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A psicologia comunitária e o sistema judicial: Uma nova forma de olhar e intervir sobre a delinquência
Este artigo apresenta as teorias da Psicologia
Comunitária sobre o problema da delinquência, ao
mesmo tempo que apresenta alguns dos programas
que esta tem vindo a implantar junto do Sistema
Judicial.
Salienta-se o facto de todos estes programas
visarem não só diminuir a delinquência mas também
contribuir para uma mudança profunda nos
objectivos e formas de trabalhar neste sistema
Estilos parentais e relações de vinculação
A qualidade dos cuidados parentais, no contexto das relações precoces, tem sido apontada como fundamental para o desenvolvimento das crianças. No presente artigo abordamos a tipologia dos estilos educativos parentais proposta por Baumrind, e o impacto dos estilos parentais no desenvolvimento infantil. Seguidamente, são explicitados conceitos como o de relação de vinculação, base-segura e sensibilidade parental, com referência também à investigação que se debruça sobre o impacto das relações de vinculação no desenvolvimento. Finalmente, destacam-se os pontos em comum entre estes dois domÃnios da parentalidade, os estudos encontrados e uma reflexão sobre o futuro da investigação neste camp
A adopção: O Direito e os afectos Caracterização das famÃlias adoptivas do Distrito de Lisboa
A adopção como experiência humana transcende todas as culturas e existe desde sempre, tendo desempenhado diferentes funções ao longo do tempo, reflectindo as mudanças sociais relativas ao modo como a sociedade encara as necessidades da criança, os modos de guarda, consoante as necessidades dos pais biológicos e dos pais adoptivos. Nas culturas da Europa Ocidental e Americana e ainda num grande número de outras culturas, acredita-se que a famÃlia é o melhor meio para a criança crescer. Assim a adopção é um procedimento legal que visa dar uma famÃlia à criança cujos pais biológicos não são capazes, não têm vontade ou estão legalmente proibidos de tomarem conta dela, assegurando-lhe uma famÃlia de carácter definitivo, capaz de lhe proporcionar um ambiente propÃcio ao seu desenvolvimento, assegurando as suas necessidades. Em Portugal, a legislação tem sido revista e alterada no sentido da promoção dos interesses da criança e da defesa dos seus Direitos. O presente estudo tem como objectivo geral a caracterização das famÃlias adoptivas do distrito de Lisboa e faz parte de uma investigação mais ampla sobre a qualidade da vinculação nas crianças adoptadas. Pudemos constatar que as famÃlias adoptivas apresentam a mesma diversidade e heterogeneidade que as famÃlias com filhos não adoptados, à excepção da sua (in)fertilidade e do número de anos de casamento (que é superior nas famÃlia adoptivas) até à chegada do primeiro filho. A adopção continua a ser, para a maioria das famÃlias adoptivas uma solução para o problema da infertilidade, embora as famÃlias procurem associar também uma motivação social. A criança adoptada está, na maioria dos casos, de acordo com a criança idealizada
Emotional context, maternal behavior and emotion regulation
This study investigated the importance of emotion-eliciting context (positive and negative)
and mother’s behaviors (constrained and involved) on toddlers’ emotion regulation
behavioral strategies, emotional expressiveness and intensity, during three episodes eliciting
fear, frustration/anger and positive affect. Fifty-five children between 18 and 26 months
of age and their mothers participated in the study. Toddlers’ regulatory strategies varied
as function of emotion-eliciting context (children exhibited behavioral strategies more frequently
during positive affect and frustration/anger episodes and less frequently during fear
episodes) and maternal involvement. Toddlers’ expression of emotion varied as function
of emotion-eliciting context (children exhibited more emotional expressions, both negative
and positive during fear and frustration/anger episodes compared to positive affect
episodes). Toddlers’ expression of emotion was not strongly related to maternal involvement,
however, the intensity of emotional expression was related to the interaction of
context and maternal involvement
Estilos parentais e relações de vinculação
A qualidade dos cuidados parentais, no contexto das relações precoces, tem sido apontada como
fundamental para o desenvolvimento das crianças. No presente artigo abordamos a tipologia dos estilos
educativos parentais proposta por Baumrind, e o impacto dos estilos parentais no desenvolvimento
infantil. Seguidamente, são explicitados conceitos como o de relação de vinculação, base-segura e
sensibilidade parental, com referência também à investigação que se debruça sobre o impacto das
relações de vinculação no desenvolvimento. Finalmente, destacam-se os pontos em comum entre estes
dois domÃnios da parentalidade, os estudos encontrados e uma reflexão sobre o futuro da investigação
neste campo.ABSTRACT: The quality of parental care in the context of early relationships has been identified as critical to
children’s development. In the present article we present the typology of parenting styles proposed by
Baumrind and the impact of parenting styles on child development. In the second part of the paper we
explore the concepts of attachment relationship, secure-base and parental sensitivity, as well as the
research focusing on the impact of attachment on social development. Finally, we highlight the
common points between these two domains of parenting, the studies about attachment and parenting
styles and we raise some questions about future research.Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT
O papel das lideranças intermédias na criação de um clima moral de escola
O presente trabalho procura dar um contributo para compreender qual o papel que desempenha a figura de Coordenador de Departamento Curricular na criação de um clima moral na escola. Estes gestores intermédios da organização escolar surgiram com a publicação do DL n.º 115-A/98 de 4 de maio, e desde então os professores e as professoras que
desempenham o cargo - coordenadores de departamento - têm vindo a ser cada vez mais responsabilizados pela consecução dos objetivos e das metas definidas nos documentos orientadores da escola, principalmente o Projeto Educativo e o Plano Anual de Atividades.
Esta função foi assim paulatinamente ganhando visibilidade, sendo as suas funções largamente ampliadas não só na vertente da coordenação, mas principalmente nas dimensões de supervisão e de liderança. Alguns autores defendem que a liderança pode ser um fator
decisivo na melhoria da qualidade educativa das escolas, outros defendem que além disso o conhecimento da cultura e do clima moral das escolas pode ser uma mais-valia na dinâmica da organização escolar, dado que esse conhecimento pode levar a que ocorram alterações significativas na escola. Foi então, e com base num estudo realizado numa escola, que procurámos entender qual o papel dos Coordenadores de Departamento Curricular ao nÃvel da
gestão intermédia. Pretendeu-se perceber, mais especificamente, de que forma a liderança que estes exercem é assumida como um fator importante da qualidade de vida na escola (clima moral da escola). O trabalho que apresentamos desenvolveu-se com base numa fundamentação teórica que incide nas temáticas: da liderança, visando especialmente o cargo de coordenação de departamento curricular; da comunidade educativa; da cultura e do clima moral. No estudo empÃrico que se realizou privilegiou-se a aplicação da metodologia qualitativa. No final constatou-se, pela interpretação dos dados recolhidos, que os
coordenadores de departamento não assumiam explicitamente as suas funções de liderança,
embora a exercessem de forma subtil, privilegiando práticas fomentadoras de um clima moral positivo, designadamente na partilha de responsabilidades e na tomada de decisão, e no respeito pelos valores democráticos, tais como: igualdade, liberdade e solidariedade.The present work aims to provide a contribution in order to understand the role of the
Curricular Department Coordinator in the establishment of a moral climate in schools. These
intermediate managers appeared in schools organization with the publication of the
government decree DL n.º 115-A/98 of May the 4th, and since then the teachers that hold this
position - of department coordinator – have been held increasingly responsible for the
achievement of the goals and milestones as defined in the school ruling documents, mainly
the Educative Project and the Annual Activity Plan. This function gained increased visibility,
with their functions largely extended not only in the coordination domain, but mainly also in
the dimensions of supervision and leadership. Some authors claim that leadership can be a
main decisive factor that improves on quality of school education others claim, even more,
that the knowledge of culture and moral climate of schools can be a plus in school
organization dynamics, since this knowledge can lead to significant changes on schools. Then,
and based upon a study performed in a school, we intended to understand what is the role of
Curricular Department Coordinators at the intermediate management level. We envisage
understanding, specifically, in which way the leadership that they exert is assumed as an
important factor in school quality of life (moral climate of school). The work that we present
herein was developed based on a theoretical foundation that highlights the subjects of:
leadership, by considering specially the role of Curricular Department Coordinator; the
community of education; the culture and the moral climate. In the empirical study that was
performed we privileged the use of a qualitative methodology. In the end, it was concluded
that, by analyzing the collected data, the department coordinators did not assume explicitly
their leadership functions, even if they apply it in a very subtle way, by favoring a practice
that stimulates a positive moral climate, namely by sharing responsibilities and the decision
making process, also on the respect by other democratic values, such as: equality, liberty and
solidarity
Teoria da vinculação: O salto do comportamento para o nÃvel da representação
Nos últimos 30 anos, temos assistido, no contexto da investigação empÃrica sobre as
implicações desenvolvimentais da vinculação durante o perÃodo pré-escolar, a um aumento
significativo da utilização de metodologias semi-projectivas de elicitamento de narrativas,
frequentemente operacionalizadas sob a forma de tarefas de completamento de histórias
(e.g., Attachment Story Completion Task). Apontadas como uma forma válida de estudar a
qualidade e a organização dos Modelos Internos Dinâmicos (MID) de vinculação a sua
crescente aplicação parte da crença de que poderão funcionar, metaforicamente falando,
como uma janela para o mundo interno da criança, susceptÃvel de providenciar informação
não obtenÃvel pelos tradicionais métodos standard de avaliação psicológica. O presente
artigo procura discutir potencialidades e riscos da utilização deste tipo de metodologias para
a compreensão da estrutura, conteúdo, determinantes e evolução dos modelos internos
de crianças em idade pré-escolar, tomando como exemplo o Attachment Story Completion
Task. ------ ABSTRACT ------ In the last 30 years, the research field on attachment developmental implications,
and specially in what concerns the preschool years, has witnessed a considerable
growth in the use of semi-projective narrative methodologies, frequently in the form of story
completion tasks (e.g., Attachment Story Completion Task. Pointed out as a valid way of
studying the quality and the organization of children’s attachment Internal Working Models
(IWM), the intensification in its’ application stands on the belief that this type of tasks
can, metaphorically speaking, represent a window to the child’s internal world. The present
article aims to discuss potentialities and risks implied in the use of this type of methodologies
for a deeper understanding of the structure, content, roots and evolution of preschoolers’
IWM, considering the Attachment Story Completion Task as an example
A adopção: O Direito e os afectos: Caracterização das famÃlias adoptivas do Distrito de Lisboa
A adopção como experiência humana transcende todas as culturas e existe desde sempre, tendo desempenhado diferentes funções ao longo do tempo, reflectindo as mudanças sociais relativas ao modo como a sociedade encara as necessidades da criança, os modos de guarda, consoante as necessidades dos pais biológicos e dos pais adoptivos. Nas culturas da Europa Ocidental e Americana e ainda num grande número de outras culturas, acredita-se que a famÃlia é o melhor meio para a criança crescer. Assim a adopção é um procedimento legal que visa dar uma famÃlia à criança cujos pais biológicos não são capazes, não têm vontade ou estão legalmente proibidos de tomarem conta dela, assegurando-lhe uma famÃlia de carácter definitivo, capaz de lhe proporcionar um ambiente propÃcio ao seu desenvolvimento, assegurando as suas necessidades. Em Portugal, a legislação tem sido revista e alterada no sentido da promoção dos interesses da criança e da defesa dos seus Direitos. O presente estudo tem como objectivo geral a caracterização das famÃlias adoptivas do distrito de Lisboa e faz parte de uma investigação mais ampla sobre a qualidade da vinculação nas crianças adoptadas. Pudemos constatar que as famÃlias adoptivas apresentam a mesma diversidade e heterogeneidade que as famÃlias com filhos não adoptados, à excepção da sua (in)fertilidade e do número de anos de casamento (que é superior nas famÃlia adoptivas) até à chegada do primeiro filho. A adopção continua a ser, para a maioria das famÃlias adoptivas uma solução para o problema da infertilidade, embora as famÃlias procurem associar também uma motivação social. A criança adoptada está, na maioria dos casos, de acordo com a criança idealizada
Diferentes sistemas de cotação no ASCT são mais-valia ou fragilidade metodológica?
Referência no estudo das representações de vinculação durante o perÃodo
pré-escolar, o Attachment Story Completion Task (ASCT, Bretherton & Ridgeway,
1990), consiste numa metodologia semi-projectiva de completamento
de histórias realizável a partir dos 3 anos. Um aspecto controverso da sua utilização,
contudo, prende-se com o facto de o instrumento não obrigar ao uso exclusivo
de um único método de análise, condição que tem limitado a realização
de investigações comparativas e de meta-análises. Este estudo procura explorar
pontos de convergência e de divergência entre dois sistemas de cotação distintos.
O ASCT e a WPPSI-R (Wechsler, 1989) foram aplicados a 73 crianças (M
= 64; DP = 8.75), tendo as narrativas sido analisadas, de forma independente,
por duas equipas de investigadores, uma delas treinada no Sistema de cotação
e classificação de Dusseldorf (ver Gloger-Tippelt, Gomille, Koenig, & Vetter,
2002) e a outra na Escala de Segurança (Heller, 2000; Maia, VerÃssimo, Ferreira,
Silva, Fernandes, 2009). As pontuações de segurança estimadas pelos dois sistemas
não evidenciaram associações significativas com o Q.I. Verbal, nem com
a idade dos participantes, nem ainda com nenhuma das outras variáveis sóciodemográficas
consideradas. Apenas a Escala de Segurança pôs em evidência
efeito de género, com o desempenh. global das raparigas na tarefa a receber
valores significativamente mais elevados. Como hipotetizado, verificámos que
crianças identificadas, pelo Sistema Dusseldorf, como tendo representações de
vinculação seguras diferiram significativamente das crianças identificadas, pelo
mesmo sistema, como tendo representações inseguras (quer ambivalentes quer
evitantes), em termos da qualidade global das suas respostas, analisada através
da Escala de Segurança. Todavia, a análise da associação das pontuações intersistemas,
pôs em evidência que estas se encontram apenas moderadamente correlacionadas.
Com base na análise de dois excertos de entrevistas, é discutida
a possibilidade de as duas abordagens se debaterem com dimensões representacionais
e comportamentais distintas.ABSTRACT: The Attachment Story Completion Task (Bretherton & Ridgeway, 1990) is a
key methodology in the study of attachment representations during the pre-school
years, and it consists of a semi-projective narrative task that can be applied to
children as young as 3 years old. However, a controversial question regarding its
application arises from the fact that this instrument does not use a unique coding
system, a feature that constrains comparative and meta-analytic research. This
study attempts to explore points of convergence and divergence between two
distinctive methods of analysis. The ASCT and the WPPSI-R (Wechsler, 1989)
were applied to 73 pre-schoolers (M = 64, DP = 8.75). ASCT videos were coded
independently by two different teams of researchers, one trained in the Dusseldorf
Coding and Classification System (see Gloger-Tippelt, Gomille, Koenig,
& Vetter, 2002), and the other in the Security Scale (Heller, 2000; Maia, et all
2009). Scores estimated with the two systems did not show any significant associations
with children’s verbal I.Q. or age, neither with the socio-demographic
variables analyzed. Gender differences were found, only when using the Security
Scale coding system. Girls received, in average, significantly higher scores.
As expected, children who were identified, by the Dusseldorf System, as having
secure attachment representations, received significantly higher scores in terms
of their global performance in the task. No significant differences in this variable
were found between children in the insecure (avoidant and ambivalent) categories. However, a correlation analysis between the two systems showed that their
security scores were just moderately associated. Looking at two narratives of the
children’s interviews it is discussed the possibility that these systems may focus
distinct representational and behavioral dimensions
Maternal secure-base scripts and children’s attachment security in an adopted sample
Studies of families with adopted children are of special interest to attachment theorists because they
afford opportunities to probe assumptions of attachment theory with regard to the developmental
timing of interactions necessary to form primary attachments and also with regard to effects of shared
genes on child attachment quality. In Bowlby’s model, attachment-relevant behaviors and interactions
are observable from the moment of birth, but for adoptive families, these interactions cannot begin
until the child enters the family, sometimes several months or even years post-partum. Furthermore,
because adoptive parents and adopted children do not usually share genes by common descent, any
correspondence between attachment representations of the parent and secure base behavior of the
child must arise as a consequence of dyadic interaction histories. The objectives of this study were to
evaluate whether the child’s age at the time of adoption or at the time of attachment assessment
predicted child attachment security in adoptive families and also whether the adoptive mother’s
internal attachment representation predicted the child’s attachment security. The participants were
106 mother – child dyads selected from the 406 adoptions carried out through the Lisbon Department
of Adoption Services over a period of 3 years. The Attachment Behavior Q-Set (AQS; Waters, 1995)
was used to assess secure base behavior and an attachment script representation task was used to assess
the maternal attachment representations. Neither child’s age at the time of adoption, nor age of the
child at assessment significantly predicted the AQS security score; however, scores reflecting the
presence and quality of maternal secure base scripts did predict AQS security. These findings support
the notion that the transmission of attachment security across generations involves mutual exchanges
and learning by the child and that the exchanges leading to secure attachment need not begin at birth.
These results complement the findings and conceptual arguments offered by Bowlby and Ainsworth
concerning the critical influence of maternal representations of attachment to the quality of attachment
security in children
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