32 research outputs found

    Funcionamento, Forças das Famílias e Perceção da Autoeficácia

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    Introdução: A Diabetes é uma doença crónica, grave, de evolução lenta e progressiva, que necessita de tratamento intensivo e uma orientação adequada que permita prevenir ou retardar as complicações da doença. O presente estudo tem como principal objetivo compreender quais as implicações da doença de Diabetes tipo 1 no funcionamento familiar, as forças que as famílias mobilizam e a perceção de autoeficácia do jovem face à doença. Método: A amostra é constituída por 36 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos e 36 pais com idades compreendidas entre os 33 e os 55 anos. O protocolo de investigação inclui os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico e de Dados Clínicos, Escala de Avaliação da Adaptabilidade e Coesão Familiar (FACES II), o Questionário de Forças Familiares (QFF), e a Escala de Auto-Eficácia Geral (EAEG). Resultados: Os resultados indicam que a maioria das mães, pais e adolescentes da família percecionam a sua família como sendo ligada relativamente à coesão, flexível quanto à adaptabilidade e moderadamente equilibrada quanto ao tipo de família. São os adolescentes que residem nas zonas urbanas que percecionam a família como tendo maior adaptabilidade. Os pais que possuem o ensino superior têm uma maior perceção de coesão e adaptabilidade. Os participantes apresentam uma elevada perceção de forças na família, sendo as pontuações mais elevadas na gestão positiva e suporte familiar. São também os pais com estudos superiores que têm pontuações mais elevadas na organização familiar positiva. Quanto à perceção de autoeficácia dos adolescentes o valor mais elevado encontra-se no fator iniciação e persistência. Conclusões: A doença constitui-se como sendo um factor de adversidade na vida dos adolescentes e das suas famílias que pode torná-los mais fortes, contribuindo para sua capacidade de suporte e adaptação. A partir deste estudo não se pode afirmar, uma vez que é um estudo transversal, se a doença promoveu ou não características positivas do funcionamento da família mas pode afirmar-se que estas famílias se percecionam como tendo os recursos necessários para lidar com esta adversidade. O presente estudo permitiu concluir que as famílias com adolescentes portadores de Diabetes tipo I, que constituiram a nossa amostra, se percepcionam como famílias funcionais, uma vez que apresentam elevada coesão e adaptabilidade familiar. Os participantes (pais, mães e adolescentes) apresentam uma elevada percepção de forças na família. Conclui-se ainda que existe uma relação significativa e elevada entre o funcionamento e as forças familiares. Esperamos que estes resultados possam contribuir para auxiliar as famílias de adolescentes diabéticos tipo 1 a enfrentar de uma forma menos penosa esta doença, motivando as famílias e os seus filhos de modo a conseguirem lidar melhor com situações que possam surgir futuramente relacionadas com a doença crónica na infância e na adolescência. / Introduction: The type 1 Diabetes is a serious chronical disease of slow and progressive evolution, which needs intensive treatment and an adequate orientation in order to prevent or retard the complications of the disease. The present study aims to understand how families perceive their functioning, the strengths that they have and the perception of self-efficacy of the diabetic adolescent. Methods: The participants art 36 adolescents, with ages between 12 and 18 years old, and their respective parents, (36 parents with ages between 33 and 55 years old). The investigation protocol includes the following instruments: Socio-demographic questionnaire and clinical data, Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scales (FACES II), family strength questionnaire (QFF) and the self efficiency general scale (EAEG). Results: The results indicate that most parents and adolescents perceive their family as being connected relative to cohesion, flexible relative to adaptability and moderately balanced relative to family type. Adolescents living in urban areas are the ones that perceive the better family adaptability. The parents that have higher education perceive better cohesion and adaptability. Related to strengths perception the participants present a high perception of strengths in family. However, positive management and family support obtained higher results. Parents with higher education perceive more positive family organization. Regarding self-efficiency perception the adolescents perceive the high scores in initiation factor and persistence. Conclusion: The disease constitutes as being an adversity factor in adolescents lives and their families that can make them stronger, contributing to their adaptation and support capacity. From this study it can´t be claimed, once it's a transverse study, if the disease promoted or not, positive characteristics of family function, but it can be said that these families perceive themselves as having the necessary resources to deal with this adversity. The present study allows to conclude that families with adolescents carriers of type 1 diabetes, that were part of our sample, perceive themselves as functional families, as they present high cohesion and family adaptability. Participants (fathers, mothers and adolescents) present high perception of family strength. It can also be concluded that exists a significant connexion between functioning and family strength. We hope that these results can contribute to help the type 1 diabetes adolescents families to face in a less painful way, this disease motivating the families and their children so they can deal better with situations that can appear in the future related with the chronical disease in childhood and adolescence

    Doença Mental, Qualidade de Vida e Sobrecarga na Família

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    Objetivo: O presente trabalho pretende avaliar a relação entre a qualidade de vida de indivíduos diagnosticados com uma doença mental e a sobrecarga familiar suportada pelos cuidadores. Metodologia: Neste estudo, participaram 62 indivíduos diagnosticados com uma doença mental (15 diagnosticados com esquizofrenia, 25 diagnosticados com depressão, 10 com perturbações de ansiedade e 10 com doença bipolar), em seguimento na Consulta Externa de Psiquiatria, e 62 familiares cuidadores dos sujeitos doentes. Foram aplicados o Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF) (Canavarro et al., 2007) e um questionário de caracterização sociodemográfica e de dados complementares. Aos familiares foi aplicado o Questionário de Problemas Familiares (QPF) (Xavier, Pereira, Corrêa, & Almeida, 2002). Resultados: Os sujeitos diagnosticados com doença mental apresentam uma boa perceção de qualidade de vida e os seus familiares referem uma sobrecarga relativamente baixa. As mulheres doentes apresentam uma perceção de qualidade de vida mais baixa, nos domínios físico e ambiental, em comparação com os homens. Os doentes cujos cuidadores são mulheres referem melhor qualidade de vida. Não foram, contudo, encontradas diferenças na perceção de qualidade de vida em função do diagnóstico dos pacientes e da existência de acompanhamento psicológico. Conclusões: Esta investigação permite concluir que os indivíduos doentes e seus familiares são resilientes. Os familiares demonstram atitudes positivas em relação aos cuidados ao doente. São discutidas possíveis explicações clínicas destes resultados e acerca das práticas dos profissionais de saúde mental. / Objective: The present work aims to analyse the relation between quality of life of persons with mental illness and the family burden experienced by their caregivers. Methodology: 62 individuals with mental illness (15 diagnosed with schizophrenia, 25 diagnosed with depression, 10 with anxiety disorders and 10 with bipolar disorder), followed in a psychiatric service, and their 62 family caregivers took part in this study. The data collection consisted of an application of The World Health Organization Quality of Life Instrument (WHOQOL-BREF) and a questionnare to assess social, demographic and other clinical data. The family caregivers filled the Family Problems Questionnare (FPQ). Results: The mentally ill subjects report high perception of quality of life and their caregivers report low values of family burden. The women diagnosed with mental illness report lower quality of life – related to physical health and social relationships – comparing to men. The mentally ill whose caregivers are women report better quality of life. However, no differences were found in quality of life regarding the diagnostic and the existence of psychological therapy. Conclusions: This investigation shows that individuals diagnosed with a mental illness and caregivers are resilient. The families demonstrate positive attitudes towards mentally ill and care giving. Possible clinical explanations for these results are discussed and some reflections of mental health practices by professionals are made

    Funcionamento Familiar e Autoconceito do Adolescente: perceção de pais e filhos

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    Objetivos: analisar: 1) as diferenças de perceção no funcionamento familiar entre pais e filhos; 2) as relações do autoconceito dos adolescentes na perceção do funcionamento familiar; 3) as diferenças na perceção do funcionamento familiar em função do sexo, idade e escolaridade; 4) as diferenças na perceção do autoconceito em função do sexo, idade e escolaridade; e 5) traduzir e validar a FACES IV para a população portuguesa. Participantes: duzentos e dezassete (217) sujeitos pertencentes a 63 famílias, 81 adolescentes com idades compreendidas entre 12 e 17 (M = 14,68; DP = 1,77) a frequentar o ensino básico ou secundário. Todas as famílias tinham filhos adolescentes. Para o processo de validação da FACES IV a amostra é de 387 famílias, perfazendo um total de 1089 sujeitos. Instrumentos: Foram aplicados sete instrumentos de recolha de dados: dois questionários sociodemográficos, um para os pais e outro para os adolescentes, a Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale (FACES IV), a Self-Report Family Inventory – Version II (SFI-II), a Family APGAR, a Revised Dyadic Adjustment Scale (RDAS) e a Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale 2nd Edition (PHCSCS-2). Resultados: A maioria das famílias perceciona-se como equilibrada (M = 1,49; DP = 0,34). Os adolescentes apresentaram uma perceção de autoconceito médio (M = 43,63; DP = 9,30). Existem diferenças estatisticamente significativas no funcionamento familiar em função da idade. Os adolescentes mais novos percecionam uma maior flexibilidade familiar. Na escolaridade, alunos que frequentam o 7.º, 8.º e 9.º ano percecionam maior flexibilidade, comunicação e satisfação familiar em comparação com alunos do 10.º, 11.º e 12.º ano. Na perceção do funcionamento familiar em função do parentesco, verificou-se que os filhos percecionam a família como mais desmembrada e mais caótica em comparação com os pais. Os pais percecionam a família como sendo mais flexível do que os filhos. No entanto, os filhos encontram-se mais satisfeitos com o funcionamento familiar do que os pais. No autoconceito adolescente, existem diferenças significativas em função do sexo, tendo o sexo masculino obtido resultados superiores nas subescalas da ansiedade e aparência e atributos físicos. Os adolescentes mais novos percecionam-se como tendo estatuto intelectual e escolar e satisfação e felicidade mais elevado em comparação com os mais velhos que se percecionam como sendo mais populares. Os alunos que frequentam o 7.º, 8.º e 9.º ano percecionam-se como mais populares que os alunos que frequentam o 10.º, 11.º e 12.º ano. / Objectives: analyse: 1) differences in perception of family functioning between parents and children; 2) the relation between self-concept in adolescents and their perception of family functioning; 3) differences in perception of family functioning with by gender, age and education; 4) differences in self-concept perception with gender, age and education; and 5) to translate and validate the FACES IV for the Portuguese population. Participants: two hundred and seventeen (217) subjects belonging to 63 families, 81 adolescents with ages between- 12 and 17 (M=14,68; DP= 1,77) attending primary or secondary schools. Every family had an adolescent child. For the FACES IV validation participants were 387 families, in a total of 1089 participants. Instruments: Seven instruments were applied to collect the data: two sociodemographic questionnaires, one for parents and the other one for adolescents, the Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale (FACES IV), the Self-Report Family Inventory – Version II (SFI-II), the Family APGAR, the Revised Dyadic Adjustment Scale (RDAS) and Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale 2nd Edition (PHCSCS-2). Results: Most families perceive themselves as balanced (M = 1,49; DP = 0,34). Adolescents presented a medium self-concept (M = 43,63; DP = 9,30). There are statistically significant differences in family functioning according to age. Younger adolescents perceive greater family flexibility. Regarding education, students in the 7th, 8th and 9th grade perceive a greater flexibility, communication and satisfaction within their families, in comparison with adolescents in the 10th, 11th and 12th grade. Regarding the adolescent’s self-concept, there are statistically significant differences in relation to gender. Younger males obtain higher scores in the anxiety, appearance and physical attributes subscales. Younger adolescents perceive themselves as having a higher intellectual and educational statute, satisfaction and happiness in comparison to older adolescents that perceived themselves, on the other hand, as more popular. Students in the 7th, 8th and 9th grade perceive themselves as more popular than students in the 10th, 11th and 12th grade. In reference to family functioning according to kinship, children perceived their families as more disengaged and chaotic in comparison to parents. Parents perceived their family as being more flexible than their children. However, children proved to be more satisfied with family functioning than parents

    Configuração Familiar, Perceção de Funcionamento Familiar e Autoconceito Adolescente: estudo exploratório sobre a perceção de funcionamento familiar e autoconceito do filho adolescente em famílias nucleares intactas, monoparentais, reconstituídas e alargadas

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    Tendo em conta as alterações que se observam atualmente na estrutura e nas configurações familiares, tem sido questionado o impacto que estas alterações têm no funcionamento da família e no autoconceito dos adolescentes. O presente estudo tem como objetivo analisar como se relacionam, em distintas configurações familiares, a perceção dos adolescentes e seus pais sobre o tipo de funcionamento familiar e o autoconceito dos filhos adolescentes. Participaram neste estudo 70 agregados familiares, representados por 70 filhos adolescentes, 67 mães e 40 pais. Foi aplicada a Escala de Avaliação da Adaptabilidade e Coesão Familiar II (FACES II) à díade parental e ao filho para avaliar a perceção de funcionamento familiar e a Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale 2 (PHCSCS-2) para avaliar o autoconceito dos filhos adolescentes. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nas configurações familiares face ao funcionamento familiar percebido, à excepção da perceção de funcionamento familiar do adolescente que é em regra mais negativa do que a dos pais. No entanto, as famílias nucleares intactas revelaram scores de coesão e adaptabilidade médios mais satisfatórios comparativamente com as famílias de outras configurações (incluem-se as monoparentais, as reconstituídas e as alargadas). O autoconceito parece variar nas várias configurações familiares, sendo que são os adolescentes das famílias nucleares intactas que têm perceção de autoconceito superior. Constatou-se, ainda, a existência de associação entre a perceção de funcionamento familiar e o autoconceito do adolescente, no sentido em que quanto mais funcional a família se perceciona, melhor o autoconceito do filho adolescente. Realça-se a pertinência de promoção de intervenções no sentido de potenciar a resiliência individual e familiar perante as adversidades, nomeadamente, as transições familiares. / Bearing in mind the current changes in family structures and configurations, questions have been raised as to how these changes have impacted on the functioning of families and on the adolescents’ self-concept. The aim of this study is to examine how the perception that adolescents and their parents, as part of different family configurations, have on the type of family functioning relates to the self-concept of adolescents or adolescent children. This study involved 70 households represented by 70 adolescents, 67 mothers and 40 fathers. We applied the Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale II (FACES II) to the combination parent and child to assess the perception of family functioning, and the Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale 2 (PHCSCS-2) to assess the self-concept of adolescents. No statistically significant differences were observed in the family configurations based on the perceived family functioning, with the exception to how the adolescent perceives the family functioning, which is usually more negative than that of the parents. Nevertheless, the average cohesion and adaptability scores of the unbroken nuclear families were more satisfactory compared to those of families with different configurations (that includes single parent families, reconstituted families, and extended families). The self-concept seems to vary in the different family configurations, with adolescents from unbroken nuclear families having a higher self-concept perception. It also became evident that there was an association between the perceived family functioning and the self-concept of the adolescent, in the sense that the more the family perceives itself as being functional, the better the self-concept of the adolescents. This study stresses the relevance of promoting interventions to encourage individual and family resilience to respond to adversities, in particular family transformations

    Perceção do Funcionamento Familiar em Indivíduos Pertencentes a Casais com e sem Filhos na Pandemia Covid-19

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    Objetivo: Este estudo pretende analisar a perceção do funcionamento familiar de indivíduos que vivem em casais com e sem filhos, durante o contexto de pandemia por COVID-19. Metodologia: Participaram 536 sujeitos, no período da pandemia COVID-19 em Portugal, com idades compreendidas entre 18 e os 83 anos de idade. Os instrumentos administrados foram a Escala de Avaliação da Adaptabilidade e Coesão Familiar (FACES-IV) e o questionário sociodemográfico e de dados complementares. Resultados: Tanto os indivíduos que formam casal e têm filhos, como os que não têm, percecionaram o seu funcionamento familiar como equilibrado na pandemia COVID-19, mas estão pouco satisfeitos com a sua família. Os participantes que têm filhos, têm perceção de uma maior coesão, flexibilidade e comunicação, e os que não têm, apresentam maior desmembrado e caoticidade. A satisfação com a família é tanto maior em famílias com 2 ou mais filhos, e os pais dos adolescentes são os que se percecionam como mais flexíveis. Os indivíduos com filhos percecionam-se como mais flexíveis e com uma melhor comunicação, perante a redução de rendimentos causada pela pandemia. Conclusão: Este estudo permite concluir que os sujeitos pertencentes a casais com filhos têm perceção de melhor funcionamento familiar em comparação com os sujeitos que pertencem a um casal sem filhos. / Purpose: The main objective of this study was to analyze the perception that individuals from couples with and without children have about their family functioning, during the COVID-19 pandemic. Methodology: A total of 536 individuals, in an intimate couple relationship, during COVID-19 pandemic in Portugal, with ages between 18 and 83, participated in this study. The instruments applied were the Family Adaptability and Cohesion Scale (FACES-IV), the and the socio-demographic and complementary data questionnaire. Results: Individuals living in a couple with children, and those who do not have children, both, perceived their families functioning as balanced, in the COVID-19 pandemic, but they are not very satisfied with their families. Participants who have children have a perception of greater cohesion, flexibility, and communication, and those who do not have perceive greater disengagement and chaoticity. Family satisfaction is greater in families with 2 or more children, and teenagers' parents are those that perceive more flexibility. Individuals with children are more flexible and have a better communication within the income reduction caused by the pandemic crises. Conclusion: This study allows us to conclude that individuals belonging to couples with children have a perception of better family functioning compared to those who don’t have children

    Relação Terapêutica: estudo sobre a percepção dos clientes

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    A Relação Terapêutica, de um modo geral e a Aliança Terapêutica, de um modo particular, são elementos fundamentais da psicoterapia e comuns às diferentes abordagens psicoterapêuticas. Apesar dos estudos nacionais serem escassos, os estudos feitos além-fronteiras testemunham a existência de uma relação entre a relação terapêutica e os resultados da terapia, uma vez que esta tem sido considerada um elemento preditor de resultados, na medida em que a percepção dos clientes acerca da relação é aquela que prediz melhores resultados. No presente estudo pretendemos compreender a Aliança Terapêutica, como uma das dimensões do processo terapêutico, segundo a percepção dos clientes, nas diferentes abordagens terapêuticas consideradas. A amostra é constituída por 60 clientes de psicoterapia, com idade igual ou superior a 18 anos, de três distritos da zona centro do país. A recolha da amostra foi efectuada através de um questionário construído por nós e de um questionário destinado a avaliar a aliança – Inventário da Aliança Terapêutica (Machado & Horvath, 1999). A análise estatística dos resultados obtidos mostra que não existem diferenças estatisticamente significativas entre as abordagens psicoterapêuticas consideradas no estudo, quanto às Dimensões da Aliança Terapêutica

    Funcionamento e Resiliência Familiar na Pandemia COVID-19: estudo comparativo – fases da pandemia e posição na família

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    Objetivo: A pandemia COVID-19 constitui-se como uma crise acidental com impacto significativo no funcionamento das famílias. O objetivo central desta investigação foi analisar a perceção que os pais e os filhos têm do funcionamento e resiliência familiar na pandemia COVID-19 e estudar a correlação existente entre estas variáveis. Metodologia: Nesta investigação participaram 1768 indivíduos, com idades entre os 12 e os 83 de idade. O protocolo é composto pelo questionário sociodemográfico de dados complementares e de avaliação da situação COVID-19, a Escala de Avaliação da Flexibilidade e da Coesão Familiar versão IV (FACES-IV) e o Walsh Family Resilience Questionnaire (WFRQ). Resultados: Os sujeitos que responderam ao questionário no início da pandemia COVID-19 percecionam o seu funcionamento familiar como mais equilibrado em comparação com os sujeitos que responderam nas restantes fases, percecionando-o como mais desequilibrado. De igual forma, os sujeitos que responderam ao questionário no início da pandemia COVID-19 também percecionam uma maior resiliência familiar em comparação com os sujeitos que responderam nas restantes fases. As mulheres percecionam a sua família com um funcionamento mais equilibrado e maior resiliência em comparação com os homens. Relativamente à posição que os elementos ocupam na família, os pais e os filhos apresentam diferentes perceções do funcionamento familiar, sendo que os pais percecionam a sua família como sendo mais funcional e mais resiliente comparativamente aos filhos, durante o contexto pandémico. Conclusão: Os sujeitos em contexto pandémico, na sua generalidade, percecionaram as suas famílias como equilibradas na primeira fase da pandemia, no entanto, nas restantes fases da pandemia percecionaram-na como desequilibrada. Destaca-se neste estudo que os pais percecionaram as suas famílias mais funcionais e resilientes durante o primeiro confinamento, comparativamente com os filhos. No entanto, é possível observar que existe uma diminuição gradual e significativa nas restantes fases da pandemia. Estes dados reforçam a ideia de que os desafios e crises não são tão bem geridos pelo subsistema filial. / Purpose: The COVID-19 pandemic is an accidental crisis with a significant impact on the functioning of families. The main objective of this investigation was to analyze the perception that parents and children have of family functioning and resilience in the COVID-19 pandemic and to study the correlation between these variables. Methodology: Participated in this investigation, 1768 subjects, aged between 12 and 83 years old. The protocol inclued the sociodemographic questionnaire and complementary data about COVID-19 situation, the Adaptability and Family Cohesion Assessment Scale (FACES-IV) and the Walsh Family Resilience Questionnaire (WFRQ). Results: The subjects who answered the questionnaire at the beginning of the COVID-19 pandemic perceived their family functioning as more balanced compared to the subjects who answered in the remaining phases, perceiving it as more unbalanced. Likewise, subjects who responded to the questionnaire at the beginning of the COVID-19 pandemic also perceived greater family resilience compared to subjects who responded in the remaining phases. Women perceive their family as functioning more balanced and more resilient compared to men. Regarding the position that the elements occupy in the family, parents and children have different perceptions of family functioning, with parents perceiving their family as being more functional and more resilient compared to their children, during the pandemic context. Conclusion: Subjects in a pandemic context, in general, perceived their families as balanced in the first phase of the pandemic, however, in the remaining phases of the pandemic they perceived it as unbalanced. It is noteworthy in this study that parents perceived their families to be more functional and resilient during the first confinement, compared to their children. However, it is possible to observe that there is a gradual and significant decrease in the remaining phases of the pandemic. These data reinforce the idea that challenges and crises are not so well managed by the branch subsystem

    Percepção da Parentalidade e da Comunicação em Crianças, Adolescentes e Pais: estudo comparativo – ilhas de São Miguel e Santa Maria

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    A literatura realça a importância do impacto dos estilos parentais e da comunicação no desenvolvimento em crianças e adolescentes ao longo do tempo. O presente estudo visa analisar a perceção da parentalidade e da comunicação em crianças, adolescentes e pais, nas ilhas de Santa Maria e São Miguel (Açores). Participaram 516 sujeitos, 258 pais (49 pais e 209 mães), 109 crianças em idade escolar (7-11 anos) e 149 adolescentes (12-16 anos). Existe uma relação de parentesco entre pais e filhos (crianças ou adolescentes). O protocolo de investigação incluiu os seguintes instrumentos: Inventário para análise da comunicação para pais e filhos, que consta de uma versão para os pais, crianças e adolescentes – COMPA – Escala de Avaliação da Comunicação na Parentalidade; e o Inventário para análise dos estilos parentais, havendo uma versão para pais, crianças e adolescentes – EMBU – Questionário de Avaliação da Perceção das Práticas Parentais. Os resultados sugerem que existem diferenças entre pais e filhos (crianças e adolescentes) nas várias dimensões da parentalidade e comunicação. Há diferença com respeito às idades e sexo dos filhos relativamente à perceção da parentalidade e à comunicação. Existem diferenças na perceção de comunicação entre pais e filhos e vice-versa em função do local de residência. Os resultados do estudo também remetem para a forma distinta como a comunicação é percecionada pelos pais e pelos filhos adolescentes e crianças. É tom de conclusão não é possível determinar se perante filhos os pais desenvolvem determinados estilos parentais e de comunicação ou se são os estilos parentais e de comunicação dos pais que influenciam o desenvolvimento de um determinado comportamento nos filhos. Deve ser promovido na prática clínica e em contextos normativos da vida das famílias, um estilo parental com base no suporte emocional/afeto e uma comunicação familiar com proximidade e abertura. A harmonia entre vários contextos em que os filhos estão inseridos, amplifica a probabilidade das crianças e adolescentes terem um desenvolvimento saudável. / The literature emphasizes the importance and the impact of parenting styles and communication in children and adolescents development over time. The focus of this study is to analyse the perception of parenting and communication in children, adolescents and parents on the island of Santa Maria and Sao Miguel (Azores). Participants are 516 subjects, 258 parents (49 fathers and 209 mothers), 109 school-age children (7-11 years) and 149 adolescents (12-16 years). There is a family relation between parents and children, or adolescents. The research protocol included the following instruments: Inventory for communication analysis for parents and children, which consists of a version for parents, children and adolescents - COMPA - Perception Scale of Parenting Communication; and the Inventory for analysis of parenting styles, having a version for parents, children and adolescents - EMBU – Evaluation Form of Parental Styles Perception. The results suggest that there are differences between parents and children (young children and adolescents) in the parenting and communication dimensions. There are differences regarding children’s age and sex, about perception of parenting and communication. There are differences in the perception of communication between parents and children and vice versa, according the residence (Santa Maria and São Miguel). The study results also refer to the distinctive way communication is perceived by parents and children (young children and adolescent). In conclusion, it’s not possible to verify if the parents, regarding their children, develop certain parenting and communication styles, or if it’s the parenting and communication styles that induce the development of a particular behaviour in children. It should be promoted in clinical practice and normative contexts of family life, a parenting style based on emotional support/affection and family communication with proximity and openness. The harmony between multiple contexts in which children are inserted, amplifies the probability that children and adolescents have a healthy development

    Funcionamento familiar, resiliência e coparentalidade: estudo com pais e mães em famílias com e sem divórcio

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    Objetivo: O presente estudo pretende analisar o funcionamento familiar, resiliência e coparentalidade em famílias nucleares intactas e famílias que passaram por processo de separação/ divórcio. Metodologia: Participaram nesta investigação 347 pais com idades compreendidas entre os 22 e os 64 anos de idade e que têm, pelo menos, 1 filho a viver consigo em Portugal. Os instrumentos aplicados foram o questionário de dados sociodemográfico e familiares, a Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale IV (FACES-IV), o Walsh Family Resilience Questionnaire (WFRQ) e o Coparenting Questionnaire (QC). Resultados: Os pais e mães em União de facto/ Casados e Solteiros que coabitam com cônjuge e filho(s) percecionam um funcionamento mais equilibrado, uma perceção mais positiva da comunicação, uma maior satisfação familiar, uma perceção de maior resiliência e maiores níveis de cooperação. Nas situações de separação/ divórcio observa-se menor cooperação maior conflito e triangulação dos filhos. Conclusão: conclui-se a necessidade de atender preventiva e clinicamente aos desafios que o divórcio comporta promovendo a coesão e flexibilidade no contexto de crise, de forma a potenciar a sua resiliência e uma coparentalidade funcional e consciente. Sendo o conflito parental um fator deteriorante do bem-estar e adaptação das crianças e dos pais, sublinha-se a importância de intervir diretamente no sentido o gerir de forma positiva e evitar a triangulação das crianças e promover uma cooperação parental. / Objective: The objective of this study was to evaluate family functioning, family resilience and co-parenting in nuclear families and in families that went through a separation process/ divorce. Methodology: In this study participated three hundred forty seven parents (347) with ages between 22 and 64 who had, at least, one child living with them In Portugal. The instruments applied were the socio-demographic and family data questionnaire, the Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale IV (FACES-IV), the Walsh Family Resilience Questionnaire (WFRQ) and the Co-Parenting Questionnaire (QC). Results: Cohabiting couples, married and single who live with their partner and children perceived more balanced functioning, positive communication, higher family satisfaction, greater resilience and higher cooperation levels. Participants that went through a divorce/separation, perceive less cooperation, higher conflict and triangulation of children. Conclusion: This study points the importance of focusing on preventive and clinical interventions to address challenges that the divorce brings, while promoting cohesion and flexibility across crises. The interventions should promote family resilience and functional and conscious co-parenting. As parental conflict is a deteriorating factor in the well-being and adaptation of children and parents, the importance of directly address this families to help them manage it positively an avoid children's triangulation and promoting parental cooperation, is underlined

    A Mudança Narrativa e a Formação Parental: estudo exploratório

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    A presente investigação tem como objectivo analisar e descrever as mudanças ocorridas, em particular a transformação narrativa nos pais que frequentaram um grupo de Formação Parental, aplicando para tal, a Grelha de Análise do Processo Terapêutico (GAPT) enquanto instrumento de avaliação da mudança narrativa, ao longo das sessões do programa. A GAPT é constituída por 5 dimensões, que, correspondem aos eixos considerados importantes na transformação narrativa, ou seja na mudança dos sistemas. Nesse sentido foram transcritas e cotadas em painel de peritos, 10 sessões do Programa “Incredible Years”, tendo em conta os 4 subsistemas parentais que o frequentaram. Verificou-se que ocorreram Singularidades, em grande número, desde o início da intervenção e que estas tendiam gradualmente em diversificar-se, flexibilizando a narrativa: no Eixo das Interacções, na Forma como é Narrada a História, na sua Conotação e nos seus Temas Centrais. Em suma a amplificação das Singularidades possibilita a reorganização e reconceptualização coerente das experiências do sujeito, que quanto mais complexa for mais coerente é o seu significad
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