and Centro and autonomous Spanish region of Extremadura present themselves in cultural viewpoint, with extremely high rates of participation in relation to the number of cultural associations and collectives of culture and recreation, accountable, in the overwhelming majority of cases, the cultural life of (and in) localities where they operate, contributing not only for leisure time and leisure of its inhabitants, as the artistic training of thousands of people in them develop artistic activities, ranging from instrumental music and vocal, theatrical activities, etc.

    A Sociedade Parque Industrial de Vendas Novas: modelo de parceria (publico-privada) no Alentejo

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    O concelho de Vendas Novas, em especial a partir das duas últimas décadas, tem vindo a afirmar-se como um território com dinâmicas populacionais e empresariais de tendência inversa às verificadas na generalidade do Alentejo, região em que se insere – território sobejamente caracterizado como duplamente envelhecido e desertificado, associado a um débil tecido empresarial/industrial. Os autores apresentam um caso de desenvolvimento regional – Parque Industrial de Vendas Novas –, que foi considerado pela Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional (DGDR), em 2000, como um caso de sucesso. O desiderato que aqui se assume é o de apresentar os traços marcantes do modelo de parceria que pautou a estratégia de desenvolvimento regional adoptada a partir da decisão autárquica de em 1992 desenvolver o Parque Industrial através da constituição da Sociedade do Parque Industrial de Vendas Novas (SPIVN), que ao convidar para o efeito empresários privados solucionou a escassez de recursos financeiros, de know-how e promoveu uma gestão flexível. Complementarmente, demonstra-se com base em alguns indicadores, os resultados alcançados no território com a prossecução dos objectivos inscritos no «pacto social» da SPIVN
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