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    IMPACTOS FINANCEIROS DO PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS – REUNI, NO CAMPUS II DA UFPB: UM ESTUDO SOBRE A GRADUAÇÃO

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    A expansão da educação superior no Brasil contou com o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, instituído pelo Decreto 6.096 de 24.04.2007, cujo principal objetivo foi ampliar o acesso e a permanência na educação superior. O presente trabalho objetiva diagnosticar os impactos financeiros do projeto REUNI no Campus II da UFPB, focalizando o nível de graduação, através de uma pesquisa exploratória. Foi realizado um levantamento, por meio de consultas ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal- SIAFI, para coletar os dados sobre a dotação orçamentária do Campus II, entre os anos de 2000 e 2012, sobre os quais há dados disponíveis. Constatou-se que com a implantação do REUNI houve um crescente investimento no Campus II e um crescimento visível em expansão física e de ingresso acadêmico, bem como na aquisição de recursos didáticos para melhoria pedagógica, evidenciando-se um representativo impacto financeiro positivo no Campus II, entre 2007 e 2012. Contudo, alguns achados apontam para a necessidade de monitoramento tanto na distribuição quanto na aplicação dos recursos financeiros na educação superior

    Relações de gênero e educação superior: uma análise das experiências de estudantes grávidas e mães do curso de Ciências Biológicas do CCA/UFPB

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    This research aims at studying the experiences faced by students who are mothers and mothersto-be in the undergraduate program at Centro de Ciências Agrárias – CCA/UFPB. It is a feminist, quantitative and qualitative research, whose date were collected from 2010 and 2012 from 20 volunteer students who were mothers or/and mothers-to-be at the Ciências Biológicas Course. To contextualize the research, a historical study on how the presence of women on campus envolved was conducted by listening to testimonials and studying documents. To collect the data, the mothers or/and mothers-to-be were interviewed individually and in groups. The date analysis was done based on concepts of androcentrism, habitus and symbolic violence as used by Bourdieu and the concepts of gender relations, gender equality and gender equity, women’s rights, experiences and patriarchy of feminist theorization. The results show that the increase of women’s access to university does not mean the same opportunities for men and women, highlighting the obstacles related to the latter’s reproductive burden: disrespect for the pregnant students’ legal rights, the institutional regulation of the home exercise regimen; refusal to receive medical certificates, omissions regarding the students’ maternity leave and students’ lack of knowledge of their own rights; professors’ lack of understanding of their female students’ special needs to balance studying and motherhood, and institution-student and professor-student relationships problems; students’ difficulties to deal with the overload of being mothers, students and workers and their routine at the university and their academic performance; perceived vulnerability on the part of the students, revealed in omission / concealment of the condition of mother, for fear of suffering discrimination on the part of the professors; lack of knowledge and non-use of support services at the institutional level and along with the almost complete absence of this support, which is rarely found, regarding the status of pregnant students and / or mothers. Therefore, it was verified that gender equality / equity has not yet been realized in Higher Education, whose evidenced educational and institutional practices disregard the rights and needs of female students who become pregnant, care for children and work, causing them academic losses. Most professors develop, together with their pregnant students and students who are mothers, requirements oriented by the androcentric culture and, in this way, these students’ academic success is difficult. In turn, the institution, through its agents, is shown impregnated by the order of patriarchy for neglecting support to women who, in reproductive status, do not conform exclusively to the private world, according to the sexual division of labor. Most pregnant students and students who are mothers did not even pursue their legal rights through bureaucratic rites, underwent symbolic violence, and, at the same time practiced silent resistance to institutional obstacles to their academic success. In this way, these students need guidance and political training with a view to women's empowerment, the collection of rights and the achievement of gender equity in Higher Education, because in addition to facing domestic / family difficulties, pregnant students and students who are mothers suffer a mild exclusion within the university by mechanisms undertaken by the androcentric culture, by the institutional patriarchal order and pay a high cost for the success in the undergraduate program, in articulated submission and overcoming experiences, in the XXI century.NenhumaEsta pesquisa tem como objeto de estudo as experiências das estudantes grávidas e mães no contexto da Educação Superior no Centro de Ciências Agrárias – CCA/ UFPB. Trata-se de uma pesquisa de campo quanti-qualitativa, de cunho feminista, cuja investigação foi realizada entre 2010 e 2012, com a amostra voluntária formada por 20 estudantes grávidas e/ou mães do Curso de Ciências Biológicas. No sentido de delinear o contexto pesquisado, foi realizado um levantamento histórico do Campus, com ênfase na evolução da presença feminina nos diversos segmentos, por meio de fontes documentais e recolha de depoimentos. Para a coleta de dados, acerca das estudantes grávidas e/ou mães, utilizaram-se procedimentos metodológicos de entrevistas individuais e de grupo focal. A análise dos dados foi realizada com base nos conceitos de androcentrismo, habitus e violência simbólica do referencial de Bourdieu, e nos conceitos de relações de gênero, igualdade/equidade de gênero, direitos da mulher, experiências e patriarcado das teorizações feministas. Os resultados apontam que o crescente acesso das mulheres à universidade não se traduz em igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, destacando-se os obstáculos no contexto universitário, relacionados aos encargos reprodutivos delas: desrespeito aos direitos legais das estudantes grávidas, ao regulamento institucional do regime de exercícios domiciliares, recusa aos atestados médicos, omissões à licença maternidade por parte das/dos docentes e desconhecimento desses direitos por parte das estudantes; má vontade das/dos docentes para com as dificuldades delas em conciliar estudo, mal estar na gravidez e cuidado com as crianças, e problemas nas relações estabelecidas entre as estudantes e docentes/instituição; sobrecarga das alunas com o peso do papel familiar/doméstico e dificuldades sobre a construção da estudante-mãe-trabalhadora, como intersecções gênero-classe evidenciadas sobre as rotinas universitárias e o desempenho acadêmico; vulnerabilidade pressentida por parte das estudantes, revelada em omissão/ocultação da condição de mãe, por medo de sofrer discriminação por parte das/dos docentes; carência de conhecimento e não utilização dos serviços de apoio no âmbito institucional, associada à ausência quase total deste apoio, raramente encontrado, no tocante à condição de estudantes grávidas e/ou mães. Portanto, verificou-se que a igualdade/equidade de gênero ainda não se efetivou na Educação Superior, cujas práticas docentes e institucionais evidenciadas, desconsideram direitos e necessidades das estudantes mulheres que engravidam, cuidam de crianças e trabalham, causando-lhes prejuízos acadêmicos. A maioria das/dos docentes desenvolve, junto às estudantes grávidas e mães, exigências orientadas pela cultura androcêntrica e, deste modo, dificulta-se o sucesso acadêmico delas. Por sua vez, a instituição, por meio de seus agentes, demonstra-se impregnada pela ordem do patriarcado por negligenciar apoio às mulheres que, em estado reprodutivo, não se conformam exclusivamente com o mundo privado, de acordo com a divisão sexual do trabalho. As estudantes grávidas e mães, em maioria, sequer acionaram seus direitos legais por ritos burocráticos, se submeteram à violência simbólica e, ao mesmo tempo, praticaram a resistência silenciosa frente aos obstáculos institucionais postos aos seus sucessos acadêmicos. Deste modo, elas necessitam de orientações e formação política com vistas ao empoderamento feminino, à cobrança dos direitos e à conquista da equidade de gênero na Educação Superior, pois, além de enfrentarem as dificuldades do âmbito doméstico/familiar, as estudantes grávidas e mães sofrem exclusão branda no interior da universidade por mecanismos empreendidos pela cultura androcêntrica, pela ordem patriarcal institucional e pagam um alto custo pelo êxito na graduação, em experiências articuladas de submissão e superação, em pleno século XXI

    O currículo escolar e a culpabilização materna

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    Este texto apresenta uma reflexão sobre os processos de responsabilização exclusiva das mães, empreendidos pela escola, no contexto das interações entre educadoras profissionais, mães e pais no dia-a-dia, em eventos especiais, celebrações e no trato das dificuldades apresentadas pelas crianças e jovens. Entendendo o currículo como política cultural, argumenta que a escola transmite, produz e reproduz as definições sociais de sexo e gênero, determinando funções maternas e paternas através do currículo em ação, e que a culpabilização das mães, através de seus discursos e ações, constitui violência simbólica. Os dados empíricos que ilustram os argumentos e evidenciam as discriminações de gênero na relação escola–família e as ausências paternas foram obtidos por observação participante em uma escola pública de educação infantil e ensino fundamental, através de questionário aberto aplicado a educadoras e educadores cursando Pedagogia, e em experiências pessoais e profissionais das autoras. Propõe um olhar crítico de gênero sobre o currículo em ação no âmbito das relações escola-família a fim de alcançar a equidade de gênero
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