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    Questões étnico-raciais em discursos em torno da virilidade masculina negra em contos homoeróticos

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    Este trabalho tem como objetivo analisar a naturalização de um determinado discurso de virilidade masculina negra em contos homoeróticos publicados na Internet. O referencial teórico abarca a problematização da questão racial (BELL HOOKS, 1995; FREITAS, 2011; FANON, 2008 MBEMBE 2018; WIEVIORKA, 2018), da perspectiva da noção de discurso (FOUCAULT,  2012; MAINGUENEAU, 2010) e de construções de sentido de virilidade e seus efeitos ao longo da História (TAMAGNE, 2012; THUILLIER, 2012). Metodologicamente, este estudo se enquadra em um paradigma de pesquisa qualitativo-interpretativista. Para geração dos dados, o trabalho registra a análise dos 10 contos gays mais votados pelos leitores do portal “Conto Erótico”, em cujos títulos há a menção do termo “negão”, a fim de identificar como são apresentados caracteres físicos e performances sexuais de homens negros descritos como bons amantes. Os resultados sugerem que essa fixação identitária sofrida por esses homens acaba reforçando o racismo estrutural, que, no Brasil, vem sendo enfatizado desde o estabelecimento das relações hierárquicas entre colonizadores europeus brancos e escravos africanos negros no decurso de séculos de escravidão oficial. Isso ainda hoje constrói um efeito de sentido objetal sobre o negro, posicionando-o como objeto de desejo na teia imaginária

    DISCURSOS FASCISTAS: ENFRENTAMENTO, RESISTÊNCIA E COMBATE NA/PELA LÍNGUA(GEM)

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    Nos últimos anos, tornou-se facilmente perceptível a ampliação de discursos considerados neofascistas circulando em nossa sociedade, particularmente por meio das mídias digitais. As consequências desses discursos são profundas para a democracia brasileira, que se vê ameaçada por ações que variam desde perseguições políticas até falácias que forjam informações científicas, tornando-as incorretas e imprecisas. Além disso, tornou-se facilmente identificável a construção e a propagação de projetos de necropolítica que atingem as populações mais vulneráveis, ampliando diferentes formas de violência simbólica e/ou física. Diante desse quadro, como docentes de universidades públicas brasileiras, pesquisadores e linguistas aplicados engajados em reflexões e discussões acerca das relações que se estabelecem entre língua(gem) e construção social e identitária, nos preocupamos e nos sentimos não apenas provocados a, mas também responsáveis por construir formas e práticas de resistências. Este dossiê resulta dessa preocupação, dessa provocação e dessa responsabilidade
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