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    Meninos que veem mas não enxergam: masculinidades que se constroem numa escola pública de Porto Alegre

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    Nas últimas décadas, no campo dos Estudos Culturais, intensificaram-se os processos de produção de conhecimentos, difusão de saberes e debates sobre identidades e seus marcadores, sendo o​gênero àquele que tem sido objeto focal nesse campo. Entretanto, e ao seu tempo, foi sendo gerado um descompasso entre os estudos desenvolvidos e a compreensão geral na sociedade. Esse desalinho foi ponto de partida para levantes reacionários que alteraram documentos legislativos estruturantes da educação brasileira. Em contexto social que faz evidenciar uma complexificação das identidades, crucial para as possibilidades de compreensão das relações de gênero e raciais, homens brancos ainda não se observam como sujeitos racializados ou generificados, concebendo-se a si próprios e sua experiência como uma perspectiva universal. Neste contexto, e conversando com autores estruturalistas e pós-estruturalistas, o presente trabalho buscou compreender como se opera o processo de formação das diversas masculinidades, em uma turma de nono ano de uma escola pública do Ensino Fundamental, em Porto Alegre. Os atravessamentos da pedagogia da sexualidade atual e seus efeitos nas relações interpessoais e condutas de estudantes em processo de escolarização constituem o objeto que conduziu o meu olhar e escuta de pesquisadora nos percursos investigativos. Analisando diversos cenários escolares, focando naqueles em que os meninos são os principais atores, estruturou-se uma narrativa analítica, em estreita relação com a empiria das observações e entrevistas, dos e sobre os comportamentos masculinos e seus respingos nas trajetórias escolares. É possível teorizar sobre alguns efeitos da atual socialização masculina, no contexto escolar investigado, e propor alguns pontos de flexão em relação ao ​vir a ser ​ menino. Propõe-se também o questionamento dos produtos de uma identidade masculina que é ensinada como sendo referência de normalidade e verdade: a crise da masculinidade que se apresenta como resultado de uma promessa não cumprida
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