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    Doença hepática aguda e edema palpebral persistente associados à mononucleose infecciosa

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    Este trabalho tem como objetivo relatar e discutir o caso clínico de um paciente portador de mononucleose infecciosa, tendo como manifestação inicial edema palpebral seguido de hepatopatia aguda e icterícia. Descrição - J.F.G.F., masculino, cinco anos, com histórico de sete dias de edema bipalpebral, conjuntivas hiperemiadas, cansaço, anorexia, febre moderada, vômitos e dor abdominal em hipocôndrio direito. Há um dia passou a apresentar icterícia, urina escura, exantema urticariforme, febre de 39,5ºC e diarréia, tendo sido internado para rehidratação e investigação diagnóstica. Ao exame físico de entrada, apresentava-se abatido, estado geral comprometido, FC: 96, FR: 30, febril, PA: 110x 60 mmHg, descorado +/4+, desidratado de 2º grau, eupnéico e ictérico ++, infartamento ganglionar assimétrico generalizado, mais acentuado em região cervical posterior. Sem alterações ao exame cardíaco e pulmonar. Abdômen distendido, doloroso à palpação, fígado a 4 cm e baço a 2,5 cm. A avaliação laboratorial revelou Hb: 10,1 g/dL, leucocitose moderada com acentuada linfocitose e atipia linfocitária evidente, ALT: 179 U/L, AST: 232 U/L, LDH: 2.103 U/L e bilirrubinas: total 6,7 mg/Dl (direta 4,9 mg/dL), urina tipo I com bilirrubinas ++ e ultra-som de abdômen com hepatoesplenomegalia inespecífica. As sorologias para toxoplasmose citomegalovírus, hepatite foram negativas e para o vírus Epstein-Barr (EBV) reagente: IgG: 108 UA/mL, e IgM 28 UA/mL. Após hidratação parenteral e antitérmico, o paciente evoluiu com a melhora dos parâmetros clínicos e laboratoriais. Discussão - Estima-se, atualmente, que 50% das crianças menores de cinco anos já apresentaram infecção pelo EBV. Vários agentes causam lesão hepática aguda. Entre os vírus ressalta-se os das hepatites, entretanto, pode ocorrer hepatopatia aguda por outras causas virais, entre elas, mononucleose e citomegalia. Sabe-se que a hepatomegalia ocorre em 10% a 20% na mononucleose infecciosa; já edema palpebral e exantema em apenas 5% a 10% dos casos. A icterícia franca está presente em menos de 5% dos casos. Os autores chamam a atenção para o reconhecimento precoce dos casos atípicos, evitando investigações desnecessárias e, principalmente tranqüilizando a família
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