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    Problematizando Experiências de Vítimas de Violências: Indagações e Análises

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    Título Problematizando experiências de vítimas de violência: indagações e análises. Autor Thiago Sandrini Mansur RESUMO Em geral, as reflexões sobre as pessoas que sofrem algum tipo de violência foram, por muito tempo, negligenciadas pelas sociedades em todo o mundo. Isso se torna ainda mais enfático no que diz respeito aos segmentos menos favorecidos da sociedade, sobretudo com relação àqueles que estão confinados em estabelecimentos de internação. No Brasil, este cenário foi se modificando lentamente ao longo do século XX, ganhando novos contornos por meio das experiências dos movimentos de defesa dos direitos humanos, sobretudo, a partir do período de contestação à ditadura militar. Num período mais recente de nossa história, o surgimento de centros de apoio às vítimas de violência pode ser considerado como uma maneira de colocar em análise as diversas formas de manifestação da violência, embora tais estabelecimentos não sejam os únicos, nem os primeiros a fazer isso. Os centros de apoio se tornaram locais não somente para que as vítimas de violência recebessem atendimento, mas, sobretudo, para que se incitasse a luta pela responsabilização de seus algozes e a criação de novos paradigmas para uma cultura de paz e não-violência. Tendo em vista este cenário, objetivou-se problematizar as experiências de pessoas que foram atingidas pela violência, residentes na Região Metropolitana da Grande Vitória e que buscaram apoio em um desses centros de atendimento. Problematizar uma experiência significa se perguntar como um conjunto de práticas discursivas e não discursivas que antes era aceito em uma sociedade sem questionamentos e tido como familiar e natural se torna um motivo de preocupação, incitando discussões, polemizando debates, suscitando mudanças de comportamento e instigando novos hábitos. Para alcançar tal propósito, foram realizadas atividades em grupo, nas quais se problematizou as experiências de mães que tiveram seus filhos violentados por agentes do Estado, quando em cumprimento de medida sócio-educativa de privação de liberdade. Também foram feitas entrevistas de restituição nas quais as mães puderam avaliar as experiências em grupo, bem como discutir os resultados e as conclusões da pesquisa. O objetivo dessas atividades foi compreender que práticas discursivas e não-discursivas sobre (e de) vítimas de violência se atualizam através de falas, ações, sentimentos e pensamentos. A que supostas verdades remetem? Que relações de saber-poder fazem funcionar? Como a experiência de estar em grupo coloca em questão certos modos de ser das vítimas? Em primeiro lugar, evidenciou-se que as pessoas participantes da pesquisa eram, em sua grande maioria, pobres, afro-descendentes, moradores de periferia e com baixa escolaridade, justamente o perfil típico das pessoas atingidas pela violência. Os resultados e as discussões levaram à conclusão de que muitas das pessoas atingidas pela violência, bem como seus familiares, embora sob esse forte impacto, apostaram e ainda apostam em afirmar a vida, ao invés de se colocarem no lugar de resignação, que muitas vezes é destinado às vítimas. Percebeu-se que conhecer e compartilhar as experiências dessas pessoas pode contribuir para a discussão acadêmica do problema e para a transformação de alguns dos efeitos deletérios da violência. Atualmente, quando falamos em vítimas de violência, imediatamente nos surgem imagens de indivíduos passivos e inertes que padecem na dor pelo resto de suas vidas. Tais imagens estão atreladas a uma visão intimista da realidade (SENNET, 1998), na qual se pensam as experiências como vivências individuais e particulares de cada um. Sendo assim, aquilo que uma pessoa vive diria respeito apenas a ela mesma e a mais ninguém. A existência dos centros de apoio às vítimas de violência delimita a constituição de espaços em que essas experiências podem ser problematizadas em suas verdades instituídas. Entendemos que problematizar uma experiência é evidenciar seu caráter de produção histórica e social. Isto significa dizer que aquilo que denominamos vítima de violência apresenta-se como uma forma circunstancial e provisória, ou seja, não-natural. Palavras-chave: Violência; Vítima; Experiência

    Auditory Processing Disorders with and without Central Auditory Discrimination Deficits

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    Auditory processing disorder (APD) is defined as a processing deficit in the auditory modality and spans multiple processes. To date, APD diagnosis is mostly based on the utilization of speech material. Adequate nonspeech tests that allow differentiation between an actual central hearing disorder and related disorders such as specific language impairments are still not adequately available. In the present study, 84 children between 6 and 17 years of age (clinical group), referred to three audiological centers for APD diagnosis, were evaluated with standard audiological tests and additional auditory discrimination tests. Latter tests assessed the processing of basic acoustic features at two different stages of the ascending central auditory system: (1) auditory brainstem processing was evaluated by quantifying interaural frequency, level, and signal duration discrimination (interaural tests). (2) Diencephalic/telencephalic processing was assessed by varying the same acoustic parameters (plus signals with sinusoidal amplitude modulation), but presenting the test signals in conjunction with noise pulses to the contralateral ear (dichotic(signal/noise) tests). Data of children in the clinical group were referenced to normative data obtained from more than 300 normally developing healthy school children. The results in the audiological and the discrimination tests diverged widely. Of the 39 children that were diagnosed with APD in the audiological clinic, 30 had deficits in auditory performance. Even more alarming was the fact that of the 45 children with a negative APD diagnosis, 32 showed clear signs of a central hearing deficit. Based on these results, we suggest revising current diagnostic procedure to evaluate APD in order to more clearly differentiate between central auditory processing deficits and higher-order (cognitive and/or language) processing deficits
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