5 research outputs found

    Tempo, Memória, Narrativa e Teoria Sociológica

    Get PDF
    Neste ensaio, parte-se da premissa de que as vivências experimentadas pelos seres humanos no mundo são concebidas, cultivadas, realizadas, compartilhadas, dotadas de significação em relação ao modo como se dá a percepção do tempo. Paul Ricoeur se impõe como um interlocutor fundamental. Tomando e ampliando a descrição agostiniana sobre a memória, ele propõe a noção de tempo intimamente conectada à experiência humana registrada e contada por meio de narrativas. É na mediação e na construção proporcionada pela narrativa que o tempo se torna tempo humano. A memória, assim, pode ser vista menos como um lócus depositário das lembranças, e mais como matéria-prima a partir da qual se constroem narrativas, assim como as narrativas constituem-se como matéria-prima a partir da qual se constroem memórias. Do ponto de vista sociológico, será posta em discussão a concepção de Pierre Bourdieu, demonstrando como para este autor a percepção do tempo é muito mais do que algo pertencente ao âmbito psicológico; é, antes, algo construído socialmente. Problematizar a teoria sociológica como um tipo particular e peculiar de narrativa e igualmente questionar que fatores proporcionam as causas e condições para que certas narrativas constituam certas teorias em detrimento de outras, de modo que umas e não outras sejam gravadas na memória de forma duradoura é o objeto que aqui se pretende para discussão

    Avec ou quel sujet? : l’ontologie du social dans la théorie sociologique contemporaine

    No full text
    Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2019.Esta tese apresenta os seguintes objetivos: apontar o potencial analítico-epistêmico da hermenêutica, em particular para a sociologia; remontar ao histórico de surgimento e desenvolvimento da moderna noção de sujeito; problematizar alguns dos desdobramentos da noção de sujeito na teoria e na pesquisa sociológicas; propor uma discussão acerca dos processos de subjetivação do/a cientista social e as consequências de tal fenômeno para a constituição do seu objeto. Para isto, parte-se de uma proposta de conjugação do pensamento hermenêutico de Hans-Georg Gadamer e Paul Ricoeur e chega-se à noção de identidade narrativa deste último filósofo, a fim de demonstrar que a constituição do eu do/a cientista social, bem como de qualquer outro indivíduo, é um processo eminentemente ético, uma vez que sempre diz respeito à relação com o Outro. Por fim, busca-se apontar, a partir de tal pressuposto, possíveis impactos da subjetividade sociológica na constituição do social e, portanto, no ofício sociológico. Amparada pelo pressuposto de que os influxos do pensamento filosófico acerca do sujeito subjazem de modo um tanto implícito nas pesquisas e teoria sociológicas, propõe-se a tese central de que a composição de sujeito e objeto no campo da sociologia é um processo que passa necessariamente pela constituição do eu, isto é, passa pelos processos de subjetivação aos quais o/a cientista social está submetido/a. Dito de outro modo: a constituição de sujeito e objeto no campo da sociologia é um processo que se constrói mediado por aquilo que Paul Ricoeur denomina como identidade narrativa. Elucidar tal fato, propõe-se, é lançar luz sobre questões que envolvem o fazer do campo sociológico, e tentar contribuir, modestamente, para uma expansão dos horizontes epistemológicos da ciência da sociedade.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF).This doctoral dissertation presents the following objectives: to target the analytical and epistemic potential of hermeneutics, especially to sociology; to think back on the emergence and development history of the modern notion of self; to question some of the self-notion outcomes in both sociological theory and research; to introduce a discussion about the subjectivation processes of social scientists, as well as the consequences of such phenomenon towards the constitution of their object. To do so, it is proposed a combination of Hans-Georg Gadamer and Paul Ricoeur’s hermeneutic thought, and then the latter’s notion of narrative identity, in order to demonstrate that the self-constitution of a social scientist, or of any other individual, is a remarkably ethical process, since it is always concerned with the Other. Lastly, the aim herein is to highlight the feasible impacts of sociological subjectivity on the constitution of the social, and therefore, on the social responsibility. Taking into account that the inflows of philosophical thinking about the subject underlie, in a quite implied way, sociological theory and research, it is presented the central idea that the composition of the subject and object in the realm of sociology is a process that necessarily entails the constitution of self - i.e., the subjectivation processes to which the social scientist is submitted. In other words: the constitution of subject and object in the realm of sociology is a process that is mediated by what Paul Ricoeur calls narrative identity. Elucidating that fact means to shed a light upon issues that address the sociological practice, and to attempt, in a modest manner, to broaden the epistemological horizons of the society science.Cette thèse a pour objectifs de: faire ressortir le potentiel analytique-epistémique de l’herméneutique, en particulier pour la sociologie ; remonter l’histoire de l’émergence et du développement de la notion moderne de sujet ; problématiser quelques définitions de la notion de sujet dans la théorie et la recherche sociologique ; proposer une discussion autour des processus de subjectivité du/de la sociologue et les conséquences d’un tel phénomène pour la constitution de son objet de recherche. Pour cela, nous partons d’une proposition de conjugaison de la pensée herméneutique de Hans-Georg Gadamer et Paul Ricoeur et nous arrivons à la notion d’identité narrative de ce dernier philosophe, afin de démontrer que la constitution du soi du/de la sociologue, ainsi que de tout autre individu, est un processus éminemment éthique, car il se rapporte toujours à la relation avec l’Autre. Enfin, nous cherchons à souligner, à partir de cette hypothèse, les possibles impacts de la subjectivité sociologique dans la constitution du social et, par conséquent, dans la profession sociologique. Soutenus par l’hypothèse que les influx de la pensée philosophique sur le sujet sont quelque peu implicites dans les recherches et théories sociologiques, nous proposons comme thèse centrale que la composition du sujet et de l’objet dans le domaine de la sociologie est un processus qui passe nécessairement par la constitution du moi, cela étant qui passe par les processus de subjectivité auxquels le/la sociologue est soumis-e. Autrement dit: la constitution du sujet et de l’objet dans le domaine de la sociologie est un processus qui se construit médiatisé par ce que Paul Ricoeur appelle une identité narrative. Elucider ce fait, ce que nous proposons, c’est mettre en lumière certaines questions qui entourent le savoir faire du domaine sociologique, et d’essayer de contribuer modestement à une expansion des horizons epistémologiques de la science de la société

    Com ou qual sujeito? A ontologia do social na teoria sociológica contemporânea

    No full text
    Orientador: Prof. Dr. Edson Silva de Farias Curso: Doutorado em Sociologia Data da defesa: 22.03.201
    corecore