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Processos interdisciplinares para a releitura da condição salarial como questão social: analytical research da sociologia do trabalho na obra de Robert Castel
Este trabalho visa retornar às análises prescritas por Robert Castel, sobre a condição salarial. O autor tem como proposição central compreender as dinâmicas complexas e mutáveis que envolvem a condição salarial dos indivíduos, por assim dizer, que se contextualizaram ao longo da consolidação do capitalismo. Nessa perspectiva, assim como é desenvolvido em sua obra, dedica-se aqui em fazer um recorte de cunho interdisciplinar, tão necessário nos contextos atuais. Levando-se em consideração que a vivência da sociedade europeia se assemelha às distintas sociedades de base capitalista pelo mundo – com o cenário nada agradável de aumento considerável do desemprego, precarização da condição trabalhista, desigualdades sociais, marginalização, que perduram nos dias atuais
Ativismos digitais do movimento afro vegano : uma análise das narrativas performáticas nas mídias sociais
Essa tese analisa as narrativas performáticas dos ativistas do Movimento Afro Vegano nas mídias sociais, o tensionamento dos significados e identidades do veganismo. O objetivo geral consistiu em compreender os ativismos digitais do Movimento Afro Vegano a partir das narrativas performáticas de ativistas nas mídias sociais. Foi realizada a análise dos perfis no Instagram de 14 ativistas que se identificaram enquanto afroveganos e atuantes no movimento. Além disso, foram realizadas entrevistas em profundidade com esses ativistas, tendo como base um roteiro semiestruturado com questões padronizadas. A coleta dos dados digitais aconteceu entre os meses de maio e dezembro de 2020. Ao todo, foram analisadas 6.870 postagens, sendo divididas em 14 temáticas. Quatro temas foram publicados mais vezes pelos perfis de ativistas analisados: receitas veganas acessíveis (210 publicações); pratos veganos acessíveis (195 publicações); receitas veganas (191 publicações); e alimentação ancestral (110 publicações). Esses ativistas foram classificados por meio dos seguintes atributos sociais: gênero, identificação racial, faixa etária e escolaridade, sendo quatro homens e dez mulheres, com idades entre 18 e 35 anos, uma pessoa com Ensino Médio Incompleto e 13 pessoas com Ensino Superior Completo. As evidências permitem concluir que o antiespecismo e o antirracismo são as pautas principais e recorrentes nas ações e agendas do Movimento Afro Vegano. Entretanto, diferentemente de estudos anteriores que sugerem uma convergência entre os significados dessas pautas, os resultados demonstram que o Movimento Afro Vegano diferencia antirracismo e antiespecismo nas práticas coletivas. Os ativistas se empenham em problematizar as práticas alimentares veganas, olhando para as desigualdades sociais nos veganismos. Eles criticam o universo elitizado de consumo vegano e a reprodução de práticas racistas no seu interior, evidenciando as múltiplas formas de opressão e hierarquização que têm caracterizado esse estilo de vida. Além do mais, esses ativistas buscam oferecer alternativas de alimentação vegana acessível às minorias sociais, resgatando costumes, tradições, condutas e rotinas alimentares de povos ancestrais. E dessa forma, procuram reafirmar a noção de ancestralidade africana como um caminho de reconexão dos povos negros às origens dos alimentos e às suas próprias origens. Isso implica na adequação das práticas e rotinas alimentares desses ativistas aos repertórios culturais específicos, que geralmente são encontrados no alinhamento das pautas do Movimento Afro Vegano com o Movimento Negro.This thesis analyzes the performative narratives of the activists of the Afro-Vegan Movement on social media and the tensioning of the meanings and identities of veganism. The general objective was to understand the digital activism of the AfroVegan Movement from the performative narratives of activists on social media. An analysis of the Instagram profiles of 14 activists who identified themselves as Afrovegans and active in the movement was carried out. In addition, in-depth interviews were conducted with these activists, based on a semi-structured script with standardized questions. The collection of digital data took place between the months of May and December 2020. In all, 6,870 posts were analyzed, divided into 14 themes. Four themes were published more often by the profiles of activists analyzed: accessible vegan recipes (210 publications); affordable vegan dishes (195 publications); vegan recipes (191 publications); and ancestral food (110 publications). These activists were classified based on the following social attributes: gender, racial identification, age group and education, with four men and ten women, aged between 18 and 35 years old, one person with incomplete secondary education and 13 people with complete higher education. Evidence allows us to conclude that anti-speciesism and anti-racism are the main and recurring agendas in the actions and agendas of the Afro-Vegan Movement. However, unlike previous studies that suggest a convergence between the meanings of these guidelines, the results demonstrate that the Afro-Vegan Movement differentiates anti-racism and antispeciesism in collective practices. Activists are committed to problematizing vegan food practices, looking at social inequalities in veganism. They criticize the elitist universe of vegan consumption and the reproduction of racist practices within it, highlighting the multiple forms of oppression and hierarchy that have characterized this lifestyle. In addition, these activists seek to offer vegan food alternatives accessible to social minorities, rescuing customs, traditions, behaviors and eating routines of ancestral peoples. In this way, they seek to reaffirm the notion of African ancestry as a way of reconnecting black peoples to the origins of food and to their own origins. This implies adapting these activists' eating practices and routines to specific cultural repertoires, which are usually found in the alignment of the AfroVegan Movement's agenda with the Black Movement.Esta tesis analiza las narrativas performativas de los activistas del Movimiento Afro Vegano en las redes sociales y la tensión de los significados e identidades del veganismo. El objetivo general fue comprender el activismo digital del Movimiento Afro Vegano a partir de las narrativas performativas de activistas en redes sociales. Se realizó un análisis de los perfiles de Instagram de 14 activistas que se identificaron como afroveganos y activos en el movimiento. Además, se realizaron entrevistas en profundidad a estos activistas, a partir de un guión semiestructurado con preguntas estandarizadas. La recolección de datos digitales se llevó a cabo entre los meses de mayo y diciembre de 2020. En total, se analizaron 6.870 publicaciones, divididas en 14 temas. Cuatro temas fueron los más publicados por los perfiles de activistas analizados: recetas veganas accesibles (210 publicaciones); platos veganos asequibles (195 publicaciones); recetas veganas (191 publicaciones); y alimentación ancestral (110 publicaciones). Estos activistas fueron clasificados con base en los siguientes atributos sociales: género, identificación racial, grupo de edad y educación, siendo cuatro hombres y diez mujeres, con edades entre 18 y 35 años, una persona con educación secundaria incompleta y 13 personas con educación superior completa. La evidencia permite concluir que el antiespecismo y el antirracismo son las agendas principales y recurrentes en las acciones y agendas del Movimiento Afro Vegano. Sin embargo, a diferencia de estudios previos que sugieren una convergencia entre los significados de estas directrices, los resultados demuestran que el Movimiento Afro Vegano diferencia el antirracismo y el antiespecismo en las prácticas colectivas. Los activistas están comprometidos a problematizar las prácticas alimentarias veganas, observando las desigualdades sociales en el veganismo. Critican el universo elitista del consumo vegano y la reproducción de prácticas racistas en él, destacando las múltiples formas de opresión y jerarquización que han caracterizado este estilo de vida. Además, estos activistas buscan ofrecer alternativas de alimentación vegana accesibles a las minorías sociales, rescatando costumbres, tradiciones, comportamientos y rutinas alimenticias de los pueblos ancestrales. De esta manera, buscan reafirmar la noción de ascendencia africana como una forma de reconectar a los pueblos negros con los orígenes de la comida y con sus propios orígenes. Esto implica adaptar las prácticas y rutinas alimentarias de estos activistas a repertorios culturales específicos, que generalmente se encuentran en la alineación de la agenda del Movimiento Afro Vegano con el Movimiento Negro
Repensando o Conhecimento: por uma análise interdisciplinar da obra de Peter Burke
Os trabalhos que Peter Burke vem desenvolvendo, no que tange a produção e reprodução de ciência no mundo acadêmico, são de fundamental importância para o atual contexto em que se fala constantemente de interdisciplinaridade e processos distintos de entender o mundo e suas relações. O conhecimento dessa forma deve transcender os espaços tidos como periféricos – distantes das discussões “mais globais” e, atingir patamares mais díspares, dinâmicos, amplos e contextualizados. Esta resenha tem por objetivo retratar as perspectivas de Burke inseridas em um contexto de diálogos diversos de saberes e produções de conhecimentos como processos sociais da humanidade
Condições das juventudes rurais na contemporaneidade: Da migração às políticas públicas
O presente trabalho tem por objetivo levantar algumas reflexões sobre os desafios da juventude rural e sua relação com a migração e as políticas públicas. Para esse procedimento, a base metodológica centralizou-se em referências interdisciplinares sobre os assuntos. Por conclusão, é evidenciado que a juventude rural consiste numa categoria social complexa de estudos na contemporaneidade, na qual as políticas públicas ao se relacionarem, se configuram em mecanismos que influenciam de modo decisivo no processo migratório.
Repensando o Conhecimento: por uma análise interdisciplinar da obra de Peter Burke
Os trabalhos que Peter Burke vem desenvolvendo, no que tange a produção e reprodução de ciência no mundo acadêmico, são de fundamental importância para o atual contexto em que se fala constantemente de interdisciplinaridade e processos distintos de entender o mundo e suas relações. O conhecimento dessa forma deve transcender os espaços tidos como periféricos – distantes das discussões “mais globais” e, atingir patamares mais díspares, dinâmicos, amplos e contextualizados. Esta resenha tem por objetivo retratar as perspectivas de Burke inseridas em um contexto de diálogos diversos de saberes e produções de conhecimentos como processos sociais da humanidade
La organización de la unidad económica campesina: perspectivas repensadas
O objetivo deste trabalho está centrado em analisar de forma clara, concisa e subjetiva, as percepções de Alexander Chayanov em sua obra prima intitulada “La organización de la unidad económica campesina”. As noções básicas aqui colocadas, partem do entendimento e das estruturações que envolvem o modo de produção de unidades rurais – entendidos como campesinos. Tais pressupostos levam em consideração à compreensão de uma produção econômica não pautada nas dinâmicas capitalistas, mas sim, como uma forma autônoma de produção e reprodução social
Interdisciplinaridade no ensino superior: desafios e diálogos na academia
O objetivo do presente artigo, tendo em vista que a interdisciplinaridade surge como uma perspectiva de leitura e compreensão de uma realidade cada vez mais complexa e multifacetada, consiste em esboçar um breve levantamento teórico de abordagens tradicionais no ensino superior em contraposição aos processos de formação interdisciplinar dos acadêmicos. Tais percepções evidenciam que a interdisciplinaridade não é um modismo pós-moderno, mas sim uma necessidade de integração de conhecimentos à formação não só acadêmica, mas sim humana e social. Dessa forma, este estudo utilizará a revisão teórica interdisciplinar, sendo dividido em algumas discussões: processos históricos e a tradicionalidade das Universidades; as novas conjunturas de formação acadêmica interdisciplinar; desafios e competências no processo formativo interdisciplinar no ensino superior e a formação docente
The anti-racist and anti-speciesist activism of the Afro-Vegan Movement on social media
O artigo discute o ativismo afrovegano nas mídias sociais a partir da análise do perfil no Instagram de atores-chave deste movimento. Entre março e julho de 2020, identificamos perfis públicos de usuários que se autodeclaram afroveganos. Em seguida, analisamos as descrições públicas, o número de seguidores, a frequência das postagens e as reações dos seguidores dos 21 perfis identificados. Na etapa seguinte focalizamos o conteúdo desses perfis com vistas a categorizar as pautas apresentadas ao público, sejam elas em forma de post, stories ou lives. Como esperado, os resultados apontam para o antiespecismo e o antirracismo como pautas principais e recorrentes nas ações do Movimento Afro Vegano. No entanto, diferentemente de estudos anteriores que sugerem uma convergência entre os significados dessas pautas, nossos resultados demonstram que o Movimento Afro Vegano diferencia as lutas antirracista e antiespecista.The article discusses Afro-vegan activism in social media based on the analysis of the Instagram profile of key actors in this movement. Between March and July 2020, we identified public profiles of users who declared themselves to be afro-vegans. Then, we analyzed the description, the number of followers, the frequency of posts and the reactions of followers to the 21 profiles we had identified. After that, the analysis of the content of these profiles was developed in order to categorize the messages presented to the public, whether in the form of posts, stories or lives. As expected, the results identified anti-speciesism and anti-racism as main and recurring messages guiding the afro-vegan movement. However, contrary to previous studies suggesting a convergence of meanings, our results demonstrate that the Afro-vegan Movement highlights the differences between anti-racism and anti-speciesism