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    Entrevista sobre a mortalidade materna, pandemia de Covid-19 e pós-pandemia, na perspectiva do Comitê Estadual de Mortalidade Materna de Pernambuco – CEEMM-PE

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    Eu sempre tenho dúvidas ao falar sobre a pandemia de Covid-19 e seus efeitos devastadores. Por onde começar? Qual o sentimento a animar a conversa? Foram e continuam sendo muitas imagens, escutas, experiências, perdas, acolhimentos, casos e descasos. Falar na primeira ou na terceira pessoa? Isso certamente ajuda a definir a medida do quanto me distancio e do quanto me aproximo dos acontecimentos. Surgem as memórias do que foi lidar com mais uma doença infeciosa desconhecida, da tristeza em prever quem mais se contaminaria, quem teria sua doença mais agravada, quem morreria mais. Reascende a angústia do que foi conviver com um governo (eleito) sem empatia e do que esse foi capaz de fazer a uma população exausta de tanto bater cabeça para acordar no dia seguinte, muitas vezes crente só em messias, pois a política se colocava como um exercício constante de faraway so close (Tão longe tão perto - tradução da autora). Relembra que a pura ignorância, desprovida de ética e compaixão, propagou o descaso, assumiu o negacionismo como política pública e naturalizou o sofrimento do outro como se fosse destino. Ao mesmo tempo, a necessidade falar da resiliência de profissionais de saúde, da resistência de pesquisadores/as no enfretamento às mentiras e omissões governamentais, da energia dos povos organizados, da articulação de governadores e políticos não terraplanistas, da CPI da Covid-19 e do papel das mídias, inclusive as tradicionais, no acompanhamento e monitoramento dos dados de morbimortalidade. Parte dessas estratégias de reação se aproxima do que Simone Diniz chamou de Epidemiologia de guerrilha: o papel de grupos organizados na visibilização dos agravos da covid-19 na gravidez no Brasil, apresentado no Seminário “Muito além do vírus: efeitos da covid-19 na saúde sexual e reprodutiva no Brasil”, em fevereiro de 2023. Na perspectiva de epidemiologia de guerrilha, ressalto a contribuição do Observatório Obstétrico para o campo da saúde e mortalidade materna e Covid-19. Então, é com esse sentimento de medo e esperança que inundou nossas vidas que seguirei conversando

    Reproductive planning in Indigenous area and the search for differentiated care: the dilemmas between inequality and difference

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    Differentiated care is a fundamental principle for a non-colonizing care of the Indigenous populations. One of the challenges within this field is reproductive planning since it involves tensions between collective and individual wills, as well as between authority and autonomy, especially with the more continuous insertion of professionals with the Programa Mais Médicos (More Doctor Program), as occurred in the Yanomami Territory. This article aims to discuss the aspects involved in a differentiated care regarding reproductive planning by comparing the work of health professionals in Indigenous and non-Indigenous areas. Thus, an ethnographic case study was conducted based on participant observation of the teams’ practice, accessed via the Programa Mais Médicos Supervision, and interviews with six professionals, selected for the diversity of their profile. From the content analysis, three categories were identified: difference and inequality, similarities, and challenges. These divisions allows for the notion of physiological comparison, which generates a biomedical approach, encompassing the confusion between difference and inequality, the aspect responsible for favoring colonization and the denial of rights – and even the understandings of professionals about the culture – which permeates the intercultural dialogue.A atenção diferenciada é um princípio fundamental para um cuidado não colonizador das populações indígenas. Um dos desafios nesse campo é o planejamento reprodutivo, por envolver tensões entre vontades coletivas e individuais, além da tutela e da autonomia, principalmente com a inserção mais contínua de profissionais via Programa Mais Médicos, como ocorreu no Território Yanomami. O objetivo deste artigo é discutir os aspectos envolvidos na atenção diferenciada ao planejamento reprodutivo, por meio da comparação entre o trabalho de profissionais de saúde em área indígena e não indígena. Para tanto, foi realizado um estudo de caso etnográfico com observação participante do exercício das equipes acessadas pela Supervisão do Programa Mais Médicos e entrevistas com seis profissionais, selecionados pela diversidade de seus perfis. A partir da análise de conteúdo, foram identificadas três categorias: diferença e desigualdade; similaridades; e desafios. Tais divisões trazem a noção de comparação fisiológica, que gera abordagem biomédica, passando pela confusão entre diferença e desigualdade, aspecto responsável por favorecer a colonização e a negação dos direitos – e até as compreensões dos profissionais sobre a cultura – que atravessam o diálogo intercultural

    Planejamento reprodutivo em área indígena e a busca pela atenção diferenciada: os dilemas entre desigualdade e diferença

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    Differentiated care is a fundamental principle for non-colonizing care for indigenous populations. One of the challenges in this field is reproductive planning, as it involves tensions between collective and individual wills, in addition to the guardianship and the autonomy, especially with the more continuous insertion of professionals with the Mais Médicos Program, as occurred in the Yanomami Territory. This study aims to discuss the aspects involved in differentiated attention to reproductive planning, by comparing the work of health professionals in indigenous and non-indigenous areas. To this end, an ethnographic case study based on participant observation of the teams’ exercise accessed by the Supervision of the Mais Médicos Program and interviews with six professionals, selected for their diversity of their profile. From the content analysis, three categories were identified: difference and inequality, similarities; and challenges. These divisions bring the notion of physiological comparison, which generates a biomedical approach, going through the confusion between difference and inequality, the aspect responsible for favoring colonization and the denial of rights – and even the understandings of professionals about the culture – which cross the intercultural dialogue.A atenção diferenciada é um princípio fundamental para um cuidado não colonizador das populações indígenas. Um dos desafios nesse campo é o planejamento reprodutivo, por envolver tensões entre vontades coletivas e individuais, além da tutela e da autonomia, principalmente com a inserção mais contínua de profissionais via Programa Mais Médicos, como ocorreu no Território Yanomami. O objetivo deste artigo é discutir os aspectos envolvidos na atenção diferenciada ao planejamento reprodutivo, por meio da comparação entre o trabalho de profissionais de saúde em área indígena e não indígena. Para tanto, foi realizado um estudo de caso etnográfico com observação participante do exercício das equipes acessadas pela Supervisão do Programa Mais Médicos e entrevistas com seis profissionais, selecionados pela diversidade de seus perfis. A partir da análise de conteúdo, foram identificadas três categorias: diferença e desigualdade; similaridades; e desafios. Tais divisões trazem a noção de comparação fisiológica, que gera abordagem biomédica, passando pela confusão entre diferença e desigualdade, aspecto responsável por favorecer a colonização e a negação dos direitos – e até as compreensões dos profissionais sobre a cultura – que atravessam o diálogo intercultural

    Common mental disorders and intimate partner violence in pregnancy

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    OBJETIVO : Investigar associação entre transtornos mentais comuns e violência por parceiro íntimo durante a gravidez. MÉTODOS : Estudo transversal realizado com 1.120 mulheres grávidas com idade entre 18 e 49 anos, cadastradas no Programa Saúde da Família da cidade do Recife, PE, entre 2005 e 2006. Os transtornos mentais comuns foram avaliados pelo Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). A violência por parceiro íntimo foi definida por atos concretos de violência psicológica, física e sexual infligidos à mulher pelo parceiro. Foram estimadas odds ratios simples e ajustadas para a associação estudada, utilizando-se análise de regressão logística. RESULTADOS : A violência psicológica foi a forma mais frequente de violência por parceiro íntimo. A prevalência de transtornos mentais comuns foi 71,0% entre as mulheres que relataram todas as formas de violência e 33,8% entre as que não relataram violência por parceiro íntimo. Os transtornos mentais mantiveram-se associados à violência psicológica (OR = 2,49, IC95% 1,8;3,5), mesmo na ausência de violência física ou sexual. Quando a violência psicológica esteve combinada com violência física ou sexual, o risco dos transtornos mentais comuns foi ainda mais elevado (3,45; IC95% 2,3;5,2). CONCLUSÕES : Ser agredido por alguém com quem você está emocionalmente envolvido pode desencadear sentimentos de impotência, baixa autoestima e depressão. A gravidez provavelmente aumenta a vulnerabilidade das mulheres aos transtornos mentais comuns.OBJECTIVE : To investigate the association between common mental disorders and intimate partner violence during pregnancy. METHODS : A cross sectional study was carried out with 1,120 pregnant women aged 18-49 years old, who were registered in the Family Health Program in the city of Recife, Northeastern Brazil, between 2005 and 2006. Common mental disorders were assessed using the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Intimate partner violence was defined as psychologically, physically and sexually abusive acts committed against women by their partners. Crude and adjusted odds ratios were estimated for the association studied utilizing logistic regression analysis. RESULTS : The most common form of partner violence was psychological. The prevalence of common mental disorders was 71.0% among women who reported all form of violence in pregnancy and 33.8% among those who did not report intimate partner violence. Common mental disorders were associated with psychological violence (OR 2.49, 95%CI 1.8;3.5), even without physical or sexual violence. When psychological violence was combined with physical or sexual violence, the risk of common mental disorders was even higher (OR 3.45; 95%CI 2.3;5.2). CONCLUSIONS : Being assaulted by someone with whom you are emotionally involved can trigger feelings of helplessness, low self-esteem and depression. The pregnancy probably increased women`s vulnerability to common mental disordersOBJETIVO : Investigar asociación entre trastornos mentales comunes y violencia por pareja íntima durante el embarazo. MÉTODOS : EEstudio transversal realizado con 1.120 mujeres embarazadas con edad entre 18 y 49 años, catastradas en el Programa Salud de la Familia de la ciudad de Recife, Pernambuco-Brasil, entre 2005 y 2006. Lo trastornos mentales comunes fueron evaluados por el Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). La violencia por pareja íntima fue definida por actos concretos de violencia psicológica, física y sexual infligidos a la mujer por la pareja. Se estimaron odds ratios simples y ajustados para la asociación estudiada, utilizándose análisis de regresión logística. RESULTADOS : La violencia psicológica fue la forma más frecuente de violencia por pareja íntima. La prevalencia de trastornos mentales comunes fue de 71,0% entre las mujeres que relataron todas las formas de violencia y 33,8% entre las que no relataron violencia por pareja íntima. Los trastornos mentales se mantuvieron asociados a violencia psicológica (OR= 2,49, IC95% 1,8;3,5), inclusive en ausencia de violencia física o sexual. Cuando la violencia psicológica estuvo combinada con la violencia sexual o física, el riesgo de los trastornos mentales comunes fue aún más elevado (3,45; IC95% 2,3;5,2). CONCLUSIONES : Ser agredido por alguien con quien se está emocionalmente involucrado puede desencadenar sentimientos de impotencia, baja autoestima y depresión. El embarazo probablemente aumenta la vulnerabilidad de las mujeres a los trastornos mentales comunes

    Incidência e fatores de risco para violência por parceiro íntimo no período pós-parto

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    OBJETIVO Estimar a incidência e identificar fatores de risco para violência por parceiro íntimo no pós-parto.MÉTODOS Realizamos estudo de coorte prospectivo com mulheres de 18 a 49 anos, cadastradas na Estratégia Saúde da Família da cidade de Recife, Nordeste do Brasil, entre 2005 e 2006. Das 1.057 mulheres entrevistadas durante a gestação e no puerpério, foram avaliadas 539 sem relatos de violência antes e durante a gestação. Foi construído um modelo teórico-conceitual com três blocos de fatores, hierarquicamente ordenados: características sociodemográficas, comportamentais da mulher e do parceiro e dinâmica da relação. A incidência e fatores de risco de violência por parceiro íntimo foram estimados pela Regressão de Poisson.RESULTADOS A incidência de violência no pós-parto foi 9,3% (IC95% 7,0;12,0). Violência psicológica isolada foi mais frequente (4,3%; IC95% 2,8;6,4). A sobreposição de violência psicológica com a física ocorreu em 3,3% (IC95% 2,0;5,3) e com a física ou sexual ou ambas, em quase 2,0% (IC95% 0,8;3,0) dos casos. O risco de violência por parceiro íntimo no pós-parto foi maior para mulheres: com baixa escolaridade (RR = 2,6; IC95% 1,3;5,4), sem renda própria (RR = 1,7; IC95% 1,0;2,9) e que agrediam fisicamente o parceiro sem estarem sendo agredidas (RR = 2,0; IC95% 1,2;3,4), tinham um parceiro muito controlador (RR = 2,5; IC95% 1,1;5,8) e brigavam frequentemente com seus parceiros (RR = 1,7; IC95% 1,0;2,9).CONCLUSÕES A elevada incidência de violência por parceiro íntimo no pós-parto e sua associação com aspectos da qualidade da relação entre o casal, revela a necessidade de políticas públicas que promovam a mediação de conflitos, busquem equidade social e de gênero e possibilitem formas de empoderamento das mulheres para o enfrentamento do ciclo violento.OBJECTIVE To estimate the incidence and identify risk factors for intimate partner violence during postpartum.METHODS This prospective cohort study was conducted with women, aged between 18-49 years, enrolled in the Brazilian Family Health Strategy in Recife, Northeastern Brazil, between 2005 and 2006. Of the 1.057 women interviewed during pregnancy and postpartum, 539 women, who did not report violence before or during pregnancy, were evaluated. A theoretical-conceptual framework was built with three levels of factors hierarchically ordered: women’s and partners’ sociodemografic and behavioral characteristics, and relationship dynamics. Incidence and risk factors of intimate partner violence were estimated by Poisson Regression.RESULTS The incidence of violence during postpartum was 9.3% (95%CI 7.0;12.0). Isolated psychological violence was the most common (4.3%; 95%CI 2.8;6.4). The overlapping of psychological with physical violence occurred at 3.3% (95%CI 2.0;5.3) and with physical and/or sexual in almost 2.0% (95%CI 0.8;3.0) of cases. The risk of partner violence during postpartum was increased for women with a low level of education (RR = 2.6; 95%CI 1.3;5.4), without own income (RR = 1.7; 95%CI 1.0;2.9) and those who perpetrated physical violence against their partner without being assaulted first (RR = 2.0; 95%CI 1.2;3.4), had a very controlling partner (RR = 2.5; 95%CI 1.1;5.8), and had frequent fights with their partner (RR = 1.7; 95%CI 1.0;2.9).CONCLUSIONS The high incidence of intimate partner violence during postpartum and its association with aspects of the relationship’s quality between the couple, demonstrated the need for public policies that promote conflict mediation and enable forms of empowerment for women to address the cycle of violence

    Postpartum depression among women with unintended pregnancy

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    OBJECTIVE To analyze the association between unintended pregnancy and postpartum depression. METHODS This is a prospective cohort study conducted with 1,121 pregnant aged 18 to 49 years, who attended the prenatal program devised by the Brazilian Family Health Strategy, Recife, PE, Northeastern Brazil, between July 2005 and December 2006. We interviewed 1,121 women during pregnancy and 1,057 after childbirth. Unintended pregnancy was evaluated during the first interview and postpartum depression symptoms were assessed using the Edinburgh Postnatal Depression Screening Scale. The crude and adjusted odds ratios for the studied association were estimated using logistic regression analysis. RESULTS The frequency for unintended pregnancy was 60.2%; 25.9% presented postpartum depression symptoms. Those who had unintended pregnancies had a higher likelihood of presenting this symptoms, even after adjusting for confounding variables (OR = 1.48; 95%CI 1.09;2.01). When the Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) variable was included, the association decreased, however, remained statistically significant (OR = 1.42; 95%CI 1.03;1.97). CONCLUSIONS Unintended pregnancy showed association with subsequent postpartum depressive symptoms. This suggests that high values in Edinburgh Postnatal Depression Screening Scale may result from unintended pregnancy.OBJETIVO Analisar a associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-parto. MÉTODOS Estudo de coorte prospectivo realizado com 1.121 mulheres grávidas de 18 a 49 anos, acompanhadas no pré-natal pela Estratégia de Saúde da Família, Recife, PE, entre julho de 2005 e dezembro de 2006. Durante a gravidez e após o parto foram entrevistadas, respectivamente, 1.121 e 1.057 mulheres. A gravidez não pretendida foi avaliada durante a primeira entrevista e os sintomas depressivos após o parto foram avaliados utilizando-se a Edinburgh Postnatal Depression Screening Scale. Foram estimados os odds ratios simples e ajustados para a associação estudada, utilizando-se análise de regressão logística. RESULTADOS A frequência de gravidez não pretendida foi de 60,2%; 25,9% apresentaram sintomas depressivos após o parto. Aquelas com gravidez não pretendida tiveram maior chance de apresentar esse desfecho, mesmo após ajuste para variáveis de confundimento (OR = 1,48; IC95% 1,09;2,01). Ao se incluir a variável Self Reporting Questionnaire (SRQ-20), a associação diminuiu, mas manteve-se estatisticamente significativa (OR = 1,42; IC95% 1,03;1,97). CONCLUSÕES Gravidez não pretendida mostrou-se associada a sintomas depressivos após o parto. Isso sugere que valores elevados na Edinburgh Postnatal Depression Screening Scale podem resultar de gravidez não pretendida

    On gestating and giving birth to a child with congenital zika virus syndrome: a case study

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    Este artigo busca analisar o contexto de gestação, pré-natal e parto de uma criança com Síndrome Congênita do Zika (SCZ). É um estudo exploratório qualitativo, tipo estudo de caso único, delineado a partir de entrevista em profundidade realizada com uma mãe de criança diagnosticada com SCZ em Pernambuco. A análise dos dados ocorreu mediante a categorização do conteúdo da entrevista em quatro núcleos temáticos: contexto da descoberta da gestação; condições da assistência ao pré-natal e ao parto; condições de diagnóstico e assistência à criança; e sentimentos envolvidos na descoberta da gestação e do diagnóstico da síndrome. Esse caso sinaliza falhas no planejamento reprodutivo e na assistência ao pré-natal e parto; despreparo dos profissionais de saúde; e mudanças significativas na rotina da família, que implicam escolhas difíceis num contexto de deficitária assistência pública à saúde. A epidemia da SCZ revelou problemas que vão além do controle vetorial do mosquito. O panorama atual escancara vulnerabilidades dessas famílias, intensificadas com o surgimento e as consequências da covid-19, o que tem exposto ainda mais as fragilidades da atenção integral à saúde da mulher e a necessidade de manter uma rede articulada e resolutiva na assistência e vigilância em saúde.This study analyzes the context of pregnancy, prenatal care and birth of children with Congenital Zika Syndrome (CZS). A single case exploratory study was conducted with a mother of a child diagnosed with CZS in Pernambuco, Brazil. Data were collected by an in-depth interview and content was categorized into four themes: discovery of pregnancy; conditions of prenatal and childbirth care; conditions of diagnosis and childcare; and feelings involved in the pregnancy discovery and syndrome diagnosis. This case study highlights failures in reproductive planning and in prenatal and childbirth care; unpreparedness of health professionals; and significant changes in the family’s routine, which imply difficult choices under a deficient public health care. CZS epidemic uncovered problems that go beyond mosquito vector control. The current scenario highlights the vulnerabilities of these families, intensified by the emergence and consequences of COVID-19, which has further exposed the weaknesses of women’s comprehensive health care and the need to maintain an articulated and resolute network in health care and surveillance

    Analysing the intersection between health emergencies and abortion during Zika in Brazil, El Salvador and Colombia

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    The Zika outbreak of 2015-7 is a lens to analyse the positioning of abortion within in global health security. The sequelae of the virus almost exclusively affected newborn children, manifested through Congenital Zika Syndrome (CZS), and a focus on women at risk of, planning or being pregnant. At the global level, debate considered whether Zika would provide impetus for regulatory change for reproductive rights in Latin America, a region with some of the most restrictive abortion regulation in the world. However, regulatory change for abortion did not occur. We analyse why the Zika health emergency did not lead to any changes in abortion regulation through multi-method analysis of the intersection between Zika, health emergencies and abortion in Brazil, Colombia and El Salvador. These case study countries were purposefully selected; each had Zika infected women (albeit with differing incidence) yet represent diverse regulatory environments for abortion. Our comparative research is multi-method: framework analysis of key informant interviews (n = 49); content analysis of women's enquiries to a medical abortion telemedicine provider; and, policy analysis of (inter)national-level Zika response and abortion policies. We consider this within literature on global health security, and the prioritisation of a particular approach to epidemic control. Within this securitized landscape, despite increased public debate about abortion regulatory change, no meaningful change occurred, due to a dominant epidemiological approach to the Zika health emergency in all three countries and prominent conservative forces in government and within anti-abortion rights movements. Simultaneously, we demonstrate that regulation did not deter all women from seeking such service clandestinely

    Previous experience of family violence and intimate partner violence in pregnancy

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    OBJECTIVE To estimate differential associations between the exposure to violence in the family of origin and victimization and perpetration of intimate partner violence in pregnancy. METHODS A nested case-control study was carried out within a cohort study with 1,120 pregnant women aged 18–49 years old, who were registered in the Family Health Strategy of the city of Recife, State of Pernambuco, Brazil, between 2005 and 2006. The cases were the 233 women who reported intimate partner violence in pregnancy and the controls were the 499 women who did not report it. Partner violence in pregnancy and previous experiences of violence committed by parents or other family members were assessed with a standardized questionnaire. Multivariate logistic regression analyses were modeled to identify differential associations between the exposure to violence in the family of origin and victimization and perpetration of intimate partner violence in pregnancy. RESULTS Having seen the mother suffer intimate partner violence was associated with physical violence in childhood (OR = 2.62; 95%CI 1.89–3.63) and in adolescence (OR = 1.47; 95%CI 1.01–2.13), sexual violence in childhood (OR = 3.28; 95%CI 1.68–6.38) and intimate partner violence during pregnancy (OR = 1.47; 95% CI 1.01 – 2.12). The intimate partner violence during pregnancy was frequent in women who reported more episodes of physical violence in childhood (OR = 2.08; 95%CI 1.43–3.02) and adolescence (OR = 1.63; 95%CI 1.07–2.47), who suffered sexual violence in childhood (OR = 3.92; 95%CI 1.86–8.27), and who perpetrated violence against the partner (OR = 8.67; 95%CI 4.57–16.45). CONCLUSIONS Experiences of violence committed by parents or other family members emerge as strong risk factors for intimate partner violence in pregnancy. Identifying and understanding protective and risk factors for the emergence of intimate partner violence in pregnancy and its maintenance may help policymakers and health service managers to develop intervention strategies
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