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    AUTÓPSIA MINIMAMENTE INVASIVA: LIÇÕES A PARTIR UM CASO DE RAIVA HUMANA

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    Introdução/objetivo: A Autópsia Minimamente Invasiva (AMI) é uma abordagem baseada em agulha destinada a coletar amostras dos principais órgãos e fluidos do cadáver. AMI é uma técnica validada como alternativa à autópsia convencional. O procedimento reduz acentuadamente a desfiguração do corpo em comparação com a autópsia completa, com maior aceitabilidade pelas famílias dos falecidos pacientes e maior rapidez para liberação do corpo. Ela já tem sido utilizada para a investigação post-mortem de várias doenças. Pela facilidade, tem sido considerada para casos ou situações que necessitem de celeridade. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da aplicação da AMI em um caso de raiva humana (RH) e realizar uma revisão da literatura. Metodologia: Estudo retrospectivo e descrição de novo método diagnóstico para RH, em Fortaleza-CE, 2023. Resultados: Paciente masculino, 36 anos, procedente de Cariús-Ce (a 400km de Fortaleza), deu entrada na emergência com história de parestesia em membro superior direito, associado a quadro de agitação psicomotora, desorientação, espasmos musculares e diaforese. Segundo a família, sofreu mordedura por sagui no punho direito dois meses antes do atendimento e não realizou profilaxia antirrábica. O paciente foi transferido para Fortaleza-CE, e, no 6° dia de internamento, evoluiu para óbito. Mesmo sendo esclarecida sobre a importância da necropsia para o caso, a família recusou a retirada do cadáver para o Serviço de Verificação de Óbitos. No entanto, a família concordou que amostras de tecido fossem coletadas, desde que no próprio hospital. Foi enviada a equipe de AMI do SVO, sendo coletadas amostras do tecido encefálico e enviadas para o Laboratório Central de saúde pública (LACEN-Ce). As amostras foram submetidas à imunofluorescência direta (IFD) e resultaram positivas. Este resultado foi confirmado pela IFD da biópsia de nuca coletada antes do óbito. Conclusão: Aqui relatamos um caso de RH diagnosticado por AMI, uma estratégia extensamente investigada no diagnóstico de Covid-19 e arboviroses, na impossibilidade do método convencional. O procedimento reduz acentuadamente a desfiguração do corpo em comparação com a autópsia completa, que pode aumentar a aceitabilidade pelas famílias dos pacientes. No caso descrito, os métodos convencionais resultaram inicialmente negativos, mas AMI possibilitou a coleta de histopatológico em amostragem adequada para a realização de imunofluorescência e diagnóstico rápido e assertivo

    CASO DE RAIVA HUMANA APÓS MORDEDURA POR SAGUI (CALLITHRIX JACCHUS) EM PACIENTE COM COVID-19: EVOLUÇÃO CLÍNICA, CUIDADOS INTENSIVOS E CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO

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    Introdução/objetivo: A raiva humana(RH) é uma zoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico contido na saliva e secreções do animal infectado, através de mordedura ou arranhadura. Dentre os principais reservatórios da raiva no Brasil, encontram-se os saguis de tufo branco (Callithrix jacchus), pequenos primatas diurnos que se alimentam de frutos e insetos. Esse trabalho objetiva descrever um caso de RH em paciente do Ceará, com SARS-CoV-2, após mordedura por sagui. O presente trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) (Protocolo N° 6.075.627). Resultados: Homem, 36 anos, natural de Cariús-CE, procurou atendimento em maio/2023 em UBS com história de trauma por arma branca, queixando-se de parestesia e dor em membro superior direito. Naquele momento, não relatou agressão por animal. Após 2 meses, deu entrada na emergência com quadro de agitação psicomotora, desorientação, espasmos musculares e diaforese. Após inquérito epidemiológico, familiares informaram que o paciente sofreu mordedura por sagui no punho direito em fevereiro/2023. O paciente não recebeu profilaxia antirrábica. Após 48h, evoluiu com rebaixamento do sensório, necessitando de ventilação mecânica e suporte intensivo. Iniciado vitamina C EV 1g/dia e Amantadina 100mg VO de 12/12h, além de sedação com midazolam e ketamina conforme protocolo de Milwaukee. Punção lombar revelou líquor límpido, glicorraquia 46 mg/dL, proteinorraquia 181 mg/dL, celularidade de 68 cel/mm³. RT-PCR para Covid-19 em amostra respiratória resultou positivo. No 6° dia, paciente evoluiu com disautonomia e bradicardia refratária às medidas clínicas evoluindo a óbito. A investigação para RH evidenciou: imunofluorescência direta(IFD) do LCR e RT-PCR de amostras de saliva foram negativas. A biópsia de nuca e de tecido encefálico coletado post-mortem foram positivas para a raiva na IFD. Conclusão: A maioria dos casos de RH tem ocorrido após agressão de animais selvagens e de interesse econômico. Um caso de RH no Ceará não era registrado há 7 anos. O último caso de RH por mordedura de sagui ocorreu em 2012. Inquéritos epidemiológicos evidenciaram novas linhagens do RABV circulando nestes animais. O período de incubação apresentado foi de 60 dias e a sintomatologia ocorreu durante a coinfecção com COVID-19. Provavelmente não houve relação entre as doenças. A conscientização da população e a profilaxia antirrábica ainda são fundamentais

    ELABORAÇÃO DE UMA FERRAMENTA DE REGISTRO E GESTÃO ELETRÔNICA DOS INDICADORES DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA REDE DE HOSPITAIS DA SECRETARIA DE SAÚDE DE UM ESTADO DO NORDESTE DO BRASIL

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    Introdução: O Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA) requer a aplicação de instrumental que favoreça agilidade, acurácia e confiabilidade do registro dos dados, dado a alto volume de informações envolvido com esses pacientes. Objetivo: Implantar uma ferramenta de registro eletrônico para o acompanhamento farmacoterapêutico eletrônico de antimicrobianos em um Hospital Universitário de referência no Nordeste do Brasil. Métodos: Entre 2019 a 2022 a ferramenta foi desenvolvida com as seguintes etapas: 1) reuniões técnicas entre o time PGA, Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e Área da Tecnologia da Informação para melhor entendimento do fluxo; 2) alinhamento dos processos de trabalho; 3) avaliação das necessidades e parâmetros a serem contemplados; 4) fase inicial de teste do protótipo do modelo; 5) treinamento dos envolvidos na tríade prescrição-emissão do parecer-dispensação e 6) divulgação e implementação do novo formato nas diversas Unidades de Internação do Hospital. Este estudo submetido ao Comitê de Ética com número de aprovação 3697674. Resultados: Após implantação foram analisadas 5.970 fichas do PGA. O instrumento de gerenciamento de ATM eletrônico foi setorizado em quatro macro seções. Estas, foram divididas quanto aos parâmetros que avaliam os dados sociodemográficos do paciente, os clínico-terapêuticos, os microbiológicos e as intervenções do PGA/intervenções farmacêuticas. Na sessão referente aos dados sociodemográficos tem-se 10 parâmetros como o nome completo do paciente, data de nascimento, idade e prontuário. Já nas variáveis clínicas foram contempladas 13 informações, como pode-se destacar o provável diagnóstico, os antimicrobianos em uso, com sua posologia e data de início do tratamento, além da indicação do ATM. Em relação à aba eletrônica dos dados microbiológicos resultaram em campos para culturas prévias, o microrganismo isolado e o seu antibiograma. Finalmente, na etapa final das intervenções, tem-se informações como o parecer do time operacional do PGA, bem como o desfecho de cada situação clínica pelo farmacêutico clínico. Conclusão: Portanto, entende-se que a ferramenta eletrônica de monitorização de ATM sistematizou o processo de documentação e registro. A informatização e a automação atuam como suporte estratégico para o Programa de Gerenciamento dos Antimicrobianos, otimizando os processos, armazenamento de maneira segura as informações e favorecendo o cuidado interdisciplinar

    MÉTODOS MOLECULARES E MICROBIOLOGIA CONVENCIONAL NA IDENTIFICAÇÃO DE AGENTES ETIOLÓGICOS E NO TRATAMENTO DE MENINGOENCEFALITES AGUDAS

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    Introdução/Objetivo: O diagnóstico precoce das meningites agudas impacta na conduta médica terapêutica, e a identificação da etiologia fornece subsídios para adequação da terapia antimicrobiana. Objetivamos avaliar o impacto dos métodos moleculares e da cultura na identificação etiológica e na modificação da terapia antimicrobiana e antiviral inicial nas meningoencefalites agudas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital São José de Doenças Infecciosas (CAAE: 52811521.7.0000.5044). Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes com meningoencefalite aguda (<14 dias), diagnosticados por métodos moleculares (Genexpert® Cepheid e PCR Filmarray® Biomerieux) e/ou culturas tradicionais (ágar chocolate, ágar sabouraud e MGIT) em hospital de referência em doenças infecciosas, de 2019 a 2021. A análise estatística foi realizada em Excel e o teste utilizado foi o qui-quadrado (significância se p <= 0,05). Resultados: 152 pacientes foram incluídos no estudo com meningoencefalites agudas. Dos 152 pacientes, 113 realizaram PCR Filmarray®, 46 realizaram Genexpert®, 98 realizaram cultura para germes piogênicos, 26 cultura para micobactérias e 32 culturas para fungos. Um total de 85 (56%) tiveram o diagnóstico etiológico confirmado. Dos 85 pacientes, 43 foram identificados por PCR Filmarray®, 7 por Genexpert® e 14 por cultura convencional, 5 por cultura p/ fungos, 7 por PCR Filmarray® e cultura convencional. Os melhores desempenhos (positividade) foram, respectivamente: PCR Filmarray® (n = 43/113; 38%), Genexpert® (n = 7/46; 15,2%) e cultura (n = 14/98; 14,4%). No grupo do PCR Filmarray® foram identificados vírus (n = 23/43; 53,5%), bactérias (n = 18/43; 41,9%), e fungos (n = 5/43;11,6%). A cultura identificou: C. neoformans (n = 2), S. pneumoniae (n = 3), S. suis I (n = 2), S. agalactiae (n = 1), S. aureus (n = 1), K. pneumoniae (n = 1), Corynebacterium jeikeium (n = 1). Percebeu-se o ganho de diagnóstico com biologia molecular de 23,6% (p = 0,0003). Um total de 22% (25/113) e de 18% (18/98) dos pacientes tiveram antibioticoterapia modificada, pelo PCR Filmarray® e pelas culturas para germes piogênicos. Conclusão: Métodos moleculares trazem informações complementares aos métodos tradicionais. Foram encontrados agentes etiológicos incomuns, como fungos e micobactérias. Uma proporção moderada de pacientes teve terapia modificada pelos resultados. Houve mais frequente solicitação de PCR Filmarray® e genexpert do que as culturas, o que pode significar subutilização das culturas

    AVALIAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO CLÍNICO E LABORATORIAL DE PACIENTES PÓS COVID 19 DURANTE A PRIMEIRA E SEGUNDA ONDA

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    Introdução e objetivos: COVID-19 é uma infecção respiratória causada pelo vírus Coronavírus-2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-COV-2). Dentre a população acometida por essa patologia, muitas permanecem com sintomas após a fase aguda das doenças, tais sendo chamadas de Síndrome pós-COVID. Esse estudo foi desenhado com o objetivo de pacientes pós-internação por COVID-19 durante a primeira (2020) e segunda onda (2021). Métodos: Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, em que os dados sociodemográficos foram coletados por meio de prontuários dos pacientes infectados por COVID-19 do Hospital terciário, na cidade de Fortaleza-CE, durante os anos de 2020 e 2021. Resultados: A pesquisa contou com um total 395 pacientes na primeira onda e 152 na segunda onda. Sexo masculino 215 pacientes da primeira onda (54,43%) e 107 durante a segunda onda (70,4%). Idade média da primeira onda 56,7 anos. Durante a primeira onda, 138 pacientes retornaram para consulta e os sintomas mais frequentes foram nas avaliações de 3/6/12 meses: fadiga com 23/13/3, perda de memória 3/4/0, insônia 7/5/0, ansiedade 8/4/1, depressão 6/4/0, dores articulares 5/3/0, queda de cabelo 8/5/0, dores musculares 18/4/1, evento trombótico 3/1/0, dispnéia aos médios e grandes esforços 17/5/2 e tosse 24/3/1. Dos exames laboratoriais 26/11/6 apresentavam PCR elevado, 8/6/2 com d-dimeros elevados, 25/14/3 apresentavam alteração tomográfica pulmonar e 2/3/3 com alteração ecocardiográfica. Durante a segunda onda, 101 pacientes retornaram para consulta e os sintomas mais frequentes foram nas avaliações de 3/6/12 meses: fadiga com 5/0/0, perda de memória 5/1/0, insônia 3/1/0, ansiedade 3/4/0, depressão 10/5/0, dores articulares 4/1/0, queda de cabelo 8/0/0, dores musculares 6/0/0, evento trombótico 4/1/0, dispnéia aos médios e grandes esforços 0/2/0 e tosse 12/1/0. Dos exames laboratoriais 26/11/1 apresentavam PCR elevado, 2/0/1 com d-dimeros elevados, 3/2/1 apresentavam alteração tomográfica pulmonar e 0/0/3 com alteração ecocardiográfica. Conclusão: Com base nos resultados apresentados, pode-se observar algumas diferenças entre a primeira e a segunda onda do estudo. No grupo da primeira onda, houve uma maior incidência de sintomas relatados pelos pacientes em comparação com a segunda onda. Além disso, os pacientes da primeira onda apresentaram uma maior prevalência de alterações nos exames laboratoriais, como elevação do PCR, dímeros D elevados e alterações tomográficas pulmonare

    Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil

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    Brazilian Flora 2020: Leveraging the power of a collaborative scientific network

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    International audienceThe shortage of reliable primary taxonomic data limits the description of biological taxa and the understanding of biodiversity patterns and processes, complicating biogeographical, ecological, and evolutionary studies. This deficit creates a significant taxonomic impediment to biodiversity research and conservation planning. The taxonomic impediment and the biodiversity crisis are widely recognized, highlighting the urgent need for reliable taxonomic data. Over the past decade, numerous countries worldwide have devoted considerable effort to Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC), which called for the preparation of a working list of all known plant species by 2010 and an online world Flora by 2020. Brazil is a megadiverse country, home to more of the world's known plant species than any other country. Despite that, Flora Brasiliensis, concluded in 1906, was the last comprehensive treatment of the Brazilian flora. The lack of accurate estimates of the number of species of algae, fungi, and plants occurring in Brazil contributes to the prevailing taxonomic impediment and delays progress towards the GSPC targets. Over the past 12 years, a legion of taxonomists motivated to meet Target 1 of the GSPC, worked together to gather and integrate knowledge on the algal, plant, and fungal diversity of Brazil. Overall, a team of about 980 taxonomists joined efforts in a highly collaborative project that used cybertaxonomy to prepare an updated Flora of Brazil, showing the power of scientific collaboration to reach ambitious goals. This paper presents an overview of the Brazilian Flora 2020 and provides taxonomic and spatial updates on the algae, fungi, and plants found in one of the world's most biodiverse countries. We further identify collection gaps and summarize future goals that extend beyond 2020. Our results show that Brazil is home to 46,975 native species of algae, fungi, and plants, of which 19,669 are endemic to the country. The data compiled to date suggests that the Atlantic Rainforest might be the most diverse Brazilian domain for all plant groups except gymnosperms, which are most diverse in the Amazon. However, scientific knowledge of Brazilian diversity is still unequally distributed, with the Atlantic Rainforest and the Cerrado being the most intensively sampled and studied biomes in the country. In times of “scientific reductionism”, with botanical and mycological sciences suffering pervasive depreciation in recent decades, the first online Flora of Brazil 2020 significantly enhanced the quality and quantity of taxonomic data available for algae, fungi, and plants from Brazil. This project also made all the information freely available online, providing a firm foundation for future research and for the management, conservation, and sustainable use of the Brazilian funga and flora
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