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    O EFEITO DA REPRESENTAÇÃO PICTOGRÁFICA NA PRODUÇÃO DE NARRATIVAS

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    This study investigated the effect of pictorialrepresentation on children's narratives. Fifty children (4 to 8 years old)were asked to produce an oral story under two different conditions.Condition 1: from a pictorial representation (a drawing made by the subject). Condition 2: without this visual recourse. The childrerVs storieswere analysed according to the narrative structure they presented, to theuse of cohesive relationships and to their contextualization. Performanceunder both conditions was significantly different. The narratives producedunder Condition 1 showed typical characteristics of spoken language andthey were context-dependent on the pictorial representation. In contrast,the narratives produced under Condition 2 had characteristics of writtenlanguage such as context independence (dependent on lexicalization),with peculiar conventions of a narrative structure. The results revealedsome important aspects of narrative competence in children. Educationalimplications can be considered: one must criticise classroom practiceswhich emphasize pictorial representations as a recourse to elicitchildren's narratives. These activities reinforce more of the use of spokenlanguage rather than the conventions of written language that schoolcurriculum demands.- O presente estudo comparou a performance de crianças (4 a 8 anos de idade) quanto à produção de narrativas orais em duas condi­ções experimentais. Na Condição 1 a criança era solicitada a produzir uma estória a partir de uma representação pictográfica (desenho feito pelo sujeito); na Condição 2 a mesma solicitação era feita na ausência de qualquer representação pictográfica. As estórias foram analisadas e ca­tegorizadas em função da estrutura narrativa que apresentavam, quanto ao uso de recursos coesivos e quanto ao grau de contextualização. Observou-se um efeito significativo da representação pictográfica sobre a produção das estórias. As narrativas produzidas sob a Condição 1 (com desenho) possuíam características da linguagem oral, e eram contex­tualmente dependentes da representação pictográfica. Em contraste, as narrativas elaboradas soba Condição 2 (sem desenho) apresentaram racterísticas peculiares à organização da linguagem escrita, mostrando independência contextual, estando presentes convenções e construções próprias do estilo narrativo. Os resultados apontam aspectos relevantes ao estudo da produção de narrativas em crianças, questionando as práti­cas alfabetizadoras que condicionam a produção de narrativas por parte da criança a representações pictográficas. Essas atividades reforçam mais os usos da linguagem oral do que as convenções da linguagem es­crita que são relevantes para o currículo escolar

    Consciência metalinguística e compreensão de leitura: diferentes facetas de uma relação complexa

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    O presente artigo, de natureza teórica e com base em pesquisas realizadas com crianças, discute as complexas relações entre consciência metalingüística e compreensão leitora a partir da consciência fonológica, da consciência morfológica e da consciência metatextual. A consciência fonológica refere-se à habilidade de refletir acerca dos sons que compõem as palavras, auxiliando no processo de decodificação que, por sua vez, contribui para a compreensão de leitura. A consciência morfológica pode ser entendida como a habilidade de refletir sobre os morfemas, que são as menores unidades lingüísticas que têm significado próprio. O que se observa é que a informação relativa à decodificação interage com informações sintático-semânticas oriundas do conhecimento que o leitor possui acerca da morfologia da língua, contribuindo para a leitura de textos. A consciência metatextual refere-se à habilidade de refletir sobre as propriedades dos textos. Diferentemente da consciência fonológica e morfológica, as relações entre a consciência metatextual e a compreensão leitora não são tão claras, havendo resultados divergentes quanto à contribuição do conhecimento sobre as propriedades do texto para a compreensão textual. O entendimento dessas relações permite construir um quadro teórico a respeito do papel da consciência metalinguística, seja em relação ao fonema, ao morfema ou às propriedades do texto, na compreensão textual; bem como extrair implicações educacionais acerca da aprendizagem da leitura.
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