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    "De frente pro crime": cultura organizacional e socialização dos peritos ingressantes no departamento de criminalística do instituto-geral de perícias do Rio Grande do Sul

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    A pesquisa objetivou verificar como determinados aspectos da cultura organizacional do Departamento de Criminalística são transmitidos aos neófitos, por meio do curso de formação de peritos; quem são esses ingressantes; qual a significação que o curso e as futuras atividades a serem desenvolvidas possuem para eles. Os dados foram obtidos mediante o fazer etnográfico, tendo por técnicas a observação participante, realizada com a presença da pesquisadora no módulo Local de Crime contra a Vida, realizado de maio a junho de 2009, além de consulta a materiais documentais e aplicação de um questionário de perguntas abertas a 29 alunos. A análise dos dados seguiu os preceitos da etnografia, que preconiza o diálogo entre o êmico, o ético e os teóricos referenciados. Os resultados apontam ênfase em determinados aspectos presentes na atuação dos peritos, a saber: responsabilidade, dedicação, impossibilidade de cometer erros, que, se por um lado, traz uma contribuição positiva, ao reforçar a importância do papel a ser desempenhado, por outro, gera angústia e medo nos ingressantes, em razão da inexperiência deles, levando a uma tensão que pode ser prejudicial ao exercício profissional. Contudo, o estigma inerente à atuação dos peritos ficou entre os não ditos e só será verificado pelos ingressantes quando de suas atuações no dia a dia

    Trabalho, saúde e subjetividade sob o olhar dos trabalhadores administrativo-operacionais de um hospital geral, público e universitário Work, health and subjectivity in the viewpoint of administrative and operational workers in a public general university hospital

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    Este estudo se inscreve no campo da saúde do trabalhador, analisando o trabalho hospitalar a partir das experiências dos trabalhadores. O objetivo da investigação foi analisar o sofrimento dos trabalhadores da área administrativo-operacional e as estratégias de produção de saúde, em razão da frequente ocorrência de adoecimentos e afastamentos do trabalho. O campo conceitual articula os conceitos de trabalho, saúde e subjetividade, buscando a ampliação da análise dos aspectos centrados no diagnóstico clínico. Nas estratégias metodológicas parte-se dos pressupostos da pesquisa-intervenção, utilizando o grupo-dispositivo para operar no campo, aliado às entrevistas individuais, observações nos locais de trabalho e intervenção fotográfica. As análises apontam a configuração do sofrimento do trabalhador administrativo-operacional relacionada à vivência da invisibilidade, gerada pelos embates nas relações profissionais na organização do trabalho no hospital, onde seu lugar é associado ao desvalor e à desqualificação. Os jogos de verdade no hospital mostram que o trabalho reconhecido como tendo valor está ligado à medicina e ao lugar de destaque que o saber médico ocupa historicamente no hospital. Os trabalhadores estudados sugerem vivências de impotência frente às demandas dos pacientes e familiares, considerando as limitações impostas pelas políticas públicas na área de saúde. Frente aos tensionamentos originados nessas vivências, produzem estratégias ligadas à produção da saúde e ao enfrentamento do cotidiano de trabalho no hospital. A pesquisa intervenção propiciou agenciamentos múltiplos no grupo, tornando mais viável efetivar as transformações necessárias nas relações de trabalho, trazendo novos sentidos e buscando outros modos de subjetivação.<br>This study falls within the field of occupational health, analyzing the hospital work from the experiences of workers. The purpose of this investigation was to analyze the suffering of administrative and operational workers and the strategies of health production, due to the frequent occurrence of illnesses and absences from work. The conceptual field articulates the concepts of work, health and subjectivity, seeking the extension of the analysis of the focus in clinical diagnosis. The methodological strategies are based on the assumptions of intervention research, using the group device to operate in the field, combined with individual interviews, observations in the workplace and photographic intervention. The analyses show the configuration of the suffering of administrative and operational worker as related to the experience of invisibility, generated by collisions in labor relations in the organization of work at the hospital, where his place is associated with unworthiness and disqualification. Games of truth in the hospital show that the work recognized as having value is linked to medicine and to the prominent place medical knowledge historically occupies in the hospital. The workers studied suggest experiences of powerlessness in the face of demands of patients and families, considering the limitations imposed by public health policies. In view of the tensions generated in these experiences, they produce strategies linked to the production of health and coping with daily work in the hospital. The intervention research has provided multiple assemblages in the group, making it feasible to carry out the necessary changes in working relationships, bringing new meaning and seeking other modes of subjectivation
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