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    IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA INFECÇÃO POR CLOSTRIDIOIDES DIFFICILE EM HOSPITAIS BRASILEIROS

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    Introdução: A infecção por Clostridioides Difficile (CDI) constitui-se como uma das principais infecções associadas à assistência à saúde. No contexto da crise sanitária da COVID-19, foi observado aumento na incidência de IRAS, entretanto, o comportamento da incidência de CDI permanece controverso. O presente trabalho objetiva avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 na densidade de incidência de CDI, na adesão da higienização das mãos e no consumo de antimicrobianos em hospitais brasileiros. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico com dados de densidade de incidência de CDI, taxa de adequação de higienização de mãos e consumo de antimicrobianos (azitromicina, clindamicina, vancomicina, piperacilina-tazobactam, meropenem, levofloxacina e ceftriaxona) de 7 hospitais brasileiros, do período de junho de 2018 a dezembro de 2019 (pré pandemia) e junho de 2020 a dezembro de 2021 (pandemia). Os hospitais participantes eram de 4 diferentes estados (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná), três deles públicos e quatro privados. Foi realizada comparação dos dois períodos do estudo, utilizando o teste U de Mann-Whitney por meio do programa R versão 4.1.0, tendo sido considerado o valor de p<0.05 como estatisticamente significante. Também foi realizada série temporal da densidade de incidência de CDI e consumo de antimicrobianos (DDD), com aplicação de regressão de Joinpoint, sendo considerado intervalo de confiança de 95%. Resultados: Não foi observada diferença estatística de incidência de CDI nos dois períodos (1,40 [0,00‒2,71] pré pandemia e 1,74 [0,00‒3,05] na pandemia; p=0,20). Na pandemia, a regressão de Joinpoint não apresentou ponto de inflexão, entretanto, houve aumento percentual médio de 4% (p=0,081). A proporção da higienização da higiene das mãos também não foi diferente (p=0,084). Por outro lado, houve aumento do consumo de azitromicina (p<0,01) e levofloxacina (p<0,01) e redução de ceftriaxona (p=0,003) no período da pandemia em comparação ao anterior, sem diferença nos demais. Em série histórica da pandemia, houve aumento do consumo de meropenem e vancomicina entre dezembro de 2020 e abril de 2021. Conclusão: Ao longo da evolução da COVID-19, a interação entre medidas de proteção e risco como aumento de consumo de antibiótico podem ter influenciado de formas distintas o controle da CDI, sem aumento significativo da incidência em relação ao período anterior, porém, com tendência de aumento ao longo de 2020 e 2021
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