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Conflito trabalho-família em profissionais de saúde: teoria, investigação e intervenção
[Excerto] A família, o trabalho e a saúde constituem as três áreas de maior relevo e importância na vida das pessoas, influenciando os seus processos de desenvolvimento, crescimento e funcionamento biopsicossocial, assumindo para os profissionais de saúde, especialmente para as mulheres, um valor particularmente proeminente pelos múltiplos papéis que desempenham conjuntamente no sistema laboral, familiar e sociedade atual (Barnett, Marshall, & Singer, 1992; Baruch, Biener, & Barnett, 1987; Gallie & Russell, 2009; Netemeyer, Boles, & McMurrian, 1996; Wall, 2005). Desde os anos setenta que a investigação tem vindo a salientar de forma mais sistematizada e consistente que o conflito entre o trabalho e a vida familiar constitui uma relevante fonte de stress para os sujeitos e suas famílias, afetando de forma significativa o seu bem-estar físico e mental (Bellavia & Frone, 2005; Gallie & Russell, 2009; Greenhaus & Beutell, 1985; Pal & Saksvik, 2008). Frequentemente as expectativas relacionadas com o desempenho de papéis nos dois domínios não são compatíveis, gerando-se conflitos entre o trabalho e a vida familiar. Estes conflitos têm sido relacionados pela investigação, com a insatisfação no trabalho, burnout, turnover, distress psicológico, insatisfação marital e desagrado com a vida em geral (Netemeyer et al., 1996). De tal forma, que a mútua interferência entre o trabalho e a vida familiar tem sido considerada por vários estudos como uma das dez principais fontes de stress ocupacional, particularmente relevante para os profissionais de saúde, nomeadamente na profissão de enfermagem (Burke & Greenglass, 1999; Innstrand, Langballe, & Falkum, 2010; Simon, Kummerling, & Hasselhorn, 2004; Simon et al., 2008). [...
Nurses’ job satisfaction in long term care: the role of socio-demographic and professional variables
Background: This study examined job satisfaction among nurses in long-term care units in order to analyze the role of sociodemographic and professional variables in this process. Methods: A cross sectional study of 48 nurses, working in long-term care units in Portugal, was conducted using a sociodemographic and professional questionnaire, and the Portuguese version of the Nurses Job Satisfaction Rating Scale (Ferreira & Loureiro, 2012). Data analysis was performed by using descriptive and inferential statistics. Results: The study included 48 participants with a mean age of 28.0±3.90. Most participants were female (81.2%), not married (62.5%), had the graduate level (62.5%), and less than 5 years of professional experience (81.3%). Nurses showed a positive overall satisfaction with work (M = 83.35), but a negative satisfaction with benefits/rewards (M = 14.52) and with promotion (M= 18.38). Satisfaction with promotion was influenced by educational attainment level and, satisfaction with benefits/rewards was influenced by nurses’ work schedule. Female nurses and those with a higher income, reported more satisfaction with communication, and nurses with more age exhibited greater satisfaction with the chief/boss. Conclusion: Work benefits, rewards and promotion constitute crucial factors that determine job satisfaction among nurses in long-term care. Nurses’ sociodemographic and professional characteristics must be considered by organizations in the promotion of positive work environments.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Occupational stress and cognitive appraisal profiles as predictors of students’ burnout
Objective: Analyze if different patterns of occupational stress experienced by students (lower versus higher) and different cognitive appraisal profiles assumed by students (positive evaluation of academic activity versus negative evaluation of academic activity) affect their experience of burnout over time. Background: The interactive and transactional perspective of adaptation to stress was adopted to analyze how university students evaluate their activity and related academic stress, and how they feel in terms of burnout. Method: Longitudinal study design, with three moments of data collection, with a sample of 175 psychology students, from a Portuguese university. The investigation protocol included the Stress Questionnaire for Students, the Primary and Secondary Cognitive Appraisal Scale, and the Shirom-Melamed Burnout Scale. Results: The results showed that students who experienced higher levels of stress and a negative evaluation of their academic activity also reported higher levels of burnout when compared to students who experienced lower levels of stress and positive evaluation of academic activity. Moreover, a pattern of high stress in M1 increases in 443% the probability to experience moderate to high burnout in M2. A profile of negative evaluation of the academic activity in M1 increases in 594% the probability to experience high burnout in M2. Students exposed to high levels of burnout at M2 are over nine times more likely to experience moderate levels of burnout at M3, and over 300 times more likely to experience high levels of burnout at M3. Conclusion: Students who experience higher academic stress and those who evaluate their academic activity more negatively have a higher tendency to experience burnout. Although, the experience of burnout in a specific data point is the main predictor of experiencing burnout in a later moment, highlighting the chronic effects of this syndrome on human wellbeing. Application: This study provides specific indications of how much stress and cognitive appraisal can affect burnout, alerting also for the chronic nature of burnout feelings, which must be considered in safety and occupational health interventions.This study was conducted at the Psychology Research Centre (CIPsi/UM) School of Psychology, University of Minho, supported by the Foundation for Science and Technology (FCT) through the Portuguese State Budget (UIDB/01662/2020)
Carga de trabajo de los enfermeros en unidades de cuidados intensivos: relevancia del Nursing Activities Score
[Extrato] INTRODUCCIÓN: La investigación reciente en el dominio del comportamiento organizacional, principalmente por lo que se refiere a
la gestión en enfermería, sobresale la necesidad de una previsión de la carga de trabajo de los enfermeros, pues se trata de un
factor mayor de determinación de un equipo capaz que asegure una gestión conveniente de los cuidados y de los recursos
accesibles. Se destaca así, en este contexto, el Nursing Activities Score – NAS (Miranda et al., 2003) como instrumento que permite
evaluar la carga de trabajo de los enfermeros tomando como base el tiempo utilizado en las actividades de enfermería...info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Liderança, satisfação e perceção de rendimento desportivo: estudo com atletas seniores
Este estudo analisa a relação entre os estilos de liderança dos treinadores (tomada de decisão, transacional e transformacional), o modo como os atletas avaliam a liderança dos treinadores (e.g., satisfação com a liderança) e o modo como percecionam o rendimento desportivo ao nível individual e coletivo. Esta análise considerou a importância de variáveis pessoais (e.g., sexo) e desportivas (e.g., divisão competitiva, anos de trabalho com atual treinador e títulos desportivos obtidos com atual treinador) dos atletas. Participaram no estudo 313 atletas de diferentes modalidades com média de idades de 23 anos. Avaliou-se a perceção dos atletas em relação à liderança do treinador, a satisfação face à liderança e a perceção de obtenção de objetivos de rendimento desportivo. Os resultados demonstraram que as dimensões de liderança transformacional foram importantes na explicação da satisfação dos atletas com a liderança dos treinadores bem como na explicação da perceção de rendimento desportivo. As dimensões de liderança foram também importantes para explicar o tempo de permanência dos treinadores na orientação das respetivas equipas bem como o sucesso desportivo obtidos pelos atletas com o mesmo treinador. Em suma, as três formas de liderança revelaram-se importantes para explicar o modo como os atletas avaliam a atividade desportiva.This study analyses the relationship between coaches’ leadership styles (such as decision
making, transactional and transformational), athletes’ evaluation of the leadership of their
coaches (e.g., satisfaction with leadership) and how athletes evaluate their sport
performance both at individual and team levels. This analysis considered the importance
of athletes’ personal variables (e.g., gender) and athletes’ sports variables (e.g.,
competitive level, years of work with current coach and sports titles achieved with current
coach). Thus, the study included 313 athletes with an average age of 23 years, practicing
different types of sports. It was evaluated the athletes’ perception of coaches’ leadership,
the athletes’ satisfaction towards leadership, and the athletes’ perception of sports
performance, at individual and team levels. Our findings suggest that transformational
leadership dimensions are fundamental to explain athletes’ satisfaction regarding the
coaches’ leadership and their perception of sports performance. In addition, leadership
variables also explain how long coaches and athletes have been working together and how
many sport titles have been won within such timeframe. In sum, the three styles of
leadership proved to be decisive to explain how athletes evaluate their sporting activity.Este estudo foi realizado em parte no Centro de Investigação em Psicologia (UID/PSI/01662/2013), Universidade do Minho, e foi financeiramente suportado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo Ministérios da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através de fundos nacionais, e cofinanciado pelo FEDER, através do COMPETE2020, no âmbito do acordo Portugal 2020 (POCI-01-0145-FEDER-007653)
A theoretical approach of adaptation to stress and implications for evaluation and research
[Excerpt] The study of adaptation to occupational stress is a major topic of research on psychology, and other social sciences. In fact, data suggests that employees face significant levels of tension at work, and that there is an increasing of sources of stress, both in terms of intensity and diversity [1]. In this chapter, we analyze adaptation to stress by focusing at the individual level, discussing how professionals evaluate and cope with stressors that impose significant efforts of adjusting. However, this does not mean that occupational stress is strictly an individual phenomenon; by the contrary, a better understanding of stress at work should assume a multifactor perspective, where the employee, the employer, the work organization, the public policies and laws of work, and the cultural values and norms that influence professional relations between all these agents, play together and determine if the working activity will be a pleasant or dysfunctional experience for professionals. Despite the importance of considering all these factors when studying the working activity, it is also obvious that the way each worker adapt to their working conditions is a pivotal factor to understand how this activity can represent a source of personal gratification or, by the contrary, can ended represent a negative, or even indifferent, experience. [...]info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Work–family conflicts, cognitive appraisal, and burnout: testing the mediation effect with structural equation modelling
Work-family conflict constitutes an important source of occupational stress predicting teachers’ burnout, and cognitive variables have shown to be core structures in explaining human adaptation to stress. Nevertheless, the role of cognitive appraisal needs to be fully analysed to comprehend how it can mediate the relationship between stress and burnout. In order to understand the potential mediation of cognitive appraisal in the relationship between stress and burnout, we adopted conceptual models of stress that highlighted the value of cognitive appraisal on positive and negative reactions to work demands. Also, we analysed the potential moderation of sex and age in the relationship between work-family conflict, cognitive appraisal, and burnout due inconsistent findings on how these personal variables can interfere on these relations. In this study, we used Structural Equation Modelling (SEM) to test the mediating of cognitive appraisal in the relationship between work-family conflicts and burnout. A survey with measures of work-family conflicts, cognitive appraisal, and burnout was administered to the participants consisting of 438 Portuguese teachers from kindergarten through high school, aged between 28 and 67 years (M = 46.85; SD = 7.88), 304 of whom were females (69.41%). The results confirmed that cognitive appraisal partially mediated the relationship between work-family conflict and burnout. The mediation effect of cognitive appraisal on the relationship between work-family conflict and burnout was invariant regardless of teachers’ sex or age. In sum, cognitive appraisal should be considered in order to understand teachers’ adaptation to work.This study was conducted at the Psychology Research Centre (PSI/01662), School of Psychology, University of Minho, and supported by the Portuguese Foundation for Science and Technology and the Portuguese Ministry of Science, Technology and Higher Education (UID/PSI/01662/2019), through the national funds (PIDDAC).
The authors have no conflicts of interest to report
A multigroup analysis of the effect of cognitive appraisal on nurses' psychological distress
Background: Cognitive appraisal constitutes an important mechanism in the process of human adaptation to work environment and occupational stress. In this domain, nursing professionals are one of the occupational groups most affected by job stress, suffering high levels of psychological distress.
Objectives: The aim of this study was to analyze the moderator effect of shift work and the type of job contract on the relationship between work cognitive appraisal and nurses’ psychological distress, and to explore the interaction effect of the two moderator variables on that relationship.
Methods: A sample comprised of 2,310 Portuguese registered nurses completed a sociodemographic and professional questionnaire: the Primary and Secondary Cognitive Appraisal Scale, and the General Health Questionnaire-12. Data were analyzed through structural equation modeling and multigroup analyses considering the following groups: (a) “shift” versus “nonshift work”; (b) “precarious job contract” versus “nonprecarious job contract”; and (c) “shift and precarious” versus “shift and nonprecarious” versus “nonshift and precarious” versus “nonshift and nonprecarious.”
Results: Data confirmed the invariance for the measurement model, but the structural model presented a significantly worse adjustment for all grouping variables, showing the moderator effect of shift work and job contract and of their interaction. Differences tests in structural path coefficients revealed that shift work moderated the relationship between challenge perception and psychological distress—which was stronger for shift work nurses—and that a higher threat perception was related to greater psychological distress, especially in nurses with a precarious job contract. Among the four categories of interaction between job contract and shift work, cognitive appraisal became central in predicting nurses’ mental health, explaining more variance in the group that did shift work and had a nonprecarious job contract.
Discussion: The study results highlight the need to develop occupational health intervention programs to promote nurses’ mental health, focusing on reducing work perception as a threat and on making nurses’ jobs more challenging and controllable.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Configuração da procura para a formação Pós Graduada em Enfermagem de Cuidados Paliativos
INTRODUÇÃO:
A formação é considerada um dos principais alicerces para a prestação de cuidados no âmbito dos Cuidados Paliativos. Sendo o atual contexto social e político pouco favorável à procura da formação pós graduada por parte dos enfermeiros, quisemos perceber as razões que levam alguns destes profissionais a frequentarem a formação pós graduada neste domínio.
OBJETIVOS:
Este estudo pretendeu analisar a configuração da procura da formação pós graduada em enfermagem de cuidados paliativos, refletindo sobre as motivações dos enfermeiros e o seu alinhamento com a perceção de conceitos centrais nomeadamente, conceito de cuidados paliativos e os significados sobre o cuidar em cuidados paliativos. O estudo serviu ainda o propósito de conciliar e direcionar a formação pós-graduada em enfermagem de cuidados paliativos no sentido de uma maior consonância com as expetativas dos enfermeiros.
MATERIAL E MÉTODOS:
Este estudo de cariz qualitativo e interpretativo teve como principal técnica de recolha de dados um questionário especificamente criado para o efeito, constituído por duas partes, uma respeitante à caracterização sociodemográfica da amostra e outra constituída por 5 questões abertas, de teor concordante com o objeto de estudo, das quais, três integraram o corpus de análise deste estudo. Recorreu-se a uma amostra de conveniência, constituída por 10 enfermeiros que frequentavam o curso de formação especializada em enfermagem de cuidados paliativos, numa instituição de ensino superior. Todos os participantes eram do género feminino, solteiros, licenciados, com uma média de idades de 23,78 anos (DP = 1.99), oscilando entre um mínimo de 21 e um máximo de 26 anos. Em média apresentavam 1,22 anos (DP = 1.09) de experiência profissional, sendo os contextos de exercício da atividade, de natureza muito diversa. Nenhum dos participantes apresentava experiência profissional em unidades de cuidados paliativos.
Para o alcançar dos objetivos apresentados, no primeiro dia da formação, os formandos foram convidados a responderem ao questionário, mediante consentimento escrito e informado, para a divulgação de resultados. A informação foi obtida por resposta direta à solicitação efetuada, e os dados analisados e tratados, obedecendo aos pressupostos defendidos por Bardin.
RESULTADOS:
Da análise efetuada, centrada nas três dimensões consideradas - motivações que levaram os formandos a procurarem a formação pós graduada; concetualização de cuidados paliativos e representações sobre o cuidar em cuidados paliativos, emergiram as categorias e os temas os quais permitiram a compreensão do fenómeno em estudo. Face à questão, “O que o(a) motivou para a procura do curso de formação especializada em enfermagem de cuidados paliativos?”, obtivemos as categorias: Interesse pela área; Razões familiares; Défice de conhecimentos. Em resposta à questão, “O que entende por cuidados paliativos?”, obtivemos: Cuidados prestados por equipas multidisciplinares; Cuidados alternativos aos cuidados curativos; Cuidados à pessoa em fim de vida. Perante a questão, “O que é para si cuidar em cuidados paliativos?”, emergiram as categorias: Cuidar de forma holística; Promover a qualidade de vida; Respeitar o rigor científico e relacional; Excelência dos cuidados.
Os resultados demonstraram que a procura do referido curso de formação especializada em enfermagem de cuidados paliativos deve-se, por um lado, ao interesse despertado pela área, circunscrevendo-se este interesse aos domínios profissional, pessoal e familiar, e por outro, à necessidade sentida por estes atores, seja pelo défice de conhecimentos obtidos durante a graduação, seja pelo reconhecimento da importância da referida formação como forma de desenvolverem competências neste âmbito. Quanto às concetualizações, os resultados obtidos foram no sentido do reforço da importância da qualidade de vida, seja pelo controlo da dor e do sofrimento, seja pela ajuda necessária à família. A importância do olhar holístico e da intervenção consertada pela equipa multidisciplinar constituem também conceitos relevantes, emergentes da análise efetuada.
CONCLUSÕES:
Os dados deste estudo poderão constituir uma orientação para uma reorganização curricular do curso de formação pós-graduada em enfermagem de cuidados paliativos, direcionada quer para as expectativas, quer para necessidades de formação dos enfermeiros. Espera-se desta forma contribuir para uma melhoria dos cuidados de enfermagem prestados aos doentes/famílias que se encontram no contexto de cuidados paliativos.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Competências centrais em cuidados paliativos: um guia orientador da EAPC sobre educação em cuidados paliativos: parte 1
A Associação Europeia de Cuidados Paliativos (European Association for Palliative Care,
EAPC) descreve as competências centrais que os profissionais da saúde e das ciências
sociais envolvidos nos cuidados paliativos devem possuir, num guia orientador
consensual elaborado por Claudia Gamondi, Philip Larkin e Sheila Payneinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio