5 research outputs found
Towards an understanding of the socio-political organization of the Tapajó during late precolonial times, Lower Amazon
Archaeological research conducted in the Lower Amazon has demonstrated that this region was populated by one of the largest Amazonian polities during late precolonial times. This article presents a reflection on the socio-political organization of the Tapajó society based on the comparison between the well-studied Santarém site located at the mouth of the Tapajós River and new data collected at Cedro site located in the Belterra plateau. Until recently, archaeological sources on the Santarém region came from ethnohistorical accounts and archaeological research conducted at the mouth of the Tapajós River. Based on these data, archaeologists concluded that the Tapajó were organized into a hierarchical chiefdom. Based on new data, this work concludes that the Tapajó organization was heterarchical
ABORDAGEM DA PRÁTICA COLECIONISTA ATRAVÉS DE UM CONJUNTO DE PEÇAS MARAJOARA DO MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA EM LISBOA (PORTUGAL)
The Nacional Museum of Ethnology, in Portugal, currently houseseveral Marajoara pieces. These are exhinited at the “Galleries ofAmazon”, and were collect during the 1960´s, on behalf of the Museum by the collector and amateur archaeologist Victor Bandeira and his wife Françoise Carel-Bandeira. The material was recovered from a Marajoara phase mound excavated at the site “Os Camutins”, in Anajás River basin. This paper major objective is to understand the rationale behind the selection of the pieces which were brought to Portugal, since they represent the expedition coordinator opinion on what was representative of the marajoara culture, and adequate for the Portuguese Museum. Based on an interview of Victor Bandeira, it became apparent that the material was selected from a “collection” perspective, rather than from an archaeological point of view. This situation lead us to think on the practice of collecting, as well as the relation between the collector and the objects collected within the specificcontext of pre-Columbian cultures. Keywords: marajoara ceramics, Nacional Museum of Ethnology,collecting.O Museu Nacional de Etnologia em Lisboa tem no seu acervo várias peças marajoara provenientes de uma recolha encomendada pelo próprio Museu nos anos 60 do século XX, as quais se encontram atualmente expostas nas “Galerias da Amazônia”. A expedição à ilha do Marajó foi realizada pelo colecionador e arqueólogo amador português Victor Bandeira, acompanhado por sua esposa Françoise Carel-Bandeira, tendo sido escavada uma necrópole da fase Marajoara situada no sítio d’ “Os Camutins”, na região do rio Anajás. Como objetivo principal deste trabalho, procurei entender as motivaçõesque conduziram à escolha dos objetos trazidos para Portugal e que poderiam, segundo o protagonista da expedição, representar a cultura marajoara no museu português. Esta questão é investigada através do testemunho de Victor Bandeira. Segundo as informações reunidas, entende-se que na recolha abordada, a perspectiva colecionista ultrapassa a arqueológica. Isto permite-me refletir sobre o próprio ato de colecionar, assim como sobre a relação do colecionador com os objetos que reúne, dentro do domínio específico constituído pelos artefatos das culturas pré-colombianas. Palavras-chave: cerâmica marajoara, Museu Nacional de Etnologia,colecionismo
Testemunhos funerários da Ilha de Marajó no Museu Dr. Santos Rocha e no Museu Nacional de Etnologia. Interpretação arqueológica
Dissertação
de Mestrado em ArqueologiaEsta investigação baseia-se no estudo de dois conjuntos de vestígios
arqueológicos recolhidos em contextos funerários na ilha do Marajó (Brasil, Pará)
existentes em Portugal. Os oito fragmentos presentes hoje no Museu Dr. Santos Rocha
provêem do sítio do Pacoval na região do lago Arari e foram depositados na instituição
no final do século XIX. O contexto da sua recolha é desconhecido e pertence a um
período em que foi realizada uma série de expedições à ilha, com o objectivo de
reconhecer vestígios da cerâmica policromática marajoara. A história das peças
presentes nas "Galerias da Amazónia" do Museu Nacional de Etnologia é mais recente,
tendo origem numa recolha encomendada pelo próprio Museu nos anos 60 do século
XX. A expedição à ilha foi realizada pelo coleccionador e antiquário, etnólogo e
arqueólogo amador português Victor Bandeira, acompanhado por Françoise-Carel
Bandeira, no ano 1964/65. Foi escavada uma necrópole do período clássico da fase
marajoara (700-1100), situada no conhecido sítio d’ "Os Camutins", na região do rio
Anajás. O espólio recolhido, composto por várias centenas de fragmentos e algumas
peças inteiras de excepcional qualidade, foi adquirido em 1969 pelo Museu. O conjunto
representa uma colecção inédita de objectos ameríndios em Portugal. Através do
testemunho de Victor Bandeira, entende-se que na recolha mencionada a perspectiva
coleccionista ultrapassa a arqueológica. Assim, foram seleccionados objectos de
tipologias muito variadas e com uma profusão decorativa notável para representar a
cultura marajoara no Museu português. Um aspecto importante relacionado com a
divulgação desta cultura arqueológica na época actual é o trabalho de artesãos da ilha
que reproduzem e recriam peças marajoara. Este artesanato exporta-se até Lisboa e
participa igualmente na divulgação e no conhecimento desta cultura amazónica. Temos
conhecimento de numerosos vestígios museológicos da cultura marajoara carentes de
qualquer contextualização. Por isso, o facto de os acervos estudados estarem associados
a determinada realidade geográfica, torna a análise mais pertinente. Desta forma, o
estudo arqueológico dessas peças tem como objectivo a avaliação do conhecimento que
trazem sobre a cultura material das populações da elite social marajoara, assim como
das suas práticas funerárias. Essa análise é realizada à luz do conhecimento actual que
existe sobre as populações amazónicas do passado, mas também sobre as actuais.
Esperamos, de igual modo, que este trabalho possa fornecer um impulso às pesquisas
sobre este tipo de colecções que sabemos existirem dispersas em diversos museus
espalhados pelo mundo e, por vezes, pouco consideradas do ponto de vista científico