22 research outputs found

    Processos de saúde e doença entre crianças institucionalizadas: uma visão ecológica Health and disease processes among institutionalized children: an ecological vision

    No full text
    Este artigo discute aspectos do processo de saúde e doença entre crianças assistidas em um abrigo infantil de Belém, entre 2004 a 2005. Os dados foram coletados em fontes documentais e por meio de entrevista com técnicos da instituição. De um total de 287 crianças, constatou-se que 49,47% apresentavam doenças, deficiências e lesões corporais quando do seu encaminhamento ao abrigo, que podem ser associadas à situação de pobreza e negligência familiar experimentadas desde o nascimento. Em relação ao período de permanência na instituição, verificou-se que as crianças contraíram doenças infecto-contagiosas (42,5%) e manifestaram problemas de ordem emocional (18,83%), que podem estar relacionados às características ambientais da instituição proporção adulto/criança inadequada (1:8), superlotação do espaço (75/mês). Os resultados permitem concluir que a condição de saúde das crianças traduz as situações de privação material e emocional a que foram submetidas no convívio com a família e ao longo de sua permanência no abrigo. Nesses termos, os processos de saúde e doença são discutidos a partir de uma perspectiva ecológica, que reconhece fatores biológicos, sociais e culturais que constituem a família e o abrigo como contextos de desenvolvimento da criança institucionalizada.<br>This article discusses aspects of health and disease processes among children attended in a child shelter of the city of Belém between 2004 and 2005. The data were collected from documental sources and through interviews with technicians of the institution. From a total of 287 children, 49.47% presented diseases, deficiencies and injuries when being admitted to the shelter, probably associated to the situation of poverty and negligence they were exposed to since they were born. During their permanence in the shelter, it was verified that the children contracted infecto-contagious diseases (42.5%) and manifested problems of emotional nature (18.83%) that can be related to the environmental characteristic of the institution - inadequate proportion adult/children (1:8) and overcrowding (75/month). The results allow concluding that the children's health conditions reflect the situation of material and emotional privation to which they were exposed when living with the family and during their permanence in the shelter. In this sense, the health and disease processes are discussed from an ecological perspective that recognizes the biological, social and cultural factors that constitute the family and the shelter as developmental contexts of the institutionalized child

    Prevalência de adoção intra e extrafamiliar em amostras clínica e não-clínica de crianças e adolescentes Prevalence of intrafamilial and extrafamilial adoption in a clinical and non-clinical setting samples of children and adolescents

    No full text
    INTRODUÇÃO/OBJETIVOS: Estudos realizados em diferentes países demonstram que a proporção de crianças e adolescentes adotivos atendidos em clínicas psiquiátricas é maior em relação à verificada nas demais clínicas e na população em geral. O objetivo deste estudo é verificar a prevalência de adoção em amostra clínica e não-clínica, identificando possíveis associações entre tipos de adoção (extrafamiliar e intrafamiliar) e procura de serviço psiquiátrico. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, envolvendo crianças de seis a 14 anos: amostra clínica (G1) de um serviço de psiquiatria da infância e da adolescência de uma região da cidade de São Paulo (n=551) e amostra não-clínica (G2) de uma escola localizada na mesma região (n=365). RESULTADOS: A proporção de meninos foi significantemente maior no G1 que no G2 (p<0,001). Observou-se maior prevalência de adoção no G1 (7,4%) que no G2 (4,1%; p=0,048). Entre as crianças adotivas, predominaram a adoção extrafamiliar, na amostra clínica (73,2%), e a intrafamiliar, na amostra não-clínica (60,0%; p=0,030). Entre os meninos adotivos (n=32), também predominaram a adoção extrafamiliar no G1 (80,8%) e a intrafamiliar no G2 (66,7%; p=0,038). Entre as meninas adotivas (n=24), não foram constatadas diferenças entre os grupos G1 e G2 quanto à proporção de adoção extrafamiliar e intrafamiliar (p=0,675). CONCLUSÕES: Os dados sugerem que: (1) crianças adotivas são freqüentemente levadas a serviços de saúde mental; (2) a adoção intrafamiliar é a mais comum na população geral, porém são as crianças adotivas extrafamiliares que mais procuram as clínicas psiquiátricas; e (3) meninos em geral e meninos adotivos extrafamiliares são mais freqüentemente levados a serviços de saúde mental que seus pares do sexo feminino.<br>INTRODUCTION/OBJECTIVES: Researchers from different countries have reported a higher percentage of adopted children seen in psychiatric clinics when compared to other clinics and to the general population. The objective of this study was to verify the prevalence of adopted children in two different setting samples, a clinical and non-clinical one, identifying possible associations between the type of adoption (extrafamilial or intrafamilial) and psychiatric assistance. METHODS: A cross-sectional study was carried out involving two groups of children aged six to 14 years: a clinical sample (G1) drawn from psychiatry service for children and adolescents located in a specific region of the city of São Paulo (N=551), and a non-clinical sample (G2) drawn from a school located in the same region (N=365). RESULTS: There was a greater proportion of boys in G1 (70%) than in G2 (45%; p<0.001). It was observed a greater prevalence of adoption in G1 (7.4%) when compared to G2 (4.1%; p=0.048). Among adopted children, extrafamilial adoption predominated in G1 (73.2%), and intrafamilial adoption predominated in G2 (60.0%; p=0.030). Among adopted boys (N=32), there was still a predominance of extrafamilial adoption in G1 (80,8%) and still a predominance of intrafamilial adoption in G2 (66.7%; p=0.038). Among adopted girls (N=24), there was no difference between the two groups regarding the proportion of extrafamilial and intrafamilial adoption (p=0.675). CONCLUSIONS: These data suggest that: (1) adopted children are often taken to mental health clinics; (2) intrafamilial adoption is more common in the general population, but extrafamilial adopted children are the ones for whom psychiatric assistance is sought; and (3) boys as a whole and the extrafamilial adopted one are more often taken to mental health clinics when compared to girls
    corecore