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    A violência de Estado e a busca pelo acesso à justiça

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    O tema deste artigo são as violações de Direitos Humanos decorrentes da violência de Estado, materializada nos crimes ocorridos na Baixada Santista/SP em maio de 2006. Parte da pesquisa Violência do Estado no Brasil: um estudo dos Crimes de Maio de 2006 na perspectiva da Justiça de Transição e da Antropologia Forense, realizada pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense, da Universidade Federal de São Paulo – CAAF/UNIFESP, focando nas narrativas dos familiares das vítimas, o artigo analisa a violência de Estado na negativa ao acesso à justiça, à informação e à memória. Conclui-se que houve uma permanente negação de justiça na falta de investigação e no arquivamento precoce de inquéritos. Aos familiares negou-se o direito à informação, foram sujeitados a ironias, perseguição, calúnia. Mostra-se fundamental dar visibilidade às histórias e às lutas para que não sejam esquecidos e para que não continuem excluídos da proteção de Direitos e do Acesso à Justiça

    Educação Popular e Universidade: vivências a partir da extensão, pesquisa e ensino

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    Este livro é um apanhado histórico, mas atual. É uma reunião de relatos, textos, reflexões, processos, partilhas, que versam sobre nosso sonho de construir uma educação libertadora, um mundo de liberdade. Ainda há muito que ser construído e o caminho é árduo, não temos dúvida. A verdadeira práxis revolucionária não se nutre de seres apenas caminhantes, mas de seres que se envolvem com o caminhar, que são capazes de mudar, mudando a si mesmos também. Somos indivíduos sociais e pintamos o quadro da vida em múltiplas linguagens. É por isso que este livro também carrega diferentes apostas acadêmico-estético-políticas. Por meio de fotografias, poesias, relatos, ensaios e reflexões teóricas, olhares que abordaram com muito carinho e rigor o universo do PET Educação Popular. Foi escrito por várias mãos que constituíram a trajetória do grupo nas diversidades humanas (relações de sexo/gênero), étnico-raciais (negros, indígenas, imigrantes, nordestinos, pobres em geral) e de classes sociais. Combate-se assim, nas ações concretas, as desigualdades sociais, de sexo/gênero, étnico-racial etc, o patriarcado, machismo, LGBTQIA+fobia, o racismo e o capitalismo, a falta de democracia, de liberdade, que outrora iluminaram a modernidade do Capital.Ministério da Educação (MEC

    A violência de Estado e as mulheres/mães: sofrimento e reparação pela perda de familiares durante e após os crimes de maio de 2006 na região metropolitana da Baixada Santista (RMBS)

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    A presente dissertação de mestrado acadêmico apresenta um estudo sobre o significado e as consequências que o sofrimento tem para as mulheres/mães e familiares de vítimas da violência de Estado, bem como a forma que as mesmas têm enfrentado a dor da perda. O uso da pesquisa participante e da etnometodológica tem promovido troca de experiências, a criação de vínculos, a coleta de informações e dados sobre o processo vivido por 5 mulheres/mães. Entre os resultados obtidos neste processo de pesquisa destacamos neste trabalho um aspecto historicamente presente em nossa sociedade, mas que vem sendo intensificado na atualidade com a retomada neoliberal conservadora: a relação existente entre a religião e a condição da mulher/mãe. O dogmatismo religioso revela-se como uma forma de conter a emancipação da mulher frente ao domínio masculino, que de fato têm como finalidade o controle social, para a proteção do patrimônio e da propriedade privada. A análise sobre a trajetória das mulheres/mães de vítimas da violência de Estado tem demonstrado que ainda que sejam reconhecidas como mulheres responsáveis pela harmonia do lar, pela educação dos filhos e em muitos casos pela manutenção da vida doméstica, assim como Eva (a mulher da criação); são capazes de se manterem puras, além de amorosas e compreensivas frente ao olhar dos filhos e também de suportar toda a dor e sofrimento da qual são vítimas, assim como Maria (a mãe de Jesus). Contudo, o mais importante a ser destacado é que essas mesmas mulheres/mães são vistas como loucas, rebeldes e lutadoras (como na Inquisição religiosa) quando não se submetem à lógica da violência estrutural (pelo Estado, pela cultura do patriarcado e pela Igreja). De modo geral, esse jugo reproduzido tornam as mulheres/mães de vítimas da violência estrutural, tão vítimas quanto seus filhos, tendo como consequência os processos de adoecimento.This academic master's thesis presents a study on the meaning and consequences of suffering for women/mothers and family members of victims of State violence, as well as the way they have faced the pain of loss. The use of participatory research and ethnomethodology has promoted the exchange of experiences, the creation of bonds, the collection of information and data about the process experienced by 5 women/mothers. Among the results obtained in this research process, we highlight in this work an aspect that is historically present in our society, but which is currently being intensified with the conservative neoliberal resumption: the relationship between religion and the condition of the woman/mother. Religious dogmatism reveals itself as a way to contain the emancipation of women in the face of male domination, which in fact has the purpose of social control, for the protection of heritage and private property. The analysis of the trajectory of women/mothers of victims of State violence has shown that even though they are recognized as women responsible for the harmony of the home, for the education of children and in many cases for the maintenance of domestic life, just like Eva (the woman of creation); they are able to keep themselves pure, in addition to being loving and understanding in front of their children's eyes and also to bear all the pain and suffering of which they are victims, just like Mary (the mother of Jesus). However, the most important thing to be highlighted is that these same women/mothers are seen as crazy, rebellious and fighters (as in the religious Inquisition) when they do not submit to the logic of structural violence (by the State, by the culture of patriarchy and by the Church) . In general, this reproduced yoke makes women/mothers of victims of structural violence as victims as their children, resulting in disease processes.Esta tesis de maestría presenta un estudio sobre el significado y las consecuencias que tiene el sufrimiento para las mujeres / madres y familiares de víctimas de violencia de Estado, así como la forma en que han enfrentado el dolor de la pérdida. El uso de la investigación participante y la etnometodología ha promovido el intercambio de experiencias, la creación de vínculos, la recolección de información y datos sobre el proceso vivido por 5 mujeres / madres. Entre los resultados obtenidos en este proceso de investigación, destacamos en este trabajo un aspecto que históricamente está presente en nuestra sociedad, pero que actualmente se está intensificando con la reanudación neoliberal conservadora: la relación entre religión y la condición de mujer / madre. El dogmatismo religioso se revela como una forma de contener la emancipación de la mujer de la dominación masculina, que de hecho tiene como finalidad el control social, la protección del patrimonio y la propiedad privada. El análisis de la trayectoria de las mujeres / madres de víctimas de violencia de Estado ha demostrado que si bien son reconocidas como mujeres responsables de la armonía del hogar, de la educación de los hijos y en muchos casos del mantenimiento de la vida doméstica, al igual que Eva (la mujer de la creación); son capaces de mantenerse puros, además de ser cariñosos y comprensivos ante los ojos de sus hijos y también de soportar todo el dolor y sufrimiento de los que son víctimas, al igual que María (la madre de Jesús). Sin embargo, lo más importante a destacar es que estas mismas mujeres / madres son vistas como locas, rebeldes y luchadoras (como en la Inquisición religiosa) cuando no se someten a la lógica de la violencia estructural (por el Estado, por la cultura). del patriarcado y por la Iglesia). En general, este yugo reproducido convierte a las mujeres / madres de víctimas de violencia estructural en víctimas como a sus hijos, resultando en procesos de enfermeda

    Contribuições para implantação dos núcleos especializados de atendimento integral às vítimas de violência estatal: nota técnica

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    Esta Nota Técnica foi elaborada em resposta à solicitação da coordenação do Movimento Independente Mães de Maio frente a iminente consolidação da Proposta de Política Institucional de Proteção e Acompanhamento das Vítimas de Violência Estatal apresentada pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos à Defensoria Pública do estado de São Paulo. Para responder a solicitação de apoio e construção coletiva deste documento, foi organizada uma equipe de trabalho multidisciplinar, constituída por profissionais com formação em ciências sociais, direito, psicologia, serviço social, educação e direitos humanos, movidos pela premência de um atendimento integral aos familiares diretos (consanguíneos ou afins) de vítimas da violência impetrada por agentes de segurança pública. A partir das experiências e diversidade de olhares, esses profissionais empenhados e atuantes com esse público em outros espaços institucionais, buscaram contribuir com proposições para a referida proposta como forma de garantir e defender a dignidade humana
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