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Como Planear um Ensaio Clínico em Cardiologia. Aspectos Fundamentais
A experiência clínica acumulada resultante
da observação seriada de doentes introduz
enviesamento na avaliação da eficácia dos
fármacos. Apenas com um ensaio clínico, se
adequadamente desenhado, é possível
minimizar o enviesamento e avaliar essa
eficácia. No entanto, o planeamento de um
ensaio clínico é a área em que a experiência
clínica pode ser útil. Os autores revêem os
aspectos fundamentais da metodologia dos
ensaios clínicos em Cardiologia,
nomeadamente as várias fases da investigação
clínica em humanos, a definição da
população, as formas de limitar o
enviesamento, os desenhos possíveis dos
estudos, as opções de aleatorização, a
dimensão da amostra, os tipos de resultados e as precauções a ter no seguimento
Risco Cardiovascular Associadoà Interrupção dos Antiagregantes Plaquetares e Anticoagulantes Orais
Diversas situações clínicas estão associadas
a risco aterotrombótico (por exemplo
endopróteses coronárias) ou tromboembólico
(por exemplo próteses valvulares mecânicas).
Inúmeros doentes fazem terapêutica regular
com antiagregantes ou anticoagulantes, cujo
risco hemorrágico associado coloca problemas
delicados quando o doente tem que ser
submetido a um procedimento cirúrgico.
Por outro lado, a suspensão da medicação
antitrombótica repõe o risco da situação de
base e vulnerabiliza o doente. Os autores
reveêm a literatura recente sobre este tema e propõem esquemas práticos de actuação em
diversas situações
Não compactação do Ventrículo Esquerdo. Revisão da Literatura a Propósito de um Caso Clínico
A não compactação isolada do ventrículo
esquerdo (NCIVE) constitui uma etiologia rara de miocardiopatia dilatada, caracterizando-se do ponto de vista morfológico por apresentar dilatação do ventrículo esquerdo, com exuberante padrão trabecular. Embora não esteja claramente demonstrado, é geralmente aceite que a NCIVE resulta da paragem do processo de compactação miocárdica durante a
embriogénese. Têm sido descritas formas
familiares, estando identificadas alterações de genes que codificam proteínas de ligação entre a matriz extra-celular e o citoesqueleto. O quadro clínico é frequentemente dominado por sintomas e manifestações de insuficiência cardíaca, sendo as complicações cardio-embólicas e disrítmicas, causa frequente de morbilidade e mortalidade. O diagnóstico tem por base critérios clínicos e ecocardiográficos, e a estratégia terapêutica assenta nas recomendações estabelecidas para o tratamento da insuficiência cardíaca,
destacando-se a importância da hipocoagulação e prevenção de disrtimias malignas. Os autores descrevem o caso clínico de um homem de 29 anos, internado por um quadro de insuficiência cardíaca congestiva em classe IV da NYHA, com dilatação do ventrículo esquerdo, acompanhada de exuberante trabeculação das paredes, disfunção sistólica grave e volumoso trombo apical. A evolução clínica foi favorável após terapêutica farmacológica convencional e perfusão de
levosimendan, tendo tido alta melhorado, em
classe I-II da NYHA. Cerca de 18 meses após
alta hospitalar, faleceu subitamente no
domicílio. A propósito do caso, foi feita uma revisão da literatura actual sobre a NCIVE, no que se refere à etiopatogenia, critérios de diagnóstico e orientação terapêutica
Enfarte do Miocárdio Combinado: a Propósito de Dois Casos
O enfarte agudo do miocárdio define-se como
combinado quando o electrocardiograma (ECG)
revela a existência de corrente de lesão nas
derivações inferiores e anteriores. Do ponto de vista fisiopatológico pressupõe o envolvimento de isquémia aguda transmural de territórios vasculares contra-laterais em simultâneo. Constitui um evento raro, e por isso os autores descrevem dois casos clínicos de doentes internados por enfarte combinado. Subsequentemente discute-se a relação dos dados electrocardiográficos com os dados angiográficos e o seu valor na avaliação prognóstica desta entidade clínic
Um insucesso de desfibrilhação por CDI resolvido de uma forma pouco habitual
Um Cardioversor Desfibrilhador Implantável
(CDI) destina-se a detectar arritmias
ventriculares potencialmente fatais e a
terminá-las, quer por estimulação
ventricular rápida quer através de uma
descarga eléctrica. Actualmente, é uma
terapia aceite na prevenção primária e
secundária da morte súbita cardíaca. A
configuração típica de um CDI é de um
eléctrodo de sensing e de desfibrilhação no
ventrículo direito (VD) com dois coils (um
distal, no ventrículo e outro próximal, na
junção da veia cava superior (VCS) com a
aurícula direita) que juntamente com o
gerador, forma a designada “tríade
ventricular”. Esta configuração embora seja
eficaz na maior parte dos doentes, não é a
mais racional do ponto de vista eléctrico
pois o vector de choque encontra-se
deslocado anteriormente em relação à maior
parte do ventrículo esquerdo (VE).
Descreve-se um caso de incapacidade de
desfibrilhação pelo CDI resolvido com a
implantação de um eléctrodo adicional
numa veia tributária do seio coronário
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