391 research outputs found

    Foreword

    Get PDF

    Iniqüidades sociais na saúde e nutrição de crianças em países de renda baixa e média

    Get PDF
    OBJECTIVE: To describe the effects of social inequities on the health and nutrition of children in low and middle income countries. METHODS: We reviewed existing data on socioeconomic disparities within-countries relative to the use of services, nutritional status, morbidity, and mortality. A conceptual framework including five major hierarchical categories affecting inequities was adopted: socioeconomic context and position, differential exposure, differential vulnerability, differential health outcomes, and differential consequences. The search of the PubMed database since 1990 identified 244 articles related to the theme. Results were also analyzed from almost 100 recent national surveys, including Demographic Health Surveys and the UNICEF Multiple Indicator Cluster Surveys. RESULTS: Children from poor families are more likely, relative to those from better-off families, to be exposed to pathogenic agents; once they are exposed, they are more likely to become ill because of their lower resistance and lower coverage with preventive interventions. Once they become ill, they are less likely to have access to health services and the quality of these services is likely to be lower, with less access to life-saving treatments. As a consequence, children from poor family have higher mortality rates and are more likely to be undernourished. CONCLUSIONS: Except for child obesity and inadequate breastfeeding practices, all the other adverse conditions analyzed were more prevalent in children from less well-off families. Careful documentation of the multiple levels of determination of socioeconomic inequities in child health is essential for understanding the nature of this problem and for establishing interventions that can reduce these differences.OBJETIVO: Describir el efecto de las iniquidades sociales sobre la nutrición y salud de niños de países de renta baja y media. MÉTODOS: Fueron revisadas informaciones disponibles sobre disparidades socioeconómicas intra-países, relativas al uso de servicios de salud, estado nutricional, morbilidad y mortalidad. Se adoptó un modelo conceptual con cinco categorías jerárquicas en la producción de inequidades: contexto y posición socioeconómica, diferencias en la exposición, en la vulnerabilidad, en los hechos de salud y en las consecuencias. En investigación realizada en la base PubMed, en el período de 1990-2007 fueron encontrados 244 artículos relacionados al tema. Fueron también analizados los resultados de cerca de 100 pesquisas de ámbito nacional recientes, incluyendo Pesquisas Nacionales de Demografía y Salud y Pesquisas por Conglomerados de Múltiples Indicadores, del Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia. RESULTADOS: Niños de familias pobres, en comparación con aquellas de familias más ricas, son más susceptibles a la exposición a agentes patogénicos; una vez expuestas, tienen un riesgo aumentado de enfermar, debido a su menor resistencia y menor cobertura de medidas preventivas. Una vez que se toman enfermos, tienen menor acceso a servicios de salud, la calidad de los servicios que logran utilizar tiende a ser inferior, con menor acceso a tratamientos médicos que garanticen su sobrevivencia. Como consecuencia, niños de familias más pobres presentan mayores tasas de mortalidad y mayor riesgo de ser subnutridas. CONCLUSIONES: Excepto obesidad infantil y prácticas inadecuadas de amamantamiento, todas las otras condiciones adversas analizadas tuvieron mayor prevalencia entre los niños de familias menos favorecidas. La documentación cuidadosa de los múltiples niveles de determinantes de las inequidades socioeconómicas en salud infantil es esencial para el entendimiento de la naturaleza del problema, y para el establecimiento de intervenciones que puedan reducir estas diferencias.OBJETIVO: Descrever o efeito das iniqüidades sociais sobre a nutrição e saúde de crianças de países de renda baixa e média. MÉTODOS: Foram revisadas informações disponíveis sobre disparidades socioeconômicas intra-países, relativas a uso de serviços de saúde, estado nutricional, morbidade e mortalidade. Adotou-se um modelo conceitual com cinco categorias hierárquicas na produção de iniqüidades: contexto e posição socioeconômica, diferenças na exposição, na vulnerabilidade, nos desfechos de saúde e nas conseqüências. Em pesquisa realizada na base PubMed, no período de 1990-2007 foram encontrados 244 artigos relacionados ao tema. Foram também analisados os resultados de cerca de 100 inquéritos de âmbito nacional recentes, incluindo Pesquisas Nacionais de Demografia e Saúde e Inquéritos por Conglomerados de Múltiplos Indicadores, do Fundo das Nações Unidas para a Infância. RESULTADOS: Crianças de famílias pobres, em comparação com aquelas de famílias mais ricas, são mais suscetíveis à exposição a agentes patogênicos; uma vez expostas, têm um risco aumentado de adoecer, devido à sua menor resistência e menor cobertura de medidas preventivas. Uma vez que se tornam doentes, têm menor acesso a serviços de saúde, a qualidade dos serviços que logram utilizar tende a ser inferior, com menor acesso a tratamentos médicos que garantam sua sobrevivência. Como conseqüência, crianças de famílias mais pobres apresentam maiores taxas de mortalidade e maior risco de serem subnutridas. CONCLUSÕES: Exceto obesidade infantil e práticas inadequadas de aleitamento materno, todas as outras condições adversas analisadas tiveram maior prevalência entre as crianças de famílias menos favorecidas. A documentação cuidadosa dos múltiplos níveis de determinantes das iniqüidades socioeconômicas em saúde infantil é essencial para o entendimento da natureza do problema, e para o estabelecimento de intervenções que possam reduzir estas diferenças

    Determining factors related to smoking and its abandonment during pregnancy in an urban locality in Southern Brazil

    Get PDF
    A cross-sectional study of 873 pregnant women attending a prenatal care clinic was undertaken in Pelotas (Southern Brazil), over a one-year period (1989-90) for the purpose of identifying possible risk and prognostic factors for smoking during pregnancy. The prevalence of smoking at the beginning of pregnancy was 40.8%. The smoking habits of the woman's mother and partner, as well as her educational level, were associated with smoking at the beginning of pregnancy. Smoking in the partner was associated with an approximately two-fold increase in the risk of smoking. The smoking interruption rate, until the 15th-22nd gestational week, was of 35.6%. Family income, smoking habits of woman's mother and partner, age at starting, duration and intensity of the woman's habit were all associated with the interruption during pregnancy. The above results were not affected by adjustment for confounding variables made through stratified analysis.Foi realizado um estudo transversal, com 873 gestantes que freqüentaram o pré-natal em Pelotas (RS), em 1989-90, com o objetivo de investigar possíveis fatores de risco e fatores prognósticos para o tabagismo durante a gravidez. A prevalência no início da gravidez foi de 40,8%. O hábito de fumar da mãe da gestante e do marido e a baixa escolaridade da mulher estiveram associados com o risco de fumar no início da gravidez. O tabagismo do marido esteve associado com um aumento de cerca de duas vezes nesse risco. A taxa de abandono até a 15ª-22ª semana gestacional foi de 35,6%. A renda familiar, o hábito de fumar da mãe da gestante e do companheiro, a idade de início, duração e intensidade do hábito da mulher estiveram associados com a interrupção durante a gravidez. Os resultados acima permaneceram após ajuste para fatores de confusão, através de análise estratificada

    Relationship between maternal nutrition and duration of breastfeeding in a birth cohort in Southern Brazil

    Get PDF
    OBJECTIVE: The effects of maternal nutritional status on the duration of breastfeeding are inconsistent in the literature. A population-based cohort study was set to investigate this relationship. METHODS: Nine hundred and seventy seven mothers giving birth in 1993 (20% of that year's births) were studied. Studied maternal characteristics included nutritional status, social, economic, and demographic variables. The effects of these variables on the prevalence of breastfeeding at six months were analyzed through logistic regression. Cox regression was applied to analyze the effects on the duration of breastfeeding. RESULTS: Mulltivariate logistic regression analysis showed a higher prevalence of breastfeeding among women with a pre-pregnancy weight of 49 kg or more (odds ratio = 1.31; CI95% 1.04 -- 1.64). The association with maternal height was not significant (p=0.06). Cox regression also showed a non-significant protective effect of having a higher pre-pregnancy weight (hazard ratio = 0.91; CI95% 0.82 -- 1.01). The duration of breastfeeding duration was not associated with maternal height. Weight gain during pregnancy was not associated with breastfeeding in either analyses. Other variables associated with the duration of breastfeeding in both analyses were maternal age, parity, smoking, and gestational age. Family income was associated with the prevalence of breastfeeding at six months, and birthweight was associated with the duration of breastfeeding. CONCLUSIONS: Pre-pregnancy nutritional status is a stronger predictor of breastfeeding than weight gain during pregnancy.OBJETIVO: Os efeitos da situação nutricional materna sobre a duração da amamentação são inconsistentes na literatura. O estudo realizado objetivou investigar esses efeitos em uma coorte de nascimentos hospitalares. MÉTODOS: Foram estudadas 977 mulheres que tiveram filhos no ano de 1993, em Pelotas (representando 20% dos nascimentos ocorridos nesse ano). Os efeitos da situação nutricional materna e de variáveis socioeconômicas e demográficas sobre a prevalência de amamentação aos seis meses de idade e sobre a duração da amamentação foram analisados pela regressão logística e de Cox, respectivamente. RESULTADOS: A análise multivariada mostrou que a prevalência de amamentação foi mais alta entre mulheres que iniciaram a gestação com 49 kg ou mais (RO = 1,31; IC95% 1,04 - 1,64), e a associação com altura materna foi no limiar da significância (p=0,06). A regressão de Cox mostrou um efeito protetor, no limiar da significância, do maior peso pré-gestacional sobre o desmame (RR = 0,91; IC95% 0,82 -- 1,01). Não houve diferença na duração da amamentação quanto à altura materna. O ganho de peso gestacional não mostrou associação com prevalência ou duração da amamentação. Idade materna, paridade, hábito de tabagismo e idade gestacional estiveram associadas significativamente com a amamentação em ambas as análises. Renda familiar mostrou associação com a prevalência de amamentação aos seis meses e o peso ao nascer com a duração da amamentação. CONCLUSÕES: Peso pré-gestacional foi um melhor preditor para duração da amamentação do que o ganho de peso gestacional

    Gravidezes subseqüentes: quem as tem e quem as quer? Observações em um centro urbano da região Sul do Brasil

    Get PDF
    Em um estudo de coorte de base populacional, foram estudados todos os 6.011 nascimentos hospitalares ocorridos na cidade de Pelotas, RS, em 1982. As parturientes foram entrevistadas logo após o parto, e 80% delas foram novamente contactadas em suas residências no início de 1986, em média 43 meses mais tarde. Dessas mulheres, 39% haviam engravidado novamente. Esta proporção variou inversamente em relação à idade materna, anos de escolaridade e renda familiar. Quanto à paridade, a proporção de gravidezes subsqüentes foi maior para primíparas e para multíparas. Mães cujos filhos nasceram através de cesareana também apresentaram menor fecundidade, mesmo após exclusão daquelas que, por ocasião da operação cesárea, sofreram ligadura de trompas. Análise através de regressão logística mostrou que esses fatores permaneceram significativamente associados à fecundidade mesmo após o ajuste estatístico para as demais variáveis. Das mães que engravidaram após 1982, 60% informaram que não a desejaram. A proporção das gravidezes indesejadas foi mais elevada em mulheres de maior paridade, sendo esta tendência mais marcada em mulheres de famílias de alta renda.Subsequent pregnancies in mothers of a birth cohort from Pelotas, Southern Brazil, were studied in relation to maternal and socio-economic factors. Within about 3 1/2 years of the cohort child's birth, 39% of mothers had experienced at least one further pregnancy. This proportion decreased with increasing maternal age, years of schooling and family income. A U-shaped trend was observed with respect to parity. Mothers who had delivered the cohort child by caesarean section were also less likely to have another pregnancy within that time. Logistic regression analysis showed that each of these factors remained significantly associated with further pregnancies after controlling for the remaining variables. Analysis of the first subsequent pregnancy showed that a high proportion of mothers had not wanted the pregnancy. Unwanted pregnancies were also significantly associated with older women, low educational status, higher parity and low family income

    Educação e trabalho na coorte de nascimentos de 1982 a 2004-5, Pelotas, RS

    Get PDF
    OBJECTIVE: To analyze the influence of biological and socioeconomic factors throughout life on entry into the university and insertion in the work force of young adults from the 1982 birth cohort. METHODS: Longitudinal study of 5,914 births that took place in the city of Pelotas, Southern Brazil, in 1982. Data was collected by means of questionnaires applied on young adults when accompanying the 1982 cohort in 2004-5. Information was gathered concerning educational level and insertion in the labor market. Poisson Regression was utilized to study the effect of demographic and socioeconomic variables, as well as birth weight and maternal breastfeeding, on the outcomes. RESULTS: On the average, these young adults had 9.4 (± 3.1) years of schooling and 42% of them were attending school in 2004-5. One in five young adults had entered a university and approximately two thirds were working during the month prior to the interview. Entry in the university was determined by economic conditions. Furthermore, women's birth weight and breastfeeding among men influenced this outcome. Insertion in the labor market was more frequent among the poorer men, but this did not affect women's outcomes in this respect. CONCLUSIONS: The low inclusion in the university and the need to enter the labor market among the poor families maintains a vicious circle that reproduces the dominant social hierarchy.OBJETIVO: Analizar la influencia de factores socioeconómicos y biológicos precoces a lo largo de la vida sobre el ingreso en la universidad y la inserción en el mercado de trabajo de los jóvenes de la cohorte de nacimiento de 1982. MÉTODOS: Estudio longitudinal de 5.914 nacimientos de la ciudad de Pelotas (Sur de Brasil), en 1982. Utilizándose cuestionarios aplicados al joven, fueron colectadas informaciones sobre el nivel educacional y la inserción en el mercado de trabajo durante acompañamiento de la cohorte realizado en 2004-5. Regresión de Poisson fue utilizada para estudiar el efecto de las variables demográficas, socioeconómicas, peso al nacer y amamantamiento materno sobre los desenlaces. RESULTADOS: La escolaridad promedio fue de 9,4 años (± 3,1) y 42% de los jóvenes estaban frecuentando la escuela en 2004-5. Uno de cada cinco jóvenes había ingresado en la universidad y cerca de dos tercios estaban trabajando en el mes anterior a la entrevista. El ingreso en la universidad fue determinado por las condiciones económicas, y tuvo influencia de peso al nacer en las mujeres y del amamantamiento en los hombres. La inserción en el mercado de trabajo fue más frecuente entre los hombres más pobres, pero no para las mujeres. CONCLUSIONES: La baja inclusión universitaria y la necesidad de inserción en el mercado de trabajo de los jóvenes de familias más pobres mantienen un círculo vicioso que reproduce la jerarquía social dominante.OBJETIVO: Analisar a influência de fatores socioeconômicos e biológicos precoces ao longo da vida sobre o ingresso na universidade e a inserção no mercado de trabalho dos jovens da coorte de nascimento de 1982. MÉTODOS: Estudo longitudinal de 5.914 nascimentos da cidade de Pelotas (RS), em 1982. Utilizando-se questionários aplicados ao jovem, foram coletadas informações sobre nível educacional e a inserção no mercado de trabalho durante acompanhamento da coorte realizado em 2004-5. Regressão de Poisson foi utilizada para estudar o efeito de variáveis demográficas, socioeconômicas, peso ao nascer e aleitamento materno sobre os desfechos. RESULTADOS: A escolaridade média foi de 9,4 anos (± 3,1) e 42% dos jovens estavam freqüentando a escola em 2004-5. Um de cada cinco jovens havia ingressado na universidade e cerca de dois terços estavam trabalhando no mês anterior à entrevista. O ingresso na universidade foi determinado pelas condições econômicas, e teve influência do peso ao nascer nas mulheres e da amamentação nos homens. A inserção no mercado de trabalho foi mais freqüente entre os homens mais pobres, mas não para as mulheres. CONCLUSÕES: A baixa inclusão universitária e a necessidade de inserção no mercado de trabalho dos jovens de famílias mais pobres mantêm um círculo vicioso que reproduz a hierarquia social dominante

    Metodologia do estudo da coorte de nascimentos de 1982 a 2004-5, Pelotas, RS

    Get PDF
    OBJECTIVE: To describe the methods employed in the longitudinal and follow-up studies of children born in Pelotas (Southern Brazil) in 1982. METHODS: The cohort began with a perinatal health survey that included all 6,011 children born in maternity wards in Pelotas in 1982. The 5,914 children born alive in the city were included in the follow-up studies. By 2004-5, we had conducted eight follow-ups, which consisted of the administration of questionnaires to mothers and/or cohort members, depending on age, in addition to anthropometric and clinical examination. Cohort subjects are described in terms of demographic, socioeconomic, and health-related variables collected during early follow-up studies, which are used as exposure variables. RESULTS: The majority of subjects in the cohort were followed for 23 years and on multiple occasions. The most successful follow-ups were those preceded by a city census. Using this method, we were able to locate 87.2% of subjects in 1984 (mean age 19 months), 84.1% in 1986 (mean age 43 months), and 77.4% in 2004-5, and 77.4% in 2004-5 (mean age 23 years). CONCLUSIONS: Birth cohort studies can be carried out successfully in developing countries, and the methods employed in this life-cycle study have allowed us to investigate the influence of early exposures in determining disease outcomes in adult life.OBJETIVO: Describir los métodos utilizados en el estudio longitudinal y acompañamiento de los niños nacidos en Pelotas (Sur de Brasil) en 1982. MÉTODOS: La cohorte fue iniciada con una investigación de salud perinatal de todos los 6.011 niños nacidos en las maternidades de Pelotas en 1982. Los 5.914 niños nacidos vivos fueron incluidos en los estudios de acompañamiento. Hasta 2004-5 fueron realizados ocho acompañamientos, con la aplicación de cuestionarios a las mamás y/o a los miembros de la cohorte conforme el rango de edad. Exámenes antropométricos y clínicos fueron realizados en las visitas. Los participantes de la cohorte son descritos de acuerdo con las variables demográficas, socioeconómicas y de salud, obtenidas en los primeros acompañamientos, que son utilizadas como variables de exposición. RESULTADOS: La mayor parte de los jóvenes de la cohorte fueron acompañados durante 23 años de vida y distintas visitas. Los acompañamientos que obtuvieron mayor éxito fueron aquellos precedidos por un censo de la ciudad. Con éste método fueron localizados 87,2% en 1984 (edad promedio de 19 meses), 84,1% en 2006 (promedio 43 meses), y 77,4% en 2004-5 (promedio 23 años). CONCLUSIONES: Estudios de cohorte de nacimientos pueden ser realizados con éxito en países en desarrollo, y la metodología utilizada en esos estudios de ciclo vital permite estudiar la influencia de exposiciones precoces sobre la determinación de las enfermedades de la vida adulta.OBJETIVO: Descrever os métodos utilizados no estudo longitudinal e acompanhamento das crianças nascidas em Pelotas (RS) em 1982. MÉTODOS: A coorte foi iniciada com um inquérito de saúde perinatal de todas as 6.011 crianças nascidas nas maternidades de Pelotas em 1982. As 5.914 crianças nascidas vivas foram incluídas nos estudos de acompanhamento. Até 2004-5 foram realizados oito acompanhamentos, com a aplicação de questionários às mães e/ou aos membros da coorte, conforme a faixa etária. Exames antropométricos e clínicos foram realizados nas visitas. Os participantes da coorte são descritos conforme variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde colhidas nos primeiros acompanhamentos, que são utilizadas como variáveis de exposição. RESULTADOS: A maior parte dos jovens da coorte foram acompanhados durante 23 anos de vida e distintas visitas. Os acompanhamentos que obtiveram maior êxito foram aqueles precedidos por um censo da cidade. Com este método foram localizados 87,2% em 1984 (idade média de 19 meses), 84,1% em 2006 (média 43 meses), e 77,4% em 2004-5 (média 23 anos). CONCLUSÕES: Estudos de coorte de nascimentos podem ser realizados com sucesso em países em desenvolvimento, e a metodologia empregada nesses estudos de ciclo vital permite estudar a influência de exposições precoces sobre a determinação das doenças da vida adulta

    Determinantes precoces da pressão arterial em adultos da coorte de nascimentos de 1982, Pelotas, RS

    Get PDF
    OBJECTIVE: To evaluate the effects of exposure occurring during pregnancy or the first years of life on blood pressure. METHODS: Cohort study on all children born in 1982 in maternity hospitals in the city of Pelotas, Southern Brazil. The mothers living in the urban area were interviewed and the children were followed up on different occasions. In 2004-5, all the individuals in the cohort were sought for monitoring. Their blood pressure was measured twice, at the start and end of the interview, using a digital wrist sphygmomanometer. Associations between blood pressure and the following variables were evaluated: skin color; maternal schooling level; family income at birth; change in income between birth and 23 years of age; birth weight; and duration of breastfeeding. Analysis of variance was used to compare the means and a generalized linear model was used in the adjusted analysis. RESULTS: Blood pressure measurements were obtained from 4,291 individuals: 2,208 males and 2,083 females. The mean systolic blood pressure was 117.5 ± 15.0 mmHg and the mean diastolic was 73.6 ± 11.5 mmHg. Among the men, systolic blood pressure was higher among those of black or brown skin color and among those who were never considered poor. Diastolic pressure was only associated with birth weight. Among the women, systolic blood pressure was greater among those of black or brown skin color whose mothers' schooling level was greater than or equal to 12 years or whose birth weight was less than 4,000 g. CONCLUSIONS: For both sexes, only skin color was associated with blood pressure. Breastfeeding did not have any long-term effect on blood pressure and the associations for birth weight and socioeconomic level were inconsistent.OBJETIVO: Evaluar los efectos de exposiciones ocurridas en la gestación o en los primeros años de vida sobre la presión arterial. MÉTODOS: Estudio de cohorte con todos los niños nacidos en 1982 en las maternidades de la ciudad de Pelotas (Sur de Brasil). Las madres residentes en área urbana fueron entrevistadas y los niños, acompañados en diferentes ocasiones. En 2004-5, se buscó acompañar todos los individuos de la cohorte. La presión arterial fue medida dos veces, en el inicio y al final de la entrevista, con esfigmomanómetro digital de pulso. Fue evaluada la asociación entre presión arterial y las siguientes variables: color de la piel, escolaridad materna, renta familiar al nacer, cambio de renta entre el nacimiento y los 23 años de edad, peso al nacer y duración del amamantamiento. El análisis de varianza fue utilizado para la comparación de promedio y los modelos lineares generalizados en el análisis ajustado. RESULTADOS: Se obtuvo la medida de presión arterial para 4.291 individuos, 2.208 del sexo masculino y 2.083 del sexo femenino. El promedio de las medidas de presión arterial sistólica fue de 117,5±15,0 mmHg y de la diastólica, de 73,6±11,5 mmHg. Entre los hombres, la presión arterial sistólica fue mayor en los individuos de color de piel negra o parda y en aquellos que nunca fueron considerados pobres. La presión diastólica estuvo asociada apenas con el peso al nacer. Entre las mujeres, la presión arterial sistólica fue mayor en las de color de piel negra o parda, cuya escolaridad materna era mayor o igual a 12 años o con peso al nacer menor de 4.000 g. CONCLUSIONES: Para ambos sexos apenas el color de la piel estuvo asociado con la presión arterial. El amamantamiento no tuvo efecto a largo plazo sobre la presión arterial, y para el peso al nacer y el nivel socioeconómico, las asociaciones no fueron consistentes.OBJETIVO: Avaliar os efeitos de exposições ocorridas na gestação ou nos primeiros anos de vida sobre a pressão arterial. MÉTODOS: Estudo de coorte com todas as crianças nascidas em 1982 nas maternidades da cidade de Pelotas, RS. As mães residentes em área urbana foram entrevistadas e as crianças, acompanhadas em diferentes ocasiões. Em 2004-5, buscou-se acompanhar todos os indivíduos da coorte. A pressão arterial foi medida duas vezes, no início e no final da entrevista, com esfigmomanômetro digital de pulso. Foi avaliada a associação entre pressão arterial e as seguintes variáveis: cor da pele; escolaridade materna; renda familiar ao nascer; mudança de renda entre o nascimento e os 23 anos de idade; peso ao nascer e duração da amamentação. A análise de variância foi utilizada para a comparação de médias e os modelos lineares generalizados na análise ajustada. RESULTADOS: Obteve-se a medida da pressão arterial para 4.291 indivíduos, 2.208 do sexo masculino e 2.083 do sexo feminino. A média das medidas da pressão arterial sistólica foi de 117,5±15,0 mmHg e da diastólica, de 73,6±11,5 mmHg. Entre os homens, a pressão arterial sistólica foi maior nos indivíduos de cor da pele preta ou parda e naqueles que nunca foram considerados pobres. A pressão diastólica esteve associada apenas com o peso ao nascer. Entre as mulheres, a pressão arterial sistólica foi maior nas de cor da pele preta ou parda, cuja escolaridade materna era maior ou igual a 12 anos ou com peso ao nascer menor do que 4.000 g. CONCLUSÕES:Para ambos os sexos apenas a cor da pele esteve associada com a pressão arterial. A amamentação não teve efeito em longo prazo sobre a pressão arterial, e para o peso ao nascer e o nível socioeconômico, as associações não foram consistentes

    Incidência e duração da amamentação conforme o tipo de parto: estudo longitudinal no Sul do Brasil

    Get PDF
    OBJECTIVE: To compare the incidence of breastfeeding according to type of delivery. METHODOLOGY: Population-based cohort study of 655 children born in 1993 and followed up during the first three months of life through home visits. RESULTS: Breastfeeding duration was similar among babies born either by vaginal delivery or by emergency cesarean section. Babies born by elective cesarean section, however, presented a three times higher risk of stopping brestfeeding in the first month of life, after adjusting for possible confounding factors (odds ratio=3.09; 95% CI 1.3-7.2). The increased risk did not persist into the third month of life. CONCLUSIONS: It is recommended that health services pay special attention, in the promotion of breastfeeding, to babies born by elective cesarean section, as a way to avoid early weaning.OBJETIVO: Comparar a incidência de amamentação conforme o tipo de parto. MATERIAL E MÉTODO: Estudo de coorte prospectivo de base populacional com 655 crianças brasileiras nascidas no ano de 1993 e acompanhadas durante o primeiro trimestre de vida, através de duas visitas domiciliares. RESULTADOS: A duração da amamentação foi similar entre os nascidos por parto vaginal e cesariana emergencial. Os nascidos por cesariana eletiva apresentaram um risco três vezes maior de interromper a lactação no primeiro mês de vida, após controle de fatores de confusão (razão de odds=3,09; 95% IC 1,3-7,2). Este aumento de risco não persitiu até o terceiro mês de vida. CONCLUSÕES: Recomenda-se aos serviços de saúde atenção especial a lactantes submetidas a cesarianas eletivas, para que seja promovido o aleitamento desde as primeiras semanas, evitando a interrupção precoce

    Diagnóstico de sobrepeso em adolescentes: estudo do desempenho de diferentes critérios para o Índice de Massa Corporal

    Get PDF
    OBJECTIVE: In an attempt to simplify the screening process for detecting obesity in adolescence, the performance of different cutoff values for body mass index (BMI) was assessed in a population-based cohort in Southern Brazil. METHODS: A total of 493 adolescents aged 15-16 years who lived in the city of Pelotas, Brazil, were studied. Obesity was defined according to the WHO criteria taking into account age and sex (a BMI equal to or greater than the 85th percentile of the NHANES I reference, plus subscapular and triceps skinfold equal to or greater than the 90th percentile of the same reference). Different BMI cutoff values were used to assess their specificity and sensitivity. RESULTS: For boys, BMI >; or = 25 kg/m² showed the best performance for detecting obesity, with a sensitivity of 90% and only 5% of false positives. The Brazilian proposed criteria that was used had 100% sensitivity but up to 23% of false positives. Higher cutoff values were also tested, but there was a slight increase in specificity, accompanied by a marked reduction in sensitivity. CONCLUSIONS: The BMI cutoff of 25 kg/m² presented the best performance for screening obesity in the studied sample, and it is recommended for adolescents aged 15 and more in populations with similar characteristics. It provides a single cutoff value to be used in primary health services, eliminating the need for age and sex-specific values and skinfold measurements, and it is also consistent with the cutoff value proposed to identifying overweight adults.OBJETIVO: Pela simplificação da triagem para obesidade na adolescência, avaliou-se o desempenho de diferentes pontos de corte para o Índice de Massa Corporal (IMC) em uma coorte populacional nascida em 1982, em Pelotas, no sul do Brasil. MÉTODOS: Foram estudados 493 adolescentes, com idades de 15 a 16 anos, residentes na zona urbana de Pelotas, RS. A obesidade foi definida pelo percentil 85 de IMC mais o percentil 90 das dobras cutâneas tricipital e subescapular, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diversos pontos de corte para sobrepeso tiveram sua sensibilidade e especificidade avaliadas. RESULTADOS: Nos meninos, o IMC >; ou = 25 kg/m² apresentou sensibilidade superior a 90% e 5% de falso-positivos. O critério proposto para adolescentes brasileiros apresentou sensibilidade de 100%, mas os falso-positivos chegaram a 23%. Nas meninas, os pontos de corte coincidiram, apresentando sensibilidade superior a 90%, com até 13% de falso-positivos. Pontos de corte mais altos foram testados, porém pouco melhoraram a especificidade, que foi acompanhada de redução na sensibilidade. CONCLUSÕES: O IMC >; ou = 25 kg/m² mostrou o melhor desempenho na detecção de obesidade, parecendo adequado para triagem de adolescentes de ambos os sexos com 15 anos ou mais. Tem a vantagem de ser único, de fácil determinação e compatível com o ponto de corte recomendado pela OMS para adultos. Dispensa o uso de valores de IMC específicos para idade, sexo e medida de dobras cutâneas, sendo, portanto, recomendável para uso em serviços de saúde
    corecore