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Comprometimento da habilidade verbal no lúpus eritematoso sistêmico juvenil Verbal ability impairment in juvenil e systemic lupus erythematosus
INTRODUÇÃO/OBJETIVO: Avaliar a frequência do comprometimento da habilidade verbal e possíveis fatores associados em pacientes portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil (LESJ). PACIENTES E MÉTODOS: Estudo transversal de 36 crianças e adolescentes com LESJ, de um grupo de 57 pacientes, do Ambulatório de Reumatologia do Departamento de Pediatria e Clínica Médica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Por ocasião do diagnóstico e do estudo, foram analisados aspectos epidemiológicos, clínicos, socioeconômicos e de escolaridade. Os pacientes foram submetidos a testes cognitivos e exames laboratoriais, e foram avaliadas medidas de atividade da doença (SLEDAI) e do dano cumulativo (SLICC-DI) e o tratamento com corticoesteroide. Os pacientes foram submetidos a testes cognitivos (escalas Weschler de inteligência: WISC III e WAISS III), e os resultados foram avaliados de acordo com os aspectos epidemiológicos, clínicos, laboratoriais e terapêuticos. RESULTADOS: A média de idade ao diagnóstico foi de 11,2 ± 2 anos, a idade na época do estudo de 15,4 ± 4,7 anos, com 89% do sexo feminino. Houve predomínio de pacientes da classe socioeconômica C (61,1%). O comprometimento cognitivo detectado nesses pacientes foi frequente (58,3%), sendo o comprometimento da habilidade verbal um dos domínios cognitivos mais constantes. Encontrou-se associação do comprometimento da habilidade verbal com baixa condição socioeconômica e dano cumulativo (P < 0,05), mas não com atividade da doença, presença de autoanticorpos e dose de corticoesteroide (P > 0,05). CONCLUSÕES: Alteração da habilidade verbal é frequente no LESJ e está associada à condição socioeconômica e ao dano cumulativo, devendo ser suspeitada e investigada, principalmente por se tratar de pacientes pediátricos, para que não haja comprometimento da qualidade de vida na fase adulta. Como não está relacionado à atividade da doença ou à presença de autoanticorpos, deve ser sempre avaliado na presença ou não desses fatores. Da mesma forma, deve-se avaliar independentemente das doses de corticoesteroide por não haver associação.<br>INTRODUCTION/OBJECTIVE: Evaluate the frequency of verbal ability impairment and associated factors in patients with juvenile systemic lupus erythematosus (JSLE). PATIENTS AND METHODS: Cross sectional study of 36 children and adolescents with JSLE of a group of 57 patients at the Clinic of Rheumatology, Department of Pediatrics and Medical Clinic of Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. At the time of diagnosis and study, we analyzed the following epidemiological features: clinical, socioeconomic, and educational level. Patients underwent cognitive and laboratory tests and we assessed disease activity (SLEDAI), cumulative damage (SLICC-DI), and treatment with corticosteroids. The patients underwent cognitive tests (Wechsler Intelligence Scales: WISC III and Waiss III), and the results were evaluated according to epidemiological, clinical, laboratory and treatment features. RESULTS: The mean age at diagnosis was 11.2 ± 2 years and at the time of the study the mean age was 15.4 ± 4.7 years. There was predominance of women (89%) and of socioeconomic class C patients (61.1%). The cognitive impairment found in these patients was frequent (58.3%), affecting more often the verbal ability. We found association of verbal ability impairment with low socioeconomic status and cumulative damage (P < 0.05), but not with disease activity, presence of autoantibodies, and dose of corticosteroids (P > 0.05). CONCLUSIONS: Change in verbal ability is frequent in JSLE and is associated with socioeconomic status and cumulative damage, and should be suspected and investigated, particularly in pediatric patients to avoid quality of life impairment in adulthood. As it is not related with disease activity or presence of autoantibodies, it should always be assessed in the presence or absence of these factors. Likewise, the doses of corticosteroids should be independently evaluated
Pesquisa de autoanticorpos em pacientes com artrite psoriásica sob terapia anti-TNFα Autoantibodies in patients with psoriatic arthritis on anti-TNFα therapy
INTRODUÇÃO: A terapia imunobiológica anti-TNFα tem-se mostrado efetiva no tratamento de pacientes com artrite psoriásica (APs) refratária. No entanto, não está bem definido o risco de desenvolvimento de autoanticorpos comumente encontrados nas doenças reumatológicas em pacientes com APs na vigência desse tratamento. OBJETIVO: avaliar a indução de autoanticorpos específicos durante a terapia anti-TNFα em pacientes com APs. PACIENTES E MÉTODOS: Foram analisadas amostras de soro de 23 pacientes com APs (mulheres: 61%, idade: 45,04 ± 12,68 anos, quadro poliarticular: 69,6%, duração da doença: 13,3 ± 7,7 anos, infliximabe: 82,60%) obtidas imediatamente antes (basal) e cerca de um ano após a introdução da terapia anti-TNF (última amostra) (385 ± 131,45 dias). A pesquisa incluiu a detecção de anticorpos antinucleares (ANA) e anticorpos para dsDNA (imunofluorescência indireta em células Hep-2 e em Crithidia luciliae, respectivamente); RNP e Sm (hemaglutinação passiva); Ro/SS-A e/ou La/SS-B, cromatina, histona, peptídeo citrulinado (CCP) e cardiolipina (ELISA). RESULTADOS: A pesquisa basal de ANA revelou positividade em 47,8% dos pacientes, com predomínio do padrão nuclear homogêneo (81,8%). Todas as amostras de soro testadas foram negativas para fator reumatoide e anticorpos anticardiolipina, RNP, Sm, Ro/SS-A, La/SS-B, histona e dsDNA, enquanto dois pacientes apresentaram positividade para anticromatina e um para anti-CCP. Todas as amostras de ANA positivas no tempo basal, exceto uma, mantiveram essa reatividade após a introdução da terapia anti-TNF. Reatividade "de novo" ANA foi observada em quatro dos pacientes originalmente negativos (33,3%). Anticorpos anti-Ro/SS-A, La/SS-B, cardiolipina, histona, dsDNA e fator reumatoide foram sistematicamente negativos em todas as amostras finais de soro testadas e positividade anticromatina foi detectada em outros três pacientes. CONCLUSÃO: Nossos achados mostram que a terapia anti-TNF induziu positividade ANA em um terço dos pacientes com APs e o uso concomitante de metotrexato não alterou esse achado. Além disso, todos os soros foram sistematicamente negativos para a maioria dos autoanticorpos específicos de doenças reumatológicas testados após a introdução da terapia biológica.INTRODUCTION: Anti-TNFα therapy has been effective in the treatment of patients with refractory psoriatic arthritis (PSA). However, the risk of developing autoantibodies commonly found in rheumatic diseases in PSA patients undergoing this therapy is not clear. OBJECTIVE: To evaluate the induction of specific autoantibodies after anti-TNFα therapy in PSA patients. PATIENTS AND METHODS: Serum samples from 23 PSA patients (women: 61%, age: 45.04 ± 12.68 years, polyarticular: 69.6%, disease duration: 13.3 ± 7.7 years, infliximab: 82.60%) obtained immediately before (baseline) and approximately one year after the introduction of anti-TNF therapy (last sample) (385 ± 131.45 days), were analyzed. The analysis included detection of antinuclear antibodies (ANA) and anti-dsDNA antibodies (indirect immunofluorescence on Hep-2 cells and Crithidia luciliae, respectively); anti-RNP and anti-Sm (passive hemagglutination); and anti-Ro/ SS-A and/or anti-La/SS-B, anti-chromatin, anti-histones, anti-citrullinated peptide (CCP), and anti-cardiolipin (ELISA) antibodies. RESULTS: At baseline, ANA was positive in 47.8% of patients, with predominance of homogeneous nuclear pattern (81.8%). All baseline serum samples were negative for rheumatoid factor and antibodies to cardiolipin, RNP, Sm, Ro/SS-A, anti-La/SS-B, anti-histone, and anti-dsDNA antibodies, while two patients were positive for anti-chromatin and one for anti-CCP. All ANA-positive samples at baseline, except for one, remained positive after the introduction of anti-TNF therapy; however, de novo ANA reactivity was observed in four originally negative patients (33.3%). Anti-Ro/SS-A, La/SS-B, cardiolipin, histones, dsDNA, and rheumatoid factor antibodies remained negative in all final serum samples tested, and anti-chromatin positivity was detected in three other patients. CONCLUSION: Our findings have shown that anti-TNF therapy induced ANA positivity in one third of PSA patients. The concomitant use of methotrexate did not interfere with this finding. In addition, all serum samples were systematically negative for specific rheumatic autoantibodies tested after the introduction of the biological treatment