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Escolaridade e Capacidade de Abstração:: Um Estudo com o Teste Brasileiro de Provérbios
This paper aims to evaluate the influence of the schooling on abstraction capacity. Such capacity was evaluatedthrough the Brazilian Test of Proverbs, that allows evaluation of thought concretude or abstraction as a funetion of the subjects'responses. Subjects were 61 male and female adults, aged 18 to 67 years old, divided in two groups: Group "A, low levei ofschooling, was attending night school 3a1 or 4th grades; and Group B, high levei of schooling, was attending 5th to 8th grades.The degree of dependence and the strength of association among the variables schooling, sex, age and the levei of abstraction,were evaluated by the chi-square test and the Tschuprow Coefficient (7). The results demonstrated that: (1) there were nodifferences between sex and age; (2) Group B subjects showed higher levei of abstraction, although the number of significantcorrelations among the variables was not high. The few significant correlations between abstraction capacity and schoolingmay be due to the little contrast between the two groups and to the fact that the proverbs were often used by subjects in theirspeech.RESUMO - Este trabalho se propôs investigar a influencia da escolaridade sobre a capacidade de abstração. Esta foi avaliada através do Teste Brasileiro de Provérbios, que permite avaliar a concretude e abstração do pensamento em função do tipo de resposta emitida pelo sujeito. Participaram como sujeitos 61 adultos de ambos os sexos, entre 18 e 67 anos, de classe sócio-econômica baixa, divididos em dois grupos. O Grupo A - de menor escolaridade - cursava a 3a ou 4a série de uma escola noturna; o Grupo B - de maior escolaridade - freqüentava entre a 5a e 8a séries. Para avaliar o grau de dependência e a força de associação entre as variáveis escolaridade, sexo e idade dos sujeitos e o nível de abstração foram utilizados o qui-quadrado (% ) e o Coeficiente de Tschuprow (T). Foi verificado: (1) a inexistência de diferenças em relação ao sexo e à idade; (2) que sujeitos com maior escolaridade revelaram nível de abstração mais acentuado, porém o número de itens significantes não foi muito expressivo. Discutiu-se o baixo número de correlações significantes entre a capacidade de abstração e a escolaridade em função de contrastes não muito acentuados entre os grupos no tocante à escolaridade e do uso costumeiro de provérbios no linguajar dos sujeitos
Policy brief. A experiencia contemporanea da politica entre jovens do sul do Brasil
A presente investigação teve como objeto de estudo dos movimentos/ organizações políticas formados por uma juventude contestadora anticapitalista local e nacionalmente. Suas ações coletivas são autônomas com relação à política institucional, com intervenções que fazem parte do campo de luta que se confronta com o poder do Estado, mas com uma pauta que acompanha os grandes problemas no âmbito nacional.
Nesta juventude buscou-se subsídios para a compreensão da experiência da política contemporânea das novas gerações cujos desdobramentos nas relações coletivas podem ser traduzidos como ações políticas que adquirem um sentido singular, mas não menos comprometido como instrumento de uma coletividade, o que tem um valor político claro.
Identificou-se a constituição e distinção das organizações políticas a que pertencem os jovens; relacionou-se a gênese dos seus vínculos coletivos, registrando, analisando as formas organizativas e visando indicar a tendência social e política para onde apontam as suas contestações. As questões da igualdade, democracia e direitos foram questões sobre as quais nos debruçamos, tendo em vista que são pautas de luta política desta juventude.
O período de realização da pesquisa, em todas as suas etapas, ocorreu na conjunção dos acontecimentos e manifestações políticas que eclodiram nas ruas das cidades brasileiras a partir de junho de 2013, cabendo lembrar que a pauta de reivindicação especifica de um dos movimentos foco da investigação o Movimento Passe Livre foi o estopim da revolta que se alastrou pelo país e, colocou em evidencia diversas organizações juvenis que até então eram desconhecidas do conjunto da população, e mesmo da academia.
Os jovens sujeitos da investigação, portanto, integraram a multidão que esteve nas ruas nesse momento e instalaram um cenário de protestos, revolta e indignação e, embora não houvesse unanimidade nos seus manifestos, deixaram evidente um questionamento do modelo de desenvolvimento urbano para onde caminha o país e o descrédito do modelo de representação política adotado. Na condição de um país da periferia do capitalismo, vivendo intensas mudanças políticas, culturais e no direcionamento da sua economia para fortalecimento do mercado interno sob a lógica de relações com o mundo globalizado, o território brasileiro passa por grandes mudanças. E muitas delas vão deixando mais nítida a relação do desenvolvimento das cidades brasileiras com setores da elite econômica e política nesse processo. Deste modo, pode-se afirmar que a bandeira do direito à cidade sintetiza toda esta problemática e, embora nem todos os movimentos analisados se fixem nele como pauta, a trajetória da pesquisa autoriza-nos afirmar que esta pode ser um ponto de partida legítimo para pensarmos a tendência das ações coletivas juvenis hoje.
A observação das manifestações de contestação no país, demonstrou que a ação direta, contém o peso de um conteúdo crítico adotado por estes movimentos contemporâneos, um fato tendencial como política real, não exclusiva, programática porque, ao contrario do que pensa e simplifica o senso comum, ela está presente no Brasil de forma generalizada. São incontáveis os movimentos e manifestações diárias que optam pelas barricadas, pelas assembléias de rua, pela fustigação da policia, pela depredação de sedes de órgãos públicos e policiais, lojas comerciais de luxo, agencias bancárias, embora com repertório sem sempre organizado como o dos movimentos estudados. Blocos de ação saem às ruas com fins de proteger os que protestam e protestar através do quebra-quebra.
Estes fatores confirmaram a pertinência da proposta desta investigação quando toma como objeto a contestação política organizada de uma juventude insurgente contra a ordem instituída. E ainda, quando localiza nos acontecimentos das jornadas de luta de 2013 as hipóteses que vinham se construindo a respeito do agir político do jovem contemporâneo, que forneceu elementos para a metodologia e o planejamento da pesquisa.
Considerou-se na pesquisa que as ações insurgentes dos jovens nas ruas são os indicadores da sua capacidade de resposta para o silencio institucional instalado que age diante das demandas populares como cegos num tiroteio, preocupados em resolver os problemas na sua aparência. Em outras palavras, não respondem, não conseguem mobilizar a máquina do estado na direção da população e suas expectativas democráticas, não por outra coisa, senão por impossibilidade de os fins institucionais se atualizarem diante do chamado da realidade que exige delas uma mudança real.
Ao longo de nossa análise procuramos não generalizar a idéia do anacronismo ou limites das instituições de um lado, e as manifestações de ação direta de outro, como formas binárias, o bem e o mal. Com o esgotamento das instituições representativas, preparadas para a concorrência, conformação e legitimação, a ação direta, também, pode ser observada como tática de confronto e desestabilização por parte de grupos ou interesses com motivos autoritários ou mesmo fascistas, confundindo discursos, por vezes antagônicos.Introdução5
O ponto de partida revisão da bibliografia9
Sobre o protagonismo juvenil9
Sobre a juventude como sujeito histórico13
Socialização em crise15
Percepção e enfoque sobre a juventude (e a política) pós anos de chumbo16
O velho e o novo na experiência política dos jovens contemporâneos21
Poder e fazer da juventude autonomista o olhar militante e o olhar a distância 26
As mediações simbólicas na experiência da política33
Os jovens contra o monopólio das comunicações35
Ativismo e militância: as TICs na disputa da comunicação da ação política 39
A experiência da política, experiência da vida42
O direito à cidade, relações socioeducativas, participação e constituição do
sujeito o caso do MPL44
Experiência, educação e política 52
Experiência e emancipação do sujeito55
O sentido da política59
Notas para a compreensão da experiência política contemporânea62
O compromisso da linguagem a palavra é a coisa64
O que há de político nas ações coletivas juvenis64
A política que faz sentido65
Objeto e metodologia da pesquisa.................................................................................68
A pesquisa e a multidão nas ruas em junho de 201370
A repercussão ao investigar jovens na mira das armas71
Sobre os resultados esperados71
O campo da pesquisa73
O Movimento Passe Livre73
A 1ª Geração do MPL73
Duas gerações, um movimento83
A origem nacional do MPL e os princípios comuns aos coletivos85
A bandeira da Tarifa Zero e seu princípio de realidade88
Relações com a ordem institucional 94
A farsa da licitação dos transportes em Florianópolis98
Gênero como um dos dissensos do coletivo105
É possível superar o dissenso?109
Coletivo Anarquista Bandeira Negra110
O Bandeira Negra e a experiência popular112
Apêndice115
Brigadas Populares117
Vínculos e referências político-ideológicas a sinopse do Manifesto122
ANEL Assembleia Nacional dos Estudantes Livre126
Os congressos da ANEL e suas decisões130
O 2º Congresso 133
As lutas da ANEL135
As concepções que orientam a entidade136
A ANEL e os partidos políticos137
A ANEL e as jornadas de junho de 2013138
Levante Popular da Juventude141
Estrutura organizativa142
Os escrachos como forma de ação política145
As jornadas de junho de 2013145
Black Blocs147
Os Black Blocs e as manifestações de junho150
Análise conclusiva154
Referências163
Lista de siglas169
Anexos
I. Panorama de indicadores da população jovem brasileira172
II. Cronologia dos protestos nas Jornadas de Rua de 201319
Uma experiência de planejamento urbano comunitário: O caso da planície do Campeche - Florianópolis - SC. Brasil
Este trabalho relata a construção sócio-comunitária de um plano diretor sustentável para a planície do Campeche, produzido pelo Movimento Campeche Qualidade de Vida � MCQV. O MCQV mobilizou a sociedade civil contrária ao plano diretor proposto pelo governo municipal através de uma série de ações, dentre elas o 1º Seminário Comunitário de Planejamento do Campeche que estabeleceu, em 1997, diretrizes para o desenvolvimento sustentável da região. O documento resultante deste encontro � Dossiê Campeche � foi enviado aos órgãos públicos (federais, estaduais e municipais) no mesmo ano. Dois anos após, vendo excluídas as propostas e diretrizes comunitárias, e frente à ameaça de aprovação do plano diretor do governo, altamente destrutivo e insustentável hidricamente, a comunidade em assembléia decidiu elaborar seu próprio plano com base nos princípios apresentados no Dossiê Campeche. Em oficinas itinerantes de planejamento urbano a comunidade produziu o Plano Comunitário para a Planície do Campeche � proposta para um desenvolvimento sustentável que foi entregue à Câmara de Vereadores de Florianópolis em março de 2000