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    RITMO TAU EM EEG DE ESCALPO SEM FALHA ÓSSEA: DISCUSSÃO DE CASO E CORRELAÇÃO ELETROCLÍNICA

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    Dentro do eletroencefalograma (EEG) de adultos hígidos existem três padrões principais de ritmo alfa: (1) ritmo alfa clássico posterior; (2) ritmo mu rolândico; e (3) o ritmo TAU ou ritmo alfoide temporal independente (NIEDERMEYER, 1997). O objetivo neste trabalho foi discutir as características e o diagnóstico eletrográfico do ritmo TAU, que se trata de achado de significado incerto, potencialmente patológico. Descreve-se um caso de ritmo alfoide temporal anterior (TAU) em EEG ocupacional de paciente assintomático com história de fatores de risco para doença vascular. Senhor AAR, 44 anos, trabalha em frigorífico. Realizou exame de EEG solicitado por médico do trabalho. O primeiro EEG, realizado em 17 de julho de 2015, apresentou, durante a vigília e sonolência, surtos de atividade alfa/teta de 7 a 9 Hz de predomínio em região frontal e temporal anterior, com o campo estendendo-se até a região temporal média bilateral. O predomínio de amplitude variou de hemisfério. O paciente não apresentou qualquer manifestação clínica ou queixa durante a aquisição do traçado. Novo EEG, em 05 de agosto de 2015, revelou as mesmas características eletrencefalograficas. A avaliação neurológica revelou quadro de privação crônica de sono em trabalhador de turno, dormindo apenas cerca de cinco horas por dia. Ao exame físico foi diagnosticada obesidade grau I (IMC = 34) e sopro sistólico agudo em foco mitral com irradiação para axila. O paciente foi encaminhado para avaliação cardiológica e, posteriormente, realizou tomografia computadorizada de crânio sem contraste (em 17 de novembro de 2015), que não demonstrou alterações. O Ritmo TAU pode ser visto na eletrocorticografia (EEG invasivo) em pacientes com falha óssea (“ritmo de brecha”) e muito raramente em casos de pacientes com tábua óssea íntegra. Neste caso, trata-se de um ritmo de significado incerto, frequentemente associado à disfunção cerebrovascular (SHINOMIYA et al., 1999). Pode ser diferenciado das demais atividades alfa e variantes normais por: localização temporal média e anterior; falta de reatividade a abertura ocular; ocorrência durante a vigília e sonolência; e morfologia semelhante ao alfa. O ritmo TAU é um achado raro, possivelmente subdiagnosticado. Deve chamar a atenção pela possibilidade de associação à disfunção cerebrovascular. Pequenas lesões isquêmicas silenciosas de substância branca podem ser as responsáveis pelo achado no caso descrito, possivelmente pela interrupção de conexões tálamo-corticais (NIEDERMEYER, 1991). O conhecimento desse ritmo em EEG deve suscitar a possibilidade de correlação clínica com disfunção cerebrovascular e dirigir a investigação precoce.Palavras-chave: Eletroencefalograma. Ritmo TAU. Ritmo alfoide temporal anterior

    DESCARGA ELETROGRÁFICA SUBCLÍNICA RÍTMICA DO ADULTO EM EEG OCUPACIONAL – RELATO DE CASO

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    SREDA (Subclinical Rhythmic Electrographic Discharge of Adults) é a mais rara de todas as variantes benignas do eletroencefalograma (EEG), tendo sua incidência estimada de 0,07% a 1,2%. A prevalência geral de variantes da normalidade pode chegar a 18,3%. O objetivo neste trabalho foi descrever o achado de SREDA em EEG ocupacional de paciente assintomático e discutir as possíveis consequências da interpretação incorreta de exame com achado de variante epileptiforme benigna, de padrão incomum. Baseia-se em um relato de caso e discussão de literatura. Indivíduo do sexo masculino, 33 anos, trabalha em frigorífico e realizou exame de EEG solicitado por médico do trabalho pelo fato de trabalhar em altura. O primeiro EEG, realizado em 14 de setembro de 2015, demonstrou ondas teta de contornos apiculados, rítmicas e evoluindo para atividade teta monomórfica, sem posterior evolução na frequência, com distribuição generalizada e amplitude máxima sobre as regiões parietais e temporais. Durante a aquisição do traçado, o paciente não apresentou qualquer alteração comportamental compatível com evento epiléptico; repetiu o exame em 21 de setembro de 2015, quando foram encontradas as mesmas características eletroencefalográficas. Na data de 08 de fevereiro de 2016, compareceu à avaliação clínica neurológica, na qual não foram encontrados indícios de patologia neurológica nem na história nem no exame físico. Inicialmente reportada por Naqest et al. (1961) e mais tarde definida por Westmoreland and Klass (1981), SREDA é considerada um padrão de significado clínico incerto, porém sem correlação com epilepsia (WESTMORELAND; KLASS, 1981; DASH et al., 2013). É caracterizada por descarga bilateral e repetitiva, de contornos agudizados, da faixa teta à delta, durando de segundos a minutos e com distribuição em regiões temporais e parietais. Apresenta início e fim abruptos, em geral sem abolição do ritmo alfa dominante posterior de base (BEGUM et al., 2006), além de maior frequência em adultos mais velhos e durante vigília (BRIGO et al., 2010). Já foi descrita em associação com diversas entidades clínicas como amnésia global transitória e patologias cerebrovasculares, porém sem confirmação de associação causal ou casual (BRIGO et al., 2010). O caso enfatiza a importância do conhecimento das variantes epileptiformes benignas em EEG para que não sejam interpretadas como alterações epilépticas. O diagnóstico incorreto pode levar ao uso desnecessário de anticonvulsivantes, e, no caso descrito, também a restrições e mudanças em atividade laboral. É necessária maior discussão sobre a indicação e a adequada interpretação de EEG ocupacional.Palavras-chave: Variantes epileptiformes benignas. SREDA. EEG.

    PARALISIA DA MIRADA LATERAL RELACIONADA A CAVERNOMA DA PONTE

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    Paralisia da mirada lateral por hemorragia pontina, secundária a ca-vernoma, o qual apresenta prevalência estimada de 0,4% a 0,6%. O risco de sangramento de tal entidade é considerado baixo (0,1 a 3,1% ao ano). Relatamos o caso de paciente feminino, 38 anos, admitida no setor de emergência com quadro de cefaleia, vertigem, hipertensão (PA 200/120mmHg), rebaixamento do nível de consciência (Glasgow 13 e paralisia do olhar conjugado lateral à direita, com 24 horas de evolução. A tomografia de crânio revelou hemorragia pontina e a an-giorressonância evidenciou a presença de cavernoma no tegmento pontino. Foi optado por tratamento conservador e a paciente evoluiu com síndrome do encarceramento (Locked-in syndrome) por piora da hemorragia e edema perilesional. Os cavernomas são malforma-ções vasculares que podem cursar assintomáticas e passar desperce-bidas pelos exames de imagem até o evento hemorrágico. Apesar de raro, quando este ocorre no tronco encefálico pode apresentar alta morbimortalidade. Isso reforça a importância de se avaliar a chance de sangramento dessas lesões e instituir a melhor abordagem para cada cas

    HIPERTROFIA DE AMÍGDALAS EM CRIANÇAS DO PRÉ-ESCOLAR

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    A síndrome da apneia hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) é um conjunto de sinais e sintomas, decorrentes de obstrução parcial ou completa das vias aéreas superiores, que ocorre durante o sono. Em crianças a SAHOS apresenta prevalência em torno de 3%. A obstrução leva à falta de oxigenação cerebral adequada, o que gera sintomas diurnos como sonolência e irritabilidade e, ainda, prejudica o aprendizado e a consolidação da memória. Neste estudo teve-se o objetivo de verificar se crianças com hipertrofia de amígdalas apresentam problemas no desenvolvimento do aprendizado escolar e na consolidação da memória. A importância desta pesquisa é orientar os pais e os professores sobre a importância do reconhecimento precoce de crianças com obstrução de vias aéreas superiores, pois, além de ter tratamento, melhora o aprendizado e a qualidade de vida. Para realizar a investigação, foram selecionadas 160 crianças do pré-escolar, e foi encaminhado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos pais, em que 47 foram autorizadas a participar da pesquisa. As crianças foram submetidas a exame clínico, no qual foram observados sinais como fácies adenoideanas, respiração bucal, irritabilidade e sonolência e ainda foi feito exame de oroscopia a fim de verificar a existência de hipertrofia de amígdala, além de testes destinados aos pais, professores e às crianças. Foram encontradas 22 crianças com hipertrofia de amígdalas. Os resultados sugerem que crianças com hipertrofia de amígdalas têm rendimento escolar inferior em comparação com crianças sem hipertrofia.Palavras-chave: Apneia do sono tipo obstrutiva. Educação infantil. Transtornos do sono. Atenção. Aprendizagem

    O DESAFIO DIAGNÓSTICO DA OTOSSÍFILIS: RELATO DE CASO

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    A Otossífilis é uma complicação rara da infecção crônica pelo espiroqueta Treponema pallidum. O diagnóstico e o tratamento apresentam dificuldades e existem divergências na literatura. O objetivo neste trabalho foi expor um relato de caso e discutir essas particularidades por meio de prontuário médico e revisão de literatura. A paciente, do sexo feminino, 63 anos, procurou atendimento neurológico com quadros episódicos de vertigem há cerca de um ano. Em uso de prótese auditiva no ouvido direito há quatro anos em razão de hipoacusia e acufenos, com 15 anos de evolução. O exame otoneurológico demonstrou a presença de lesão neurossensorial unilateral à direita, de grau moderado, acompanhada de ausência de reflexos estapedianos ipsi e contralaterais, além de índices percentuais de reconhecimento de fala muito baixos e alterações vestibulares centrais no exame de vectoeletronistagmografia (prova optocinética assimétrica). Os exames sorológicos revelaram Anticorpos Totais Anti Treponema positivos e FTA-ABS reagente. A paciente relatou ser casada há 38 anos e que, um ano após o casamento, cursou com DST, contudo, não se recorda do diagnóstico e do tratamento na época. Passou a apresentar lesões cutâneas próximas à virilha, também sem diagnóstico específico na época. Solicitou-se, então, exame do líquor (citologia quantitativa e qualitativa e bioquímica, todos sem anormalidades, e pesquisa de VDRL e FTA-Abs negativos), bem como a tomografia e a ressonância magnética de crânio e ouvido interno, que não apresentaram alterações. Em discussão conjunta com o infectologista e o otorrinolaringologista, a paciente foi diagnosticada com sífilis latente tardia e tratada com Penicilina Benzatina 2.400.000 UI por semana, durante três semanas. O marido foi encaminhado ao urologista; visto que sua sorologia era também positiva para Lues, recebeu o mesmo esquema terapêutico. O diagnóstico da otossífilis depende de alto nível de suspeição e da correta solicitação e interpretação de exames sorológicos (BARROS et al., 2005). Ainda assim o diagnóstico costuma ser presuntivo (YIMTAE et al., 2007; CHOTMONGKOL et al., 2012) e pode ocorrer em qualquer fase da doença. Apesar de divergências na literatura, normalmente quando o líquor é normal, a doença não é classificada como sífilis terciária, e o tratamento pode ser feito com Penicilina Benzatina. Quando o líquor é anormal, o tratamento é feito com penicilina cristalina e corticoesteróides (DARMSTADT; HARRIS, 1989). A otossífilis deve ser sempre incluída como hipótese diagnóstica em pacientes com sinais de disfunção vestíbulo-coclear (hipoacusia, tinnitus, vertigem) sem causa aparente e testes sorológicos positivos para sífilis.Palavras-chave: Sífilis. Otossifilis. Hipoacusia neurosensorial

    RELAÇÃO ENTRE HIPERPLASIA TONSILAR NA INFÂNCIA E DISTÚRBIOS NEUROCOMPORTAMENTAIS E COGNITIVOS EM CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR DA PRIMEIRA À QUARTA SÉRIE

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    A presença da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAHOS) pode prejudicar o desenvolvimento neurocomportamental de crianças em idade escolar em decorrência da fragmentação do sono e da consequente diminuição na saturação de oxigênio. Mediante uma abordagem interdisciplinar, foi feita uma avaliação multiprofissional das crianças para estabelecer a prevalência de distúrbios neurocomportamentais em portadores desse distúrbio. O objetivo com este trabalho foi relacionar a presença de SAHOS com a ocorrência de distúrbios neurocomportamentais. Foram avaliadas 54 crianças da primeira à quarta série do ensino fundamental, as quais passaram por todas as etapas do estudo, que incluíram: assinatura do termo de consentimento livre esclarecido, avaliação psicológica, médica e fonoaudiológica e, por último, avaliação do desempenho escolar, com a participação de pais e professores. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética da universidade. Para realizar a análise dos dados, foi utilizado o software Bioestat 5.0. Como resultados, observou-se que a prevalência de irritabilidade demonstrou-se maior em crianças com indícios de SAHOS. Por outro lado, a tendência a não terminar tarefas iniciadas também foi mais elevada nesse grupo. A porcentagem de crianças com desempenho alto/muito alto no teste que avaliou a atenção sustentada visual e a flexibilidade mental foi significativamente maior no grupo controle ou normal. Conclui-se que o estudo multidisciplinar permite uma abordagem mais eficaz e abrangente, com melhores possibilidades de diagnóstico e consequente propedêutica.  Por meio do presente estudo, foi possível evidenciar a relação entre SAHOS e distúrbios neurocomportamentais que podem comprometer o desenvolvimento normal de crianças em idade escolar.Palavras-chave: Apnéia do sono tipo obstrutiva. Transtornos do sono. Atenção

    DESCARGA ELETROGRÁFICA SUBCLÍNICA RÍTMICA DO ADULTO EM EEG OCUPACIONAL – RELATO DE CASO

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    SREDA (Subclinical Rhythmic Electrographic Discharge of Adults) é a mais rara de todas as variantes benignas do eletroencefalograma (EEG), tendo sua incidência estimada de 0,07% a 1,2%. A prevalência geral de variantes da normalidade pode chegar a 18,3%. O objetivo neste trabalho foi descrever o achado de SREDA em EEG ocupacional de paciente assintomático e discutir as possíveis consequências da interpretação incorreta de exame com achado de variante epileptiforme benigna, de padrão incomum. Baseia-se em um relato de caso e discussão de literatura. Indivíduo do sexo masculino, 33 anos, trabalha em frigorífico e realizou exame de EEG solicitado por médico do trabalho pelo fato de trabalhar em altura. O primeiro EEG, realizado em 14 de setembro de 2015, demonstrou ondas teta de contornos apiculados, rítmicas e evoluindo para atividade teta monomórfica, sem posterior evolução na frequência, com distribuição generalizada e amplitude máxima sobre as regiões parietais e temporais. Durante a aquisição do traçado, o paciente não apresentou qualquer alteração comportamental compatível com evento epiléptico; repetiu o exame em 21 de setembro de 2015, quando foram encontradas as mesmas características eletroencefalográficas. Na data de 08 de fevereiro de 2016, compareceu à avaliação clínica neurológica, na qual não foram encontrados indícios de patologia neurológica nem na história nem no exame físico. Inicialmente reportada por Naqest et al. (1961) e mais tarde definida por Westmoreland and Klass (1981), SREDA é considerada um padrão de significado clínico incerto, porém sem correlação com epilepsia (WESTMORELAND; KLASS, 1981; DASH et al., 2013). É caracterizada por descarga bilateral e repetitiva, de contornos agudizados, da faixa teta à delta, durando de segundos a minutos e com distribuição em regiões temporais e parietais. Apresenta início e fim abruptos, em geral sem abolição do ritmo alfa dominante posterior de base (BEGUM et al., 2006), além de maior frequência em adultos mais velhos e durante vigília (BRIGO et al., 2010). Já foi descrita em associação com diversas entidades clínicas como amnésia global transitória e patologias cerebrovasculares, porém sem confirmação de associação causal ou casual (BRIGO et al., 2010). O caso enfatiza a importância do conhecimento das variantes epileptiformes benignas em EEG para que não sejam interpretadas como alterações epilépticas. O diagnóstico incorreto pode levar ao uso desnecessário de anticonvulsivantes, e, no caso descrito, também a restrições e mudanças em atividade laboral. É necessária maior discussão sobre a indicação e a adequada interpretação de EEG ocupacional.Palavras-chave: Variantes epileptiformes benignas. SREDA. EEG.

    RELAÇÃO ENTRE RONCO PERSISTENTE NA INFÂNCIA EM CRIANÇAS COM SINAIS DE RESPIRAÇÃO BUCAL E DISTÚRBIOS NEUROCOMPORTAMENTAIS E COGNITIVOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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    A síndrome da apneia hipopneia do sono (SAHOS) define-se como uma anormalidade nas viasaéreas superiores que se manifesta como uma obstrução respiratória durante o período do sonoe pode se apresentar-se de forma total (apneia) ou parcial (hipopneia). Essas interrupções dofluxo aéreo normal resultam em um sono fragmentado que impossibilita o funcionamento fisiológiconormal. A SAHOS é uma condição que atinge grande parte da população pediátrica e quecompromete o seu desenvolvimento geral e cognitivo. O sono representa uma função fisiológicaindispensável na criança, visto que está relacionado com a secreção do hormônio do crescimento(GH) e com o bom funcionamento da memória. O GH é secretado pela parte anterior daglândula hipófise (adeno-hipófise) e tem diversas funções importantes, além de promover ocrescimento. Dois exemplos importantes são o aumento do metabolismo das gorduras e o aumentoda produção de proteínas essenciais pela mobilização de aminoácidos. Outros hormôniose citocinas são liberados durante o sono. Estes são a prolactina (PRL), testosterona, hormônioantidiurético ou vasopressina (ADH), leptina, hormônio tiroestimulante (TSH) e as interleucinas,citocinas indispensáveis para o bom funcionamento do sistema imune. O sono possui diferentesfases, são elas: rapid eye movement ou movimento rápido dos olhos (REM) e non rapideye movements ou movimento não rápido dos olhos (NREM I, II e III-IV), todas são extremamenteimportantes para a consolidação da memória. A privação de um descanso mental adequado resultaem uma sonolência que diminui a concentração e a atenção da criança, o que pode interferirno aprendizado e no desempenho escolar. A privação do sono pode diminuir o limiar deirritabilidade da criança resultando em nervosismo, hiperatividade, agressividade e comportamentodesafiador, o que pode repercutir na sua vida social e escolar. Essas manifestações podemtrazer grandes malefícios em longo prazo. A SAHOS pode ser evidenciada por meio de váriossinais e sintomas, o que, por vezes, dificulta o diagnóstico por se confundir com outras entidadesnosológicas como deficiências pôndero-estaturais, respiração bucal, enurese noturna ecomplicações de outros sistemas fisiológicos. Nos casos mais graves podem ocorrer distúrbioscardiovasculares

    Magnetic survey station in Gardens.

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    A síndrome da apneia hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) é uma condição que atinge grande parte da população pediátrica e que compromete o seu desenvolvimento geral e cognitivo. Os sinais e sintomas da síndrome, por vezes, dificultam o diagnóstico por se confundir com outras entidades nosológicas; entre eles, destacam-se as deficiências pôndero-estaturais, respiração bucal, enurese noturna e complicações de outros sistemas fisiológicos. Nos casos mais graves podem ocorrer distúrbios cardiovasculares. O objetivo deste trabalho foi avaliar, por meio da bibliografia, a relevância da relação entre ronco persistente na infância em crianças com sinais de respiração bucal e distúrbios neurocomportamentais e cognitivos, e evidenciar a importância do diagnóstico precoce e as possíveis causas do subdiagnóstico. A revisão da literatura foi realizada com base em pesquisas nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online, Biblioteca Virtual em Saúde, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Literatura Internacional em Ciências da Saúde, National Library of Medicine e Capes – Portal Periódicos. De acordo com a literatura, durante a avaliação da criança na consulta pediátrica, faz-se necessário o levantamento de informações com a finalidade de diagnosticar precocemente os distúrbios do sono que poderão evoluir para a SAHOS, uma vez que há importante relação entre o ronco persistente na infância em crianças com sinais de respiração bucal e os distúrbios neurocomportamentais e cognitivos.  Para tal finalidade é preciso realizar uma anamnese completa questionando os pais sobre os hábitos de sono, presença ou ausência de roncos e despertares noturnos, bem como presença de mau comportamento e/ou problemas neurocomportamentais. A importância da prevenção primária e do diagnóstico precoce se justifica pelo fato de que na presença da síndrome ocorrerá a falta de um período adequado de sono, fundamental para a homeostase do ciclo circadiano, e influenciará os demais sistemas fisiológicos, como o endócrino na produção e liberação de hormônios, principalmente o GH, além dos processos mentais e cognitivos, exemplo disso, é há a dificuldade de consolidação da memória, que influenciará o processo de aprendizagem da criança e de desenvolvimento geral, por carência no sono de fase Rapid Eyes Moviments (REM). Essa condição induz ao insucesso educacional, comprometendo as perspectivas acadêmicas e profissionais futuras da criança. Concluiu-se que há relação entre ronco persistente na infância em crianças com sinais de respiração bucal e distúrbios neurocomportamentais e cognitivos, e que o diagnóstico precoce é fundamental para a prevenção das consequências dessa síndrome. As possíveis causas do subdiagnóstico são a carência de equipes multiprofissionais que poderiam auxiliar no diagnóstico desse tipo de patologias que requer o atendimento concomitante em diversas áreas da saúde.Palavras-chave: SAHOS. Crianças. Neurocomportamentais. Ronco

    O DESAFIO DIAGNÓSTICO DA OTOSSÍFILIS: RELATO DE CASO

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    A Otossífilis é uma complicação rara da infecção crônica pelo espiroqueta Treponema pallidum. O diagnóstico e o tratamento apresentam dificuldades e existem divergências na literatura. O objetivo neste trabalho foi expor um relato de caso e discutir essas particularidades por meio de prontuário médico e revisão de literatura. A paciente, do sexo feminino, 63 anos, procurou atendimento neurológico com quadros episódicos de vertigem há cerca de um ano. Em uso de prótese auditiva no ouvido direito há quatro anos em razão de hipoacusia e acufenos, com 15 anos de evolução. O exame otoneurológico demonstrou a presença de lesão neurossensorial unilateral à direita, de grau moderado, acompanhada de ausência de reflexos estapedianos ipsi e contralaterais, além de índices percentuais de reconhecimento de fala muito baixos e alterações vestibulares centrais no exame de vectoeletronistagmografia (prova optocinética assimétrica). Os exames sorológicos revelaram Anticorpos Totais Anti Treponema positivos e FTA-ABS reagente. A paciente relatou ser casada há 38 anos e que, um ano após o casamento, cursou com DST, contudo, não se recorda do diagnóstico e do tratamento na época. Passou a apresentar lesões cutâneas próximas à virilha, também sem diagnóstico específico na época. Solicitou-se, então, exame do líquor (citologia quantitativa e qualitativa e bioquímica, todos sem anormalidades, e pesquisa de VDRL e FTA-Abs negativos), bem como a tomografia e a ressonância magnética de crânio e ouvido interno, que não apresentaram alterações. Em discussão conjunta com o infectologista e o otorrinolaringologista, a paciente foi diagnosticada com sífilis latente tardia e tratada com Penicilina Benzatina 2.400.000 UI por semana, durante três semanas. O marido foi encaminhado ao urologista; visto que sua sorologia era também positiva para Lues, recebeu o mesmo esquema terapêutico. O diagnóstico da otossífilis depende de alto nível de suspeição e da correta solicitação e interpretação de exames sorológicos (BARROS et al., 2005). Ainda assim o diagnóstico costuma ser presuntivo (YIMTAE et al., 2007; CHOTMONGKOL et al., 2012) e pode ocorrer em qualquer fase da doença. Apesar de divergências na literatura, normalmente quando o líquor é normal, a doença não é classificada como sífilis terciária, e o tratamento pode ser feito com Penicilina Benzatina. Quando o líquor é anormal, o tratamento é feito com penicilina cristalina e corticoesteróides (DARMSTADT; HARRIS, 1989). A otossífilis deve ser sempre incluída como hipótese diagnóstica em pacientes com sinais de disfunção vestíbulo-coclear (hipoacusia, tinnitus, vertigem) sem causa aparente e testes sorológicos positivos para sífilis.Palavras-chave: Sífilis. Otossifilis. Hipoacusia neurosensorial
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