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    ETNOBOTÂNICA APOIANDO AÇÕES EM EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO: UM ESTUDO DE CASO COM LICENCIANDOS EM CABO FRIO, RIO DE JANEIRO (BRASIL)

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    As mudanças ambientais têm gerado impactos na biodiversidade e no conhecimento ecológico tradicional (CET) associado em diversas regiões do mundo. No Brasil, a região costeira vem sofrendo com a intensa pressão antrópica, a supressão da vegetação nativa (restinga) e consequentes perdas e/ou modificações do CET de comunidades de pesca artesanal, entre outras. Além disso, o processo de globalização e padronização dos sistemas educacionais estão transformando e empobrecendo o CET intergeracional. Nesse contexto, a educação pode subsidiar processos de registro e salvaguarda de conhecimentos bioculturais através da problematização e contextualização no ensino, ultrapassando as barreiras da sala de aula e tocando as questões socioambientais regionais. Essa contextualização pode ser realizada através do diálogo entre os conhecimentos tradicionais e científicos, sendo a Etnobotânica uma possível mediadora de saberes no campo da educação. Neste sentido, aqui descrevemos uma experiência de aproximação realizada com um grupo de licenciandos em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense – Campus Cabo Frio, futuros professores da rede básica de ensino na região de Cabo Frio, litoral sudeste do Brasil. Para tal, foi elaborado um jogo da memória, com informações etnobotânicas de espécies vegetais nativas da Restinga de Massambaba (RJ). A partir deste jogo foram realizadas trocas de informações e uma visita técnica de campo à Restinga de Massambaba, com estudantes dos cursos de Licenciatura em Biologia, em Química e em Física durante o Estágio Curricular Supervisionado III e Currículo e Avaliação da Aprendizagem. Estas atividades foram bem-sucedidas, pois os licenciandos se mostraram interessados em reaplicar futuramente o jogo na educação básica, além de em ampliar o conhecimento sobre a diversidade cultural e biológica da região em que atuarão

    Apresentação

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    As dificuldades enfrentadas por mulheres no universo acadêmico, na carreira enquanto cientistas, na gestão de recursos naturais ou na salvaguarda do conhecimento sobre a biodiversidade são expressas pelos vieses de gênero na pesquisa etnobiológica e em diferentes áreas do conhecimento, considerando a persistência histórica de uma lógica que privilegia os homens em diversas atividades. A fim de levantar discussões sobre essa temática e com o objetivo central de valorizar o trabalho de mulheres na etnobiologia e na salvaguarda do conhecimento tradicional na América Latina, a Revista Ethnoscientia lança o número especial intitulado: “Olhares femininos na Etnobiologia”. Nesta edição especial apresentamos trabalhos que versam sobre o histórico da participação feminina na pesquisa etnobiológica e suas respectivas contribuições, trabalhos sobre vieses de gênero em relação ao conhecimento e uso de recursos naturais, bem como trabalhos que trazem uma reflexão sobre as dificuldades e/ou potencialidades femininas na etnobiologia por pesquisadoras e pesquisadas. Os trabalhos aceitos têm primeiras e/ou últimas autoras mulheres do Brasil e de alguns países da América Latina, foram submetidos em diferentes formatos, de acordo com as sessões indicadas na revista e foram revisados e editorados exclusivamente por pesquisadoras mulheres. Dessa forma, convidamos vocês a desfrutarem das leituras dos artigos, bem como divulgá-los entre outras pesquisadoras e pesquisadores. Seguimos avançando no necessário caminho para diminuir a disparidade de gênero na pesquisa etnobiológica e em todos os setores da sociedade

    MULHERES E A PESCA ARTESANAL: SALVAGUARDANDO CONHECIMENTOS TRADICIONAIS SOBRE PLANTAS DA RESTINGA EM ARRAIAL DO CABO, BRASIL

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    A pesca artesanal é o principal meio de sobrevivência para cerca de 39 milhões de pessoas no mundo. As mulheres representam 50% da força de trabalho nos setores de pré e pós-captura, no entanto, seguem na invisibilidade. Tal espaço de labor ainda é majoritariamente masculino, tanto que no Brasil meio milhão de trabalhadoras da pesca continuam marginalizadas devido ao preconceito de gênero, ainda que sejam detentoras de conhecimentos que garantem a sobrevivência de suas famílias, como em Arraial do Cabo (RJ). O estudo, nesse contexto, objetivou investigar o papel delas nas atividades pesqueiras realizadas pela comunidade tradicional do município – uma das mais antigas e importantes do estado do Rio de Janeiro –, assim como seus conhecimentos sobre as plantas da restinga utilizadas na pesca, especialmente entre os períodos compreendidos entre 1940-1960 e a partir de 1990 até hoje. Para tal, foram realizados levantamentos bibliográficos sobre a história da região e entrevistas com duas nativas, cujos dados demonstraram que em décadas passadas elas eram responsáveis pelo beneficiamento do pescado através da salga, serviço remunerado por donos de paióis e tido como secundário. Hoje em dia elas atuam na captura, no beneficiamento e na confecção de diversos produtos – à base de peixe – para comercialização. Tais tarefas indicam que o papel da mulher na atividade pesqueira vem sofrendo mudanças. Ademais, elas detêm conhecimentos importantes quanto à segurança alimentar, os recursos pesqueiros e a flora da restinga, bem como sobre frutos nativos e o preparo de alimentos locais

    Avanços nas pesquisas etnobotânicas no Brasil

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    Etnobotânica na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil

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    A Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo (RESEX) localiza-se no município de Arraial do Cabo, região de Cabo Frio. É uma unidade de conservação de interesse ecológico-social e visa proteger o sustento dos pescadores artesanais, a flora e a fauna locais. O clima da região é tropical seco e a vegetação é de restinga. Este estudo objetivou inventariar as espécies vegetais usadas na faixa terrestre da RESEX, associando este conhecimento às tradições locais. As informações etnobotânicas foram obtidas através de observação participante e entrevistas estruturadas com pescadores artesanais. Das 444 citações de uso, catalogou-se 68 espécies, 61 gêneros e 42 famílias. As categorias de uso foram: alimentar (45,6%), medicinal (39,7%), tecnológica (29,4%), lenha (10,2%), construção (8,8%) e ornamental (2,9%). Utilizou-se o Índice de Shannon para análise da diversidade de espécies resultando: 1,78 (base 10) e 4,10 (base e), denotando que os pescadores possuem bom conhecimento da biodiversidade local, quando comparado a outros estudos da costa brasileira. Os dados obtidos nesta pesquisa possibilitarão a formulação de estratégias de uso sustentável dos recursos naturais, considerando a percepção ambiental da população, baseado nos sistemas cognitivos desenvolvidos ao longo do convívio do homem com a natureza

    Useful plants referenced by the naturalist Richard Spruce in the 19th century in the state of Pará, Brazil

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    ABSTRACT The present work sought to study the biocultural collections made by the naturalist Richard Spruce in the 19th century while in the state of Pará, Brazil. The material is largely deposited in the Herbarium and the Museum of Economic Botany at the Royal Botanic Gardens, Kew, UK. Complementary studies were undertaken in Brazilian institutions to gather more information about the useful plants cited by Spruce for Pará and their respective vernacular names and uses in the 19th century. Information was also gathered concerning the current uses of the plants by analyzing contemporary ethnobotanical studies. A total of 54 vernacular names of useful plants were recovered, including 51 native species of which 33 are used for construction purposes, 18 as food resources, eight for medicinal purposes, and one species as an ichthyotoxin. It is interesting to note that 80 % of the uses described for these plants in the 19th century in Pará continue into the present day. It is hoped that the present work will serve to promote future studies involving biocultural collections that document the history of local populations and recognize the importance of traditional knowledge in the Amazon region
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